Angelina Fernandez.
A mulher por quem Gabriel havia se apaixonado por anos; a mulher que havia partido seu coração três anos atrás e fugido para o exterior; e a mesma mulher que ele esperava ter de volta até o casamento deles, há três anos.
Era um nome que Leonica jamais esqueceria. Porque até mesmo em sua noite de casamento, o nome que Gabriel murmurava era ainda "Angelina", sem se lembrar de que quem estava deitada sob ele era sua nova esposa.
Leonica já deveria ter desistido desse casamento sem amor se a Vovó não tivesse pedido para que ela não o fizesse. A Vovó nunca gostou de Angelina e sempre acreditou que Leonica era a melhor escolha para esposa de Gabriel.
"Gabriel," Leonica o chamou e então o lembrou, "Você prometeu para a Vovó que ficaria longe daquela mulher."
"Você está me ameaçando?" Gabriel questionou com olhos frios sobre ela. Ouvindo-a falar sobre sua avó falecida, ele não pôde deixar de se sentir enfurecido. "Você não tem posição alguma para falar sobre minha avó."
Ela estava prestes a dizer algo mais quando ele se virou para o motorista e instruiu. "Pare o carro."
A súbita instrução de Gabriel causou uma onda de confusão em Leonica. Suas sobrancelhas se franziram enquanto Gabriel a ordenava friamente.
"Saia!"
Os olhos de Leonica se arregalaram e ela congelou no lugar. "O quê?"
Ele... ele falava sério? Pedindo para ela descer no meio de uma estrada onde carros raramente passavam a essa hora. Então como ela deveria voltar para casa?
"Saia. Fora." Gabriel reiterou com uma voz severa e autoritária.
"G-Gabriel," Leonica chamou, com a voz tremendo.
"Saia, ou eu a farei sair," Gabriel rosnou novamente.
Nesse ponto, o motorista já havia saído e estava segurando a porta aberta para Leonica, com um olhar de desculpas nos olhos.
Leonica não tinha escolha, então, sem outra opção, ela saiu do carro.
Assim que ela saiu, Gabriel bateu a porta com força. As lágrimas que ela havia segurado rolaram pelo seu rosto, enquanto o Rolls Royce acelerava e desaparecia de sua vista.
De repente, a dor em seu coração pareceu ter viajado até o seu estômago e uma dor aguda a atingiu.
Em poucos minutos, tudo ficou escuro e silencioso.
Leonica acordou ao som das máquinas do hospital apitando e sussurros abafados ao seu lado.
Suas pálpebras se abriram devagar e ela se viu deitada em uma cama de hospital, com os braços ligados a um IV.
Lentamente, ela virou a cabeça para o lado, seus olhos pousando nos rostos familiares de seus pais.
A loira que era sua mãe, Cassandra, foi a primeira a perceber que ela tinha aberto os olhos.
"Ah querida, você acordou!" Ela exclamou, um suspiro de alívio escapando.
"Estávamos tão preocupados." Seu pai, Benjamin, interveio, sua expressão carregada de preocupação.
"Papai... Mamãe..." Leonica balbuciou, com a voz fraca e garganta seca.
"Eu vou buscar um copo de água," Cassandra disse, levantando-se de seu assento e saindo do quarto, deixando o marido e a filha a sós.
"Querida, você está bem? Está se sentindo melhor?" Benjamin perguntou, tomando o assento anterior de sua esposa.
Leonica olhou ao redor do quarto com os olhos, antes de olhar para seu pai e perguntar. "Por que eu estou no hospital? O que aconteceu?"
"Você não lembra?" Ele perguntou e ela balançou a cabeça.
Benjamin pressionou os lábios em uma linha fina, suspirando segundos depois antes de começar sua explicação, "Você desmaiou na estrada quando um casal que passava te viu e te levou às pressas para o hospital. Você tinha o meu e o número da sua mãe salvos como seu contato de emergência, então o hospital nos chamou assim que você chegou."
"Ah," Leonica só pôde dizer, franzindo a testa instantaneamente quando a memória do rosto frio de Gabriel voltou à sua mente.
"Eles nos disseram que você desmaiou por causa de anemia e excesso de trabalho. Só por precaução, os médicos fizeram alguns exames e os resultados acabaram de sair," Benjamin continuou, tirando-a de seus pensamentos.
"O que os médicos disseram?" Leonica perguntou, sem perder o olhar triste e preocupado que cruzou os olhos de seu pai.
"Querida," Cassandra voltou ao quarto, carregando um copo de água.
Leonica olhou para ela e notou que seus olhos estavam um pouco inchados e vermelhos como se ela tivesse chorado.
"Tome isso." Cassandra colocou o copo de água na mesa ao lado da cama do hospital e o entregou a Leonica.
Com um aceno, Leonica aceitou o copo e bebeu a água fria, sentindo a secura em sua garganta desaparecer lentamente.
"Eu ouvi vocês falando sobre os resultados do exame." Cassandra se dirigiu ao marido enquanto se sentava. Benjamin acenou com a cabeça.
Leonica, que estava atenta à conversa deles, não conseguiu esconder sua confusão.
"O que foi, mamãe? O que o médico disse?" Ela perguntou.
Benjamin e Cassandra se olharam por alguns segundos, comunicando-se com os olhos, antes de se voltarem para sua filha.
"A razão pela qual você desmaiou foi por causa de complicações leves. Você está grávida de dois meses, Leonica." Sua mãe informou depois de segurar suas mãos firmemente e um pouco animada.
"O quê?" Leonica perguntou surpresa.
Ela... ela estava grávida de dois meses?!