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Chapter 6 - Capítulo 6: A Infiltração na Tribo Oculta

Após semanas de observação silenciosa, Kael sabia que o momento havia chegado. A tribo oculta que habitava a ilha guardava segredos antigos e poderes desconhecidos. Algo naquela aldeia ressoava com o Haki, mas era uma versão antiga, primitiva, diferente de tudo que Kael já havia sentido. Ele não sabia se seria visto como aliado ou inimigo, mas sua determinação superava o medo do desconhecido.

Naquela noite, a lua cheia iluminava as florestas ao redor da aldeia. Usando sua habilidade no Haki da Observação, Kael moveu-se furtivamente entre as sombras, sentindo a presença dos guardas e evitando suas patrulhas. Ele não podia se dar ao luxo de ser detectado. Os guerreiros daquela tribo não eram adversários comuns, e enfrentá-los de frente poderia ser fatal.

A aldeia estava situada em uma clareira, com cabanas de madeira e palha dispostas em círculo ao redor de uma enorme fogueira. Ao redor do fogo, os membros da tribo dançavam e entoavam cânticos em uma língua desconhecida, mas a energia que emanava deles era palpável. Era mais que um ritual. O poder dos Haki estava impregnado no ar, ressoando através das chamas e dos corpos em movimento. Kael sentiu sua própria aura reverberar com aquela energia, como se estivesse sendo puxada para algo mais profundo.

Ao se aproximar de uma das cabanas maiores, um som suave chamou sua atenção. Kael ativou seu Haki da Observação, mas já era tarde demais. Um guerreiro tribal, alto e musculoso, surgiu das sombras com uma lança em mãos, movendo-se com uma rapidez surpreendente. O guerreiro não hesitou, avançando com um grito feroz.

"Intruso!", o homem gritou em sua língua ancestral.

O grito ecoou pela aldeia, e em instantes, o caos tomou conta. Vários guerreiros surgiram de todos os lados, cercando Kael. Cada um empunhava armas rústicas — lanças, machados e espadas de pedra — mas seus olhos brilhavam com algo mais. Um poder invisível emanava deles, algo familiar para Kael: era o Haki, mas de uma forma primitiva, como se estivesse diretamente ligado à terra e à tradição daquela tribo.

O primeiro guerreiro avançou com uma lança. Kael, instintivamente, ativou o Haki do Armamento, cobrindo seu braço com a energia negra e bloqueando o golpe com um movimento rápido. Ele contra-atacou com um soco poderoso que derrubou o guerreiro, mas o alívio foi momentâneo. Outros três avançaram logo em seguida, suas armas e auras combinando-se em um ataque feroz.

Kael desviou por pouco de uma lâmina que visava sua garganta, enquanto outro guerreiro o atacava de lado com um machado. O impacto foi forte, quase rompendo sua defesa de Haki do Armamento. Ele deu um chute giratório, atingindo um dos atacantes no estômago, mas outros dois já estavam em cima dele.

À medida que a batalha se intensificava, Kael percebeu algo inquietante. Cada um dos guerreiros da tribo usava o Haki, mas era um tipo diferente. Era mais selvagem, bruto e conectado. Eles não usavam o Haki com técnica refinada, como Kael havia aprendido, mas como uma extensão de seus instintos e da terra. Mais do que isso, eles pareciam estar sincronizados, movendo-se como um único organismo.

Kael tentou prever os movimentos com o Haki da Observação, mas logo descobriu que seus adversários também tinham uma forma rudimentar dessa habilidade. Era como se sentissem suas intenções e reagissem antes de seus ataques. Quando ele tentava atacar, eles se esquivavam como se soubessem o que ele faria antes mesmo de agir.

Três guerreiros atacaram simultaneamente. Um veio de frente com uma lança, outro tentou acertá-lo nas costas com um machado, enquanto o terceiro desferiu um chute baixo. Kael desviou da lança, bloqueou o machado com o braço revestido de Haki, mas o chute o acertou em cheio, jogando-o no chão com um estrondo. Antes que pudesse se levantar, uma lâmina cortou seu braço, fazendo o sangue escorrer.

A dor o fez grunhir, mas ele não desistiu. Kael levantou-se rapidamente, golpeando o atacante mais próximo com um soco revestido de Haki do Armamento, derrubando-o. No entanto, mais guerreiros se aproximavam. Ele estava ficando cercado novamente, e por mais que sua técnica fosse superior, a quantidade e a precisão dos ataques começaram a sobrecarregá-lo.

Um guerreiro mais velho avançou com um machado de pedra, movendo-se com a mesma fluidez selvagem dos outros, mas sua aura era mais intensa. Quando Kael tentou bloquear o ataque, o impacto foi devastador. O golpe atravessou sua defesa, atingindo seu ombro com força suficiente para derrubá-lo no chão novamente. Seu braço latejava de dor, o Haki do Armamento falhando momentaneamente.

A tribo não dava trégua. Mais guerreiros se aproximaram, cercando-o com armas em mãos e uma intenção mortal em seus olhos. O líder tribal, um homem imponente com cicatrizes profundas no rosto, aproximou-se. Ele segurava uma lança, sua presença emanando um Haki poderoso e instável.

Kael, ofegante e sangrando, sentiu sua força começar a falhar. Por mais que tivesse derrubado muitos, o número de guerreiros era esmagador. Eles não apenas o cercavam fisicamente, mas suas auras primitivas o pressionavam mentalmente. Cada golpe que ele tentava desferir parecia ser antecipado e respondido de forma brutal.

Kael sabia que, se continuasse lutando, não sobreviveria. Ele precisava mudar de estratégia. Liberar o Haki do Rei parecia ser uma opção, mas algo dentro dele o alertava para não fazer isso. A tribo estava profundamente conectada com o poder do Haki, e se ele liberasse sua aura com tudo, poderia despertar forças além de sua compreensão.

Ele tomou a única decisão possível: recuar. Usando o Haki da Observação ao máximo, Kael concentrou-se em encontrar uma brecha no cerco. Ele desviou dos golpes mais próximos, rolando para o lado enquanto evitava uma lança que quase perfurou seu abdômen. Em um movimento rápido, ele saltou para uma árvore próxima, usando sua agilidade para ganhar altitude e distância.

Os guerreiros não o seguiram imediatamente. Ficaram parados, observando-o com olhos penetrantes. O líder da tribo ergueu sua lança em um gesto de desafio, como se estivesse dizendo a Kael que ele não era bem-vindo ali. A mensagem era clara: aquela terra, e seus segredos, pertenciam à tribo.

Ferido e exausto, Kael desapareceu na floresta. Ele sabia que aquela batalha estava longe de terminar. A tribo possuía um poder que ele ainda não compreendia, e forçá-los a recuar exigiria muito mais do que suas habilidades habituais. No entanto, recuar agora não significava desistir. Era apenas uma preparação para o que viria.

Kael precisaria encontrar uma maneira de enfrentar não apenas os guerreiros, mas a própria essência do Haki primitivo que eles dominavam. O verdadeiro desafio ainda estava por vir.

CONTINUA...