O salão principal do castelo estava decorado com tapeçarias ricamente bordadas, refletindo a opulência do novo regime. Lyon aguardava a entrada de Gyldor e Katherine, cercado por seus conselheiros, Cedric e Galdur. A atmosfera era tensa, e cada um deles sentia o peso do que estava prestes a ser discutido.
Quando Gyldor e Katherine entraram, as atenções se voltaram para eles. O olhar de Gyldor era desafiador, sua postura rígida, enquanto Katherine, ao seu lado, tentava manter a calma, embora a ansiedade a consumisse. Lyon se levantou e fez um gesto para que se sentassem.
— Obrigado por virem, Gyldor, Katherine — começou Lyon, sua voz firme e controlada. — Hoje, discutiremos os termos de rendição e o futuro de Rosenhein sob meu governo.
Gyldor olhou para Lyon, a desconfiança evidente em seu olhar. — Você fala sobre rendição como se fosse uma escolha, mas eu vejo apenas um ultimato. Um homem como você, que conquistou nosso reino à força, não pode esperar que aceitemos sua liderança sem resistência.
Katherine sentiu o desconforto aumentar. O desprezo de seu pai pelo imperador era palpável, e ela sabia que isso poderia ser um obstáculo para a paz. — Pai, precisamos ouvir o que ele tem a dizer — interveio, mas sua voz tremia com a insegurança.
— Você não entende, Katherine! — Gyldor respondeu, sua frustração crescendo. — Este homem não é digno de confiança. Ele é um tirano disfarçado.
Lyon permaneceu calmo, observando a dinâmica entre pai e filha. — Gyldor, entendo seu ressentimento, mas lhe asseguro que meu desejo é construir um império que traga estabilidade e paz. Para isso, precisamos de uma aliança.
Cedric, sempre perspicaz, aproveitou a oportunidade. — E essa aliança pode ser facilitada através de um casamento. O que propomos é que Katherine se case com Lyon. Isso garantiria que você, Gyldor, continuasse a comandar Rosenhein sob a tutela de Lyon.
A revelação das intenções de Cedric deixou Katherine em choque. Ela olhou para o imperador, sua mente girando com a ideia de um casamento arranjado. — Você não pode estar falando sério! — exclamou, a indignação transparecendo em sua voz. — Eu não sou uma moeda de troca!
Gyldor, percebendo a reação de Katherine, tentou usar isso a seu favor. — Exatamente! Você não pode aceitar isso, minha filha. Um casamento com um bárbaro que tomou nosso reino à força seria uma traição ao nosso povo.
Lyon, por outro lado, sentiu a necessidade de reafirmar sua posição. — Não se trata de traição, mas de garantir um futuro para todos. Se Katherine aceitar, eu asseguro que a autonomia de Rosenhein será respeitada. Gyldor poderá governar com liberdade, e o povo terá um verdadeiro líder em sua terra.
A tensão no ar era palpável, e Katherine se sentiu presa entre o desejo de proteger seu reino e a aversão a se tornar um peão em um jogo de poder. — Você quer me usar como uma ferramenta para consolidar seu controle? — questionou, a voz firme apesar da dor em seu coração.
— Não é isso que estou fazendo — respondeu Lyon, sua expressão séria. — Estou oferecendo uma oportunidade. A paz que você deseja só pode ser alcançada se todos trabalharmos juntos.
Gyldor, percebendo a hesitação de Katherine, decidiu pressionar. — Você não pode se submeter a um homem que não conhece sua verdadeira natureza, Katherine. Ele pode parecer gentil agora, mas quem garante que não se tornará um tirano assim que você estiver amarrada a ele?
Katherine sentiu a pressão de ambos os lados. A ideia de um casamento arranjado a aterrorizava, mas a perspectiva de ver seu pai no poder novamente também a desestabilizava. Ela olhou para Lyon, buscando uma centelha de sinceridade em seus olhos.
— Eu não posso aceitar isso — disse finalmente, a voz firme. — Não posso me casar com alguém que não conheço verdadeiramente. O que você realmente deseja, Lyon? Qual é seu verdadeiro objetivo?
Lyon, percebendo a determinação dela, suavizou o tom. — Meu objetivo é proteger o que resta de Rosenhein e garantir um futuro seguro. Estou disposto a trabalhar com você, mas isso exige confiança. O casamento pode ser uma forma de construir essa confiança.
Gyldor, percebendo que a batalha estava longe de ser vencida, tentou manter o controle da situação. — Você não tem poder sobre minha filha, Lyon. Ela é a herdeira de Rosenhein, e não pode ser tratada como uma peça de xadrez em seu jogo.
Katherine olhou para seu pai, e a paixão pela liberdade ardia em seu coração. — Eu sou mais do que uma peça em um jogo, e não permitirei que meus desejos sejam ignorados. Essa decisão não é apenas sobre política; é sobre quem sou e o que quero para meu futuro.
A reunião se tornava cada vez mais tensa, e as palavras de Katherine ecoaram no salão, ressaltando que a luta pelo poder não era apenas uma questão de força, mas também de amor e liberdade. O destino de Rosenhein estava em jogo, e, enquanto as máscaras eram levantadas, a verdade sobre lealdade, traição e poder começava a se revelar.