Aurora manobrou o carro com habilidade, os pneus cantando enquanto ela fazia uma curva fechada para alcançar Ernesto. Vicente apertava o rádio de comunicação, tentando manter contato.
— Ernesto, estamos a caminho. Qual sua localização? — perguntou Vicente, mantendo o olhar atento à estrada.
— Próximo à estrada 47, indo para o desvio sul. Mas eles estão ficando mais agressivos. Preciso de reforço agora! — respondeu Ernesto, a voz tensa.
Aurora acelerou ainda mais, os olhos fixos na estrada à frente. Vicente olhou pelo retrovisor, certo de que ainda não estavam sendo seguidos.
— Quando chegarmos perto, vamos atrair os carros para nós. Você acha que consegue desviar deles? — perguntou Vicente.
— Consigo. Mas isso precisa ser rápido. Eles têm armas pesadas — Ernesto replicou.
O silêncio que se seguiu foi quebrado apenas pelo som do motor rugindo enquanto Aurora desviava de pequenos obstáculos na estrada.
O Resgate
Finalmente, as luzes dos faróis do carro de Ernesto tornaram-se visíveis à distância. Dois veículos o seguiam de perto, seus ocupantes atirando continuamente, tentando acertar os pneus ou o motor.
— Lá estão eles! — disse Aurora, apertando o volante.
— Tenho um plano — afirmou Vicente, enquanto verificava a pistola. — Vamos nos posicionar à frente de Ernesto e forçar os carros a se dividirem. Quando isso acontecer, você os despista.
Aurora olhou para ele de relance, hesitando.
— Isso pode nos colocar em perigo direto.
— Não temos escolha — respondeu Vicente com firmeza. — Se não agirmos agora, eles vão alcançá-lo.
Aurora assentiu, a expressão determinada. Ela acelerou ainda mais, ultrapassando Ernesto pela direita. Quando estavam à frente dele, Vicente abaixou a janela e disparou alguns tiros contra os veículos que o perseguiam, chamando a atenção dos motoristas.
Os carros imediatamente mudaram o foco para o veículo de Aurora e Vicente.
— Funcionou! — disse Ernesto pelo rádio. — Estou pegando um desvio para o norte. Vejo vocês no ponto de encontro.
— Certo. Vão com cuidado — respondeu Aurora, enquanto Vicente continuava disparando.
A Emboscada
Os carros da Aliança da Sombra mantinham a perseguição, disparando contra o veículo de Aurora e Vicente. Um dos tiros acertou o para-choque traseiro, fazendo o carro balançar violentamente.
— Segure firme! — gritou Aurora, enquanto fazia uma curva brusca para entrar em uma estrada de terra.
Vicente, segurando-se no painel, olhou para trás.
— Um deles está se aproximando rápido!
Aurora estreitou os olhos, avaliando a situação. Então, sem aviso, ela puxou o freio de mão e girou o volante, fazendo o carro derrapar em um círculo quase perfeito.
— O que você está fazendo? — exclamou Vicente.
— Surpresa! — respondeu Aurora, pisando no acelerador assim que o carro parou de girar, agora de frente para os perseguidores.
Vicente rapidamente entendeu o plano. Ele mirou e disparou contra o carro mais próximo, acertando o radiador. O veículo começou a soltar fumaça e diminuiu a velocidade até parar completamente.
— Um a menos! — comemorou Vicente.
O outro carro, porém, não recuou. Ele acelerou ainda mais, tentando colidir diretamente com eles.
— Ele está vindo! — gritou Vicente.
Aurora desviou no último segundo, jogando o carro para fora da estrada. O impacto com o solo irregular fez o veículo sacudir violentamente, mas ela conseguiu mantê-lo sob controle.
Um Novo Perigo
Aurora conseguiu voltar à estrada principal, mas agora havia apenas silêncio atrás deles.
— Será que desistiram? — perguntou Vicente, olhando pelo retrovisor.
Antes que Aurora pudesse responder, um som metálico ecoou pelo carro.
— Não é bom sinal — disse ela, olhando rapidamente para o painel.
O motor começou a falhar, e Aurora teve que reduzir a velocidade.
— Eles acertaram algo importante. Estamos perdendo potência.
Vicente pegou o rádio e tentou contactar Ernesto.
— Ernesto, onde você está? Estamos com problemas.
O rádio chiou por alguns segundos antes de a voz de Ernesto responder.
— Cheguei ao ponto de encontro. Onde estão vocês?
— Ainda tentando despistar um deles, mas nosso carro está falhando.
Houve uma pausa antes de Ernesto responder novamente.
— Segurem firme. Estou voltando para ajudar.
Vicente olhou para Aurora, a expressão preocupada.
— Vamos conseguir. Só precisamos ganhar tempo até ele chegar.
O Confronto Final
Enquanto o carro deles diminuía a velocidade, o veículo restante da Aliança da Sombra apareceu novamente no horizonte, acelerando em direção a eles.
— Eles estão de volta — disse Vicente, carregando sua arma.
Aurora parou o carro na beira da estrada.
— Não podemos continuar dirigindo assim. Vamos enfrentá-los aqui.
Vicente assentiu, saindo do carro e posicionando-se atrás de uma árvore para ter cobertura. Aurora fez o mesmo, ficando ao lado dele.
O carro inimigo parou a poucos metros de distância, e quatro homens saíram, todos armados.
— Entreguem-se agora e talvez sobrevivam! — gritou um deles.
Vicente respondeu com um disparo que passou perto do líder, mas não o acertou.
— Acho que não — respondeu Vicente.
O tiroteio começou. Vicente e Aurora mantinham-se protegidos pelas árvores, mas estavam claramente em desvantagem. As balas passavam perigosamente perto, estilhaçando galhos e cascas de árvores ao redor.
De repente, o som de um motor se aproximando chamou a atenção de todos. Um SUV preto surgiu na estrada, derrapando enquanto Ernesto abria a porta e disparava contra os homens da Aliança da Sombra.
— Precisavam de uma carona? — gritou Ernesto, enquanto continuava atirando.
Surpreendidos pela chegada de reforços, os homens da Aliança recuaram para seu carro, tentando fugir.
— Não deixem eles escaparem! — disse Vicente, correndo para uma posição melhor.
Ernesto acelerou em direção ao carro inimigo, forçando-os a desviar para fora da estrada. O veículo caiu em um barranco, ficando preso em meio às árvores.
— Acabou — disse Ernesto, voltando para onde Vicente e Aurora estavam.
A Retomada
Com o perigo imediato neutralizado, os três voltaram ao SUV de Ernesto, onde Maria Augusta e Rodrigo aguardavam. Maria Augusta parecia aliviada ao vê-los.
— Graças a Deus vocês estão bem! — exclamou ela, abraçando Vicente.
Rodrigo, no entanto, continuava com sua expressão sarcástica.
— Vocês ganharam essa, mas isso está longe de terminar.
Ernesto olhou para ele com desprezo.
— Talvez seja hora de você finalmente colaborar.
Rodrigo apenas riu, mas a tensão no ar mostrava que ele sabia que estava encurralado.
Enquanto o grupo seguia novamente pela estrada, Ernesto virou-se para Vicente.
— Estamos mais perto de Nova York. Mas agora, mais do que nunca, precisamos estar preparados. A Aliança da Sombra não vai parar até que destruam tudo.
Vicente assentiu, o olhar determinado.
— Então vamos enfrentá-los. E vamos acabar com isso de uma vez por todas.