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Chapter 22 - O Nevoeiro

Derek tinha começado a tomar os comprimidos para dormir como um meio de finalmente conseguir algum sono. E os comprimidos para dormir tinham dado a ele isso.

Mas infelizmente, eles também trouxeram consigo... a névoa. Não importava o quanto ele tentasse acompanhar o mundo acelerado no qual vivia, nada mais vinha fácil para ele. E com cada dia que passava, a névoa ficava mais e mais densa até que ele foi reduzido a apenas resmungar, tentando dar o seu melhor para parecer que sabia o que estava acontecendo quando estava completamente perdido. Sua mente frequentemente desligando em algum ponto após as saudações serem trocadas.

As coisas não estavam tão ruins, ele tentava se tranquilizar. Claro, sua mãe estava lhe dando olhares ainda mais preocupados nos breves momentos em que se viam. Mas a pessoa com quem ele passava a maioria dos dias, Emily, não parecia notar nada de errado, então ele devia estar pelo menos um pouco funcional. Tão perdido na névoa, não lhe ocorreu que algo poderia estar errado com Emily, assim como algo estava errado com ele.

Optando acreditar que ela teria perguntado se ele parecesse não estar sendo ele mesmo, Derek conseguiu se enganar por um tempo. Mas tudo desmoronou ao seu redor com a visita de seu tio.

"Ahh, sobrinho, que bom que consegui encontrá-lo..." Derek encarou seu tio. Ele piscou, uma vez, duas vezes, tentando descobrir se tinha esquecido algum encontro, mas não conseguiu pensar em nada, então simplesmente assentiu.

Ele havia estado encarando uma tela em branco por mais de meia hora. Mas quando seu tio entrou mais no escritório, Derek fechou seu laptop. Era melhor se o homem pensasse que ele estava trabalhando em algo.

Como esperado, os olhos de seu tio seguiram o movimento. Olhos verdes semelhantes aos seus próprios se estreitaram antes que seu tio pudesse se controlar.

"Vamos lá, sobrinho, o que você acha que eu faria, roubaria segredos da empresa e os venderia ao melhor lance?" O homem mais velho riu, o som alto demais para os ouvidos de Derek.

Ele tentou empurrar sua cadeira para trás, mas seu tio não permitiu. Ele se aproximou, ignorando as cadeiras do outro lado da mesa de Derek e parando bem ao lado dele.

Ele exalava não apenas um terrível perfume caro, mas também fumaça de cigarro. A combinação era suficiente para deixar Derek enjoado.

"Agora, sobrinho, já que parece que te peguei em um momento de folga, vamos falar de negócios," Uma mão se levantou e descansou em seu ombro. O cheiro de perfume e cigarro se intensificou.

Derek queria estar em qualquer outro lugar menos ali, mas quando tentou se afastar, a expressão de seu tio mudou. Seus olhos ficaram frios mesmo enquanto um sorriso se estendia em seu rosto.

"Vamos, vamos falar de negócios, sobrinho,"

Se Derek fosse perguntado sobre o que exatamente eles conversaram naquela meia hora terrível, ele sinceramente não saberia. Tudo o que ele sabia era que, seu tio tinha aberto a boca e não parado de falar.

O som de sua voz, suas palavras, seu cheiro, tudo isso pesando sobre Derek e deixando-o tão confuso que mal conseguia pensar. Quando seu tio, todos os dentes à mostra, produziu um documento do nada e pediu para ele assinar, Derek se viu fazendo isso automaticamente. Ele soube quase que instantaneamente que tinha cometido um erro.

Mas até então seu tio estava arrancando o papel e sorrindo como um gato.

"Excelente, eu sabia que você veria a razão, sobrinho, agora só tenho que ir e tirar cópias disto", O homem foi embora depois disso, deixando Derek com a sensação inabalável de que tinha feito algo terrível.

Aquela noite quando ele chegou em casa não perdeu tempo. Foi direto para sua ala, encontrou os comprimidos para dormir e os transformou em pó um a um. Ele espalhou o pó pelos terrenos da mansão enquanto usava a desculpa de dar um passeio.

Como esperado, naquela noite, o sono não veio para Derek. Mas ele não se importou tanto em assistir as sombras quanto geralmente fazia. Naquela noite, seu cérebro lentamente começou a voltar ao normal. Células que os comprimidos para dormir tinham deixado dormentes começando a cintilar à medida que se ativavam.

E pouco a pouco, à medida que o raciocínio complexo voltava para ele, ele percebeu algo muito importante.

Ele tinha cometido um terrível engano ao assinar o que quer que fosse que seu tio tinha trazido consigo.