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Chapter 8 - Entre Sombras e Olhares

Ariandel observava de longe, seus longos cabelos brancos ondulando suavemente com a brisa, seus olhos caleidoscópicos focados no tumulto à frente. Ele sabia onde aquele caminho levava – havia lido a Web Novel e entendia o que Sunny buscava, o segredo que ele estava tentando guardar, as vitórias que ele ainda teria que conquistar.

"Realmente, isso é… embaraçoso," Ariandel pensou, não conseguindo evitar um sorriso suave. "O garoto tem uma maneira peculiar de lidar com as coisas, não é?"

Ariandel, com sua experiência, conseguia ver além da fachada arrogante. O jeito como ele é capaz de criar uma "falsa verdade" revela um traço brilhante de sua capacidade estratégica e seu senso de humor sombrio.

"A bravura e a ingenuidade se misturam de forma tão... encantadora. É, de fato, o que o torna tão divertido, na verdade."

Enquanto os outros ao redor de Sunny riam e zombavam, Ariandel se permitiu observar mais um pouco. Ele tinha o poder de ler o estado emocional de todos ali, e ao focar em Sunny, ele sentiu uma mistura de apreensão, desconforto e determinação, com toques de humor negro e cinismo que o ajudava a lidar com a situação.

Depois de captar a complexidade dos sentimentos de Sunny, ele voltou sua atenção para a extensão de sua própria habilidade.

"Acho que o meu alcance está maior agora…" Ariandel pensou, com um leve franzir de testa. Seus sentidos se tornavam mais aguçados, como se sua percepção se alargasse à medida que as emoções do ambiente se tornavam mais intensas.

Ele estendeu sua mente para além de onde normalmente seria possível. "21 metros agora… Talvez um pouco mais se eu me concentrar." Ele sentiu as tensões sutis no ar enquanto passava pela sala, os grupos de Adormecidos conversando entre si sem nem ao menos perceber sua presença.

"25 metros... Eu diria que esse é o meu limite para o momento, mas isso exigi muito. E mesmo assim, se alguém começar a procurar, minha presença será detectada. Não é exatamente perfeito. Apenas eficaz."

Enquanto caminhava entre os grupos, Ariandel sentiu um pequeno prazer na experiência de testar os limites de sua habilidade. 

A sensação de ser invisível, de ser nada, tinha uma doçura poética para Ariandel. Não de forma leve, mas sombria e melancólica, como se fosse uma sombra que não precisava de aprovação para existir. Mas a ironia de seu Defeito era que, sem o reconhecimento dos outros, ele realmente se tornaria nada, pois sua própria existência dependia de ser visto, de ser lembrado. Ele podia estar ali, mas sem ser reconhecido, logo desapareceria — a invisibilidade não como escolha, mas como condenação.

Essa reflexão pairou em sua mente enquanto ele observava Sunny, que ainda estava no centro da conversa. Ele mantinha um sorriso agridoce, observando os desdobramentos com a curiosidade tranquila de alguém que sabia exatamente como as coisas se dariam.

Em contraste com o comportamento impulsivo de Sunny, que Ariandel via como uma série de trapalhadas e tentativas de demonstrar poder, ele não se importava com o ridículo ou os erros do jovem. Sabia que aquele rapaz ainda tinha um caminho a trilhar e que, apesar de seus passos desajeitados, estavam, de alguma forma, indo na direção certa.

"E, o que seria da vida sem esses momentos? Sem um pouco de desordem? Mas eu ainda me surpreendo com o quanto ele está se expondo."

"E o risco de alguém perguntar: 'Então, você tem um Nome Verdadeiro?' Tem algo preocupante nisso", murmurou Ariandel para si mesmo, divertido.

Ele sabia que não deveria se envolver muito. Estava apenas ali, observando. Com uma concentração meticulosa, Ariandel continuava sua jornada oculta, equilibrando seu poder com a curiosidade, sem se intrometer demais na caminhada de Sunny. "Mas quem diria que o pequeno rato das periferias teria a coragem de provocar os outros assim? Se eu não o conhecesse, poderia supor que ele gosta de apanhar de mulheres bonitas."

Seu sorriso se alargou. Não era zombaria, nem uma risada cruel, mas uma observação tranquila daquilo que estava acontecendo. Um pequeno consolo para o jovem que ainda não sabia o quão longe poderia ir.

***

Nota do Experimento: Projeção da Imagem Mental

BY Ariandel

Objetivo: Testar os limites da Invisibilidade Psicológica e avaliar a eficácia do meu Sentido Mental.

Relatório Inicial: Durante os últimos testes, minha habilidade de Invisibilidade Psicológica mostrou-se mais eficaz e precisa. Meu alcance aumentou, permitindo-me atingir distâncias de até 25 metros, embora isso dependa dos alvos e da minha concentração. A orientação com o sexto sentido também tem evoluído.

Agora, um balanço mais detalhado:

Alcance Expandido:

O alcance da habilidade superou as expectativas iniciais. Como 'monstro dormente', meu sentido alcança 10-15 metros e se estende até 21 metros com emoções intensas ao redor. Consegui manter a invisibilidade com precisão até 25 metros, e minha aura mental é oculta a ponto de não ser percebida, mesmo em distâncias maiores. A percepção de pessoas emocionais ou cientes de minha presença é mais perceptível.

Eficiência da Percepção Emocional:

Minha habilidade de ler emoções permanece constante. No entanto, a capacidade de identificar intenções é limitada. Posso identificar emoções como frustração, ansiedade e raiva, mas não consigo discernir o que a pessoa realmente planeja fazer. O sentido mental pode indicar comportamentos futuros, mas não garante certeza.

Sensibilidade ao Ambiente:

Posso interagir com o ambiente ao meu redor sem ser notado, o que inclui me mover entre grupos de pessoas, observar suas reações e até alterar ligeiramente suas percepções sem quebrar a invisibilidade.

Limites e Controle:

Manter a invisibilidade em multidões exige atenção cuidadosa. Um pequeno erro, como um movimento abrupto ou interação inesperada, pode quebrar a habilidade. Além disso, se alguém estiver ativamente me procurando, minha presença será eventualmente detectada. O uso excessivo da habilidade em curto prazo causa fadiga mental, e longos períodos de concentração reduzem minha capacidade de controle.

Observações Finais:

A dinâmica da Projeção da Imagem Mental, minha invisibilidade psicológica, tem limitações. Ocultar minha aura mental e influenciar a percepção das pessoas é impressionante, mas o aumento do meu alcance precisa ser equilibrado com a necessidade de discrição. Continuarei monitorando esses parâmetros e expandirei os experimentos para entender melhor meus limites.

Conclusão:

Bem, parece que minha habilidade de desaparecer diante dos outros é bastante útil, embora um pouco limitada por minha necessidade de não ser um acidente elegante à espera de acontecer.

Mas não se preocupem, ainda posso me mover entre os Adormecidos e suas adoráveis aventuras emocionais. Um punhado de adolescentes tentando se entender enquanto se acham os mestres do universo… Mas, claro, ainda não chegaram ao ponto de perceber a realidade do poder que realmente têm.

Ah, e o nosso querido Sunny... O "herói" em construção. Posso só imaginar o quanto ele ficaria horrorizado sabendo que está sendo observado por um "dragão afável" de olhos sonhadores enquanto tenta se provar. Não me surpreenderia se ele já estivesse com medo da sua própria sombra. Mas não se preocupem, ele vai crescer… ou pelo menos, espero que ele cresça, antes que o caos o engula. Isso seria um tanto trágico para uma história de "despertar", não?

Enfim, mais experimentos virão. Vamos ver até onde consigo empurrar meus limites enquanto assisto a comédia dramática desses jovens tentando descobrir como não ser um desastre completo.