**Com o passar do tempo na Academia...**
Jesse começou a sentir que, apesar de toda a pressão e mistérios em torno dos Deuses e das Ruínas Antigas, ele havia encontrado algo valioso em seus amigos. **Lyra** e **Callen** se tornaram mais do que apenas colegas de classe — eram aliados que estavam, de certo modo, presos ao mesmo destino. As suas histórias começaram a se entrelaçar com a dele de uma maneira profunda.
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**A História de Callen**
Callen sempre foi reservado. Enquanto a maioria dos alunos fazia questão de mostrar seus poderes durante as aulas, ele preferia permanecer nas sombras, observando e aprendendo de forma silenciosa. Mas, aos poucos, ele começou a se abrir com Jesse, principalmente quando eles passavam horas juntos na biblioteca.
"Você sabia que eu fui adotado?" Callen confessou um dia, enquanto folheava um livro antigo sobre rituais mágicos. Seus olhos, normalmente protegidos por óculos grossos, agora brilhavam com uma sombra de tristeza.
Jesse parou de ler o seu próprio livro, levantando o olhar curioso. "Não, você nunca mencionou."
Callen deu de ombros, como se fosse algo trivial. "É uma daquelas histórias comuns. Fui encontrado em uma aldeia destruída, ninguém sabe o que aconteceu com meus pais. Os magos que me encontraram disseram que toda a minha aldeia foi atacada por uma criatura das trevas. Talvez tenha sido algo semelhante ao que enfrentamos recentemente." Ele parou por um momento, o olhar perdido em memórias distantes. "Desde então, sempre fui fascinado por magia de suporte. Queria poder proteger os outros da mesma maneira que não fui protegido."
Essa revelação mexeu com Jesse. Ele começou a entender por que Callen era tão dedicado a sua magia de cura e suporte — aquilo não era apenas uma escolha prática, era uma missão pessoal. Callen queria garantir que ninguém mais experimentasse a tragédia que ele viveu. A ideia de proteger as pessoas se alinhava com o desejo de Jesse de impedir o Despertar, embora seus motivos fossem um pouco mais pessoais e envoltos em mistério.
Com o tempo, a amizade entre Jesse e Callen se fortaleceu. Eles trocavam conhecimentos sobre magia e estratégias de combate, e Jesse admirava a capacidade de Callen de permanecer calmo e equilibrado, mesmo nas situações mais tensas.
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**A História de Lyra**
Enquanto isso, **Lyra**, sempre competitiva e destemida, também começou a se abrir para Jesse. Ela era completamente o oposto de Callen — sua magia de fogo era explosiva, e sua personalidade correspondia a essa intensidade. No entanto, Jesse logo descobriu que havia mais por trás da fachada confiante.
Em uma tarde de treino, enquanto os dois descansavam após um combate particularmente intenso, Lyra revelou algo que a surpreendeu. "Você sabia que eu tenho um irmão mais velho?"
Jesse, que não sabia muito sobre a família de Lyra, levantou uma sobrancelha. "Não, você nunca falou sobre ele."
"Isso porque... eu não sei onde ele está." Ela olhou para o céu, seu olhar distante. "Ele foi um mago prodígio. Ingressou na Academia anos antes de mim e era admirado por todos. Mas um dia... desapareceu. Ninguém sabe o que aconteceu. Algumas pessoas dizem que ele foi corrompido pelas trevas. Outras acreditam que ele saiu em busca de poder e nunca mais voltou."
Essa revelação mexeu com Jesse. Lyra, que sempre parecia tão forte e segura de si, carregava um peso silencioso — a sombra do irmão desaparecido. Sua competitividade, percebeu Jesse, não era apenas para provar sua força aos outros, mas também para superar a sombra de seu irmão. Ela queria ser lembrada por quem era, e não apenas como "a irmã dele".
"Acho que é por isso que me empurro tanto," Lyra continuou, a voz mais baixa do que o normal. "Se eu me tornar a melhor, talvez eu encontre respostas sobre o que aconteceu com ele."
Jesse sentiu uma nova camada de compreensão em relação a Lyra. Ela não era apenas uma rival competitiva, mas alguém que também buscava respostas para o passado. E, de certa forma, isso a tornava mais parecida com ele do que ele imaginava.
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**Amizades Fortalecidas**
Com o passar do tempo, Jesse, Lyra e Callen formaram uma espécie de triângulo inseparável. Eles treinavam juntos, compartilhavam descobertas, e enfrentavam os desafios da Academia lado a lado. Embora suas motivações fossem diferentes, seus caminhos estavam interligados.
Callen, com sua habilidade de suporte, se tornava a peça essencial em cada estratégia de combate. Suas magias de cura e proteção eram tão importantes quanto as ofensivas de Lyra e Jesse. Em batalhas conjuntas, ele podia antecipar os movimentos dos adversários e manter seus amigos de pé, mesmo nas lutas mais difíceis.
Lyra, com sua magia de fogo, era a força destrutiva do grupo. Embora ela muitas vezes agisse por impulso, sua paixão e determinação a tornavam uma combatente temível. Seu desejo de superar a sombra de seu irmão a fazia se empurrar além dos limites.
Já Jesse, com sua magia de gelo, tinha uma abordagem mais estratégica. Ele não precisava da força bruta que Lyra exibia, mas sua capacidade de manipular o ambiente com gelo e criar armadilhas permitia que ele controlasse o ritmo das batalhas. Sua foice, embora rachada e antiga, começava a revelar seus segredos, e Jesse podia sentir o poder adormecido dentro dela.
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**Os Desafios e as Descobertas**
Ao longo dos meses, os três enfrentaram uma série de desafios na academia, cada um mais difícil que o outro. Desde combates contra criaturas mágicas a testes de inteligência e estratégia, o trio começou a se destacar entre os demais alunos.
Entretanto, o mistério dos Deuses e do Despertar continuava a assombrar Jesse. Ele já havia encontrado algumas pistas sobre o que poderia ser o *Olho de Æther*, mas nenhuma delas parecia levar a uma resposta clara. Enquanto isso, Callen começou a ajudá-lo a investigar mais sobre as criaturas das trevas que eles enfrentaram. Ambos sabiam que havia algo maior acontecendo nos bastidores.
Lyra, por outro lado, começou a ficar cada vez mais obcecada em treinar. Ela acreditava que, ficando mais forte, poderia descobrir o paradeiro de seu irmão. Jesse notou que a pressão estava começando a afetá-la, e, em vários momentos, a ajudou a lembrar que ela não precisava carregar esse fardo sozinha.
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Jesse sabia que o tempo que passava na academia não era apenas para aprimorar suas habilidades ou encontrar aliados. Ele estava aprendendo sobre si mesmo e seus amigos, compreendendo que, por mais poderoso que fosse, sua força verdadeira vinha das conexões que estava formando. Se ele realmente quisesse impedir o Despertar dos Deuses, precisaria mais do que poder. Precisaria de Callen e Lyra ao seu lado.
Conforme as semanas passavam, a sensação de que algo grande estava por vir só aumentava.
**No coração da Academia…**
O sol da tarde lançava uma luz suave sobre o pátio da Academia, onde Jesse, Callen e Lyra se encontravam depois de um longo dia de aulas. O ambiente, preenchido com o som suave das folhas balançando ao vento, oferecia uma pausa bem-vinda após horas de estudo e prática.
Jesse, sentado em um dos bancos de pedra, segurava sua foice antiga e estudava os detalhes da lâmina rachada. O poder contido ali ainda era um mistério, mas ele podia sentir algo — um tremor, quase imperceptível, como se a arma estivesse viva, esperando o momento certo para revelar todo o seu potencial.
Lyra, como de costume, estava inquieta. Ela andava de um lado para o outro, com seus olhos vibrantes focados no horizonte. "Você não sente? Algo está errado. Os professores estão esquisitos, como se estivessem escondendo algo. E as aulas de magia de combate têm sido... fáceis demais."
Callen, que estava sentado de pernas cruzadas no chão, calmamente revisando suas anotações sobre magia de suporte, levantou os olhos por cima dos óculos e deu um suspiro leve. "Talvez seja só sua paranoia, Lyra. Nem tudo é um grande mistério."
"Paranoia? Callen, você realmente acha que a Academia não está envolvida em algo maior? Eu sinto que tem mais acontecendo aqui do que apenas educação mágica."
Jesse, até então quieto, levantou a cabeça e olhou para Lyra. "Eu tenho pensado nisso também, sabe. As Ruínas Antigas e os Deuses... Há muita coisa que eu ainda não entendo, mas não acho que estamos aqui apenas para estudar. Talvez, de alguma forma, tudo isso esteja ligado."
Lyra parou de andar e cruzou os braços, franzindo o cenho. "E você ainda não vai nos contar o que sabe sobre as Ruínas?"
Jesse hesitou. As Ruínas eram o segredo que ele mantinha mais próximo de si. Ele havia crescido lá, sobrevivido a desafios que nenhum dos seus colegas sequer poderia imaginar, e sabia o quão perigoso seria revelar tudo. "Eu não sei o suficiente para explicar ainda. Só sei que são... perigosas. E estão ligadas de alguma forma ao Despertar dos Deuses. Mas eu prometo que, quando tiver mais certeza, eu direi a vocês."
Callen balançou a cabeça, como se quisesse mudar o assunto. "E quanto à nossa próxima aula? Parece que o exame prático final está chegando. Dizem que será um dos mais difíceis até agora."
Jesse e Lyra se entreolharam. A prática final seria crucial para medir o progresso deles na Academia, e todos sabiam que não seria apenas uma simples prova de força. Os professores queriam ver como os alunos lidavam com situações de estresse, estratégias e trabalho em equipe. Além disso, sempre havia uma sensação de que os desafios na Academia escondiam algo mais profundo — um teste real para quem estava preparado para enfrentar o desconhecido.
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**No dia seguinte, as aulas recomeçaram...**
A primeira aula do dia era de *Magia Elemental Avançada*, algo que Jesse tinha esperado com ansiedade. Apesar de suas habilidades limitadas no controle de gelo — a magia considerada mais fraca entre os elementos — ele sentia que havia muito mais para descobrir dentro de si.
O professor, um mago idoso com longas vestes azuis e barba branca, começou a aula com uma demonstração. "Hoje, vamos focar nas nuances do controle elementar. Cada elemento tem suas particularidades, e muitas vezes, o que parece fraco à primeira vista esconde um potencial devastador. Senhor Winchester, por que não demonstra o que aprendeu até agora?"
Jesse sentiu os olhares dos alunos em si e caminhou até o centro da sala. Ele respirou fundo, concentrando-se em sua magia de gelo. As mãos começaram a brilhar levemente, e o ar ao redor dele esfriou rapidamente. Ele moveu as mãos em um arco, e uma pequena parede de gelo se formou à sua frente.
Era uma magia básica, mas estável. O professor balançou a cabeça em aprovação. "Um controle estável, mas precisa de mais... intenção. Magia de gelo é sobre sutileza, estratégia. Não é para explodir em chamas como o fogo, mas para dominar, para forçar o inimigo a agir dentro de seus limites. Tente outra vez, mas agora visualize como o gelo pode ser uma armadilha invisível."
Jesse fechou os olhos por um momento, focando em como o gelo poderia funcionar mais como uma extensão de sua própria vontade. Quando reabriu, ele moldou a magia novamente, mas dessa vez, em vez de uma parede, ele criou uma fina camada de gelo no chão, quase imperceptível. Se alguém não estivesse atento, poderia escorregar e perder o equilíbrio.
Os outros alunos se surpreenderam com a simplicidade e eficácia da técnica. Até mesmo Lyra, sempre crítica, assentiu, impressionada. "Nada mal, Jesse. Está começando a usar a cabeça."
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**Momentos no refeitório…**
Mais tarde, depois de várias aulas, o trio se reuniu no refeitório da Academia. A sala era vasta, com mesas longas de madeira que acomodavam os alunos de todas as casas. Callen, como de costume, estava lendo enquanto comia seu almoço tranquilamente, enquanto Lyra estava reclamando sobre a falta de desafios na aula de combate.
"Eu juro, Jesse, essas aulas são uma piada. Se eu continuar assim, nunca vou encontrar meu irmão. Preciso de mais desafios, mais testes reais. O que adianta treinar se não podemos aplicar?"
Jesse sorriu, acostumado com as reclamações de Lyra. "Talvez você só precise de mais paciência. Nem sempre é sobre força bruta, sabe?"
Callen olhou por cima de seu livro e deu um sorriso discreto. "Jesse tem razão. Nem tudo é sobre se lançar para a batalha de cabeça. Estratégia é essencial, e isso você só aprende observando."
Lyra bufou, mas uma leve expressão de gratidão cruzou seu rosto. "Talvez vocês estejam certos. Mas se eu não encontrar respostas logo, eu vou acabar explodindo esse lugar."
Jesse riu, mas sabia que Lyra falava sério. A busca pelo irmão desaparecido era um peso que ela carregava constantemente. Ele desejava que pudesse fazer algo para ajudá-la, mas sabia que a única maneira seria se tornar forte o suficiente para enfrentar os desafios que estavam por vir.
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**Uma nova descoberta...**
Enquanto as semanas passavam, Jesse começou a notar algo estranho nos corredores da Academia. Algumas portas, normalmente trancadas e esquecidas, agora estavam abertas, revelando corredores que ele nunca tinha visto antes. Era como se a própria Academia estivesse mudando, revelando mais de seus segredos. E não demorou muito até que Jesse, Callen e Lyra se encontrassem diante de um desses corredores misteriosos.
"Eu nunca vi essa parte do prédio antes," Callen murmurou, enquanto ajustava seus óculos. "Vocês acham que é seguro?"
Lyra, como de costume, já estava na frente, empurrando a porta com determinação. "Só tem um jeito de descobrir."
Jesse, cauteloso, segurou a foice em suas mãos. Ele sabia que esses corredores poderiam esconder mais do que simples segredos da Academia. Poderiam ser a chave para entender os Deuses, as Ruínas, ou até mesmo para o futuro incerto que o aguardava.
Com os três avançando juntos, o destino os esperava logo além da escuridão.
Os três avançaram pelos corredores desconhecidos da Academia, onde o silêncio era perturbador e o ar parecia mais denso. As tochas presas nas paredes lançavam uma luz trêmula, criando sombras que dançavam ao redor deles. Cada passo ecoava, aumentando a tensão no grupo.
Callen analisava os detalhes das paredes enquanto andava, seus olhos buscando padrões ou runas que pudessem explicar onde estavam. "Isso definitivamente não está nos mapas que estudei. É como se estivéssemos em outra parte da Academia, uma área que não deveria existir."
Jesse mantinha sua foice pronta, o instinto de sobrevivência sempre alerta. "A Academia é cheia de segredos, mas algo me diz que esse lugar é diferente. Não é só uma ala antiga…"
Lyra, andando à frente, virou-se para ele. "Você acha que isso está ligado aos Deuses ou às Ruínas?"
Jesse não sabia ao certo, mas algo dentro dele sussurrava que aquele lugar tinha uma conexão profunda com os mistérios que ele vinha tentando desvendar. "Pode ser... ou talvez seja algo ainda mais antigo."
Quando finalmente chegaram ao fim do corredor, se depararam com uma grande porta de pedra, adornada com símbolos antigos. As runas brilhavam em um tom azul gélido, fazendo os pelos da nuca de Jesse se arrepiarem. Ele tocou a superfície fria da porta, sentindo uma familiaridade inquietante.
"Essas runas... são parecidas com as que vi nas Ruínas", sussurrou Jesse, tentando manter a calma.
Callen aproximou-se, fascinado. "Interessante… isso parece ser uma combinação de magia antiga e um sistema de selamento. Se estiver certo, essa porta foi trancada há séculos."
Lyra cruzou os braços, olhando para Jesse. "Então, o que você quer fazer? Entramos ou voltamos?"
Jesse hesitou. Era perigoso, sem dúvida, mas seu instinto dizia que precisava ver o que estava além da porta. Podia ser a chave para descobrir mais sobre os Deuses ou até sobre o que a Academia escondia. Ele deu um passo à frente, colocando ambas as mãos na porta. Quando concentrou sua energia, o gelo de sua magia reagiu com as runas, fazendo a porta vibrar levemente.
"Vamos ver o que há aqui dentro."
As runas brilharam intensamente, e a porta lentamente começou a se abrir. Um frio intenso emanou de dentro da sala, fazendo Lyra estremecer e Callen recuar alguns passos. Quando a porta finalmente se abriu por completo, revelando uma vasta sala circular, os três entraram com cautela.
No centro da sala havia um pedestal, e sobre ele, uma esfera brilhante flutuava, emitindo uma luz suave e azulada. A sala estava vazia, exceto por aquela esfera que parecia ser o foco de tudo. Jesse sentiu sua foice vibrar levemente em suas mãos, como se estivesse reagindo à presença da esfera.
"Isso é… estranho", murmurou Lyra, olhando ao redor, tentando entender o propósito daquele lugar.
Callen, sempre curioso, se aproximou da esfera, observando de perto. "Parece ser uma fonte de energia mágica, mas há algo de errado com isso. Sinto uma pressão estranha... como se estivesse conectada a algo maior."
Jesse deu alguns passos à frente, também atraído pela energia da esfera. Mas antes que pudesse tocá-la, a sala começou a tremer. As paredes se iluminaram com símbolos antigos e, de repente, o som de uma voz ecoou pelo ambiente. Era profunda e antiga, com um tom autoritário.
"Os que ousam tocar o poder dos Deuses serão julgados."
A atmosfera ficou ainda mais tensa, e os três trocaram olhares nervosos. Jesse sabia que haviam ativado algo perigoso. Ele recuou, mas antes que pudessem tomar outra ação, a sala foi envolvida por uma luz cegante, e figuras começaram a se materializar ao redor deles.
Eram criaturas etéreas, com formas vagas e maleáveis, flutuando ao redor da esfera. Seus olhos brilhavam em vermelho intenso, e suas presenças eram opressoras. Jesse segurou a foice com mais força, se preparando para o pior.
"Essas criaturas… parecem ser guardiões desse lugar", disse Callen, recuando ao lado de Jesse e Lyra. "Isso não está bom."
Lyra, com os punhos cerrados, sorriu. "Finalmente, algo interessante. Vamos ver do que esses guardiões são feitos."
Antes que Jesse pudesse responder, uma das criaturas avançou rapidamente em sua direção. Ele reagiu instintivamente, erguendo a foice e bloqueando o ataque, mas a força do impacto o fez deslizar alguns metros para trás. A criatura parecia não ter uma forma sólida, dificultando o contra-ataque.
"São rápidos!" gritou Jesse, recuando enquanto tentava entender como lutar contra algo que não podia ser atingido diretamente.
Lyra, ao seu lado, conjurou uma magia de fogo e lançou contra uma das criaturas, mas as chamas atravessaram o corpo etéreo sem causar dano. "Droga, fogo não funciona."
Callen rapidamente ergueu suas mãos, criando uma barreira mágica ao redor dos três para evitar que fossem cercados. "Precisamos de um plano, e rápido. Essas coisas são imunes a ataques físicos e elementares."
Jesse observou atentamente, procurando um ponto fraco. A esfera brilhava intensamente no centro da sala, e ele se perguntou se poderia haver uma conexão entre ela e as criaturas. "Talvez a esfera... pode ser o que está mantendo essas coisas aqui."
Callen assentiu, compreendendo o raciocínio. "Faz sentido. Se destruirmos ou neutralizarmos a fonte de energia, talvez consigamos desativar os guardiões."
Jesse apertou os punhos ao redor de sua foice, decidido. "Certo, eu vou tentar. Mantenham essas coisas longe de mim."
Lyra e Callen se prepararam para distrair as criaturas, enquanto Jesse avançava em direção à esfera. Ele precisava agir rápido, ou todos seriam sobrepujados pelos guardiões. O destino desse segredo antigo estava prestes a ser revelado, e Jesse sabia que essa descoberta era apenas o começo de algo muito maior.
Enquanto Jesse avançava em direção à esfera flutuante, os guardiões etéreos cercavam cada vez mais Lyra e Callen. As criaturas moviam-se como sombras líquidas, rápidas e imprevisíveis, tornando a luta cada vez mais difícil. Callen, suando enquanto mantinha a barreira mágica ativa, gritou para Jesse.
"Rápido, Jesse! Não sei quanto tempo mais posso manter isso!"
Lyra, com sua habitual confiança, tentava várias combinações de feitiços, mas tudo parecia ineficaz. "Essas coisas são irritantemente resistentes!", ela resmungou, conjurando outro feitiço que passava inofensivo pelas criaturas.
Jesse apertou sua foice, sentindo a vibração dela crescer à medida que se aproximava da esfera. O frio que emanava da arma parecia intensificar-se, respondendo à magia ao redor. Ele estendeu a mão livre e sentiu a energia gélida ao tocar a esfera. De imediato, um choque percorreu seu braço, como se a magia dentro da esfera reagisse ao seu toque.
Ele ouviu um sussurro, baixo, quase imperceptível, mas carregado de poder. A voz soava antiga, distante, mas ao mesmo tempo familiar.
"Você... de novo... das Ruínas..."
Jesse sentiu um calafrio percorrer sua espinha, mas não se permitiu hesitar. Ele sabia que, de alguma forma, estava conectado a esse lugar. As Ruínas sempre guardaram segredos, e talvez esse fosse um deles.
Focando-se na esfera, Jesse começou a canalizar sua própria magia gélida. A temperatura ao seu redor despencou, enquanto cristais de gelo se formavam no ar, cobrindo o chão de uma fina camada de geada. A esfera começou a brilhar ainda mais forte, como se estivesse resistindo, mas Jesse não parou. Ele canalizou mais energia, forçando a esfera a reagir.
De repente, uma explosão de luz preencheu a sala, cegando todos momentaneamente. Os guardiões emitiram um grito agudo e desapareceram, como se tivessem sido desmaterializados pela força da explosão.
Quando a luz se dissipou, Jesse ofegava, segurando a foice com força. A esfera havia parado de flutuar e agora descansava imóvel no pedestal. O brilho azul que antes emanava dela estava esvanecido, quase inexistente. Callen baixou a barreira, claramente exausto, enquanto Lyra limpava o suor da testa.
"Conseguimos..." murmurou Callen, ofegante.
Lyra, recuperando-se rapidamente, se aproximou de Jesse, encarando a esfera. "O que diabos foi isso? Você parece ter uma conexão com esse lugar, Jesse."
Ele respirou fundo, ainda tentando entender o que havia acontecido. "Eu... não sei. Mas essas ruínas... já vi símbolos como esses antes, nas Ruínas Antigas. Elas são como portas para outros mundos, dimensões de bolso. Talvez... estejamos em um desses lugares agora."
Callen, ainda curioso, se aproximou da esfera sem tocá-la. "Se isso for verdade, o que está guardado aqui pode ser algo muito mais antigo do que imaginávamos. Talvez até um fragmento do poder dos próprios Deuses."
Jesse franziu o cenho, sentindo-se incomodado com a ideia. "Os Deuses... toda essa conversa sobre o Despertar. Talvez... talvez as Ruínas tenham sido feitas para esconder algo deles. Algo que não queriam que fosse descoberto."
Lyra o observou de perto, um brilho de curiosidade nos olhos. "Então você acha que tudo isso tem a ver com os Deuses? Que o que está acontecendo aqui... está conectado ao Despertar?"
Jesse não tinha certeza, mas sentia que estava mais perto de descobrir algo grande. Ele olhou para seus dois amigos, os únicos com quem podia contar naquele momento. "Pode ser. Só sei que preciso entender mais sobre as Ruínas e o que elas realmente escondem. E essa Academia pode ter mais respostas do que parece."
Lyra sorriu, com aquele ar de confiança que nunca a abandonava. "Bem, estamos com você. E quem sabe, até podemos aprender algo interessante pelo caminho."
Callen assentiu, ainda fascinado com a esfera e os segredos que ela poderia guardar. "Sem dúvida. Parece que estamos apenas arranhando a superfície do que este mundo tem a oferecer."
Com o perigo imediato afastado, os três saíram da sala antiga, deixando para trás a esfera enfraquecida, mas com a sensação de que haviam dado um passo crucial em sua jornada. Cada desafio que enfrentavam trazia novas perguntas, e Jesse sabia que o tempo para respostas estava se esgotando. Os Deuses, as Ruínas, a Academia... tudo parecia interligado em uma teia complexa, e agora cabia a ele e seus amigos desvendá-la.
A caminho dos dormitórios, o silêncio que os envolvia não era desconfortável. Era o tipo de silêncio que surge quando algo profundo foi compartilhado entre amigos. Lyra e Callen estavam ali para ele, e Jesse sabia que, apesar de todas as incertezas, não enfrentaria esse destino sozinho.
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