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Chapter 5 - Demônios sempre são bons em raciocinar.

"Por que você não se torna minha noiva como preço?"

Pisquei, repetidamente. Eu estava tão bêbado que comecei a ouvir coisas ridículas?

"...como é que é?"

"Torne-se minha noiva," a voz era firme, com um sorriso que realmente parecia pertencer a um demônio.

"...uma o quê agora?"

Pacientemente, ele respondeu com diversão. "Minha noiva."

"...sim?"

"Ótimo, você disse sim, então o acordo está fechado," ele bateu palma uma vez, com um som alto que quase me fez sóbrio. Enquanto ainda estava atordoado de choque, ele se levantou da mesa em que estava sentado, caminhando em direção a uma mesa com uma variedade de vinhos.

"Hu...hã? Não, espera! Esperaesperaespera!" Levantei e me atrapalhei em pânico. "Não foi isso que eu quis dizer... eu não..."

Ele parou de andar e me encarou — nas minhas mãos que se agarravam ao seu estupidamente bem-feito terno. Esse olhar me deixou sem palavras, e todos os pensamentos de protesto se acalmaram em minha mente embotada. "...por quê?" Tudo que eu podia dizer era uma pergunta trêmula.

"Por que não?" sua resposta veio em um tom fácil e casual, como se decidir me fazer sua noiva fosse tão simples quanto decidir qual vinho ele beberia daquela seleção na mesa.

Talvez realmente fosse fácil. Um senhor demônio... provavelmente tinha mais de uma esposa, certo? Talvez até mesmo um castelo inteiro cheio de concubinas, como os reis e nobres daquelas histórias históricas. Afinal, ele era o Senhor dos Demônios da Avareza. Provavelmente colecionava esposas também, como uma para cada raça ou algo assim.

Mas mesmo assim...

"Meu Senhor, você sabe que eu sou um padre, certo?" Olhei para ele, o maldito demônio alto. Talvez ele fosse o bêbado...

"E o que isso tem a ver com alguma coisa?" ele se sentou na mesa de vinhos agora, fazendo nossos rostos se encontrarem na mesma altura. Ele inclinou a cabeça, me observando com um sorriso divertido.

Maldito demônio se divertindo com isso.

"Isso tem a ver com tudo —"

De repente, meu queixo foi agarrado, me obrigando a parar e apenas olhar para ele. Ele olhou diretamente nos meus olhos e falou em um tom firme; "Você foi quem disse que faria qualquer coisa, senhor 'padre', então que comportamento é esse?"

Este é o comportamento de alguém que recebeu uma proposta repentina, do nada e ultrajante. Eu queria ser firme e sutil e desviar isso de uma maneira mais sofisticada, mas em vez disso, franzi os lábios e gemi.

Juro que não vou beber álcool novamente.

"Eu posso ter pelo menos um tempo para pensar a respeito?" Agarrei a mão dele que estava no meu rosto, olhando para ele com um olhar que usei para implorar à enfermeira para me deixar comer comida lixo só uma vez.

Os olhos dele olharam para baixo, para meus dedos que tocavam suas mãos. Provavelmente eu não deveria tocá-lo descaradamente, certo? Mas fiz mesmo assim, minha mente frenética apenas queria retratar o que eu disse sobre fazer 'qualquer coisa'. Felizmente, ele não me jogou do outro lado da sala por essa transgressão.

"O que você tem para pensar?" os olhos dele percorreram mais baixo, como se me avaliassem de cabeça aos pés. "Você tem algum outro tipo de pagamento além de si mesmo?"

Ai, maneira de me chamar de falido, cara.

Tristemente, não, eu não tinha nada. Talvez se eu tivesse algum tipo de conhecimento do futuro...

Eu tinha um pouco, incluindo o fato de que o herói poderia vir atrás dele um dia. Mas eu não tinha certeza sobre nenhuma das ideias e sugestões; quais seriam incluídas e quais não seriam. E eu ainda estava no meio de lembrar delas uma a uma, já que todas essas ideias foram feitas em conversas — Eu apenas escutei ela falando sobre isso por causa do meu próprio tédio.

Então, não, infelizmente, o poder do futuro não estava em minhas mãos.

Mas mesmo que eu tivesse que me vender, isso não deveria significar como uma... noiva, certo? "Eu posso trabalhar com você, eu posso ser seu servo," respondi com entusiasmo. "Se meu poder voltar, você pode usá-lo como quiser."

O Senhor dos Demônios, no entanto, não parecia muito divertido. "Isso aconteceria naturalmente se você fosse minha noiva também, não é?"

Uau, olha só, ele estava certo. 'Pensa Val, pensa!'

Eu nunca me senti do lado dos mais espertos, mas naquela noite me senti particularmente estúpido.

Ele soltou meu queixo, e eu soltei a mão dele. Mas ele agarrou meu pulso no lugar, o qual eu não consegui reunir células cerebrais suficientes para arrancar, apenas ocupado procurando uma desculpa.

"Mas..." Olhei para ele com o que pensei ser um olhar submisso, "não beneficiaria mais seu prestígio se eu fosse apenas seu humilde servo?"

O Senhor Demônio Natha estreitou os olhos, a íris prateada ondulando em frieza. "Você acha que eu preciso de mais prestígio?"

Uh-oh. "Não!" Balancei a cabeça com urgência. "Mas..."

"Claro, eu posso te transformar no meu servo," ele me interrompeu porque eu podia inventar uma conversa fiada para me defender. O aperto no meu pulso apertou levemente, e não pude evitar de estremecer. Sua voz grave perfurou meus sentidos com a pressão que me fez ficar congelado diante de sua figura. "Mas estou sendo magnânimo aqui, fazendo de você minha noiva para que você se torne aquele para quem os serviços são prestados,"

Senti pavor. Não raiva, mas algo como um aviso. Embora isso também pudesse ser minha má percepção e julgamento precário.

"Já que você é uma figura tão importante aqui," ele continuou, e a lógica começou a voar para minha cabeça confusa. O aperto no meu pulso pareceu me acordar um pouco.

Isso também ajudou que Natha tão gentilmente explicasse isso para mim.

"Ou você acha que pode sobreviver no território dos demônios como um mero servo?" ele inclinou a cabeça, me encarando de forma penetrante. "O assassino dos demônios?"

Oh...

Certo. Eu era um inimigo com um apelido tão ruim. Mesmo se eu virasse para o lado dos demônios, não mudava o fato de que Valmeier havia matado muitos dos seus semelhantes, mesmo que eles servissem a um Senhor diferente. O que eles pensariam, se uma pessoa que foi apelidada como assassina de seus parentes andasse entre eles?

E não havia garantia de que este corpo poderia recuperar sua força anterior, mesmo depois de usar o elixir cura-tudo.

Com essa condição, eu poderia muito bem encontrar meu fim no momento em que saísse dessa sala.

Não — eu poderia até morrer neste exato momento, se irritasse esse Senhor dos Demônios na minha frente.

"Você acha que eles não tentarão te despedaçar se você não tiver nenhum status aqui?" ele soletrou as coisas que estavam girando na minha mente, capturando-me naqueles olhos prateados como um atoleiro.

Ele puxou meu pulso, e me fez tropeçar para a frente, como quando ele me afastou da sacada do palácio. Como um prisioneiro preso dentro do cativante luar de seus olhos, eu só podia ficar congelado, dócilmente sendo movido, enquanto sua voz continuava em meus ouvidos. "Mostrei a você minha bondade e consideração, e você veementemente a afastou?"

Ah. Não era raiva com que ele falava, era desolação.

"Sua resposta?"

"...Sim," o que mais eu poderia dizer nesse ponto? Eu não conseguia pensar muito nas consequências que minha resposta teria, mas eu só queria viver por enquanto.

Você não poderia se rebelar se estivesse morto, de qualquer maneira.

"Eu não ouvi claramente o suficiente," ele me puxou novamente, e eu tive que me segurar agarrando seu peito largo. Droga!

"Sim!" Sibilei minha resposta, um pouco mais alto.

"Bom," finalmente, ele soltou meu pulso com um sorriso, e eu o usei para cambalear para trás um pouco, só para não ter que olhar de perto para aquele rosto e olhos. Mas seus dedos se moveram para o meu rosto, e eu estremeci com a sensação fria de sua pele na minha bochecha. "Seria um desperdício se eu te perdesse logo depois de te consertar, certo?"

Haa... maldito demônio. E daí se você parece o homem dos meus sonhos?

Encarei-o com desprezo frio, mesmo enquanto seus dedos acariciavam minha bochecha. Havia um sorriso brincalhão em seu rosto que me fazia pensar que tudo até esse ponto era apenas sua astuta trama. Meu olhar se estreitou, enquanto olhava para ele com suspeita.

"Para um menino tão bom, darei a você um presente de boas-vindas," ele retirou seus dedos, e eu recuei novamente antes que ele pudesse me tocar mais.

Menino bom uma ova! Eu já passei dos vinte an—

E então meus olhos, que haviam seguido o movimento de sua mão — viram o Senhor Demônio abrindo a mão. Uma pequena fissura apareceu em cima da sua palma, como um pequeno portal giratório. O portal brilhou, então, numa luz dourada ofuscante, e eu tive que fechar os olhos por um momento.

Quando a luz baixou e eu abri meus olhos, o que me saudou foi a visão da mais bela e intrincada pequena garrafa cheia de um líquido dourado. Havia um brilho hipnotizante nela, e a garrafa estava cercada por uma luz cintilante, como se houvesse um efeito especial sendo tocado em meus olhos.

Ou talvez eu estivesse apenas bêbado.

De qualquer maneira, havia apenas uma coisa que eu poderia inferir dessa aparência ostentosa.

"É..." Senti minha voz ficar presa na garganta, meus dedos se agitando com vontade de simplesmente arrancar a pequena garrafa dali.

O sorriso no rosto de Natha era quase tão cegante quanto o efeito mágico na garrafa. "A que você tem procurado..."

Tive que apertar meus dedos, para não acabar me jogando na garrafa — nele. Engolindo em silêncio, olhei para ela com os olhos bem abertos.

"O elixir cura-tudo,"

Amrita.