No extremo norte, Jesse enfrentou uma jornada que o transformaria de maneiras que ele jamais havia imaginado. Assim que chegou àquelas terras, ele percebeu que o frio ali não era apenas físico; havia uma energia antiga e densa que permeava o ar, como se o próprio gelo estivesse vivo e observando cada movimento. O objetivo de Jesse era claro: melhorar suas habilidades mágicas com o gelo, mas ele rapidamente descobriu que o norte tinha muito mais a oferecer — e muito mais a exigir.
Logo nos primeiros dias, ele se deparou com uma série de desafios naturais. Tempestades de neve que obscureciam sua visão por completo, ventos tão cortantes que pareciam querer arrancar sua pele, e o frio que penetrava até os ossos, mesmo para alguém acostumado com a magia de gelo. Porém, Jesse persistiu, empurrando seus limites físicos e mágicos.
Em uma das noites, enquanto procurava abrigo entre penhascos, Jesse foi atacado por uma criatura gigantesca, feita de gelo e rocha. Ele nunca tinha visto algo assim antes: um golem que parecia ser um guardião daquele lugar. A criatura avançou com força brutal, forçando Jesse a usar toda sua magia para se defender. Ele conjurou lanças de gelo e barreiras congeladas, mas nenhuma delas parecia ser suficiente para deter o monstro. Foi nesse momento de desespero que algo dentro dele despertou.
Em um instante de pura necessidade, Jesse conseguiu acessar uma forma mais avançada de sua magia de gelo, moldando o próprio ar ao seu redor em cristais afiados e densos, criando uma armadura de gelo em seu corpo. Esse novo poder, que ele nunca havia dominado antes, lhe permitiu finalmente derrotar o golem, quebrando-o em pedaços. Ao explorar as ruínas que o golem protegia, Jesse descobriu inscrições antigas que falavam sobre a "Magia Antiga do Gelo", uma forma esquecida de controle sobre o frio, utilizada pelos primeiros magos do norte. Isso alimentou ainda mais seu desejo de aprender.
Nas semanas seguintes, Jesse se isolou em cavernas e picos nevados, treinando obsessivamente. Ele repetia exercícios até a exaustão, desafiando a si mesmo a criar formas mais complexas e poderosas de gelo. Ele sabia que enfrentaria Kieran, e que a força bruta não seria suficiente. Ele precisava de controle, precisão e algo mais — algo que ele só encontraria nas profundezas do norte.
Foi em uma dessas jornadas solitárias que Jesse encontrou outros habitantes do norte, nômades que viviam nas regiões mais inóspitas, conhecidos como os "Guardas da Tempestade". Eles eram magos que usavam o frio como uma extensão de si mesmos e haviam se isolado do mundo para proteger segredos que acreditavam não poder cair nas mãos erradas. A princípio, desconfiados de Jesse, eles o desafiaram em um duelo simbólico, testando sua habilidade com o gelo. Vendo seu potencial e a determinação em seus olhos, os Guardas aceitaram treiná-lo.
Com eles, Jesse aprendeu mais do que apenas magia; ele aprendeu a ouvir o silêncio do gelo, a compreender a quietude antes de uma tempestade. Eles o ensinaram a canalizar não apenas sua energia, mas também a natureza ao seu redor, permitindo que o ambiente gelado amplificasse seu poder. Durante seu tempo com os Guardas, ele conheceu Freyja, uma jovem guerreira que, apesar de sua aparência tranquila, possuía um controle incrível sobre a magia de gelo. Ela se tornou uma aliada e amiga durante os meses de treinamento, ensinando a Jesse técnicas que ele nunca havia considerado.
Mas nem tudo foi aprendizado e amizade. Em uma das expedições com os Guardas, Jesse e Freyja se depararam com uma criatura lendária que vivia nas montanhas: um dragão de gelo. A fera não era como as que Jesse havia lido em livros; sua presença era ancestral, imensa e quase divina. O dragão não atacou diretamente, mas deixou claro que eles estavam invadindo seu território. Em uma tentativa desesperada de defender o grupo, Jesse usou todo o poder recém-descoberto para criar uma barreira de gelo que suportou o primeiro ataque da criatura, mas ele sabia que não venceria uma segunda investida.
Foi nesse momento que Freyja revelou outro segredo do norte: não era apenas sobre lutar contra o gelo, mas entender que ele poderia ser seu aliado. Juntos, usando uma técnica combinada, eles conseguiram acalmar o dragão, permitindo que o grupo escapasse. Essa experiência mudou Jesse para sempre, ensinando-o que às vezes a maior força vinha de reconhecer seus próprios limites e trabalhar em harmonia com o ambiente ao redor.
Após essa intensa experiência, Jesse sabia que seu tempo no norte estava se esgotando. Ele já havia aprendido tudo o que podia naquele momento, mas o treinamento havia demorado mais do que ele previra. Quando finalmente decidiu voltar para a Academia, o tempo já havia passado muito mais do que ele esperava.
Enquanto Jesse fazia o caminho de volta, ele refletia sobre tudo que havia vivido — as lições, as batalhas e os novos aliados que havia feito. Ele sabia que estava mais forte e preparado para enfrentar qualquer desafio, mas também entendia que o verdadeiro teste seria na Academia, onde Lyra o esperava. Ao retornar, ele trazia consigo não apenas o poder aprimorado, mas também o conhecimento de que o norte havia mudado para sempre quem ele era.
O Norte era uma terra vasta, isolada e implacável, onde o vento parecia cantar canções antigas de tempos esquecidos. À medida que Jesse adentrava cada vez mais fundo nesse território, ele percebia que o Norte não era apenas uma região geográfica — era um lugar imbuído de mistério e poder. As terras eram dominadas por cadeias de montanhas de gelo eterno e vastas planícies brancas, onde a neve caía incessantemente, cobrindo tudo com uma espessa camada de silêncio. Porém, apesar da aparente tranquilidade, o Norte era repleto de perigos e segredos antigos.
**O Ambiente e a Magia do Norte:**
A magia que permeava o Norte era diferente de qualquer outra parte do mundo. Era crua, primal, e profundamente conectada ao gelo e ao frio. No início de sua jornada, Jesse notou que sua própria magia de gelo parecia ganhar vida ali, quase como se o próprio ambiente estivesse amplificando suas habilidades. Cada feitiço conjurado parecia mais forte e mais intenso. Mas também era mais difícil de controlar. Era como se o gelo do Norte tivesse uma vontade própria, testando os que ousavam manipulá-lo.
**As Ruínas Antigas:**
Durante uma das explorações solitárias de Jesse, ele encontrou ruínas que pareciam pertencer a uma civilização esquecida, soterradas pela neve e pelo tempo. Essas ruínas eram cobertas por símbolos e inscrições que falavam sobre uma era antiga, onde magos poderosos governavam o Norte, manipulando o gelo como uma extensão de sua própria vontade. Alguns acreditavam que esses magos, conhecidos como os "Primeiros Conjuradores do Frio", foram os responsáveis por dar origem às criaturas que ainda vagavam pelo Norte — como o golem que Jesse enfrentou.
Essas ruínas serviam como lembretes silenciosos de que o Norte havia sido, uma vez, o centro de um império mágico, mas que agora, os restos dessa grandeza estavam ocultos sob camadas de gelo. Jesse passou dias estudando essas inscrições, tentando desvendar os segredos perdidos. Uma delas falava sobre uma "Chama Fria", uma magia rara e paradoxal que permitia manipular o gelo como se fosse fogo. Embora ele não tivesse conseguido dominar tal poder, as escrituras deixaram claro que havia muito mais no gelo do que ele compreendia.
**As Criaturas do Norte:**
Além do golem de gelo e do lendário dragão de gelo, Jesse se deparou com várias outras criaturas que habitavam aquelas terras. Algumas eram relativamente inofensivas, como pequenos espíritos do frio que espreitavam nos cantos das cavernas congeladas, observando viajantes com curiosidade. No entanto, havia outros seres que eram verdadeiramente ameaçadores.
Uma das mais temidas criaturas do Norte era conhecida como o "Guardião da Tempestade" — uma entidade que, segundo lendas locais, comandava as próprias tempestades de neve que assolavam a região. Diziam que essa criatura aparecia como um vulto imenso durante as piores tempestades, com olhos brilhando como cristais de gelo, e devorava aqueles que ousavam invadir seus domínios. Jesse nunca encontrou o Guardião diretamente, mas uma noite, enquanto se abrigava em uma caverna, ouviu o uivo de uma tempestade tão intensa que jurou ter visto a sombra da criatura se mover entre os ventos.
**Os Guardas da Tempestade:**
Os "Guardas da Tempestade", o grupo nômade que Jesse conheceu durante sua jornada, eram lendários. Eles não eram apenas usuários de magia de gelo; eram praticamente uma extensão viva do ambiente gelado. Sua habilidade de controlar o clima, de canalizar a própria essência do frio, os tornava quase mitológicos. Vários deles tinham pele pálida como neve, com cabelos e olhos de tons prateados ou azulados, refletindo o ambiente inóspito ao qual estavam adaptados.
O treinamento com os Guardas foi árduo e intenso. Eles acreditavam que a magia não deveria ser apenas usada, mas compreendida em sua totalidade. Ensinaram Jesse a se conectar com a própria natureza do gelo, a senti-lo como parte de si, e não apenas uma ferramenta. Com o tempo, ele aprendeu a ouvir o "coração do frio" — um conceito abstrato que os Guardas acreditavam ser o pulso da própria terra. Isso permitiu a Jesse uma conexão mais profunda com sua magia, ampliando seu controle sobre o gelo e a capacidade de moldá-lo de maneiras que ele nunca havia imaginado.
**Freyja e as Alianças do Norte:**
Freyja, a jovem guerreira dos Guardas da Tempestade, foi a primeira a reconhecer o potencial latente de Jesse. Ela era uma líder respeitada entre os Guardas, conhecida por sua habilidade excepcional em criar tempestades controladas e por sua ligação espiritual com o gelo. Com ela, Jesse formou uma aliança poderosa. Embora seus métodos fossem duros e sua personalidade reservada, Freyja se tornaria uma amiga e mentora. Eles não apenas treinavam juntos, mas exploravam as regiões mais perigosas do Norte, enfrentando desafios tanto naturais quanto sobrenaturais.
Em uma dessas expedições, Freyja contou a Jesse sobre uma antiga lenda dos Guardas: o mito dos "Deuses do Gelo", entidades que teriam moldado o mundo a partir das tempestades e cuja presença ainda poderia ser sentida nas profundezas mais remotas do Norte. Segundo a lenda, quem encontrasse o Templo do Gelo Eterno, um lugar perdido nas fronteiras do mundo, poderia aprender os segredos definitivos da magia do gelo — mas ao custo de perder parte de sua humanidade.
**O Tempo e o Retorno:**
O tempo no Norte parecia diferente. Dias se misturavam com noites, e semanas passavam como se fossem meras horas. Jesse planejava inicialmente ficar apenas algumas semanas, mas cada novo aprendizado, cada novo desafio, o empurrava a ficar mais. Ele queria dominar tudo o que aquele lugar tinha a oferecer, e antes que percebesse, dois meses haviam se passado.
O chamado do dragão de gelo que ele e Freyja enfrentaram foi o ponto culminante de sua jornada. Aquela criatura era uma prova viva dos poderes que o Norte ainda abrigava, e sua vitória sobre ela, com a ajuda de Freyja, marcou o fim de sua estadia. Sabendo que havia aprendido tudo o que podia naquele momento, Jesse começou sua jornada de volta para a Academia.
No caminho, ele refletiu sobre o quanto havia mudado — tanto em termos de poder quanto de sabedoria. Agora, ele não era mais o jovem inexperiente com magias de gelo fracas. Ele havia se transformado em alguém que entendia a verdadeira natureza do gelo, tanto sua beleza quanto seu perigo.
Durante sua estadia no Norte, Jesse desenvolveu uma técnica singular e poderosa, algo que se originou tanto de seu treinamento árduo com os Guardas da Tempestade quanto de suas próprias intuições. A técnica ficou conhecida como **"Geada Viva"**, e ela aproveitava não apenas o poder destrutivo do frio, mas a própria essência do gelo, conferindo-lhe uma capacidade de adaptação e crescimento.
### **Geada Viva** – Descrição:
A "Geada Viva" era uma técnica que permitia a Jesse conjurar gelo com uma qualidade quase orgânica. Ao invés de simplesmente criar barreiras ou rajadas de gelo, essa magia criava um tipo de gelo que agia por conta própria, reagindo ao ambiente e às intenções de Jesse. O gelo formado com a "Geada Viva" se movia e se multiplicava como se estivesse vivo, crescendo e se espalhando como raízes ou tentáculos, consumindo tudo ao seu redor com uma frieza intensa e persistente.
### **Origem e Desenvolvimento:**
A técnica começou a se formar em sua mente quando Jesse passou dias meditando nas ruínas antigas, absorvendo o conhecimento perdido dos "Primeiros Conjuradores do Frio". Ele notou que, em vez de tentar forçar o gelo a fazer sua vontade, ele precisava liberar parte do controle, permitindo que a magia fluísse livremente, quase como uma força da natureza.
Os Guardas da Tempestade também o ajudaram a refinar esse conceito. Eles o ensinaram a ver o gelo não apenas como um elemento estático, mas como algo dinâmico — uma força que podia crescer e mudar, dependendo do ambiente. Sob a orientação de Freyja, Jesse começou a experimentar essa nova abordagem, criando gelo que se movia e respondia ao mundo ao seu redor.
### **Como Funciona:**
Quando Jesse usa a "Geada Viva", ele libera uma onda inicial de gelo que rapidamente se espalha pelo solo, pelas paredes ou até pelo ar. Ao tocar uma superfície, o gelo começa a se expandir e a mudar de forma, criando uma teia de cristais congelados que podem ser usados tanto para ataque quanto para defesa. A "Geada Viva" pode:
- **Encapsular** seus inimigos, criando gaiolas ou armadilhas em questão de segundos.
- **Crescer e se adaptar** ao ambiente, criando barreiras, lanças ou até mesmo pontes de gelo que podem se estender por longas distâncias.
- **Absorver energia térmica** ao redor, tornando-se mais resistente a ataques baseados em calor e fogo, e aumentando sua durabilidade e alcance.
- **Seguir inimigos**: com uma pequena quantidade de controle, Jesse pode guiar o crescimento do gelo em direção a alvos específicos, fazendo com que ele "persiga" inimigos.
### **O Poder da Técnica:**
O poder mais impressionante da "Geada Viva" era sua **capacidade de adaptação e regeneração**. Uma vez conjurada, a geada se regenerava sozinha, tornando-a quase indestrutível por métodos convencionais. Se um inimigo tentasse quebrá-la ou derretê-la, ela simplesmente crescia novamente, mais forte e mais resistente. Isso fazia da técnica uma arma mortal em combate, pois ela exigia muito mais esforço para ser contida do que para ser usada.
Além disso, a "Geada Viva" tinha um efeito psicológico devastador. O fato de o gelo parecer estar vivo, crescendo e perseguindo os inimigos, fazia com que muitos o vissem como uma força implacável, algo que não podia ser parado ou controlado.
### **Limitações:**
Embora incrivelmente poderosa, a "Geada Viva" exigia uma grande quantidade de energia mágica de Jesse para ser mantida por longos períodos. Quanto mais ele usava a técnica, mais drenava suas forças, e após sessões prolongadas, ele se sentia extremamente exausto. Além disso, o gelo criado por essa técnica era tão intensamente frio que até mesmo Jesse precisava tomar cuidado para não se expor demais a ele.
Outra limitação era o controle. A "Geada Viva" tinha um certo grau de independência, e se Jesse não ficasse atento, ela poderia se espalhar indiscriminadamente, afetando aliados ou destruindo áreas que ele não pretendia. Manter o equilíbrio entre liberar o gelo e controlá-lo era um dos maiores desafios da técnica.
### **A Utilização da Técnica:**
Jesse utilizou a "Geada Viva" pela primeira vez em combate durante uma batalha contra uma horda de bestas do gelo que ameaçavam um vilarejo no Norte. Ao ver que as criaturas eram rápidas e resistentes, ele liberou a técnica, criando uma teia de gelo que se espalhou pelo campo de batalha, encapsulando as bestas em casulos de gelo impenetrável. A batalha foi vencida rapidamente, e o vilarejo foi salvo.
No entanto, a verdadeira força da "Geada Viva" seria testada no futuro, quando Jesse voltasse para a Academia e precisasse lidar com a situação de Lyra.