Por uma vez, Derek não se importava que, para ele, o sono fosse uma coisa fictícia. Ele havia passado a noite elaborando cenário após cenário de todas as possíveis coisas que seu tio poderia estar pensando em fazer com a influência que agora tinha na fábrica de painéis solares Joy. E não apenas os problemas que seu tio poderia causar, mas maneiras pelas quais ele poderia resolvê-los.
Seu tio não gostava de se misturar com aqueles que considerava de classe inferior, a menos que fosse para pagar por sexo ou fazê-los realizar seus trabalhos sujos de alguma forma. Ele era previsível assim, e raramente saía da sede da Haven. De fato, seu tio muito raramente deixava a cidade, a menos que fosse para ir em um cruzeiro, esquiar nos Alpes ou alguma outra férias caras.
Portanto, não havia absolutamente nenhuma chance de seu tio ir até a pequena cidade pessoalmente para causar problemas. Não, se Sebastian Haven fosse começar algo, ele o faria do conforto de seu escritório enquanto tomava seu caro café defecado por civetas, em sua caneca com borda dourada e uma foto sua (o ego do homem era algo à parte).
Então, Derek manteve seu foco nas coisas que seu tio poderia atacar com uma única assinatura.
Ele poderia cancelar todos os pedidos de seus fornecedores. Isso os custaria caro, pois havia taxas a serem pagas quando contratos eram rompidos inesperadamente. Para combater isso, Derek teria que manter os contatos dos fornecedores de matérias-primas por perto. No momento em que ouvisse que algo havia dado errado, ele estaria ligando para eles pessoalmente para tranquilizá-los e garantir que eles não levassem seus negócios para outro lugar.
Se ele ameaçasse fechar a fábrica, Derek o destruiria na frente do conselho, talvez ele até conseguisse suspendê-lo. A fábrica era dinheiro, você não joga dinheiro fora.
Cada vez mais ideias surgiam em sua cabeça, algumas delas demasiadamente loucas, até para seu tio (como bombardear a fábrica principal - o homem não era tão estúpido). E quando sua cabeça começou a girar, Derek finalmente parou. Olhando para o relógio, percebeu que estava quase na hora de se preparar para o trabalho, então ele deixou de lado quaisquer pensamentos adicionais sobre o problema e foi se arrumar.
O café da manhã foi tranquilo, sua mãe exausta após se esforçar demais na yoga, agora estava quietamente comendo seu iogurte, mexendo-o com uma banana apesar de ter repreendido Derek quando ele era mais jovem por fazer o mesmo. Quando ele se levantou para sair, ela de repente reviveu, parando-o com a mão erguida.
Ela colocou um familiar recipiente laranja na mesa e Derek olhou do frasco vazio de comprimidos para ela, de olhos arregalados.
O que era isso?
Ela sabia o tempo todo que ele estava tendo problemas para dormir. Ele tinha certeza de que havia sido cuidadoso ao se livrar do frasco de comprimidos. Como ela o encontrou?
Seu pânico interno foi interrompido quando sua mãe falou.
"Esses comprimidos para dormir são atualmente os melhores do mercado. Marque uma consulta e adquira alguns. Notei que você estava tendo dificuldades para dormir alguns dias atrás," Se ele fosse um balão, Derek teria esvaziado de alívio. Como estava, ele teve que morder o interior da bochecha para não mostrar o quão aliviado estava.
"Obrigado mãe. Embora não fosse nada grave, com certeza vou pegar alguns quando for ao médico. Encontrei um novo, aliás. Sem ofensa, mas a Drª Gabriel está ficando velha, ela ainda acha que eu tenho quatro anos,"
Sua mãe riu, o som era caloroso.
"Querido, às vezes eu ainda acho que você tem quatro anos, está me chamando de velha?" Derek sabiamente saiu sem dizer uma palavra. Pelo menos ele tinha resolvido uma coisa, não pareceria suspeito que ele fosse a outro médico.
Uma vez na sede, Derek quase foi atropelado no estacionamento. O carro de seu tio veio acelerando em sua direção. E justo quando ele estava prestes a atingi-lo, o carro desacelerou, e seu tio abaixou a janela.
"Bom dia que estamos tendo, não é Derek," E então ele subiu a janela novamente e dirigiu até sua vaga. Derek não esperou ele sair do carro, simplesmente continuou caminhando antes que seu tio pudesse espalhar sua arrogância sobre ele.
Ser sutil realmente não estava na natureza do homem. Era claro como o dia que ele estava tramando algo.
Mais tarde, no almoço, ele e Emily estavam no parque de costume, comendo. Desta vez era uma salada simples. Mexendo algumas folhas de alface no prato, Emily olhou para ele.
"Se o que seu tio está planejando acontecer, quais são as chances de eu manter meu emprego?" Ele poderia ter mentido para ela, mas ambos conheciam a verdade.
"Poucas ou nenhuma, ele provavelmente vai substituí-la por uma jovem pateta assim que me expulsar do prédio e experimentar a cadeira de CEO," Emily absorveu as palavras em silêncio, então terminou sua refeição.
"Certo, então, vamos voltar. Se isso se transformar em um desastre ruim o suficiente para forçá-lo a renunciar, então você e eu estaremos fazendo nossas últimas horas de trabalho," Ela disse isso como se fosse algo simples.
Como se ela deixar o Grupo Haven não fosse a coisa mais terrível que já aconteceu na história da empresa. E a opinião de Derek sobre o assunto era completamente precisa e imparcial, seu tataravô havia fundado a empresa, afinal, ele conhecia as tragédias da empresa melhor que a maioria.
'Eu não vou deixar isso acontecer,' Ele pensou fervorosamente, uma onda de proteção o envolvendo.
Mesmo que ele fosse forçado a renunciar e banido para a mansão, ele garantiria que Emily saísse bem.
A mulher merecia isso, ela era profissional até o âmago. Ignorando a parte ressoante dentro dele que dizia que seu cuidado por ela era mais do que apenas em um nível profissional, Derek a ajudou a arrumar as coisas enquanto eles voltavam ao trabalho. O intervalo tão necessário chegando ao fim.