Lyla
Por um momento, ninguém se moveu. Então, lentamente, Darius me soltou, sua expressão mudando de arrogância para inquietação.
"Quem diabos era aquele?" ele murmurou, lançando um olhar na direção do rosnado.
Eu não respondi. Eu também não sabia quem ele era, mas senti uma atração estranha por ele, uma sensação de segurança que não sentia há anos. Meus olhos se voltaram para ele, do outro lado da sala, mas ele não estava mais lá.
Desesperada, virei procurando por ele na multidão, mas não o encontrava. Ele estava aqui há apenas alguns segundos. As risadas cruéis dos rapazes me lembraram do meu dilema atual.
Um dos rapazes de repente soltou um grito e apontou para as minhas pernas – eu fiquei envergonhada conforme eles riam novamente. Eram os meus líquidos quentes... Eu estava tão excitada que podia sentir toda a minha roupa íntima, encharcada. Fechei os olhos, tentando bloquear todos ao meu redor. Meu corpo estava apenas reagindo por ter tantos homens ao meu redor ao mesmo tempo.
"Que foi, Lyla? Está com um pouco de... vontade?" Darius me provocou conforme se aproximava novamente. "Aposto que você faria qualquer coisa para isso parar, não é?"
Prendi a respiração. Pude sentir meu cio intensificando. A voz do Darius – o cheiro masculino dos homens ao meu redor... caramba! Estava me deixando louca, fazendo minha pele queimar e meus pensamentos se embaralharem. Era como se cada nervo em meu corpo estivesse em chamas e meus sentidos estivessem sobrecarregados pelo desejo insuportável correndo em minhas veias.
Gemi alto, apertando as pernas enquanto o cheiro da minha alta excitação pairava pesado no ar. Agora, isso não importava, eu só queria cuidar da pressão crescente dentro de mim.
"Vamos, lá," Darius zombou, se inclinando mais perto. "Por que você não implora pra nós? Podemos até ter piedade de você, sua vira-lata."
Rejeitei, meu coração disparou. O insulto doeu, mas a pior parte foi o lampejo retorcido de excitação que pulsou em mim com as palavras dele. Eu detestava a traição do meu corpo, como ele ansiava por qualquer toque, qualquer alívio, mesmo daqueles que me desprezavam. Minhas pernas estavam fracas, minha respiração ofegante e eu sabia que estava perdendo o controle.
Isso ainda não era o auge, mas o calor era demais e minha mente estava nublada pela necessidade que crescia a cada segundo.
Os amigos de Darius caçoaram, seus insultos se misturando ao rugido em meus ouvidos. "Olha ela," um deles riu. "Ela mal consegue ficar em pé. Patética."
Outro rapaz deu um passo à frente e passou o dedo indicador em meus lábios. Gemi de desejo, e abri a boca quando ele colocou o dedo dentro dela, lágrimas queimaram em meus olhos – eu desejava poder me controlar, mas não conseguia.
Passei a língua para cima e para baixo em seu dedo, gemendo.
A voz do rapaz pingava falsa simpatia enquanto ele se virava para os amigos. "Aposto que ela faria qualquer coisa para que isso parasse. Não é mesmo, Lyla? Você quer que eu..."
Não aguentei mais, empurrei-os para atravessar antes dele terminar de falar, tropeçando enquanto tentava escapar. Eu podia sentir os olhares em mim, podia ouvir as risadas de escárnio me perseguindo, mas não olhei para trás. Meu único pensamento era fugir, encontrar algum lugar – qualquer lugar – onde eu pudesse respirar.
Colidi com uma sólida parede de músculos e cambaleei para trás. Ergui o olhar, uma desculpa nos lábios, mas as palavras morreram na minha garganta.
Era o homem dos olhos âmbar. Seu olhar se fixou no meu com uma mistura de curiosidade e algo mais sombrio. De perto, ele era ainda mais impressionante – alto, com ombros largos, vestido em um terno impecavelmente alfaiatado – uma indicação de poder e autoridade.
Um silêncio coletivo caiu sobre a sala enquanto todos viraram para assistir. Eu podia sentir os olhares e um pavor nauseante se acumulou no meu estômago. Meus olhos se desviaram para o seu anel de sinete no terceiro dedo da mão esquerda e eu suspirei. Ele era um líder Lycan, mas não qualquer líder Lycan. Ele era o Líder Lycan do Trono da Lua Branca – o posto mais alto no mundo lobisomem.
Meu coração batia forte enquanto eu percebia a gravidade da situação. Eu estava diante do homem mais poderoso do meu mundo, com o cheiro do meu cio em seu rosto. Tremi, esperando uma reprimenda ou pior. Eu sabia a punição para ciclos de cio descontrolados, especialmente em público. Minha condição é vista como uma desgraça, uma vergonha que poderia provocar a ira do conselho do Trono da Lua Branca.
Os olhos do líder Lycan eram intensos, um âmbar profundo que parecia me ver por inteira. Mas em vez de condenação, seu olhar continha algo mais. Ele estendeu a mão, me puxando do chão com uma gentileza surpreendente.
"Você está bem?" Ele perguntou, sua voz enviando calafrios pela minha pele já hipersensível. Seu toque era elétrico, sua mão quente contra meu braço e minha respiração engasgou novamente enquanto eu lutava para encontrar minha voz.
"Eu – Eu estou bem," eu gaguejei, mas meu corpo escolheu aquele momento para me trair novamente. Outra onda de cio veio sobre mim, mais forte que a anterior e meus joelhos dobraram. Me inclinei contra ele, minha visão embaçando enquanto o desejo sobrecarregava meus sentidos.
O líder Lycan me segurou, seu aperto era firme. Nossos corpos estavam incrivelmente próximos agora e eu podia sentir as partes duras de seu peito contra o meu, eu podia cheirar a mistura intoxicante do seu cheiro – terroso, selvagem e perigoso. Levantei os olhos para ele, minhas bochechas coradas e vi seu olhar fixado em mim com uma intensidade que acelerava meu coração.
O tempo pareceu desacelerar. O quarto desapareceu, os sussurros e o julgamento desapareceram ao fundo enquanto eu e o líder Lycan permanecíamos trancados nesse momento estranho e carregado. Seus olhos escureceram, um vislumbre de algo cru e primal cruzando suas feições. Eu não conseguia desviar o olhar. Eu estava atraída por ele de uma maneira que desafiava a razão, uma atração tão poderosa que me fez esquecer onde estava e quem eu deveria ser.
A cabeça do líder Lycan se abaixou, seus lábios a apenas centímetros dos meus. Prendi a respiração e me vi inclinando para ele, querendo – não, precisando – que ele fechasse a distância. Meu corpo ansiava pela conexão, o alívio que apenas ele poderia proporcionar neste momento de minha ânsia.
Mas antes que nossos lábios pudessem se encontrar, uma voz cortou a névoa.
"Lyla?"
Pisquei, saindo do transe. Nathan, meu amigo de infância, estava na borda da assembleia, seus olhos arregalados com choque. O que está acontecendo aqui?" ele exigiu se aproximando, sua voz cheia de preocupação.
O olhar de Nathan oscilou para o líder Lycan e suas sobrancelhas se arquearam em reconhecimento. Sua expressão mudou imediatamente para uma de respeito e logo ele se curvou profundamente.
"Minhas desculpas, Alfa Ramsey. Eu não percebi...".
Mal ouvi o resto das desculpas. Tudo em que eu podia me concentrar eram os braços de Ramsey ainda envoltos em mim, seu toque queimando por meu vestido, incendiando minha pele. Não conseguia desviar meus olhos do rosto dele, não podia ignorar como seus dedos permaneceram na minha cintura como se ele não quisesse soltar.
O líder Lycan – cujo nome eu agora sei ser Alfa Ramsey – manteve o olhar fixo em mim, mas qualquer conexão que tinha brotado entre nós foi abruptamente cortada. Sua expressão mudou, endurecendo em algo ilegível.
Num movimento rápido, ele me soltou e eu cambaleei para trás, me segurando a tempo de evitar cair.
O calor do seu toque permaneceu e meu coração deu uma torcida dolorosa ao vê-lo se afastar sem mais uma palavra. Ele atravessou a multidão, sua postura rígida, sua presença comandando respeito de cada lobisomem no quarto. Ninguém ousava se aproximar dele, nem mesmo Nathan que ficou parado no lugar.
Meus joelhos estavam fracos enquanto eu observava Ramsey partir. O momento tinha passado e eu estava atordoada, meu corpo ainda queimando com desejo não realizado. Nunca tinha sentido algo assim antes – essa atração por um homem tão perigoso quanto era fascinante. Minha mente girava com a implicação do que tinha acabado de acontecer, com a realização de que Alfa Ramsey...
O líder Lycan me olhou como se me desejasse tanto quanto eu o desejava.