Chapter 5 - Amigos

- Ele é o nosso novo colega de quarto – diz James sentando-se na cama ao lado da parede em frente a cama de David.

- Eu sou David Baskerville sim. E se não quiser me ter como inimigo, não se refira a mim como o filho do Baskerville.

David se levanta, abre a porta e sai mais furioso do que estava. Olho para a outra cama ao lado a de David e vejo que já trouxeram as minhas malas.

- Ele chegou ontem. E pelo o que parece, ele tem algo mal resolvido com a família dele.

Aproximo-me da cama e pego uma capa plástica com o meu uniforme dentro.

- Esse é o meu uniforme? – faço uma pergunta óbvia para o James.

- Se não for o seu é o meu e eles erraram a cama – responde ele com bom humor fazendo piada com a minha pergunta.

Não fiquei irritado com a piada do James, ao contrário, abrir um sorriso e pensei que talvez possamos ser amigos, tê-lo por perto no meio de arrogantes como o Pietro e playboy como o David, será um alívio.

Vestir o meu uniforme e sair com o James para almoçar. Olhei as horas no meu celular e vir que faltava vinte minutos para meio-dia e como eu não tomei o café da manhã na casa dos meus pais, estou sentindo muita fome.

Eu estou gostando muito da companhia do James; ele é um rapaz que faz amizade fácil, alegre e de bom humor, é o amigo confiante que te alegra nos momentos tristes. Enquanto... o playboy do David parece que vai ser difícil de lidar, ele parece gostar de se isolar e não fazer amizade com ninguém.

Chegamos no refeitório e vir que já havia muitos alunos almoçando e se movimentado de um lado para o outro. O refeitório é bem simples, com uma decoração mais moderna em comparação aos outros cômodos, as mesas são de quatro lugares, redondas, tem uma parede completa de vidro com visão para o jardim arborizado ao lado.

- Vem? – diz James pegando duas bandejas em cima do balcão ao lado e me dando uma.

Recebi a bandeja da mão de James e o seguir, fazendo tudo o que ele fazia. A cantina é do tipo self service; são os alunos que se serve e, não tem nenhum funcionário por perto.

- Vamos nos sentar na mesa perto do vidro – diz James rompendo na frente com a comida e uma garrafa de suco na bandeja.

Vou logo atrás dele e me sento na cadeira ao lado da dele, David que estava atrás de dois rapazes atrás de nós, vem em nossa direção.

- David? Senta com a gente – James o chama, ele olha para nós, passa direto e se senta sozinho na última mesa no fundo, em um local bem escondido.

- Que menino chato – digo revirando o olho de tão entediante é o David Baskerville.

Enquanto almoçamos, olhei para o refeitório a procura de Ana, mas não vir nem ela e nem o Pietro.

- James, o que você sabe sobre o Pietro? – pergunto.

James olha para mim, assustado e tira da boca a garrafa de suco que ele estava bebendo.

- Você já conheceu o zangado de cabelo vermelho? – diz ele achou que se referindo ao zangado de branca de neve.

- Nos esbarramos assim que eu cheguei, acabamos brigando e ele quis me queimar.

- O Pietro ele se acha melhor que todos os alunos, só porque ele tem poder de fogo nível quatro, enquanto a maioria dos alunos são níveis dois e três.

- Tem isso de numerar os níveis de poder?

- Tem. Eu sou nível quatro, e estou treinando para me tornar nível cinco.

- Eu pensei que o Pietro fosse o único nível quatro?!

- Não. Eu alcancei o nível quatro a duas semanas e desde então ele me odeia, porque ele deixou de ser o único nível quatro.

O resto da conversa ele apenas me explicou que os estudantes precisam fazer um teste todo mês para descobrir o seu nível e que eu irei fazer esse teste amanhã para descobrir qual é o meu nível e qual é o meu tipo de poder.

Deitado na cama dentro do dormitório, liguei para a minha mãe.

" Já fez algum amigo?" – pergunta a minha mãe do outro lado da linha.

- Já mãe, o nome dele é James e ele é de boa com a vida, alegre e brincalhão – digo para a minha mãe.

No momento eu estou só no quarto. O James foi para os seus estudos prático da tarde, e como eu acabei de chegar, não tenho permissão de ir; além do mais, parece que a minha turma será outra e só começa segunda-feira. Já o David, não faço ideia de onde ele está; assim como eu, ele só começa os estudos segunda-feira. Espero que estejamos em turmas separadas porque já basta viver com aquele mal humorado aqui no quarto e ter que conviver com ele vinte e quatro horas por dia, vai ser o cúmulo.

" Que bom filho! E só vez amizade com ele?"

- Só mãe. O outro colega de quarto é o playboyzinho do David Baskerville...

" David Baskerville?!" – interrompe ele " Você está falando sério? O caçula do senhor Baskerville que ninguém nunca viu, é um mutante como você?"

A minha mãe parecia animada que tive que afastar o celular do ouvido se não ia me surda.

- Sim mãe. Mas ele é um tipo de pessoa que não quer fazer amizade com ninguém, gosta de viver sozinho e está sempre de mal humor.

A porta se abre, David entra no quarto e olha para mim furioso, parece que ele ouviu tudo que falei para a minha mãe. Ele puxa a cadeira na única escrivaninha que tem dentro do quarto e se senta.

- Mãe, depois eu te ligo. Preciso desligar agora, tchau! – desligo o celular e olho para o David ligando a tela do computador.

- Por que parou de falar com a sua mãe? Se for por minha causa eu saio?! – diz ele, entrando em um jogo online.

- David... eu não sei o que aconteceu na sua vida, o que os seus pais fez com você nem nada, mas aqui vamos viver uma nova vida; você ao menos poderia tentar ser menos carrancudo.

Ele fica em silêncio por alguns segundos – Sou uma aberração e não preciso de ninguém e nem de amigos. Se você quer ter amigos, o James é ótimo nisso.

- Eu também sou uma aberração igual a você, e nem por isso vou tratar as pessoas com mal humor. E se esse seu pensamento é porque os seus pais disse, pois fica ciente que eu também sou visto da mesma forma que você por pessoas igual ao seus pais.

- Sua mãe aceitar você do jeito que você é.

- Isso é verdade. Mas, vamos ao menos tentar ser amigos e nos unir para mostrar para os seus pais que eles estão errado. – Levanto da cama, vou até ele, estico a mão na esperança dele segurar.

David gira a cadeira olha para mim e após alguns segundos onde eu estou quase desistindo, ele segura em minha mão e sorrir, me pegando de surpresa.

- O James e você não desisti, mas você tem o coração bom e sabe usar as palavras, diferente do nosso colega de quarto que já faz dois minutos que está parado atrás da porta nos espionando.

Eu olho para a porta e James entra.

- Isso foi emocionante. Dei vontade até de chorar – diz James, brincalhão como sempre.

David e eu trocamos olhar. Ele se levanta da cadeira, olha para James com um sorriso maroto no rosto, começa a criar uma esfera na sua mão esquerda enquanto anda em sua direção e eu o acompanho esfregando as minhas mãos uma na outra.

- Espera aí gente, calma! O que vocês pretendem fazer? – diz James esticando suas duas mãos para a frente e se afastando de costas.

Estico a minha mão na direção dele e faço um tremor de leve só para assusta-lo e David joga a sua esfera na mão de James, prende-a, ergue a esfera com a mão dele presa dentro, e libera a esfera no momento em que a mão foi no rosto do James e lhe deu um tapa.

- Vocês brincou com a pessoa errada. Uns mero nível baixo quer brincar com um nível quatro – diz ele esticando a sua mão e dando vida a um revólver.

- James, é só brincadeira – digo com medo de sair alguma bala de verdade daquela arma.

- Não lhe machucamos, não precisa levar isso a sério – diz David encarando a arma dando forma na mão de James.