Chapter 4 - Colegas de quarto

Andei pelo corredor em silêncio, o motorista que eu não sabia o nome e ele sabia o meu sem nem ao menos eu ter me apresentado, andava na frente, atrás de mim, de cara emburrada, andava o Pietro que eu descobrir o nome naquele momento em que o motorista nos gritou.

- Entrem – diz o motorista abrindo a porta e nos dando passagem.

Entrei na frente e o Pietro atrás de mim. Olhei para a sala, decorada com móveis de madeira, e para o homem sentado na mesa com a plaquinha de diretor, ele aparenta ter uns quarenta e poucos anos: cabelo castanho claro, curto, olhos castanhos avermelhados, pele bronzeada e magro. Ele nos encarou entrando um após o outro antes de falar.

- Vim trazer esses dois que estavam brigando no jardim – diz o motorista

- Pode ir – diz o diretor Kevin mostrando a porta para o motorista se retirar.

O motorista sai e fecha a porta.

- E vocês dois podem sentar.

Puxo a cadeira e Pietro puxa a outra do meu lado e nos sentamos.

- Você deve ser o Leonard Davis, o novo aluno transferido?! – diz o diretor me olhando com reprovação – E você já chegou procurando confusão, parece que você é um belo encrenqueiro assim como o Pietro – Ele olha para o Pietro que não desvia o seu olhar desafiador do diretor.

- Não é o que parece diretor – digo tentando me defender.

- Se for ou não! Hoje vou deixar passar. Chamei uma pessoa para lhe guiar na escola. Você está liberado Pietro. – O diretor olha para Pietro.

- Me chamou diretor Kevin?

Ouço uma voz feminina e suave entrando pela a porta, me viro para ver quem é, e fico encantado pela primeira vez ao ver uma garota na minha frente.

Ela é uma menina de estatura baixa, olhos azuis como o mar, cabelos longos, lizos e loiros, um rosto delicado assim como a sua postura diante de nós; bem diferente daquelas meninas que quer se comportar como uma mulher antifeminina. Percebo que o Pietro ao se levantar para sair da sala, ele para ao lado da menina e a encara com o mesmo olhar de encanto que eu olho para ela, ela olha para ele também, sem se mover do lugar e com um olhar frio.

- Chamei sim! Quero que você acompanha o novo estudante e mostra a escola para ele.

Sentir o meu coração palpitar ao ouvir que aquela menina vai estar do meu lado por esses trinta minutos de tour na escola. Pietro para do lado de fora por alguns segundos, ainda segurando a maçaneta da porta e puxa com força ao ouvir que a garota será a minha guia. Todos olham para a porta assustados com o impacto, mas ele não está lá mais.

- Vamos? – Ela me chama e eu me levanto.

- Aqui o número do seu dormitório – diz o diretor me entregando um papel com os números zero cinquenta e nove, recebo o papel da sua mão e acompanho a garota para o lado de fora da sala.

- Meu nome é Ana. Qual é o seu nome? – diz ela andando pelo o corredor ao meu lado.

- Leonard, mas pode me chamar de Léo.

O que eu estou sentindo em está perto da Ana é um sentimento que eu nunca senti e se eu dizer que não estou gostando desse sentimento estarei mentindo.

- Léo, vou pedir para você ficar longe do Pietro. Ele só arruma confusão e vai colocar você em uma arrombada.

- Valeu pelo alerta, mas eu não tenho medo dele.

- Eu estou falando pro seu próprio bem. Eu conheço o Pietro melhor que qualquer um nessa escola...

- Ele é o seu irmão? – pergunto ela, interrompendo-a

- Não... Ele era o meu namorado...

Ouvir dela, que o cabelo de fogo é o seu ex namorado, foi como sentir alguém furando o meu coração com agulha.

- Ahh! Desculpa!

- Não precisa pedir desculpas. Agora vou lhe mostrar a escola que irá estudar e morar a partir de hoje.

Os meus próximos trinta minutos, foi tudo ao lado da Ana. Ela começou me mostrando as salas de aula que não é diferente de um colégio normal que já estudei, depois ela me levou na biblioteca, que me deixou impressionado com o tamanho e a quantidade de livros existente nela; a biblioteca é uma biblioteca de dois andares. Depois me levou no laboratório de pesquisa, igual aqueles laboratórios de química que vemos nos filmes, por último ela me mostrou a sala de computação, onde ela me disse que é o lugar onde ela mais fica e isso me fez julgar que o poder dela é da área de tecnologia.

- Agora você procura o seu dormitório sozinho porque eu não entro no dormitório masculino. – diz ela me deixando sozinho no jardim e voltando de novo para dentro da escola.

- E agora? O que eu faço? – falo em voz baixa enquanto olho o papel na minha mão e ando no caminho em direção ao outro prédio.

- CUIDADO!

Escuto alguém me gritando, ergo a minha cabeça e vejo uma flecha de luz azul vindo em minha direção; em um impulso, agacho de vez no chão, a flecha passa por cima da minha cabeça e perde sua força, desaparecendo no ar.

- Você está bem? – diz um rapaz, se aproximando de mim, com certeza foi ele que atirou aquela flecha em minha direção e gritou quando me viu.

- Estou bem, obrigado – Me levanto e olho para o rapaz de cabelos pretos, longo na altura do pescoço, pele morena clara, mais baixo um pouco que eu, e usando o uniforme como todos que encontrei hoje.

- Você deve ser novo?!

- Acabei de chegar – pensei instantaneamente em perguntar para ele sobre o dormitório – Vem cá...? Você sabe aonde fica esse quarto?

Entrego o papel para ele, ele olha o papel e me olha sorridente.

- É o mesmo quarto meu – diz ele me devolvendo o papel – Vem comigo.

O sigo pelo o caminho. Diferente do Pietro, esse rapaz parece ser bem animado e de bom humor; se ele é realmente o meu colega de quarto, me dei bem.

- Meu nome é James! Qual é o seu nome? – pergunta ele entrando por uma porta de uns três metros de altura.

- Leonard, mas pode me chamar de Léo.

O caminho todo, o James não parou de falar. Ele falou sobre os seus poderes de luz, me perguntou sobre os meus e eu lhe responde tranquilamente, me falou como funciona os dormitórios, que em cada quarto tem três camas para três pessoas dormir e que o dormitório feminino fica de um lado e o masculino do outro.

Subimos uma escada e adentramos em outro corredor que depois de passarmos quatro portas – duas de um lado e duas do outro – chegamos na porta zero cinquenta e nove.

- Chegamos – diz James abrindo a porta, entrando, e eu entro após ele. - O que você está fazendo? – diz James furioso para outro rapaz que deve ser nosso colega de quarto, que está deitado de barriga para cima no quarto e atirando pequenas esferas branca e verde, no teto.

Olho para o teto e vejo seis garrafas de água grudadas no teto, presas em uma outra esfera branca, onde duas está totalmente derretida.

- Praticando a minha mira – diz o rapaz, com uma voz fria e fingindo que não estamos ali.

Olho para aquele rapaz de cabelos loiros, olhos verdes profundos, postura de alguém de família nobre, vestido o uniforme da escola com uma capa, parecendo aquelas capas de vampiro, na mesma cor do uniforme.

- Você quer destruir o nosso quarto?! – continua James falando com a voz alterada bem diferente do James que conhece a poucos minutos.

- Não se preocupa, se isso acontecer, o meu pai paga para construir de novo. – diz ele sem mudar a sua expressão e nem olhar para nós, ao menos parou de atirar as suas esferas tóxicas no teto e só encarava as garrafas.

- David... Deixa pra lá, sei que você não vai me ouvir.

Nesse momento levei dois espanto, o primeiro foi ver o James mudar de irritado para alguém que está de boa, do nada e a segunda foi ouvir o nome do rapaz que se chama David. E no momento em que o James falou o seu nome ele olhou para nós dois, e percebi que ele se parece muito com a família Baskerville.

- Você é o David Baskerville? – pergunto para ele.

- E você quem é? – diz David se sentando na cama.