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Chapter 9 - O PLANO DE TRAIÇÃO.

Katherine caminhava pelos corredores do castelo, sua mente fervilhando com os acontecimentos recentes. Desde que fora liberada da masmorra, ela tinha acesso a praticamente todas as áreas, exceto a liberdade de deixar o castelo, uma ordem direta de Lyon. A sensação de estar presa, mesmo em um espaço tão majestoso, pesava em seu coração. Ela se perguntava se realmente poderia confiar no imperador, especialmente ao ouvir os rumores sobre Galdur, o capitão da guarda, que havia derrotado dissidentes por todo o reino.

Enquanto refletia, encontrou Lady Elara em um dos jardins internos, onde as flores ainda estavam em plena florada. A professora sempre tinha um modo de confortá-la, e Katherine sentiu que precisava dela naquela manhã.

— Elara! — chamou, correndo até a mulher. — O que você sabe sobre a situação fora dos muros do castelo?

— Katherine, há muito a ser discutido — Lady Elara respondeu, com um olhar pensativo. — Galdur tem sido implacável. Ele reprimiu os rebeldes com uma força que impressiona e assusta. Muitos temem o que Lyon realmente representa.

Katherine hesitou, os sentimentos conflitantes se agitando dentro dela. — Ele pode ser um tirano, então? O que você realmente pensa sobre Lyon?

— Eu tenho visto o que ele faz, e sua liderança é... complexa. Ele é um homem de ação e, ao mesmo tempo, um homem com um objetivo. Algumas das suas ideias são intrigantes e podem trazer paz, mas a maneira como ele age levanta questões — admitiu Elara, olhando nos olhos de Katherine.

— Paz à custa da liberdade? — questionou Katherine, a frustração subindo em sua voz.

— Não é tão simples, minha querida. Às vezes, a ordem é necessária para a sobrevivência. Mas você deve decidir o que acredita ser certo.

A conversa com Elara acendeu uma chama de dúvida em Katherine. Enquanto a lealdade de Galdur a fazia questionar a natureza dos métodos de Lyon, o que ela desejava mais do que tudo era um reino unido e em paz, mas a que preço?

No salão principal do castelo, uma reunião estava prestes a acontecer. Lyon, Cedric e Galdur aguardavam a chegada do Duque Darvin. O ambiente estava tenso, e as palavras que seriam trocadas ali poderiam moldar o futuro do império.

Darvin entrou com um sorriso que não atingia seus olhos. Usando um manto luxuoso, ele se posicionou diante de Lyon, que o observava com um olhar avaliador.

— Meu querido imperador! — começou Darvin, com uma voz melosa. — É um prazer vê-lo governando com tanta... firmeza. O que você conquistou aqui é admirável.

— Agradeço suas palavras, Duque Darvin — respondeu Lyon, mantendo a compostura. — Espero que todos os nobres do reino se sintam da mesma maneira.

Darvin riu, mas havia um tom de desdém em sua risada. — Ah, sim, claro. Um bárbaro à frente de um grande império. É uma história interessante, para dizer o mínimo.

Galdur, observando a interação, apertou os punhos, mas manteve-se em silêncio, ciente de que a provocação era um jogo perigoso. Cedric, por outro lado, percebeu a tensão e procurou redirecionar a conversa.

— Estamos todos aqui para discutir o futuro de Rosenhein. A unidade é essencial para a paz.

— Certamente! — exclamou Darvin, com uma falsa animação. — Um reino unido sob um líder forte é um desejo que todos compartilhamos. Mas, claro, a verdadeira nobreza não pode ser subjugada por um mero conquistador. Haverá sempre uma necessidade de... supervisão.

Lyon, percebendo a insinceridade nas palavras de Darvin, manteve sua expressão neutra. — A verdadeira nobreza deve trabalhar em conjunto pelo bem do povo, e o que eu busco é um império em que todos possam prosperar.

Darvin inclinou a cabeça, mas a desconfiança em seus olhos era evidente. — Sim, um império que precisa de um rei adequado. Um rei como Gyldor, que, como todos sabemos, ainda possui o apoio de muitos nobres.

A reunião continuou com Darvin tentando semear dúvidas e desconfiança, sempre com uma máscara de cordialidade. Quando finalmente se despediu, fez um gesto exagerado de respeito a Lyon, mas assim que saiu pela porta, amaldiçoou o imperador em silêncio, traçando planos para sua própria ascensão ao poder.

Enquanto isso, em um canto isolado do castelo, Gyldor se preparava para receber a visita de Darvin. Quando o duque entrou, o semblante de Gyldor se endureceu, mas ele manteve a aparência de cordialidade.

— Darvin, é bom vê-lo. Espero que tenha boas notícias — disse Gyldor, com um sorriso que mal escondia sua desconfiança.

— Oh, apenas a situação que todos nós já conhecemos. Lyon é um poderoso tirano, mas não podemos subestimar a força que ele possui. — O tom de Darvin era de falsa preocupação. — No entanto, creio que juntos poderemos traçar um plano de ação.

Gyldor inclinou a cabeça, seu olhar perspicaz fixo em Darvin. — E qual seria esse plano?

Darvin se aproximou, baixando a voz como se compartilhasse um segredo. — Precisamos de um plano que envolva a manipulação de Katherine. Ela é a chave para alcançar os nossos objetivos. Se conseguirmos convencê-la a se voltar contra Lyon, teremos uma vantagem.

— Você sugere que eu use minha filha? — questionou Gyldor, a indignação misturando-se com a ideia.

— Não como uma arma, mas como uma influência. Se ela puder ver a verdade sobre o imperador, poderá ser uma aliada poderosa contra ele. E quando Lyon cair, você pode reivindicar seu lugar como rei de Rosenhein, e juntos poderemos dominar o império.

Gyldor ponderou sobre as palavras de Darvin, sabendo que a traição estava se formando em um plano traiçoeiro. Aquela proposta o deixou em conflito, mas a ambição era tentadora. Ele se encontrou em um jogo perigoso, onde o futuro de seu reino e de sua filha poderia estar em jogo.

— Muito bem, Darvin — respondeu Gyldor, sua mente já traçando estratégias. — Vamos jogar esse jogo. Mas saiba que eu estarei de olho em você.

Darvin sorriu, o brilho da traição em seus olhos, enquanto os dois começavam a tecer os fios de um plano que poderia mudar o destino de Rosenhein e do império de Lyon para sempre.