Chereads / Raízes Ocultas / Chapter 20 - Sob a Mira do Passado

Chapter 20 - Sob a Mira do Passado

O som dos pneus do carro cruzando a estrada de terra era abafado pelo silêncio tenso que dominava o interior do veículo. Vicente Montenegro estava ao volante, com Maria Augusta ao seu lado. No banco de trás, Ernesto mantinha Rodrigo sob vigilância, enquanto uma pequena maleta cheia de documentos comprometedores descansava ao lado de Aurora Bittencourt, que não desviava os olhos de Rodrigo.

A viagem parecia interminável, o ambiente carregado pela consciência de que estava transportando informações que poderiam mudar tudo. Vicente lançou um olhar rápido para o retrovisor, vendo Ernesto encarar Rodrigo com uma intensidade quase predatória.

— Esses documentos... — Maria Augusta começou, quebrando o silêncio. — Eles realmente provaram a ligação entre Santiago e essa organização?

Ernesto respondeu sem hesitar:

— Não só provamos, como revelamos que a 'Aliança da Sombra' era muito maior do que imaginávamos. Santiago tentou sair, mas eles não o deixaram. Agora, cabe a nós expor isso.

Maria Augusta suspirou profundamente. Ela sabia o peso daquela revelação. As conexões de Santiago com o submundo eram mais profundas do que ela poderia imaginar. E, agora, seu filho, Vicente, estava imerso nesse mesmo mundo, lutando para lidar com as sombras de seu próprio passado.

Antes que alguém pudesse reagir, um som ensurdecedor rasgou o ar. Tiros.

Vicente instintivamente girou o volante, tentando desviar de uma emboscada que surgiu na estrada. Dois veículos pretos bloquearam o caminho à frente, enquanto homens armados saíram pelas laterais, atirando em direção ao carro deles.

— Todo mundo abaixa! — disse Vicente, pisando no acelerador e tentando uma manobra evasiva.

Rodrigo, com um sorriso malicioso no rosto, finalmente cortes o silêncio:

— Vocês não acharam que isso seria tão fácil, não é? A 'Aliança da Sombra' sempre sabe onde estão seus inimigos.

— Fique calado! — vociferou Ernesto, pressionando o braço de Rodrigo contra o banco para imobilizá-lo.

Aurora abriu uma maleta ao seu lado, revelando uma arma que Ernesto havia fornecido antes de sairrem. Ela a segura ou com firmeza, sua expressão séria.

— Se eles querem um confronto, é isso que terão.

Os tiros continuaram. Um dos vidros laterais estilhaçou, espalhando fragmentos pelo interior do carro. Vicente conseguiu desviar dos primeiros veículos, mas a estrada estreita dificultava qualquer tentativa de fuga.

— Vamos ser cercados! — exclamou Maria Augusta, segurando-se na porta enquanto o carro faz uma curva brusca.

— Confie em mim! — respondeu Vicente, girando o volante com força para sair do campo de visão dos Atiradores.

Ernesto inclinou-se para frente, seus olhos cravados no retrovisor.

— Temos que reagir agora. Eles não vão parar até conseguir os documentos ou nos excluir.

Aurora estendeu a arma na direção de Rodrigo, seu olhar impiedoso.

— Quem está esperando o resultado aqui somos nós, Rodrigo. E você vai se arrepender de nos subestimar.

O carro derrapou ao sair da estrada principal, entrando em um caminho de terra mais estreito. Vicente manteve o controle com esforço, enquanto Ernesto e Aurora tentaram conter os atacantes.

— Se perdermos esse material, tudo estará acabado! — referiu Maria Augusta, olhando para os papéis espalhados na maleta.

— Não vamos perder nada! — respondeu Vicente com firmeza. — Se eles querem guerra, vamos até o fim.

Rodrigo riu, com um sorriso ameaçador nos lábios.

— Acho que podemos nos derrotar assim? O jogo já foi decidido. Vocês estão apenas atrasando o resultado.

Aurora olhou para ele com um olhar gelado, a raiva prendendo sua garganta.

— Sei que você acha que tudo está sob controle, Rodrigo. Mas a verdade é que você não sabe com quem está lidando. Ela disparou mais uma vez, forçando os inimigos a recuarem momentaneamente.

A situação estava ficando cada vez mais crítica. A perseguição parecia não ter fim, e cada vez mais carros inimigos apareciam para cercá-los. A tensão estava à flor da pele. Vicente estava começando a duvidar se conseguiriam sair dos itens dessa armadilha. Mas sua determinação era inabalável. Ele não poderia deixar tudo acabar aqui. Não poderia perder a batalha antes de revelar a verdade.

Ernesto, de repente, teve uma ideia.

— Vamos parar! —ele falou para Vicente. — Temos que enfrentá-los de frente. Não podemos seguir mais rápido, eles vão nos alcançar.

Vicente olhou para ele, mas hesitou. Foi uma jogada arriscada, mas talvez fosse a única forma de enfrentar aqueles homens de maneira decisiva. Ele pisou no freio e fez o carro parar de forma brusca, com o motor ainda roncando.

— Todo mundo, se prepare! — disse Vicente, com voz firme.

O carro parou no meio da estrada, cercado pelos atacantes. Vicente deixou a arma que carregava e se virou para enfrentar a ameaça, ao lado de Aurora, que também estava pronto para lutar. Maria Augusta segurava-se no banco, tentando manter a calma, enquanto Rodrigo observava a cena com um sorriso cínico.

Aurora foi a primeira a agir, saltando do carro e disparando contra os inimigos, pegando-os de surpresa. Vicente a derrota, e juntos buscamos abater vários dos aventureiros. As balas zuniam ao redor deles, mas a precisão e a agilidade deles começaram a fazer a diferença. No entanto, eles sabiam que não seriam capazes de sustentar por muito tempo o confronto com tantos inimigos.

— Ernesto, precisamos de mais cobertura! — falou Aurora, enquanto se agachava para recarregar a arma.

Ernesto estava pronto. Ele abriu a porta do carro e disparou com precisão mortal, forçando os inimigos a se agacharem. Os carros que estavam atrás deles retrocederam.

— Estamos ganhando tempo, mas isso não vai durar muito! — disse Ernesto, com os olhos fixos no movimento à frente.

Rodrigo, ainda dentro do carro, não parecia assustado. Ele riu baixinho, observando uma batalha com indiferença.

— Eu avisei. —disse Rodrigo. — Não adianta lutar. O destino de todos vocês já está selado.

Aurora disparou uma última rajada, atingindo um dos carros que se aproximava. Eles estavam começando a ser cercados de todos os lados, mas finalmente, os atacantes começaram a recuar. Vicente sentiu um rompimento momentâneo, mas eu sabia que isso não era uma salva. Eles primeiro sairão dali, e rápido.

— Vamos! — tentativa Vicente. — Temos que ir agora!

O grupo correu para o carro, com Vicente dando partida no motor. Aurora e Ernesto se encontraram rapidamente, e a última a entrar foi Maria Augusta, que olhou para Rodrigo com um olhar de desprezo.

— Não vou permitir que você nos destrua. — ela disse, com a voz firme, ao fechar a porta do carro.

— Você não pode fazer nada contra o que está por vir. — Rodrigo provocou, mas ninguém lhe deu atenção.

O carro disparou pela estrada, e, enquanto estava afastado, Vicente olhou para os documentos que estavam na maleta, uma peça-chave para desmantelar a 'Aliança da Sombra'. Eles sabiam que, embora a batalha tivesse sido vencida, a guerra estava apenas começando.

Aurora olhou para Vicente, quebrando o silêncio que seguia:

— Você fez uma escolha certa.

Vicente, com os olhos fixos na estrada à frente, respondeu com um suspiro.

— Espero que sim. Ele sabia que, embora tenha vencido essa batalha, o futuro era incerto e cheio de perigos. O caminho à frente seria mais difícil do que jamais imaginara. Mas ele estava pronto para enfrentá-lo, por sua família e pela verdade.