A guerra continuava a se expandir, o som das batalhas reverberando por todo o campo. Os humanos, fortemente protegidos por suas barreiras mágicas e liderados por estrategistas astutos, pareciam quase imbatíveis. Mas Ycaro, observando o desenrolar da guerra do alto, sabia que o momento para revelar sua verdadeira força estava próximo.
Com um sorriso sombrio, ele observou seus aliados, guerreiros das sombras que lutavam com fúria, mas ainda sem a intensidade necessária para varrer os inimigos de uma vez por todas. Seus olhos brilharam com uma luz intensa, uma energia pulsando dentro dele como nunca antes. Ele ergueu as mãos, invocando o poder mais profundo e sombrio que possuía, e então, com uma voz grave e imponente, falou:
"Ergue-se, exército da execução! Carrascos sem virtude, filhos da noite, ecos da guerra! Que a guerra não tenha fim, que a fome seja eterna! Gritem e lamente com o sangue em suas espadas, e o desespero que eu invoco. O caos que habita em mim é dor, medo, terror e insegurança! Tragam-me isso para saciar minha fome. Que os segredos de meus inimigos sejam sussurrados a mim, que as magias e técnicas de suas raças se tornem minhas! Forma primordial, primeira técnica, Paladino da Lua: Executores da Realeza, Carrascos do Rei!"
O céu, que antes estava claro, começou a se cobrir com nuvens densas e pesadas. A lua, grande e redonda, começou a brilhar com uma intensidade sobrenatural. As sombras que antes pareciam inofensivas começaram a se agitar, crescendo e se esticando até tomarem formas humanoides, espectrais. Elas se erguem, com olhos flamejantes e armas forjadas na escuridão mais pura. A aura de Ycaro parecia consumir o próprio ar, um vórtice de terror que se espalhava por todo o campo de batalha.
Os Executores da Realeza haviam sido invocados.
Sete figuras espectrais surgiram ao lado de Ycaro, imponentes e implacáveis, seus corpos feitos de sombras densas e cinzentas. Cada um segurava uma espada escura, com lâminas que pareciam absorver a luz ao redor. A terra tremia sob seus pés enquanto avançavam, movendo-se com precisão e velocidade sobrenaturais. Eles não eram meras sombras; eram manifestações da própria vontade de Ycaro, refletindo sua sede insaciável de destruição e caos.
Ycaro, com um gesto de sua mão, ordenou: "Eliminem-os. Não deixem um só inimigo de pé."
Os Executores da Realeza avançaram sem hesitar. Cada golpe que desferiam não era apenas físico, mas psíquico, penetrando na mente dos inimigos e trazendo consigo uma sensação esmagadora de desespero. As espadas cortavam o ar com um som frio, como o aço rasgando a própria realidade, e os soldados humanos caíam, sem entender como eram derrotados.
Enquanto isso, Ycaro permanecia no centro do caos, observando tudo com um sorriso de satisfação. Ele podia sentir a energia de seus inimigos sendo drenada, seus ataques, técnicas e até magias sendo absorvidas e distorcidas em algo novo, algo que servia apenas aos seus desejos.
No entanto, um inimigo se destacou. O estrategista que liderava as forças humanas havia visto o poder dos Executores da Realeza em ação, e sabia que uma força tão incomum não podia ser derrotada de forma convencional. Com um gesto rápido, ele empunhou um bastão mágico, canalizando uma energia tremenda.
"Reflexão!" Ele gritou, e uma barreira imensa surgiu no ar, refletindo os ataques dos executores de volta para eles.
Ycaro olhou para o campo de batalha com um olhar calculista. Ele sabia que seus Executores da Realeza não seriam tão facilmente derrotados. O caos dentro dele se intensificava, e ele sentia a fome de destruição crescer.
"É hora de mostrar o verdadeiro poder da noite."
Ycaro levantou as mãos novamente, e as sombras ao seu redor se retorceram, tomando formas ainda mais grotescas. Uma segunda onda de Executores surgiu, mais poderosos e maiores do que antes. Cada um deles emitiu um grito estridente, como se o próprio grito da morte ecoasse através das eras.
Ele sabia que o ataque mais poderoso viria agora.
"Virem-se contra o próprio céu!" Ycaro ordenou. "Tirem a luz dos seus olhos e tragam o desespero para todos."
Com esse comando, os Executores da Realeza atacaram sem misericórdia. Eles rasgaram a barreira do estrategista, destruindo-a com uma facilidade aterradora. As lâminas de suas espadas cortavam o ar com um som metálico, enquanto cada movimento era um ataque de precisão mortal.
Enquanto a batalha se desenrolava ao seu redor, Ycaro sentia uma conexão crescente com as forças que ele invocava. Ele estava no controle, e o caos estava à sua disposição.
Em meio ao caos, Ycaro falou com um sorriso frio e insano, observando o campo de batalha se encher com a morte e destruição: "Eu sou o governante da noite. Eu sou a lua que devora os corpos dos tolos. E vocês… são apenas presas."
Com essas palavras, a lua no céu brilhou ainda mais forte, e a escuridão parecia engolir tudo ao seu redor. Os Executores da Realeza continuaram a avançar, imbatíveis, e a guerra, antes tensa e equilibrada, agora parecia ter uma única direção.
A vitória de Ycaro estava próxima.
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Fim do Capítulo 16.