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Prezado candidato,
Ficamos felizes em informar que sua inscrição foi aceita. Por favor, apresente-se na secretaria dentro de um mês desta notificação para preencher o formulário da universidade.
Agradeceríamos sua presença na secretaria. Estamos animados para ajudá-lo a dar os próximos passos em sua jornada acadêmica.
Atenciosamente,
Diretor,
Academia Maxwell.
A carta estava nas mãos de Rika, mas ainda parecia um sonho. Ela não podia acreditar que havia sido aceita em sua primeira opção.
Quando a janela de inscrição abriu, ela se inscreveu na Academia Maxwell, mas estava nervosa.
Não porque Rika tirou notas baixas em seus exames, mas porque suas notas eram altas demais para entrar na universidade de sua escolha.
Além disso, seu gênero secundário como beta representava um problema nesta sociedade dominada por alfa-ômega.
'Tenho certeza que isso decepcionará a mãe e o pai se eu contar a eles. Deveria manter isso em segredo deles.'
Rika fechou o e-mail que estava lendo e controlou sua expressão facial.
Mas conter o sorriso era impossível. Rika não conseguia se forçar a se acalmar e parecer como se nada tivesse acontecido.
Ela decidiu sair e gastar alguma energia para combater a sensação de euforia que estava enfrentando.
Uma caminhada seria a melhor maneira para ela gastar sua energia.
Quando Rika desceu, a sala estava vazia e ela não conseguia ver ninguém lá. No entanto, isso não significava que sua família não estivesse em casa.
Rika sabia melhor do que assumir isso agora.
Seu senso apurado captou o som de alguém tentando se aproximar furtivamente. Rika desviou antes de ser pega e a outra pessoa piscou ao errar.
"Awww, você não tem graça, Rika. Você me cheirou se aproximando? Sua mãe é igual! *suspiro* Ambas nunca me deixam chegar perto furtivamente."
Rika piscou diante da falsa tristeza de seu pai, e seu humor azedou.
Seu pai costumava ser distraído e fazer comentários que ofendiam Rika, mas a essa altura, ela já havia se acostumado.
"Pai, de jeito nenhum a Rika poderia ter te cheirado. Ela nem consegue sentir quando é nosso ciclo. De qualquer forma, você estava saindo? Pode me trazer um pacote de batatas fritas quando voltar?"
Rika desviou sua atenção de seu pai para seu irmão mais velho, Mark. O comentário dele fez o pai de Rika parecer envergonhado e desconfortável.
Se seu pai era descuidado de uma maneira inofensiva, seu irmão era direto e cortante de um jeito intencional.
Ele sabia como machucar alguém com suas palavras; seu alvo preferido era Rika.
"O-Oh! Eu esqueci! Mas tenho certeza de que a Rika não vai se importar com minha gafe! Certo, Rika? Você sabe como estou sempre ocupado e esqueço tais detalhes pequenos."
Não parecia um detalhe pequeno para Rika.
Nascida em uma família dominada por alfa-ômega, suas necessidades e desejos eram frequentemente ignorados.
E Rika entendia que isso não era totalmente culpa de sua família.
Sua família vivia em um mundo diferente do dela; eles podiam compartilhar coisas e experiências que Rika nunca poderia compartilhar com eles.
Ela sorriu o mais gentilmente possível quando se virou para enfrentar seu pai.
"Não me importo. Eu sei o quanto você tem estado ocupado recentemente. Então, eu deveria sair agora."
Houve um tempo em que Rika teria se defendido. Mas ela sabia melhor agora.
Se ela dissesse algo, isso magoaria os sentimentos de seu pai e deixaria Mark irritado.
Então ele diria ainda mais coisas odiosas para Rika, e o ciclo continuaria até que alguém se machucasse. (Sempre era Rika que se machucava porque ela era mais fraca)
Seria melhor se ela saísse rapidamente e acalmasse sua cabeça.
"Ei Rika, você está fugindo? Não quer dizer nada ao pai?"
Mark perguntou, e sua voz soou irritada.
Rika não fazia ideia do que o irritou, e duvidava que conseguiria descobrir também.
'Não tenho energia suficiente para gastar com esse idiota de qualquer forma. Logo eu sairei desse lugar de qualquer maneira. Preciso aguentar só mais um pouquinho.'
Esses pensamentos encorajaram Rika, mas ela ainda fechou a porta atrás de si ao sair.
"Tsk, qual o problema dela afinal? Eu pensei que ela estava melhorando em se controlar?"
Mark reclamou, e Rika pôde ouvi-lo mesmo com a porta fechada.
O mercado ficava um pouco distante da casa de Rika, então ela caminhou até lá. A caminhada de quinze minutos ajudou a limpar sua mente.
"Qual é o problema daquele idiota? Nós éramos próximos antes dele se apresentar. Não, isso aconteceu mesmo depois disso. Foi depois que Suzie se apresentou como ômega, mas eu nunca fiz? Por que estou pensando nesse idiota."
Suzie era um ponto sensível para Rika pensar.
Ao contrário de Mark, Rika não era próxima de sua irmã mais nova, Suzie. Isso porque Suzie era uma criança frágil e precoce.
Havia sinais de que ela era uma ômega desde pequena.
No entanto, Suzie era mimada por seus pais devido ao seu sistema imunológico fraco e natureza ainda mais fraca. Ela frequentemente era a prioridade deles.
Não ajudava que a diferença de idade entre ela e Rika fosse de apenas 10 meses.
Durante esse tempo, Rika muitas vezes se sentiu negligenciada e reagiu. Ela tentou de tudo—desde se comportar mal a ficar em silêncio—mas nada funcionou para ganhar a atenção de sua família.
E agora, depois de 17 anos, Rika aprendeu a não se importar.
"Senhora, a senhora vai levar tudo isso? Preciso processar se você quiser comprar."
O caixa perguntou. Rika olhou para a sua sacola.
Ela era a única pessoa na loja de conveniência, e o caixa parecia com pressa.
O caixa parecia um ômega, com feições delicadas e pele frágil. Pela sua natureza agitada, Rika tinha certeza de que também estava liberando feromônios.
'Ah, deve ser um de seus maus dias. Devo pagar e ir embora.'
Rika olhou ao redor quando seus olhos caíram em um pacote de batatas fritas no canto. Ela de repente teve uma ideia e também pegou aquele pacote.
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