A busca por poder era um caminho sem fim. Elias sabia disso muito bem, especialmente depois de tudo que havia enfrentado. Mas agora, uma nova missão se erguia diante dele e de seus companheiros: encontrar as antigas relíquias que permitiriam ver e enfrentar as criaturas de luz e as sombras demoníacas de grau infernal. Era uma jornada que prometia perigos inimagináveis, desafios físicos e mentais, e o grupo estava preparado... ou pelo menos, era o que eles esperavam.
Ao longo das últimas semanas, eles haviam percorrido vastas terras em busca de pistas sobre as relíquias. Cada uma delas escondida em templos antigos, localizados em biomas diferentes. O primeiro destino: o **Templo do Oceano**.
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### O Templo do Oceano
O ar estava úmido e salgado quando o grupo finalmente avistou o imponente Templo do Oceano. Suas paredes de pedra estavam cobertas de algas, e o som das ondas batendo contra os rochedos ecoava ao longe. Gotas de água escorriam pelos arcos que levavam ao interior do templo, criando uma atmosfera sombria e misteriosa.
— Parece que finalmente chegamos — comentou Gaby, esticando os braços e deixando que a brisa do mar balançasse suas orelhas felinas. — Espero que esse lugar tenha algo mais interessante do que o cheiro de peixe.
— Eu me pergunto se você será útil aqui, gata — retrucou Kyra, com um leve rosnado. — Dificilmente vamos precisar de cura para lidar com criaturas marinhas. Talvez precise de habilidades mais... afiadas.
Gaby revirou os olhos, irritada, mas manteve a compostura. — Ah, Kyra, você sempre me subestima. Talvez você devesse prestar mais atenção em como a minha magia salva sua pele. De novo e de novo.
Elias riu baixinho, já acostumado com a rivalidade constante entre as duas. No entanto, ele sabia que ambas eram essenciais para o sucesso da missão. Kyra, com sua força bruta e instintos aguçados, e Gaby, com sua magia de cura e estratégias inteligentes, eram peças-chave.
Ao adentrarem o templo, foram recebidos pelo som ensurdecedor das ondas que batiam dentro da caverna. No centro do salão principal, uma enorme estátua de um ser metade humano, metade peixe, segurava uma esfera brilhante. Ao redor, a água parecia viva, movendo-se de forma sobrenatural. Foi quando a quimera apareceu.
A criatura era uma fusão monstruosa de tubarão, polvo e serpente marinha. Suas escamas reluziam à luz fraca do templo, e seus olhos vermelhos fitavam o grupo com fome.
— Aqui vamos nós, — murmurou Elias, puxando sua espada e sentindo o calor do fogo azul fluir por suas veias.
A batalha foi feroz. A quimera atacava com força bruta, mas logo Elias percebeu que a criatura era mais vulnerável a ataques que atingissem suas partes serpentinas. O poder do fogo de Elias foi vital para ferir a criatura, mas a luta estava longe de ser fácil. Gaby, mantendo-se à distância, usava sua magia de cura para revitalizar os feridos enquanto Kyra se lançava sobre a criatura, tentando cravar suas garras em seus pontos fracos.
— Eu sou muito mais útil que você nessa luta, Gaby, — disse Kyra com um sorriso vitorioso, enquanto cravava um soco devastador no corpo da quimera.
— Sonha, loba. Sem minha cura, você já estaria afogada — retrucou Gaby, lançando um feitiço de proteção sobre Elias para ajudá-lo a resistir aos golpes da criatura.
Com um último golpe combinado de Elias e Kyra, a quimera foi derrotada, e a primeira relíquia foi obtida: uma concha dourada que brilhava com o poder do oceano.
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### O Templo do Deserto
Após a vitória no Templo do Oceano, o grupo seguiu para o **Templo do Deserto**. A viagem levou dias, e o calor escaldante testava seus limites. Eles paravam em pequenas cidades oásis, onde podiam reabastecer, comer e descansar em estalagens. Cada parada era uma oportunidade de aprimorar suas ferramentas, reforçar suas armaduras e, claro, para Gaby e Kyra continuarem suas discussões.
— Este calor está insuportável, — Gaby reclamou, abanando-se com uma das mãos. — Eu realmente preferia estar no templo anterior. Pelo menos lá tínhamos água.
— Ah, para de reclamar, gata. Você só precisa de resistência, — Kyra provocou, sem dar sinais de cansaço. — Talvez precise parar de se preocupar tanto com sua aparência e focar mais no treino.
— Minha aparência é perfeita, obrigada! — respondeu Gaby, franzindo a testa. — Não é minha culpa que sou incrivelmente linda e poderosa ao mesmo tempo.
Finalmente, após dias de viagem, eles avistaram o Templo do Deserto, enterrado parcialmente nas areias. O calor que emanava da estrutura era quase insuportável, mas o grupo avançou, determinado.
Dentro do templo, eles foram recebidos pela visão de uma enorme quimera de areia, com o corpo de um escorpião e asas de águia, seus olhos brilhando com o calor do deserto. A criatura atacou sem aviso, suas caudas venenosas chicoteando o ar.
— Essa vai ser complicada, — disse Elias, desviando de um dos golpes da cauda.
A fraqueza da criatura estava em suas asas, que pareciam ser mais vulneráveis a golpes rápidos e precisos. Elias usou sua agilidade aprimorada para focar nos pontos fracos, enquanto Kyra lidava com a força bruta da quimera e Gaby, mais uma vez, oferecia suporte com sua magia de cura.
— Olha, Kyra, estou sendo útil de novo! — gritou Gaby, lançando um feitiço de cura em Elias.
— Grande coisa! Vamos ver se você consegue lidar com isso sozinha! — rosnou Kyra, desviando de um golpe da quimera.
A batalha foi intensa, mas ao final, o grupo triunfou. A segunda relíquia, uma joia de cristal que brilhava com a energia do deserto, estava em suas mãos.
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### O Templo da Savana
O **Templo da Savana** foi o próximo destino, e embora o clima fosse menos extremo, a jornada não foi menos desafiadora. Eles atravessaram vastas planícies secas, onde leões e outras feras vagavam, enquanto faziam paradas em pequenas vilas para descansar e se preparar.
O templo estava coberto por raízes e vegetação densa, e no centro, uma quimera de leão e serpente aguardava. A criatura tinha garras afiadas como espadas e um rugido capaz de abalar o próprio chão.
— Acho que esta aqui é mais sua praia, Kyra, — disse Gaby, sorrindo de lado. — Uma luta mais... selvagem.
— Finalmente uma luta que faz sentido para mim, — retrucou Kyra, avançando com um rugido feroz.
Elias, mais uma vez, coordenou os ataques com precisão. A fraqueza da quimera estava em sua cabeça de serpente, que era mais vulnerável ao fogo. Ele usou suas chamas azuis para enfraquecer a criatura enquanto Kyra a mantinha ocupada com seus ataques corpo a corpo.
Gaby, apesar das provocações, continuava essencial no suporte, protegendo e curando os dois guerreiros. Com a vitória garantida, o grupo obteve a terceira relíquia: um amuleto feito de presas de leão.
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### O Templo da Planície
Por fim, o grupo chegou ao **Templo da Planície**, um lugar vasto e aberto, onde o céu parecia se unir à terra. Lá, uma quimera de touro e águia, com chifres afiados e asas majestosas, era o guardião final.
Essa luta foi a mais árdua. A criatura era rápida e forte, e seu controle sobre os ventos dificultava os movimentos de Elias e Kyra. No entanto, Gaby descobriu uma fraqueza inesperada: a criatura era extremamente vulnerável a ataques concentrados de luz.
— Parece que eu sou mais útil do que pensava, Kyra, — provocou Gaby enquanto lançava feitiços de luz para enfraquecer a quimera.
— Não cante vitória ainda, gata! — Kyra rosnou enquanto atacava a criatura.
No final, Elias desferiu o golpe decisivo, e a última relíquia foi recuperada: um artefato de cristal que brilhava com a luz do céu.
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Após semanas de viagem, o grupo estava exausto, mas triunfante. Eles haviam coletado todas as relíquias necessárias, e agora, podiam ver e enfrentar as criaturas de luz e sombras de grau infernal. Mas sabiam que essa vitória era apenas o começo de um desafio muito maior.