Chereads / This is Brazil - Rio De Janeiro / Chapter 2 - ✧ ─── Capitulo 01

Chapter 2 - ✧ ─── Capitulo 01

Oi... Uma breve fala minha

Há três anos atrás, em 2022, comecei a escrever este novel numa brincadeira boba entre amigos, mas com o passar do tempo, eu acabei querendo realmente fazer ele existir de fato, com o objetivo de um dia transformá-lo na alma de um futuro mangá totalmente ilustrado, refletindo minha própria percepção da realidade. Com o passar do tempo, o novel foi tomando uma proporção não necessariamente de tamanho, mas de valor, valor sentimental. Esse novel significa muito pra mim. E agora, estou focado em concluir este primeiro volume.

Bem-vindos ao mundo de "This is Brazil", uma criação minha especialmente para vocês.

Rio de Janeiro, março de 2020.

Talvez se os nossos sonhos tivessem poder para os mesmos serem transformados em realidade, talvez o mundo fosse mais colorido, já que para muitos os sonhos acabam por se tornar apenas cinzas de uma antiga esperança de mudança de vida...

Naqueles becos e vielas, por onde as crianças correm, no campo de futebol onde a galera se junta para bater uma bola, e no boteco do seu Zé onde a turma se junta pra ouvir pagode até umas horas, sim, lá na favela do Vidigal.

O sol da manhã penetrava pelas cortinas, iluminando suavemente o quarto, que o mesmo se encontrava desarrumado e talvez um pouco, mal cuidado...

Aos poucos, Kaike abriu os olhos, piscando contra a luz suave que inundava o quarto. Ele se espreguiçou, sentindo os músculos despertarem após uma noite de sono profundo.

Levantou-se da cama, os pés descalços tocando o chão frio. Com um bocejo, ele caminhou até a janela, abrindo-a para deixar entrar mais ar fresco.

Depois de se vestir rapidamente, ele saiu do quarto, descendo as escadas em direção à cozinha, onde o aroma do café recém passado estava.

Maria, sua mãe de consideração o alertava para cuidar da casa que ela ia sair, e talvez demorasse a retornar. Kaike então decidiu limpar sua casa, enquanto limpeza e retirava as traças e sujeiras dos móveis de sua casa, ele encontrou uma antiga caixa escondida entre os móveis da sala, ao abrir ele encontrou, antigas e velhas memórias de sua família numa antiga moldura com os vidros quebrados, e a foto na qual estava moldada, em péssimos estados, mas era visível o sorriso de uma antiga família, lá estava ele, sua mãe e pai, e para sua infelicidade talvez fosse sua irmã, estava cortada da foto, por mais que pudesse ser visível uma quarta pessoa.

Kaike, então, pegou a caixa e levou para seu quarto para que talvez pudesse de alguma forma renovar a qualidade daquela fotografia, então prosseguiu com a limpeza de sua casa e aproveitou o tempo livre para ir dar uma saidinha e passar na padaria. Enquanto passava pelas vielas da favela e via as pessoas ao seu redor, lutando para conseguir o ganha pão do dia, por mais que exista o lado humilde da favela, o mau e escondido atrás de pessoas que não tem nada haver e talvez nem precisasse saber que ele existia, nem conviver com tal medo de saber que a qualquer momento, algum policial possa bater em sua porta, acusando de você estar colaborando com criminoso ou só de suspeitar que você talvez seja um.

Após chegar na padaria e sair de lá com sua sacola na mão, Kaike foi abordado por um indivíduo um tanto quanto suspeito, que falava que tinha um certo alguém chamando ele, após o Kaike ouvir seu nome ele já tinha se dado conta de quem era, e ele falou que não tinha nada pra falar com ele, e o rapaz disse que ele não ia gostar de ser ignorado, Kaike estava sendo chamado pelo líder do tráfico de sua favela, provavelmente fosse um recrutador.

Kaike sabia que não precisava entrar pro tráfico pra conseguir alguma coisa na vida, ao contrário, ele sentia desprezo por estar do lado de pessoas que matam pelo próprio prazer e interesse. Porém, era a sua casa o morro da favela do Vidigal. Por mais que existisse o lado ruim, ainda existem pessoas que lutam dia após dia, para ter um pouco de dignidade e felicidade.

Infelizmente, ele foi obrigado a seguir o rapaz que foi a sua procura, guiado até o local onde foi chamado, para a sua conversa. Ao chegar lá, Kaike sente a energia do ambiente mudar ao ver o líder do tráfico à sua frente, cercado por bolos de notas e armas ao fundo. Ele pergunta ao Kaike se ele sabia por que ele foi chamado para sua presença, Kaike responde falando que não importa o'que ele tente ele não ia colaborar com nada, após isso, ele se levanta de sua cadeira e dá um soco na cara de Kaike, ⎯⎯⎯⎯⎯ você por acaso perdeu o senso de noção, seu merdinha do caralho? ⎯⎯⎯⎯⎯ pergunta o líder do tráfico, Kaike cai no chão com a boca sangrando e bate suas costas contra a parede, e fica atordoado.

⎯⎯⎯⎯⎯ "Eu sei muito bem que você, ah eu sei, você gosta da sua vidinha de merda, de morar com aquela sua falsa mãe, hahaha, vai mentir pra você até quando? Você acha mesmo, que vai conseguir fugir dessa realidade aqui?" ⎯⎯⎯⎯⎯ disse o chefe.

Kaike então, se levanta sangrando, e fala que ⎯⎯⎯⎯⎯ ei, moreno, a tua opinião e de alguém que nunca conquistou algo na vida, então, não vale de porra nenhuma. Em seguida leva outro soco, ⎯⎯⎯⎯⎯ então vamos fazer o seguinte disse o moreno, você vai gostar muito de ver sua querida mãe morrendo bem na sua frente pela segunda vez, o'que acha? ⎯⎯⎯⎯⎯ Disse o moreno enquanto ria da cara de Kaike. Kaike então pergunta ⎯⎯⎯⎯⎯ o'que caralhos eles queriam com ele. E o moreno apenas disse que ⎯⎯⎯⎯⎯ ele pudera ser talvez uma peça fundamental para planos futuros, não que você devesse saber o'que você seria de fato vantajoso para ele, pelo menos não agora.

Após sair daquele lugar, e voltando para sua casa carregando essa incógnita em sua cabeça, Kaike se via numa situação muito complexa e delicada, colaborar com um traficante para não perder a última pessoa que ele se importava? Se mudar de sua casa seria impossível para uma pessoa que mal consegue se sustentar... Talvez, ele tivesse que aceitar que está sob a submissão de uma pessoa que pode mudar e traçar o destino de sua vida a qualquer momento com apenas algumas palavras.

「 Aceitar o estereótipo de quem vive na favela, seja assim. Me aprisiona, me sufoca lentamente até me matar por completo, corroendo-me de dentro para fora 」⎯⎯⎯⎯⎯ pensamentos de kaike

Chegando em casa, a mente ainda não parava de pensar sobre o que tinha acontecido... Talvez um banho para acalmar a sua cabeça, limpar os vestígios da briga de ainda cedo, limpando cuidadosamente a sua boca ferida, enquanto ainda resta um pouco de um seco sangue, e em no restante do seu corpo, algumas pequenas feridas. Mas ainda restava uma pergunta em sua mente, com tanta gente para eles se incomodarem de ter nesse movimento

⎯⎯⎯⎯⎯ porque justamente eu? Logo eu? Que nunca demonstrou simpatia pelo mesmo... Disse Kaike em seus pensamentos

Então deu-se o horário de ir para seu colégio na qual ele conseguiu uma bolsa com muito esforço, visto que para ele, isso significava muito, mas muito mesmo para alguém que não tinha nada, o pouco já é muito... entretanto, o caminho dessa vez foi um pouco diferente, Kaike sendo muito desastrado ao trajeto de caminhada até sua escola, esbarrou-se com uma aluna muito... Peculiar? Era uma garota um tanto quanto nerd usava óculos, umas roupas com um ar de cientista e carregava consigo alguns papeis, os quais Kaike deixou cair de forma não proposital.

「Desculpaaaa」⎯⎯⎯⎯⎯ disse Kaike

Enquanto ajudava a arrumar seus documentos, e pediu se ela queria ajudar até a escola. Então os dois foram caminhando até lá.

「você realmente precisa desse tanto de folha? Tipo, e que você acha que não é uma quantidade exagerada de documento pra pessoa que estuda no ensino médio para carregar?」⎯⎯⎯⎯⎯ pergunta kaike.

「e que tipo... não é tudo sobre escola, sabe」⎯⎯⎯⎯⎯ disse a garota.

「mas aí você não pode por dentro de sua mochila não?」⎯⎯⎯⎯⎯ questionou kaike.

「e que, dentro dela já tá cheia, literalmente, não tem mais espaço」⎯⎯⎯⎯⎯ de forma irônica a responde kaike.

「você tem certeza que estuda o mesmo ensino médio que eu?」⎯⎯⎯⎯⎯ kaike fala.

「haha, pode ter certeza」⎯⎯⎯⎯⎯ disse a garota.

Chegando ao colégio, o barulho do sinal ainda era evidente, como sempre, de forma escandalosa que pudesse ainda ser ouvido de longe, adentrando mais a fundo ambos descobrem que são da mesma turma "2ª", as vezes coincidências ocorrem... Após entrarem na turma, Kaike organiza os papeis da garota os quais ele estava carregando juntamente do restante, em cima da mesa dela.

「a propósito... qual seu nome?」⎯⎯⎯⎯⎯ perguntou kaike

「me chamo, layla e você desastrado tem um nome?」

Ambos se cumprimentaram, enquanto abriram um sorriso sincero das duas partes.

「Kaike, prazer」⎯⎯⎯⎯⎯ exclamou Kaike, feliz por agora ter uma companheira de turma, pra variar, já que o mesmo sofria um preconceito bem evidente por ser de um bolsista de comunidade, em um colégio onde a maioria nunca nem sonha em um dia botar seus pés lá.

O restante da turma pareceu bem surpreso ao ver a garota simpatizando com o rapaz que muitos nem consideram um aluno de sua escola, por mais que Kaike não esquentasse a sua mente com isso, fazer uma amizade nova talvez resolvesse esse vazio de não ter alguém pra contar nesse abismo.

Ao cair da tarde, com ela ia chegando o horário de saída, e logo todos os alunos iam guardando de seus pertences e se preparando para voltarem para suas casas. Kaike e Layla então já se preparavam para se despedir ⎯⎯⎯⎯⎯ vai precisar de ajuda com seus documentos amanhã? Disse Kaike rindo da cara dela ⎯⎯⎯⎯⎯ Layla ficou levemente corada, sabendo que ele não tinha intenção de ofendê-la. Com um sorriso meigo ela se lembra, MAS KAIKE? NÃO FOI VOCÊ QUE ESBARROU EM MIM? ⎯⎯⎯⎯⎯ alegou Layla. Aé mesmo né ... Não precisamos nos preocupar com os pequenos detalhes, não é mesmo? ⎯⎯⎯⎯⎯ disse Kaike desconversando seu erro. ⎯⎯⎯⎯⎯ enquanto Layla ria da cara de bobão de Kaike, ela se despedia dele. tchau Kaike, disse Layla. Então ambos se despediram e seguiram seus caminhos, porém para Kaike ele não esperava que para ele o caminho pudesse ser um pouco mais conturbado, quando em seu caminho ele tromba com uns rostos familiares de seu colégio.

Eram alguns moleques que já perturbavam Kaike a um tempo, mas dessa vez o assunto era um tanto quanto... Peculiar, eles estavam incomodados que Kaike estava se simpatizando até demais com a novata que entrou hoje na escola, e Kaike ficou sem entender ⎯⎯⎯⎯⎯ o'que eu tenho haver com isso? ⎯⎯⎯⎯⎯ perguntou Kaike em resposta, já irritado

⎯⎯⎯⎯⎯ E que seria uma pena ter que arrebentar cada metro quadrado de sua existência, e tirar o restante do pouco de dignidade que talvez você pense, ou ache que talvez tenha... Enfim, acho eu, que não preciso ter que desenhar para você, um serzinho tão perfeitinho entender o'que caralhos a de fazer, entendeu o recado? ⎯⎯⎯⎯⎯ disse de forma totalmente educada um dos moleques

⎯⎯⎯⎯⎯ vocês são cabaços demais, mas tá tudo bem, pelo visto um moleque tão fodido que nem eu, pode conseguir deixar vocês com medo de perder a única garota que não dá bola pra vocês, ops... Hahaha ⎯⎯⎯⎯⎯ exaltou-se kaike

⎯⎯⎯⎯⎯ acho que você não quer voltar pra casa com a cara toda esfolada né garoto? Sua mamãe vai ter que usar o dinheiro do ano todo para tratar os ferimentos de uma briga que você mesmo causou, então pensa antes de fazer merda, seu otário ⎯⎯⎯⎯⎯ disse o rapaz, em resposta a Kaike

Kaike guardou para si o ódio e a raiva que naquele momento bate forte dentro de si, querendo descontar no corpo a corpo todo sentimento que aquelas falas despertaram em seu coração, mas ele sabia que se ele se machucasse o custo para poder tratar de seus ferimentos não seria nada barato e sua mãe com toda absoluta certa usaria de seu tão rigoroso trabalho para tratar dele.

⎯⎯⎯⎯⎯ podem ficar suave ⎯⎯⎯⎯⎯ disse Kaike segurando suas lágrimas de cair em frente aos babacas, eu não guardo nenhuma intenção de querer me envolver de alguma outra forma com a garota de vocês

⎯⎯⎯⎯⎯ eu disse pra você ficar longe, você ainda não entendeu? ⎯⎯⎯⎯⎯ disse o rapaz ⎯⎯⎯⎯⎯ mas eu só acho, tipo só acho que depois de eu parar de falar com ela, e vocês forem tentar dar ideia nela, muito provavelmente acabaram mal sucedido, não seria totalmente estranho essa sequência de ações não? ⎯⎯⎯⎯⎯ contra argumentou Kaike

⎯⎯⎯⎯⎯ ... Ah, que ódio, okay, mas fique avisado se tentar alguma gracinha, você tá fodido rapaz ⎯⎯⎯⎯⎯ disse o rapaz.

Um dos moleques empurra o Kaike o fazendo cair e falarem pra ele cair fora daqui e vazar, Kaike se recompõe e caminha até o ponto de ônibus na qual ele segue seu caminho até sua casa. Ao chegar ao morro do Vidigal já de noite, infelizmente, essa noite ainda consegue ficar pior, antes de conseguir voltar para sua casa Kaike e abordado novamente pelo mesmo rapaz que de manhã foi a sua busca, mencionando que "ele" tava te chamando de novo ⎯⎯⎯⎯⎯ pow irmão, está de noite dá um gelo por favor ⎯⎯⎯⎯⎯ alegou Kaike, o'que não adiantou muito pois ele sabia muito bem que se não fosse ao encontro, talvez fosse pior... Muito pior.

Decidido então a dar um pulo em sua "base", Kaike foi ao encontro do chefe do tráfico do morro do Vidigal, para saber do que se tratava o assunto na qual ele está sendo chamado, já sabendo do que possivelmente se tratava o assunto... E ele não queria ter que decidir alguma coisa.

⎯⎯⎯⎯⎯ Olá Kaike, a noite está linda não concorda? ⎯⎯⎯⎯⎯ disse moreno

⎯⎯⎯⎯⎯ adianta o assunto irmão, eu sei do que você quer, e eu não tomei decisão nenhuma, e a propósito, porque caralhos você me quer nesse teu timinho de merda caralho, vai se foder irmão com todo respeito ⎯⎯⎯⎯⎯ disse Kaike já puto com a situação, o que logo em seguida acarretou para que fosse ser ameaçado com um fuzil encostado em sua cabeça, Kaike sentiu cada segundo após essa sequência de palavras contar, seu coração já está a errando as batidas e ele suava frio... Talvez ele tenha se exaltado até demais.

⎯⎯⎯⎯⎯ Kaike ... Kaike.... Você realmente não tem medo de morrer? HAHAHAHAHA ⎯⎯⎯⎯⎯ disse moreno

⎯⎯⎯⎯⎯ você não tem nem ideia né? Você acha que a gente só mexe com droga e arma, e fica de trocação de bala com a merda do comando da polícia do rio de janeiro, Kaike ... Meu rapaz, as coisas já mudaram a muito tempo, mas pra vocês que não tem nem ideia do que acontece por debaixo do tapete, o mundo é um mar de rosa... Deve ser bom viver de modo despreocupado com a vida, eu no seu lugar eu teria medo, mas exatamente não do que você acha que devia ter medo, esse fuzil na sua cabeça e bem menos perigoso do que você acha, mas eu falando você provavelmente não vai acreditar. ⎯⎯⎯⎯⎯ disse moreno

⎯⎯⎯⎯⎯ mas o que caralhos você tá falando? ⎯⎯⎯⎯⎯ alegou Kaike, você tá bem da cabeça rapaz? isso tá certo não

⎯⎯⎯⎯⎯ vou te dar mais uma semana, esfria sua cabeça e vai pra sua casa... Já tá tarde pra criança estar na rua, meu garoto ⎯⎯⎯⎯⎯ prosseguiu moreno, já podem tirar o fuzil da cabeça dele rapazes

⎯⎯⎯⎯⎯ obrigado, eu acho... ⎯⎯⎯⎯⎯ disse Kaike, boa noite pros senhores.

Então Kaike desceu da base, para sua casa isso já era tarde da noite e ele sabia que ia tomar esporro de sua mãe, e isso tudo sem poder falar onde ele realmente estava, pois, sua mãe com certeza não aprovaria de forma alguma ele se misturando com pessoas que não vale nem o pão que come.

Chegando em sua tão aguardada casa, aguardada pois não que dessa noite não foi das mais fáceis de se conseguir chegar em seu lar, não que já não fosse mais de meia noite, então Kaike bateu a porta e... Nada aconteceu, então ele pegou uma chave que estava em sua bermuda e abriu a porta esperando levar um esporro e, lá estava Maria dormindo no sofá com um chinelo na mão, Kaike então deu uma leve risada ⎯⎯⎯⎯⎯ a senhora não tem jeito mesmo, de forma irônica hahaha. Então Kaike foi-se a pegar uma coberta, na qual usou para aconchegar Maria. Antes de deitar se, Kaike ainda a, de terminar os deveres de sua casa, lavou as vasilhas, tratou de recolher a roupa do varal, retirou se o lixo e ajeitou a sala que estava desarrumada.

E enfim, ele deitou se na cama, sua cama ela possui vista para o horizonte da favela, talvez isso fosse um motivo de sorte pois, ele consegue ver cada centímetro de extensão da favela e ainda consegue enxergar a noite, escura, porém iluminada, com milhões e bilhões de estrelas, e na cabeça ele só desejava que queria um dia ter poder pra mudar isso, ao ver sua favela e mais à frente o começo da cidade ele consegue enxergar o que desde pequeno enxergava, enquanto na cidade tudo consegue ser melhor, na sua favela piora a cada ano, mas enfim... Já tinha acontecido coisa pra um caramba e ele se encontrava cansado, deitou se a cama e então fechou se seus olhos e esperou o sono o levar ló para um lugar melhor...

transformados em realidade, talvez o mundo fosse mais colorido, já que para muitos os sonhos acabam por se tornar apenas cinzas de uma antiga esperança de mudança de vida...

Naqueles becos e vielas, por onde as crianças correm, no campo de futebol onde a galera se junta para bater uma bola, e no boteco do seu Zé onde a turma se junta pra ouvir pagode até umas horas, sim, lá na favela do Vidigal.

O sol da manhã penetrava pelas cortinas, iluminando suavemente o quarto, que o mesmo se encontrava desarrumado e talvez um pouco, mal cuidado...

Aos poucos, Kaike abriu os olhos, piscando contra a luz suave que inundava o quarto. Ele se espreguiçou, sentindo os músculos despertarem após uma noite de sono profundo.

Levantou-se da cama, os pés descalços tocando o chão frio. Com um bocejo, ele caminhou até a janela, abrindo-a para deixar entrar mais ar fresco.

Depois de se vestir rapidamente, ele saiu do quarto, descendo as escadas em direção à cozinha, onde o aroma do café recém passado estava.

Maria, sua mãe de consideração o alertava para cuidar da casa que ela ia sair, e talvez demorasse a retornar. Kaike então decidiu limpar sua casa, enquanto limpeza e retirava as traças e sujeiras dos móveis de sua casa, ele encontrou uma antiga caixa escondida entre os móveis da sala, ao abrir ele encontrou, antigas e velhas memórias de sua família numa antiga moldura com os vidros quebrados, e a foto na qual estava moldada, em péssimos estados, mas era visível o sorriso de uma antiga família, lá estava ele, sua mãe e pai, e para sua infelicidade talvez fosse sua irmã, estava cortada da foto, por mais que pudesse ser visível uma quarta pessoa.

Kaike, então, pegou a caixa e levou para seu quarto para que talvez pudesse de alguma forma renovar a qualidade daquela fotografia, então prosseguiu com a limpeza de sua casa e aproveitou o tempo livre para ir dar uma saidinha e passar na padaria. Enquanto passava pelas vielas da favela e via as pessoas ao seu redor, lutando para conseguir o ganha pão do dia, por mais que exista o lado humilde da favela, o mau e escondido atrás de pessoas que não tem nada haver e talvez nem precisasse saber que ele existia, nem conviver com tal medo de saber que a qualquer momento, algum policial possa bater em sua porta, acusando de você estar colaborando com criminoso ou só de suspeitar que você talvez seja um.

Após chegar na padaria e sair de lá com sua sacola na mão, Kaike foi abordado por um indivíduo um tanto quanto suspeito, que falava que tinha um certo alguém chamando ele, após o Kaike ouvir seu nome ele já tinha se dado conta de quem era, e ele falou que não tinha nada pra falar com ele, e o rapaz disse que ele não ia gostar de ser ignorado, Kaike estava sendo chamado pelo líder do tráfico de sua favela, provavelmente fosse um recrutador.

Kaike sabia que não precisava entrar pro tráfico pra conseguir alguma coisa na vida, ao contrário, ele sentia desprezo por estar do lado de pessoas que matam pelo próprio prazer e interesse. Porém, era a sua casa o morro da favela do Vidigal. Por mais que existisse o lado ruim, ainda existem pessoas que lutam dia após dia, para ter um pouco de dignidade e felicidade.

Infelizmente, ele foi obrigado a seguir o rapaz que foi a sua procura, guiado até o local onde foi chamado, para a sua conversa. Ao chegar lá, Kaike sente a energia do ambiente mudar ao ver o líder do tráfico à sua frente, cercado por bolos de notas e armas ao fundo. Ele pergunta ao Kaike se ele sabia por que ele foi chamado para sua presença, Kaike responde falando que não importa o'que ele tente ele não ia colaborar com nada, após isso, ele se levanta de sua cadeira e dá um soco na cara de Kaike, ⎯⎯⎯⎯⎯ você por acaso perdeu o senso de noção, seu merdinha do caralho? ⎯⎯⎯⎯⎯ pergunta o líder do tráfico, Kaike cai no chão com a boca sangrando e bate suas costas contra a parede, e fica atordoado.

⎯⎯⎯⎯⎯ "Eu sei muito bem que você, ah eu sei, você gosta da sua vidinha de merda, de morar com aquela sua falsa mãe, hahaha, vai mentir pra você até quando? Você acha mesmo, que vai conseguir fugir dessa realidade aqui?" ⎯⎯⎯⎯⎯ disse o chefe.

Kaike então, se levanta sangrando, e fala que ⎯⎯⎯⎯⎯ ei, moreno, a tua opinião e de alguém que nunca conquistou algo na vida, então, não vale de porra nenhuma. Em seguida leva outro soco, ⎯⎯⎯⎯⎯ então vamos fazer o seguinte disse o moreno, você vai gostar muito de ver sua querida mãe morrendo bem na sua frente pela segunda vez, o'que acha? ⎯⎯⎯⎯⎯ Disse o moreno enquanto ria da cara de Kaike. Kaike então pergunta ⎯⎯⎯⎯⎯ o'que caralhos eles queriam com ele. E o moreno apenas disse que ⎯⎯⎯⎯⎯ ele pudera ser talvez uma peça fundamental para planos futuros, não que você devesse saber o'que você seria de fato vantajoso para ele, pelo menos não agora.

Após sair daquele lugar, e voltando para sua casa carregando essa incógnita em sua cabeça, Kaike se via numa situação muito complexa e delicada, colaborar com um traficante para não perder a última pessoa que ele se importava? Se mudar de sua casa seria impossível para uma pessoa que mal consegue se sustentar... Talvez, ele tivesse que aceitar que está sob a submissão de uma pessoa que pode mudar e traçar o destino de sua vida a qualquer momento com apenas algumas palavras.

「 Aceitar o estereótipo de quem vive na favela, seja assim. Me aprisiona, me sufoca lentamente até me matar por completo, corroendo-me de dentro para fora 」⎯⎯⎯⎯⎯ pensamentos de kaike

Chegando em casa, a mente ainda não parava de pensar sobre o que tinha acontecido... Talvez um banho para acalmar a sua cabeça, limpar os vestígios da briga de ainda cedo, limpando cuidadosamente a sua boca ferida, enquanto ainda resta um pouco de um seco sangue, e em no restante do seu corpo, algumas pequenas feridas. Mas ainda restava uma pergunta em sua mente, com tanta gente para eles se incomodarem de ter nesse movimento

⎯⎯⎯⎯⎯ porque justamente eu? Logo eu? Que nunca demonstrou simpatia pelo mesmo... Disse Kaike em seus pensamentos

Então deu-se o horário de ir para seu colégio na qual ele conseguiu uma bolsa com muito esforço, visto que para ele, isso significava muito, mas muito mesmo para alguém que não tinha nada, o pouco já é muito... entretanto, o caminho dessa vez foi um pouco diferente, Kaike sendo muito desastrado ao trajeto de caminhada até sua escola, esbarrou-se com uma aluna muito... Peculiar? Era uma garota um tanto quanto nerd usava óculos, umas roupas com um ar de cientista e carregava consigo alguns papeis, os quais Kaike deixou cair de forma não proposital.

「Desculpaaaa」⎯⎯⎯⎯⎯ disse Kaike

Enquanto ajudava a arrumar seus documentos, e pediu se ela queria ajudar até a escola. Então os dois foram caminhando até lá.

「você realmente precisa desse tanto de folha? Tipo, e que você acha que não é uma quantidade exagerada de documento pra pessoa que estuda no ensino médio para carregar?」⎯⎯⎯⎯⎯ pergunta kaike.

「e que tipo... não é tudo sobre escola, sabe」⎯⎯⎯⎯⎯ disse a garota.

「mas aí você não pode por dentro de sua mochila não?」⎯⎯⎯⎯⎯ questionou kaike.

「e que, dentro dela já tá cheia, literalmente, não tem mais espaço」⎯⎯⎯⎯⎯ de forma irônica a responde kaike.

「você tem certeza que estuda o mesmo ensino médio que eu?」⎯⎯⎯⎯⎯ kaike fala.

「haha, pode ter certeza」⎯⎯⎯⎯⎯ disse a garota.

Chegando ao colégio, o barulho do sinal ainda era evidente, como sempre, de forma escandalosa que pudesse ainda ser ouvido de longe, adentrando mais a fundo ambos descobrem que são da mesma turma "2ª", as vezes coincidências ocorrem... Após entrarem na turma, Kaike organiza os papeis da garota os quais ele estava carregando juntamente do restante, em cima da mesa dela.

「a propósito... qual seu nome?」⎯⎯⎯⎯⎯ perguntou kaike

「me chamo, layla e você desastrado tem um nome?」

Ambos se cumprimentaram, enquanto abriram um sorriso sincero das duas partes.

「Kaike, prazer」⎯⎯⎯⎯⎯ exclamou Kaike, feliz por agora ter uma companheira de turma, pra variar, já que o mesmo sofria um preconceito bem evidente por ser de um bolsista de comunidade, em um colégio onde a maioria nunca nem sonha em um dia botar seus pés lá.

O restante da turma pareceu bem surpreso ao ver a garota simpatizando com o rapaz que muitos nem consideram um aluno de sua escola, por mais que Kaike não esquentasse a sua mente com isso, fazer uma amizade nova talvez resolvesse esse vazio de não ter alguém pra contar nesse abismo.

Ao cair da tarde, com ela ia chegando o horário de saída, e logo todos os alunos iam guardando de seus pertences e se preparando para voltarem para suas casas. Kaike e Layla então já se preparavam para se despedir ⎯⎯⎯⎯⎯ vai precisar de ajuda com seus documentos amanhã? Disse Kaike rindo da cara dela ⎯⎯⎯⎯⎯ Layla ficou levemente corada, sabendo que ele não tinha intenção de ofendê-la. Com um sorriso meigo ela se lembra, MAS KAIKE? NÃO FOI VOCÊ QUE ESBARROU EM MIM? ⎯⎯⎯⎯⎯ alegou Layla. Aé mesmo né ... Não precisamos nos preocupar com os pequenos detalhes, não é mesmo? ⎯⎯⎯⎯⎯ disse Kaike desconversando seu erro. ⎯⎯⎯⎯⎯ enquanto Layla ria da cara de bobão de Kaike, ela se despedia dele. tchau Kaike, disse Layla. Então ambos se despediram e seguiram seus caminhos, porém para Kaike ele não esperava que para ele o caminho pudesse ser um pouco mais conturbado, quando em seu caminho ele tromba com uns rostos familiares de seu colégio.

Eram alguns moleques que já perturbavam Kaike a um tempo, mas dessa vez o assunto era um tanto quanto... Peculiar, eles estavam incomodados que Kaike estava se simpatizando até demais com a novata que entrou hoje na escola, e Kaike ficou sem entender ⎯⎯⎯⎯⎯ o'que eu tenho haver com isso? ⎯⎯⎯⎯⎯ perguntou Kaike em resposta, já irritado

⎯⎯⎯⎯⎯ E que seria uma pena ter que arrebentar cada metro quadrado de sua existência, e tirar o restante do pouco de dignidade que talvez você pense, ou ache que talvez tenha... Enfim, acho eu, que não preciso ter que desenhar para você, um serzinho tão perfeitinho entender o'que caralhos a de fazer, entendeu o recado? ⎯⎯⎯⎯⎯ disse de forma totalmente educada um dos moleques

⎯⎯⎯⎯⎯ vocês são cabaços demais, mas tá tudo bem, pelo visto um moleque tão fodido que nem eu, pode conseguir deixar vocês com medo de perder a única garota que não dá bola pra vocês, ops... Hahaha ⎯⎯⎯⎯⎯ exaltou-se kaike

⎯⎯⎯⎯⎯ acho que você não quer voltar pra casa com a cara toda esfolada né garoto? Sua mamãe vai ter que usar o dinheiro do ano todo para tratar os ferimentos de uma briga que você mesmo causou, então pensa antes de fazer merda, seu otário ⎯⎯⎯⎯⎯ disse o rapaz, em resposta a Kaike

Kaike guardou para si o ódio e a raiva que naquele momento bate forte dentro de si, querendo descontar no corpo a corpo todo sentimento que aquelas falas despertaram em seu coração, mas ele sabia que se ele se machucasse o custo para poder tratar de seus ferimentos não seria nada barato e sua mãe com toda absoluta certa usaria de seu tão rigoroso trabalho para tratar dele.

⎯⎯⎯⎯⎯ podem ficar suave ⎯⎯⎯⎯⎯ disse Kaike segurando suas lágrimas de cair em frente aos babacas, eu não guardo nenhuma intenção de querer me envolver de alguma outra forma com a garota de vocês

⎯⎯⎯⎯⎯ eu disse pra você ficar longe, você ainda não entendeu? ⎯⎯⎯⎯⎯ disse o rapaz ⎯⎯⎯⎯⎯ mas eu só acho, tipo só acho que depois de eu parar de falar com ela, e vocês forem tentar dar ideia nela, muito provavelmente acabaram mal sucedido, não seria totalmente estranho essa sequência de ações não? ⎯⎯⎯⎯⎯ contra argumentou Kaike

⎯⎯⎯⎯⎯ ... Ah, que ódio, okay, mas fique avisado se tentar alguma gracinha, você tá fodido rapaz ⎯⎯⎯⎯⎯ disse o rapaz.

Um dos moleques empurra o Kaike o fazendo cair e falarem pra ele cair fora daqui e vazar, Kaike se recompõe e caminha até o ponto de ônibus na qual ele segue seu caminho até sua casa. Ao chegar ao morro do Vidigal já de noite, infelizmente, essa noite ainda consegue ficar pior, antes de conseguir voltar para sua casa Kaike e abordado novamente pelo mesmo rapaz que de manhã foi a sua busca, mencionando que "ele" tava te chamando de novo ⎯⎯⎯⎯⎯ pow irmão, está de noite dá um gelo por favor ⎯⎯⎯⎯⎯ alegou Kaike, o'que não adiantou muito pois ele sabia muito bem que se não fosse ao encontro, talvez fosse pior... Muito pior.

Decidido então a dar um pulo em sua "base", Kaike foi ao encontro do chefe do tráfico do morro do Vidigal, para saber do que se tratava o assunto na qual ele está sendo chamado, já sabendo do que possivelmente se tratava o assunto... E ele não queria ter que decidir alguma coisa.

⎯⎯⎯⎯⎯ Olá Kaike, a noite está linda não concorda? ⎯⎯⎯⎯⎯ disse moreno

⎯⎯⎯⎯⎯ adianta o assunto irmão, eu sei do que você quer, e eu não tomei decisão nenhuma, e a propósito, porque caralhos você me quer nesse teu timinho de merda caralho, vai se foder irmão com todo respeito ⎯⎯⎯⎯⎯ disse Kaike já puto com a situação, o que logo em seguida acarretou para que fosse ser ameaçado com um fuzil encostado em sua cabeça, Kaike sentiu cada segundo após essa sequência de palavras contar, seu coração já está a errando as batidas e ele suava frio... Talvez ele tenha se exaltado até demais.

⎯⎯⎯⎯⎯ Kaike ... Kaike.... Você realmente não tem medo de morrer? HAHAHAHAHA ⎯⎯⎯⎯⎯ disse moreno

⎯⎯⎯⎯⎯ você não tem nem ideia né? Você acha que a gente só mexe com droga e arma, e fica de trocação de bala com a merda do comando da polícia do rio de janeiro, Kaike ... Meu rapaz, as coisas já mudaram a muito tempo, mas pra vocês que não tem nem ideia do que acontece por debaixo do tapete, o mundo é um mar de rosa... Deve ser bom viver de modo despreocupado com a vida, eu no seu lugar eu teria medo, mas exatamente não do que você acha que devia ter medo, esse fuzil na sua cabeça e bem menos perigoso do que você acha, mas eu falando você provavelmente não vai acreditar. ⎯⎯⎯⎯⎯ disse moreno

⎯⎯⎯⎯⎯ mas o que caralhos você tá falando? ⎯⎯⎯⎯⎯ alegou Kaike, você tá bem da cabeça rapaz? isso tá certo não

⎯⎯⎯⎯⎯ vou te dar mais uma semana, esfria sua cabeça e vai pra sua casa... Já tá tarde pra criança estar na rua, meu garoto ⎯⎯⎯⎯⎯ prosseguiu moreno, já podem tirar o fuzil da cabeça dele rapazes

⎯⎯⎯⎯⎯ obrigado, eu acho... ⎯⎯⎯⎯⎯ disse Kaike, boa noite pros senhores.

Então Kaike desceu da base, para sua casa isso já era tarde da noite e ele sabia que ia tomar esporro de sua mãe, e isso tudo sem poder falar onde ele realmente estava, pois, sua mãe com certeza não aprovaria de forma alguma ele se misturando com pessoas que não vale nem o pão que come.

Chegando em sua tão aguardada casa, aguardada pois não que dessa noite não foi das mais fáceis de se conseguir chegar em seu lar, não que já não fosse mais de meia noite, então Kaike bateu a porta e... Nada aconteceu, então ele pegou uma chave que estava em sua bermuda e abriu a porta esperando levar um esporro e, lá estava Maria dormindo no sofá com um chinelo na mão, Kaike então deu uma leve risada ⎯⎯⎯⎯⎯ a senhora não tem jeito mesmo, de forma irônica hahaha. Então Kaike foi-se a pegar uma coberta, na qual usou para aconchegar Maria. Antes de deitar se, Kaike ainda a, de terminar os deveres de sua casa, lavou as vasilhas, tratou de recolher a roupa do varal, retirou se o lixo e ajeitou a sala que estava desarrumada.

E enfim, ele deitou se na cama, sua cama ela possui vista para o horizonte da favela, talvez isso fosse um motivo de sorte pois, ele consegue ver cada centímetro de extensão da favela e ainda consegue enxergar a noite, escura, porém iluminada, com milhões e bilhões de estrelas, e na cabeça ele só desejava que queria um dia ter poder pra mudar isso, ao ver sua favela e mais à frente o começo da cidade ele consegue enxergar o que desde pequeno enxergava, enquanto na cidade tudo consegue ser melhor, na sua favela piora a cada ano, mas enfim... Já tinha acontecido coisa pra um caramba e ele se encontrava cansado, deitou se a cama e então fechou se seus olhos e esperou o sono o levar ló para um lugar melhor...