Após a reunião, Katherine e Gyldor deixaram o salão, o silêncio que os acompanhava era pesado. A mente de Katherine estava em tumulto, as palavras de Lyon ecoando em sua cabeça. Ela precisava de clareza, de alguém em quem pudesse confiar plenamente, e decidiu que procuraria Elara.
— Eu vou até os jardins — disse Katherine, tentando soar confiante, mas a incerteza em sua voz não passou despercebida por Gyldor.
— Não se demore, Katherine. Precisamos discutir isso mais tarde — ele respondeu, sua expressão ainda marcada pela desconfiança em relação ao imperador.
Katherine assentiu e rapidamente se afastou, levando seu coração inquieto até o local onde frequentemente encontrava conforto. Ao chegar aos jardins, avistou Elara, que estava cuidando das flores, seu olhar gentil imediatamente trazendo um pouco de paz ao espírito agitado de Katherine.
— Elara! — chamou, correndo em sua direção. — Eu preciso de sua ajuda.
Elara levantou os olhos, percebendo a urgência na voz da jovem. — O que aconteceu, minha querida?
Katherine hesitou por um momento, mas logo começou a falar. — Lyon me propôs um casamento. Ele diz que isso é necessário para a paz, mas eu não sei se posso aceitar isso. Sinto que estou sendo usada como uma moeda de troca.
Elara ouviu atentamente, seu rosto sério. — Eu entendo suas preocupações, Katherine. Mas às vezes, sacrificar algo pessoal pode trazer um bem maior. Se você aceitar o casamento, poderá ter a oportunidade de moldar o futuro de Rosenhein, não apenas para você, mas para todos.
— Mas e se isso for uma armadilha? — questionou Katherine, a frustração transparecendo em sua voz. — E se eu me tornasse apenas uma peça no jogo dele?
— Você é mais do que isso. Você tem o poder de influenciar aqueles ao seu redor. Se você se casar com Lyon, terá uma posição de força e poderá proteger os interesses do seu povo — respondeu Elara, tentando encorajar a jovem.
Katherine sentiu a pressão das palavras de Elara. Havia uma lógica na proposta, mas o medo de perder sua liberdade e seu eu verdadeiro era avassalador. — Não sei se consigo. A ideia de me unir a alguém que tomou meu reino à força me deixa enojada.
— Pense nisso como uma oportunidade — insistiu Elara. — Você pode se tornar uma voz poderosa dentro desse novo regime. Mas a decisão final é sua.
Enquanto isso, em uma ala diferente do castelo, Darvin se encontrava com Gyldor em um ambiente mais reservado. O duque, sempre astuto, viu uma abertura para manipular Gyldor em prol de seus próprios interesses.
— Gyldor, você precisa considerar a proposta de Lyon — começou Darvin, sua voz suave e persuasiva. — Um casamento entre ele e Katherine pode ser a única maneira de garantir sua segurança e a de seu povo.
Gyldor balançou a cabeça, ainda relutante. — Eu não confio nesse homem, Darvin. Ele é um tirano, e não posso simplesmente entregar minha filha a ele.
Darvin sorriu, percebendo a fraqueza nas palavras de Gyldor. — Mas se você não fizer isso, estará colocando a vida dela em risco. Em vez de se opor a Lyon, que tal usar essa situação a seu favor? Se Katherine se casar com ele, você poderá ter influência sobre eles.
— E se isso não funcionar? — questionou Gyldor, a desconfiança ainda presente.
— Há uma maneira de garantir que Lyon não se torne uma ameaça. Se Katherine se aproximar dele, você pode ter um plano mais ousado em mente. O que você acha de sugerir que ela o elimine? Com isso, você poderá retomar o controle de Rosenhein.
Gyldor olhou para Darvin, o brilho de ambição em seus olhos. — Você sugere que minha filha mate o homem que a tomou como prisioneira? Isso é insensato!
— Não se você a convencer de que é a única maneira de salvar o reino. Se a lealdade de Lyon é tão frágil quanto parece, ela pode encontrar uma oportunidade. E, se isso acontecer, você pode se tornar o verdadeiro regente de Rosenhein — disse Darvin, sua voz carregada de manipulação.
A ideia começou a tomar forma na mente de Gyldor. Ele sabia que a ambição era perigosa, mas a possibilidade de retomar o controle o atraía.
— E você me ajudaria a traçar esse plano? — perguntou Gyldor, sua voz agora mais firme.
— Claro. Juntos, seremos indestrutíveis. E lembre-se, Gyldor, a única maneira de garantir a segurança da sua filha e do seu reino é por meio de um golpe decisivo. Lyon não deve saber que estamos tramando contra ele — respondeu Darvin, um sorriso traiçoeiro se formando em seus lábios.
Com isso, os dois começaram a traçar planos, a ambição e a traição se entrelaçando em um jogo de poder que poderia mudar para sempre o destino de Rosenhein. Enquanto isso, Katherine, em seus próprios dilemas, ponderava sobre a conversa com Elara, a pressão crescendo sobre seus ombros. O futuro do reino e de sua própria liberdade estava em jogo, e as escolhas que ela faria nas próximas horas poderiam ter consequências devastadoras.