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Chapter 2 - Capítulo 2: A Assinatura

O sol nasceu timidamente sobre a cidade, suas luzes matinais contrastando com a escuridão da noite anterior. O primeiro chamado chegou ao departamento de polícia antes mesmo que o dia se estabelecesse por completo. O corpo de Victor Almeida fora encontrado, e a cena do crime prometia ser mais do que um simples homicídio.

Quando o detetive Lucas Ferreira chegou ao beco, uma sensação de inquietude tomou conta dele. A cena era cercada por fitas de isolamento, e a atmosfera estava carregada de murmúrios de curiosidade e horror. Os policiais estavam concentrados em preservar a cena, mas Lucas sabia que algo extraordinário estava prestes a ser revelado.

À medida que se aproximava do corpo, o olhar de Lucas se fixou na parede. O que deveria ser um cenário de crime banal se transformou em uma galeria macabra. A pintura que adornava a parede era uma representação vívida de Victor, mas o que realmente chamava a atenção era a forma como a obra capturava a essência do homem: seu egoísmo, suas mentiras e a corrupção que o cercava. Era uma obra de arte que contava uma história – e que história!

Lucas se ajoelhou, examinando a pintura com uma mistura de fascínio e repulsa. O sangue ainda estava fresco, e a técnica do artista era inegavelmente impressionante. Ele se virou para um dos policiais ao seu lado, um jovem chamado Ricardo.

"Quem encontrou o corpo?" perguntou Lucas, seu tom sério.

"Um transeunte que passava pela rua. Ele se deparou com a cena e ligou para a polícia imediatamente," respondeu Ricardo, fazendo anotações em seu bloco.

"Precisamos falar com essa pessoa. E, acima de tudo, precisamos entender quem fez isso," Lucas disse, levantando-se e observando os contornos da pintura. Havia algo quase hipnótico na forma como as sombras se entrelaçavam, como se a obra estivesse viva.

Os investigadores começaram a coletar provas, mas Lucas estava focado em algo além das evidências físicas. Ele sabia que O Artista não era um criminoso comum; ele era metódico e inteligente. Cada detalhe da cena tinha um propósito, e a pintura era sua assinatura.

"Vamos buscar especialistas em arte," Lucas decidiu. "Precisamos entender a técnica e, talvez, o estilo do artista. Isso pode nos dar uma pista sobre sua identidade."

Enquanto os investigadores se dispersavam, Lucas ficou em silêncio, observando a pintura novamente. Ele estava acostumado a ver a humanidade em sua forma mais crua, mas aquela cena era diferente. Era uma crítica, uma reflexão sobre o que Victor representava para a cidade. O Artista não estava apenas matando; ele estava criando um manifesto.

Nos dias seguintes, as notícias sobre o assassinato de Victor Almeida e a pintura que o acompanhava dominaram as manchetes. A cidade estava em choque, e o medo começou a se espalhar como um vírus. O detetive Ferreira tornou-se uma figura central na investigação, aparecendo em entrevistas e coletando informações de cidadãos que temiam pela própria segurança.

Enquanto isso, O Artista observava a repercussão de sua obra. Em um estúdio escondido nas profundezas da cidade, ele refletia sobre o impacto de seu primeiro crime, satisfeito com a atenção que estava recebendo. Para ele, cada reação era uma validação de seu talento e de sua mensagem.

Com um novo objetivo em mente, O Artista começou a planejar sua próxima criação. Ele sabia que a polícia estava em sua cola, mas isso apenas aumentava a emoção do jogo. A arte e a morte eram as suas ferramentas, e a cidade, sua tela em branco.

Lucas, por sua vez, estava determinado a capturar O Artista antes que ele pudesse fazer outra vítima. O desafio tinha se transformado em uma obsessão, e ele se preparava para mergulhar na mente do assassino, tentando prever seus próximos passos. A cidade estava prestes a se tornar um palco para uma luta de inteligência e criatividade, onde cada movimento contaria.

A assinatura de O Artista tinha sido deixada, mas o que viria a seguir ainda era um mistério. A caçada estava apenas começando, e a tensão pairava no ar, como uma tempestade prestes a eclodir.