O sol já estava alto quando Kael acordou. O barulho das ondas suaves quebrando na praia e o farfalhar das folhas das árvores eram os únicos sons que ele ouvia. Sentado em seu abrigo improvisado, Kael passou alguns minutos tentando se lembrar de onde estava. Mas, ao olhar para o mar, a memória do dia anterior voltou com força total.
Ele realmente havia reencarnado no mundo de One Piece. E não era um sonho.
"Então... se eu estou mesmo nesse mundo, a primeira coisa que preciso fazer é entender onde estou e como sobreviver aqui", Kael pensou em voz alta, levantando-se com determinação.
Sua primeira tarefa do dia seria explorar a ilha. Ele precisava encontrar fontes de água potável, comida e, possivelmente, outras formas de vida. Talvez houvesse aldeias, vilas de pescadores ou até mesmo piratas por ali. O pensamento de cruzar com um bando perigoso o deixou um pouco nervoso, mas ele sabia que não podia fugir dessa realidade.
Com sua fogueira ainda acesa e uma tocha improvisada em mãos, Kael começou a caminhar pela floresta densa que circundava a praia. O cheiro das árvores e plantas desconhecidas era forte, mas o ar tinha um frescor que ele nunca sentira antes. Cada passo que dava parecia trazê-lo para mais perto de descobrir onde realmente estava.
Conforme avançava, Kael notou que a vegetação começava a ficar mais espessa e exuberante. Algumas árvores pareciam ter frutos, mas ele não tinha certeza se eram comestíveis. Sabendo que a fome logo chegaria, ele pegou algumas frutas de cor laranja e as guardou em uma pequena bolsa improvisada com folhas que havia feito.
Depois de algum tempo caminhando, Kael ouviu o som de água corrente. Curioso e esperançoso de ter encontrado uma fonte de água potável, ele seguiu o som até chegar a um pequeno riacho cristalino, escondido entre as árvores. Ele se ajoelhou, mergulhou as mãos na água fria e levou-a à boca.
"Água potável, finalmente!" — disse aliviado, enchendo-se de esperança. Pelo menos com isso, poderia se manter hidratado enquanto continuava a explorar a ilha.
Após saciar sua sede, Kael começou a explorar os arredores do riacho. Ele seguiu o curso da água por algum tempo, sempre atento ao que poderia estar escondido nas sombras da floresta. A vegetação começou a mudar, e ele encontrou várias plantas e flores que nunca havia visto antes. Algumas tinham cores vibrantes e formas estranhas, enquanto outras pareciam quase perigosas, com espinhos e folhas pontiagudas.
Foi quando notou algo no chão que chamou sua atenção.
Pegadas.
"Essas pegadas... são recentes" — murmurou Kael, observando a profundidade e o formato. "Alguém passou por aqui recentemente. Talvez eu não esteja sozinho nesta ilha."
Seu coração disparou com a descoberta. Ele seguiu as pegadas, tomando cuidado para não fazer barulho. As pegadas o levaram mais fundo na floresta, onde a luz do sol mal atravessava as folhas das árvores.
De repente, Kael ouviu um barulho. Algo se movia à sua frente, entre os arbustos. Ele parou de andar e ficou em silêncio, seus sentidos em alerta. O som se repetiu, mais perto desta vez. Um suor frio começou a escorrer por sua testa.
Um movimento rápido surgiu dos arbustos, e Kael viu algo saindo. Era uma criatura pequena, mas parecia feroz: uma espécie de animal parecido com um javali, mas com uma pele acinzentada e olhos vermelhos, semelhantes aos que ele havia visto no Rei do Mar no dia anterior.
"Isso não parece ser uma criatura comum..." — pensou ele, enquanto tentava calcular o que fazer. O javali o observava, e os dois ficaram parados por alguns segundos, até que o animal decidiu avançar. Rápido como um raio, ele correu na direção de Kael.
Sem pensar duas vezes, Kael pegou sua tocha improvisada e balançou na frente do animal. O javali hesitou, com medo do fogo, e desviou, correndo em direção a outra parte da floresta.
"Isso foi por pouco..." — Kael suspirou, aliviado.
Ele estava começando a entender que essa ilha não era tão comum quanto parecia. Criaturas estranhas, pegadas misteriosas... Havia muito mais para descobrir ali.
Após o encontro com o javali, Kael decidiu voltar para a praia antes que escurecesse. Ele sabia que precisaria de mais recursos e talvez até armas para lidar com os desafios que viriam. Enquanto caminhava de volta, sentiu um misto de medo e excitação. Essa ilha guardava muitos segredos, e ele mal começara a desvendá-los.
Ao retornar à praia, Kael se sentou novamente em seu abrigo improvisado e olhou para o horizonte. O mar estava calmo, mas ele sabia que, assim como nas águas profundas, a ilha também tinha perigos ocultos, esperando o momento certo para emergir.
"Se eu vou sobreviver aqui, preciso me preparar melhor", ele pensou. "Amanhã, vou explorar mais. E, se essas pegadas indicam que há outros humanos por aqui, eu vou encontrá-los."
Com esses pensamentos em mente, Kael finalmente relaxou, mas com os olhos sempre atentos ao que poderia estar por vir.
Fim do Capítulo 2