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Chapter 28 - 29- Criando as Esferas do Desejo (3)

Jayden repousou sua mão direita sobre a testa do dragão, fechando os olhos para se concentrar. A respiração desacelerou enquanto ele reunia seu ki, canalizando-o lentamente para dentro da estátua.

Ainda de olhos fechados, ele mergulhou em sua própria consciência, buscando algo que conectasse sua essência ao processo.

Após alguns momentos, ele sentiu uma leve presença. Um pequeno nódulo de luz brilhava fracamente no escuro de sua mente, como uma chama solitária em meio à vastidão.

'Então, isso é minha alma? Não... as almas em Dragon Ball têm forma e até roupas. Isso parece mais... importante, mais profundo. Talvez seja a essência da minha alma, algo como um DNA espiritual.'

Com cuidado, ele focou no nódulo. Aos poucos, pequenos fios de luz começaram a se desprender dele, flutuando na escuridão como fitas etéreas. Jayden estendeu sua consciência e "pegou" um dos fios, guiando-o com precisão até a estátua por meio de seu ki.

No entanto, assim que o fio entrou na estátua, ele se dissipou instantaneamente, desaparecendo como se nunca tivesse existido.

'O que foi isso? Fiz algo errado?' Ele pensou enquanto franzia o cenho

Ele refletiu por alguns segundos, lembrando-se das palavras de Kami-sama. O processo deveria ser relativamente simples, afinal Shenlong e os outros dragões divinos existiam como prova.

'Talvez... talvez o fio não consiga sobreviver fora de mim por conta própria. Vou tentar encapsulá-lo com meu ki.'

Dessa vez, ele separou outro fio de luz, mas criou uma pequena esfera de ki ao redor dele antes de transferi-lo para a estátua. Com o fio protegido, o resultado foi diferente. O fio permaneceu intacto, brilhando levemente dentro da estátua.

'Perfeito. Agora é só repetir até eu sentir a dor de cabeça.'

Pacientemente, ele continuou separando pequenos fios de luz e os encapsulando com seu ki antes de inseri-los na estátua.

De olhos fechados, ele não viu o que estava acontecendo, mas, a cada fio de luz adicionado, a estátua parecia ganhar mais vida. O brilho do rubi intensificava-se, e uma aura quente começava a emanar da figura do dragão.

Após transferir o vigésimo sétimo fio de luz, uma leve pontada atravessou sua cabeça, um sinal claro de que havia chegado ao limite seguro. Ele abriu os olhos e retirou a mão da estátua, observando-a com atenção.

"Impressionante... você conseguiu mesmo na primeira tentativa." Kami-sama disse, com um raro sorriso de satisfação.

Jayden arqueou uma sobrancelha, surpreso com o comentário. "Eu não sei por que isso é motivo de tanto alívio, mas, no momento, qual é o próximo passo?"

"Agora você precisa recitar o ritual de invocação do dragão divino, dizendo seu nome. Assim como fazemos com Shenlong. Faca isso enquanto canalisa toda o seu ki e ele nascerá.

Quando eu criei Shenlong, foi para ajudar as pessoas necessitadas, por isso o chamado é tão simples, mas se você não quiser que outros utilizem desse poder, então face um mas complexo."

Jayden franziu o cenho, pensativo.

"Eu não me importo que outros usem as esferas em emergências, mas não vou usar uma frase tão genérica como a de Shenlong. Preciso de algo grandioso, algo que reflita o momento e a magnitude do dragão."

Kami-sama deu os ombros e disse: "Como preferir. Mas antes disso..."

Ele estendeu a mão, e as sete esferas de rubi flutuaram das profundezas do templo, reunindo-se em um círculo sob a estátua.

Jayden observou a cena com um misto de nervosismo e euforia. Ele assentiu para si mesmo, reunindo coragem, e se virou para sua criação.

Uma onda de emoção inundou seu peito. Esse era o momento pelo qual havia trabalhado tão arduamente, algo que antes parecia um sonho distante, infantil.

Ele respirou fundo, alinhando seus pensamentos, e posicionou-se diante da estátua, qpontou seu dedo para ela e começou a dar seu ki para ela, então com a voz firme e cheia de determinação:

"Ó guardião vermelho, portador do milagre! Criatura divina que cobre os céus com teu corpo esplendoroso e vigia a terra com teu olhar benevolente!"

A estátua do dragão divino começou a brilhar intensamente, saturada com o ki de seu criador, um fantasma de algo maior parecia se mover dentro dela.

Ofegante por estar oferecendo literalmente todo o seu ki, Jayden caiu de joelhos em frente a estátua, mas mesmo cansado ele não parou.

Com força de vontade, ele espremeu até a última gota de ki dentro de si, e deu tudo para a estátua, então com um sorriso que ia de uma orelha a outra ele gritou:

"Eu te invoco: Divina Serpente Vermelha - Ryūjin!"

No instante em que as palavras deixaram seus lábios, algo extraordinário começou a acontecer.

As esferas e a estátua brilharam simultaneamente com uma luz dourada pulsante, como se estivessem vivas. Cada pulso parecia ressoar no ar, como o bater de um coração cósmico. Então, o céu acima escureceu subitamente, como se uma sombra gigantesca tivesse coberto o mundo inteiro.

Nuvens carregadas de raios dourados se formaram em um instante, estendendo-se por todo o horizonte. Elas dançavam no céu, criando um espetáculo de luz e energia que era ao mesmo tempo aterrorizante e belo.

Ao redor do mundo, pessoas pararam o que estavam fazendo e olharam para o céu com admiração. Era um espetáculo inesperado mas uma visão familiar, porém ainda impressionante.

"O Mestre Ryuzen está invocando o Shenlong de novo!" disse um homem, apontando para o céu.

"Não importa quantas vezes eu veja, isso sempre me arrepia."

"Já se passou um ano?" Perguntou uma mulher, franzindo a testa. "Isso não é cedo demais?"

"Quem se importa? Pega o celular! Quero filmar isso de novo!" Gritou alguém no meio da multidão, tentando registrar o momento.

Enquanto isso, no templo de Kami-sama, o ritual seguia seu curso.

As sete esferas do desejo e a estátua do "dragão divino" começaram a levitar lentamente, como se uma força invisível as estivesse erguendo. Seus brilhos individuais intensificaram-se, unindo-se em uma única onda de luz dourada que iluminou todo o templo.

De repente, com um movimento rápido, as esferas e a estátua subiram para os céus, atravessando o telhado do templo como se fossem intangíveis. Lá em cima, abaixo das nuvens tempestuosas, elas começaram a flutuar em um círculo ritualístico, brilhando intensamente como se aguardassem o momento certo.

O céu parecia prender a respiração. Por um breve instante, tudo ficou em silêncio, mas logo a tempestade voltou com força. Raios dourados romperam as nuvens, atingindo a estátua do "Dragão Divino" em uma sequência avassaladora.

SSSHHHRRROOOAAARRRRRHHH!

Um rugido estrondoso ecoou pelo mundo inteiro, profundo e carregado de poder. Era um som diferente de qualquer coisa que os humanos já tinham ouvido. Nem mesmo o rugido do lendário Shenlong era comparável. Este parecia um misto de chiado e sussurro, mas tinha uma força primal que causava arrepios. Como se um instinto ancestral despertasse, todos pensaram a mesma coisa: "Isso é o grito de uma cobra."

Crack!

A estátua começou a rachar. Fendas profundas cortavam sua superfície, e uma luz vermelha intensa irrompia de dentro, brilhando como magma líquido. A cada nova rachadura, o som semelhante ao grito de uma serpente ficava mais alto, como se algo estivesse lutando para emergir.

Mais raios caíam dos céus, atingindo a estátua como se a energizassem. A tensão crescia de forma insuportável, como se o mundo inteiro estivesse à beira de um grande acontecimento.

E então, de repente, tudo parou.

Click.

A estátua se partiu ao meio, e o mundo prendeu a respiração. O silêncio absoluto foi cortado por um novo rugido, ainda mais poderoso:

SSSHHHRRROOOAAARRRRRHHH!!!

Das profundezas da estátua, um vulto vermelho começou a emergir, alongado e serpentino. Seu corpo parecia infinito, ondulando enquanto ascendia aos céus. Ele girava em espirais pelo ar, atravessando as nuvens e se enrolando em volta de si mesmo, como se testasse sua liberdade recém-descoberta.

Mas não era o suficiente.

O dragão continuava a crescer, seu corpo gigantesco se desenrolando da estátua sem fim aparente. Voltava e mais voltas ao redor do céu tempestuoso, até que finalmente, com um último lampejo de luz, a estátua se desfez em pó, levada pelo vento.

Somente então, com o ser colossal finalmente imóvel, o mundo pôde contemplar a grandiosidade da criatura. Embora fosse apenas um terço do tamanho de Shenlong, sua presença não era menos impressionante.

O brilho escarlate de suas escamas reluzia sob a luz dourada que ainda permeava o céu, cada uma parecendo um cristal lapidado com perfeição divina. Seus olhos, profundos e antigos, emanavam uma sabedoria que parecia transcender eras, cintilando como pedaços roubados do céu estrelado em pleno dia.

A Divina Serpente Vermelha – Ryūjin – nasceu.

Por alguns instantes, Ryūjin pairou em silêncio absoluto, sua presença quase esmagadora. Seus olhos gigantescos passearam pelo horizonte, analisando o mundo com curiosidade, como se estivesse vendo pela primeira vez o universo ao qual agora pertencia.

Então, como se guiado por um instinto primitivo e sagrado, ele sentiu uma ligação. Um fio invisível o conectava a algo – ou alguém – muito menor, muito mais frágil.

Curvando seu longo pescoço em um movimento elegante, Ryūjin inclinou a cabeça, dirigindo seu olhar penetrante para o solo abaixo. Seus olhos mágicos cruzaram as camadas de nuvens e poeira com facilidade, fixando-se na figura de Jayden.

Houve um momento de silêncio, como se o mundo inteiro aguardasse. Então, com uma voz surpreendentemente infantil e pura, em completo contraste com sua aparência imponente, Ryūjin disse suas primeiras palavras:

"É um prazer conhecê-lo... pai."

As palavras ecoaram como um trovão suave, carregadas de reverência e uma doçura inesperada.

Jayden congelou. Seus olhos se arregalaram de surpresa, a mente incapaz de processar imediatamente o que acabara de ouvir. Ele abriu e fechou a boca várias vezes, como se tentasse formar uma resposta, mas apenas o ar escapava de seus lábios.

Com o pescoço rangendo sob a tensão, ele lentamente virou a cabeça para Kami-sama, cuja expressão era de leve divertimento e tranquilidade. Apontando para si mesmo com um dedo trêmulo, Jayden finalmente conseguiu balbuciar:

"P-pai?"

Kami-sama, respondeu com um sorriso contente enquanto olhava para cima como se lembra-se de algo, ele também já passou por isso.

Jayden passou a mão pelo rosto, tentando recuperar a compostura.

"Ótimo... agora sou pai de um dragão gigante."

Enquanto ele ainda tentava processar tudo, Ryūjin inclinou a cabeça de lado, com seus olhos brilhando de curiosidade infantil, esperando pacientemente por uma resposta de seu "pai".

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