*Michael*
O peso de Thomas em meus braços parecia muito mais leve do que a preocupação que se assentava no meu peito enquanto eu traçava nosso caminho de volta ao bangalô. Os eventos do dia haviam se torcido em algo surreal, e agora, com o sol começando a mergulhar no horizonte, a realidade parecia se sustentar por um fio cada vez mais fino. Mas havia conforto na rotina, e eu me agarrei a ela como a um salva-vidas.
"Okay, crianças," murmurei ao cruzarmos o limiar para o santuário de nosso lar, "hora do filme."
Amelia, sempre a imagem espelhada de seu irmão exceto pela faixa de rebeldia que dançava em seus olhos, assentiu solenemente. Ela entendia, sem palavras, que hoje foi diferente—que os joelhos ralados e o estranho acontecimento no calçadão haviam desfiado as bordas de nossa normalidade. Ela era mais perceptiva do que Thomas, sempre observando e absorvendo as emoções das pessoas ao seu redor. Ela herdou sua intuição de sua mãe.