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Chapter 36 - 34- Missão ranque C (2)

Assim como Sekiro havia previsto, dentro das fronteiras do País do Fogo, a caravana avançou sem enfrentar nenhum ataque ninja. As emboscadas dos ninjas locais eram raras em tempos de paz, mas isso não significava que a viagem fosse segura. Conforme o grupo se aproximava da fronteira, o ambiente ficava cada vez mais hostil. Os mercadores e viajantes já sabiam que, naquela região, bandos de criminosos faziam suas próprias leis, aproveitando as brechas na segurança para atacar desprevenidos.

Após cinco dias de viagem ininterrupta, o grupo já começava a relaxar, confiantes de que chegariam ao seu destino sem problemas. Porém, ao passarem por uma estrada estreita cercada por colinas rochosas, um movimento súbito mudou tudo. De repente, uma flecha cortou o ar e cravou-se à frente dos cavalos, que relincharam e recuaram em pânico, forçando os cocheiros a lutarem para manter o controle das rédeas. Todos os viajantes ergueram a cabeça, alertas, com o coração acelerado.

Do alto de uma colina, sombras começaram a surgir. Primeiramente, um homem de porte robusto, com uma barba malcuidada e cicatrizes que cruzavam seu rosto, apareceu com um sorriso frio e ameaçador. Logo atrás dele, uma dúzia de outros bandidos surgiu, formando uma linha intimidadora. Homens de diferentes estaturas e idades, armados com espadas, machados e até armas improvisadas, cada um com um sorriso predatório que não deixava dúvidas sobre suas intenções.

Alguns dos bandidos vestiam coletes ninja desgastados, evidência de um passado em vilarejos que já não os aceitavam. Esses não eram apenas ladrões; eram homens que possuíam treinamento e, possivelmente, habilidades que iam além das de criminosos comuns.

"Parem onde estão!" bradou o líder dos bandidos, com um tom autoritário que ecoou pelo vale. Sua voz era grossa e carregada de malícia. Ele mantinha uma postura confiante, como alguém acostumado a ter controle sobre suas vítimas.

"Aqui é nosso território! Se quiserem passar, vão ter que pagar pedágio!" gritou o líder dos bandidos, erguendo o machado com um sorriso ameaçador.

As palavras dele fizeram o líder da caravana, um comerciante ganancioso e pouco inclinado a correr riscos, empalidecer. Ele observou rapidamente ao seu redor e notou que seus funcionários estavam despreparados e indefesos, sem armas em mãos. A única "segurança" de que dispunha era um garoto e uma mulher, que pareciam calmos demais para o gosto dele.

Embora a ganância fosse uma característica bem conhecida daquele homem, seu amor pela própria vida era ainda maior. Engolindo em seco, ele se apressou em responder ao bandido, decidido a pagar o preço para manter-se em segurança.

"Sim, sim, c-como quiser! Rápido, tragam dinheiro para esses gentis senhores!" ordenou aos seus assistentes com um sorriso nervoso. No entanto, havia um tom de desdém em seus olhos ao observar Sekiro e Anko, como se sentisse que estava pagando caro por uma segurança que nem valia a pena.

Enquanto a negociação continuava, Sekiro e Anko observavam de longe. Anko, intrigada com a calma de Sekiro, que nem se incomodava em intervir, se aproximou dele.

"Não vai ajudá-los?" perguntou ela, os olhos estreitados, como se estivesse desafiando a postura despreocupada de Sekiro.

"A missão é proteger a caravana", respondeu ele, os braços cruzados. "E eu não vejo nenhum perigo aqui."

"Oh, então você é desse tipo," ela retrucou, com um toque de decepção na voz. "Eu esperava mais de alguém como você."

"E o que exatamente você esperava?" Sekiro levantou uma sobrancelha, a expressão divertida.

"Que você partiria para a linha de frente e derrotaria os bandidos como um herói, sendo reconhecido pelas pessoas," disse Anko, com um sorriso sarcástico. "Algo no estilo de 'grande salvador'."

"Hah! Só os fracos lutam por reconhecimento", Sekiro respondeu, com um leve sorriso desdenhoso. "Os fortes são aqueles que reconhecem os fracos."

"Interessante…" Anko balançou a cabeça. "Então você não se considera um herói?"

"Herói é um termo muito forte para um shinobi. Somos mercenários. Eu faço qualquer coisa pelo dinheiro, não por boa vontade." Ele fitou os bandidos, agora ocupados com os sacos de moedas. "E, além do mais, quem disse que eu não vou atrás deles?"

Anko piscou, surpresa. "Mas você não está…?"

"Eu disse que a missão era proteger a caravana. Como não vejo riscos agora, não preciso fazer nada. Mas eu não seria idiota de deixar um grupo de bandidos dar as caras por aqui e sair ileso."

Anko soltou uma risada discreta, cruzando os braços. "Ah, entendi. Então está me dizendo que vai resolver isso quando eles já não estiverem mais esperando. Dez dangos que o comerciante vai tentar pegar o dinheiro de volta."

"Todos os dangos que você tem escondido, que eu vou arrancar o braço esquerdo dele se ele tentar encostar em mim."

"Tch, você não tem graça." Ela revirou os olhos.

Enquanto Sekiro e Anko trocavam provocações, as negociações finalmente chegaram ao fim. Com o pagamento em mãos, o líder dos bandidos fez sinal para que a caravana seguisse seu caminho. No entanto, ele ergueu a mão, interrompendo o grupo novamente.

"Esperem. Quem deu permissão para vocês irem embora?" perguntou, a voz carregada de ameaça.

O comerciante, que já transpirava de nervosismo, gaguejou. "V-você deseja mais alguma coisa, senhor? Temos os melhores tipos de tecido, em todas as cores que possa imaginar."

"Não se preocupe, vocês podem ir. Mas a mulher fica." O líder dos bandidos apontou o machado para Anko, que permanecia calma, mastigando seu dango como se estivesse alheia à situação.

O comerciante olhou para Anko, hesitando. Ele sabia que Anko era uma kunoichi de Konoha, e provocar alguém de uma vila ninja tão respeitada não era exatamente prudente. Mas então ele lembrou da atitude dela quando se conheceram e sorriu com malícia. Para ele, Anko era um fardo disfarçado de guardiã.

"É uma honra, senhor, pode levá-la," o comerciante disse, com um sorriso traiçoeiro. "Ela é toda sua. Garanto que irá servi-lo bem."

Anko ergueu uma sobrancelha, observando o comerciante com um olhar mortal enquanto terminava de comer o dango. Ela se levantou, esticando os ombros e olhando casualmente para Sekiro.

"Se importa?" Anko pergunta a Sekiro, indicando os bandidos com um olhar rápido.

"Claro." Sekiro responde, começando a caminhar lentamente na direção do grupo.

O líder dos bandidos percebe o jovem se aproximando e solta uma risada debochada. "Uma criança? Hahaha! Vai embora daqui, moleque! Tá querendo bancar o herói e salvar a donzela?" Ele ironiza, lançando um olhar provocador para Anko, que assiste à cena em silêncio, com uma expressão de leve curiosidade.

Os outros bandidos o acompanham, soltando gargalhadas que ecoam pela estrada. Já haviam enfrentado viajantes antes e achavam que Sekiro era apenas mais um jovem arrogante, certamente não uma ameaça.

Sekiro, porém, ignora os risos e continua andando em linha reta, a postura calma, quase casual. Havia uma frieza em seus olhos, uma indiferença ao perigo que incomodava os bandidos. Esse garoto não parecia normal.

Um dos bandidos, incapaz de conter o desconforto, decide agir, achando que seria fácil intimidar o rapaz. Aproxima-se com um sorriso cínico e coloca uma mão firme no ombro de Sekiro. "Vai embora, antes que eu te ensine uma lição, pirralho–"

Crack! Em um movimento rápido, Sekiro prende o braço do bandido e o torce para baixo, quebrando os ossos com um som seco. O grito de dor do homem é abafado pela sequência de golpes que Sekiro desfere em seu torso, cada soco certeiro e devastador. O bandido cai no chão, cuspindo sangue.

"Jay! Seu desgraçado, eu vou acabar com você!" Outro bandido avança com um machado em mãos, o rosto contorcido de ódio. Ele ergue a arma com toda a força, mas Sekiro não recua. Pelo contrário, ele parte para cima do atacante, desviando no último segundo e acertando um golpe direto na mão do homem, fazendo-o soltar o machado, que cai com um baque pesado. Em seguida, uma série de socos rápidos atinge o peito e o rosto do bandido, que cambaleia para trás e cai de joelhos, sem fôlego e ensanguentado.

Os demais bandidos, que antes riam, agora olham a cena em choque. O sorriso desaparece de seus rostos, substituído por uma expressão de medo e indecisão. Eles trocam olhares inquietos, percebendo que não estavam enfrentando qualquer um.

Sekiro, com um semblante inabalável, limpa as mãos na própria roupa e volta seu olhar frio para o líder dos bandidos. "Vocês são mais do que eu previ... estou perdendo o jeito," ele murmura, dando um passo à frente.

Conforme se aproxima, Sekiro acelera. Cada passo torna-se mais rápido, até que ele está correndo diretamente em direção aos bandidos. Eles gritam em desespero, levantando suas armas e tentando encorajarem-se uns aos outros.

Antes que possam reagir, Sekiro salta como um predador em meio a eles, usando suas mãos para se apoiar nos ombros de um bandido e impulsionar-se para outro. Ele se move como uma sombra, saltando de um para outro com agilidade, confundindo o grupo. Um a um, os bandidos começam a acertar-se entre si, sem conseguir acompanhar os movimentos rápidos e imprevisíveis de Sekiro.

A confusão cresce, e alguns dos bandidos abaixam as armas, hesitantes. Sekiro percebe a fraqueza e intensifica a ofensiva. Ele desvia de ataques com a leveza de uma folha ao vento, esquivando-se e avançando como se estivesse dançando entre eles. Cada vez que alguém tenta atacá-lo, ele rapidamente se posiciona atrás de outro bandido, usando-o como escudo.

Os bandidos, agora mais desesperados, tentam atingi-lo, mas hesitam ao ver Sekiro se escondendo atrás de seus próprios companheiros. Sekiro não tem a mesma piedade e soca o "escudo humano" várias vezes, forçando-o a avançar e se chocar contra os outros.

Um dos bandidos, com dificuldade, larga a arma e tenta ajudar um amigo, segurando-o antes que caia. No entanto, Sekiro aparece por trás e desfere um golpe direto na lateral do pescoço de ambos, derrubando-os sem esforço.

O caos dura menos de um minuto. Os bandidos estão no chão, gemendo e desacordados, enquanto Sekiro observa a cena em silêncio.

"67 segundos... Eu preciso de uma espada..." Sekiro murmurou para si mesmo, olhando ao redor para os corpos dos bandidos caídos, enquanto flexionava as mãos marcadas pela batalha. "Mas foi um belo tempo, considerando que usei apenas meus punhos."

Sem perder mais tempo, Sekiro começou a vasculhar os pertences dos bandidos. Ele não deixava nada para trás. Armas, armaduras, moedas, qualquer item de valor era seu agora. Ainda que algumas coisas fossem inúteis para ele, Sekiro sabia que sempre poderia trocá-las por algo mais útil em suas jornadas.

Em meio a essa pilhagem silenciosa, ele encontrou uma bolsa particularmente volumosa. Ao abri-la, viu moedas douradas derramarem-se para fora. Ryos, ouro suficiente para fazer qualquer homem comum tremer de ganância. Mas Sekiro só observou com frieza, até que um grito interrompeu seus pensamentos.

"E-ei, esse é o meu dinheiro!" berrou o mercador, desesperado ao ver suas riquezas indo embora.

Sekiro o ignorou completamente, como se sua voz não passasse de um sussurro ao vento. Ele terminou de recolher o que achou necessário e, com um movimento preciso, amarrou os bandidos inconscientes, prendendo-os firmemente com uma de suas cordas, antes de atar o grupo à caravana.

"Eu estou falando com você! Devolva o meu dinheiro!" o mercador gritou novamente, a voz entre o desespero e a raiva. Ele avançou, a mão gorda agarrando o ombro de Sekiro com força.

Foi sua última ação precipitada. Antes que pudesse fazer mais alguma coisa, o mercador viu o brilho de uma lâmina passar perto de seu rosto, e logo em seguida, uma dor cortante o dominou. Ele olhou, horrorizado, para o próprio braço que agora estava pendendo inerte, o sangue jorrando. Um grito de dor desesperada ecoou pela estrada, seus joelhos cedendo enquanto ele caía ao chão.

Sekiro o olhou, imperturbável. Para ele, aquilo era uma lição simples para alguém que ousava enfrentá-lo sem a menor chance de vitória. Lentamente, ele pisou sobre a cabeça do mercador, pressionando o pé com força enquanto o homem gemia de dor.

Então, Sekiro se inclinou para mais perto, seu rosto emoldurado por uma expressão fria e impassível. Os olhos do mercador estavam vermelhos, lacrimejando, enquanto os de Sekiro brilhavam com um amarelo vibrante, intenso, quase hipnótico.

"Não me toque... jamais."

A voz de Sekiro era baixa, mas carregava uma firmeza que fez o mercador recuar, mesmo preso sob seu pé. O brilho ameaçador em seus olhos era o suficiente para calar qualquer resposta, para esmagar qualquer resquício de resistência.

Ele soltou o mercador, que ficou deitado, ofegante e sem forças, a expressão marcada pela dor e pelo terror. Sekiro deu as costas e retomou seu caminho, indiferente à bagunça que deixava para trás.

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