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Chapter 37 - 37

Aleksander Petrov

— Quando que eu traí você? O único que traiu aqui foi você, ao me vender para a Yakuza e Cosa Nostra — se ele quer brincar de quem acusa mais o outro, vamos brincar então.

— Eu não te traí primeiro, foi você quem me trocou quando casou com essa vagabunda Italiana, você parou de falar comigo e sair comigo, todo o seu tempo passou para ela, todas as suas actividades passou a fazer com ela, você esqueceu de mim! — ele está completamente louco, como assim eu passei a dedicar todo o meu tempo a Isabella e não a ele.  Mas é claro que eu passei a me dedicar a ela, ela é a minha esposa.

— Mas Isabella é a minha esposa, o que você esperava? — talvez a minha resposta vá pegar mal, mas porra, o que o desgraçado queria?

Ele se mata de rir, o riso dele sai macabro e grotesco, misturado com as lágrimas dele. Caramba! Isso parece o cenário de um filme de terror psicótico.

— Por favor! Você nem sequer ama essa vadia, você quis a irmã dela seu desgraçado! — ele berra rindo com cara macabra.

Ele parece um louco, eu estou tentando usar as emoções dele contra ele, mas o desgraçado é tão desequilibrado que nem sei qual é a emoção que ele está sentindo.

— Ygor! Pelo amor de Deus, o que você queria que eu fizesse? Que deixasse a minha esposa e me casasse com você? Pelo amor de Deus! Eu sou um homem hetero, uma coisas é eu respeitar sua orientação sexual, outra bem diferente é, eu entrar num relacionamento com você — tento ser racional, trazer a razão até nós, para que ele entenda que não tinha nenhuma chance comigo, com Isabella na minha vida ou não.

— Sim! Eu queria que você continuasse a ser  meu amigo mesmo sendo casado, mas você não fez isso! Você me trocou — ele está totalmente desequilibrado.

Ele está usando a obsessão dele por mim, para justificar a traição dele, mas isso é tudo papo furado. Ele me traiu Muito antes de eu me apaixonar por Isabella.

— Ygor! Você traiu a Bratva, muito antes de eu me apaixonar por Isabella, não use o meu casamento como desculpe para a sua loucura — mesmo que isso vá acarretar uma discussão longa, preciso de todo esse tempo, para que os soldados me encontrem.

— Você me trocou quando encontrou seu irmão biológico, você até deu o meu lugar a ele — aí está a verdadeira razão para a traição dele, não foi por causa de nenhuma paixão, foi tudo por poder, ele só está com dor de cotovelo porque Mikhail é melhor que ele.

Ygor sempre foi um bom profissional, mas desde que o meu casamento foi anunciado, os ataques começaram, ele começou a negligenciar as sua funções de Consigliere. Eu preciso de pessoas competentes do meu lado, se ele não está capacitado para a função, é óbvio que será substituído na hora, sendo meu amigo ou não. Mikhail assumir o lugar dele, foi só uma coincidência, não tem nada haver com o facto de sermos irmãos. O desgraçado continua falando bostas, mas o movimento na mata, chama a minha atenção, os soldados dele estão sumindo aos poucos, eu sabia, meus soldados estão aqui.

— Tudo bem Ygor, você quer a mim certo? Eu troco de lugar com ela, você pode me levar — me entrego só para distrair ele, eu estou me entregando as mãos dele, será mais fácil de imobiliza-lo e proteger a minha esposa.

— Eu não quero você, eu quero que ela morra, para que você sofra como eu sofri quando você escolheu ficar com ela — ele está louco, qual é o problema dele?

Olho para o lado e meu irmão assim como Matteo Cassano, estão preparados para atacar a qualquer momento, mas eu não quero que o matem, eu mesmo vou matar ele com as minhas mãos.

— Porra! Eu sou a razão da guerra certo? Me leve e faça comigo o que quiser — falo tentando me aproximar aos poucos deles.

Ygor abana a cabeça de forma frenética, ele está bastante distraído. Faço um sinal para que o meu irmão assim como os outros homens, imobilizem os soldados a nossa volta.

— Mas eu quero que você sofra com a morte dela, mas eu não quero matar esse bebé, ele será meu — o desgraçado não está falando as coisas com clareza.

Como é que ele vai salvar o meu filho se ele pretende matar a mãe dele? Isso é loucura, Isabella está grávida de sete meses, o bebé ainda é prematuro. Talvez o que eu vou fazer agora, vá me render inúmeros apelidos depois, mas o mais importante no momento é salvar a minha esposa e o meu filho.

Mikhail e a equipe da Camorra, conseguem imobilizar mais alguns soldados, conseguindo se aproximar de nós, Ygor está tão distraído em sua loucura que nem percebe que estamos quase acabando com ele, o mas importante no momento, não é só acabar com ele, é tirar a minha esposa das mãos dele.

— Ygor! Olha para mim, sou eu Aleksander, seu amigo de infância, lembra de todos os momentos que passamos juntos? Acha que se eu não sentisse algo por você, eu deixaria você chegar tão próximo de mim? — falo baixinho, conseguindo chegar ao menos próximo da minha esposa.

Faço sinal para que eles prossigam, assim que consigo chegar até ele, faço sinal para que Isabella fique preparada. Ele não olha nos meus olhos, parece estar bastante envergonhado.

— Ygor! Olhe para mim — ele ergue a cabeça e olha para mim com esperança.

Óptimo! Ele está caindo no meu jogo, ele está acreditando mesmo que as coisas seriam diferentes se Isabella não existisse.

— Você está dizendo que sente algo por mim? — ele murmura sorrindo vacilante.

A esperança em seus olhos é tão patética que me dá vontade de rir. Faço um sinal para que Isabella se prepare, ela entende o meu sinal. Me aproximo de Ygor e que minha esposa me perdoe. Pego Ygor pelo pescoço e dou um beijo nele, nesse mesmo momento, Isabella escapa dos braços dele, me aproveito da distração dele e pego em sua arma.

— Pode ficar quieto Ygor! — aponto a arma em sua cabeça.

Mikhail e Matteo Cassano, conseguem imobilizar os soldados de Ygor. Procuro por minha esposa e graças a Deus, ela está em segurança.

— Você vai pagar muito caro por isso Ygor! — meus soldados o imobilizam e o levam.

Quando finalmente conseguimos deixar a área limpa, minha esposa finalmente vem até os meus braços, ela me dá um abraço chorando e muito. Ela está trémula em meus braços, e suas lágrimas molham a minha camisa.

— O que você tem na cabeça ahm! Como é que você se atreve a vir até aqui sem ajuda ahm! Eu vou te matar — Isabella esmurra o meu peito ainda chorando muito.

Meu irmão parece preocupado comigo, ele faz sinal com os olhos e o velho Cassano me fuzila com os olhos, ele tem toda a razão do mundo.

— Me Desculpe meu amor, eu só pensei em ajudar você e ao nosso filho, me perdoa por favor, me perdoa — abraço seu pequeno corpo, fazendo todo o possível para acalmar ela.

Ela passou por muito stress hoje, mesmo que a gravidez dela, não seja de risco, não quero que ela fique mais assustada do que está. Isabella continua chorando em meus braços, até que finalmente se acalma.

— Ah! Eu preciso me sentar, minhas pernas estão me matando — Isabella se afasta de mim e finge que nada aconteceu.

O velho Cassano espera que minha esposa se afaste de mim e corre me acertando um soco muito bem certeiro na cara, porra! Eu mereci.

— Isso é pelo que você fez seu irmão fazer com a minha filha — o velho berra desferindo socos no meu rosto.

Não vou revidar, ele está certo em me bater, se eu estivesse no lugar dele, faria o mesmo. Minha esposa tenta chegar perto de mim, mas Mikhail a impede, ele também está com a cara toda arrebentada, a parte dele ele já levou.

— O que você está fazendo seu velho desgraçado, eu vou te matar — Isabella grita e finalmente consegue se soltar do aperto de Mikhail, ela dá socos no velho Cassano para que ele me solte.

A cena seria cómica se não fosse tão trágica, eu ainda vou levar muita porrada pelo que obriguei meu irmão a fazer com Sophie Cassano.

— O desgraçado do seu marido, obrigou o irmão mais novo dele, a engravidar a minha pobre filha, só para forçar uma aliança entre nós — o velho explica quando finalmente cansa de me bater.

Isabella olha para mim com decepção, porra! Nós quase morremos a pouco, ainda tenho que escapar a ameaça de morte por parte da minha esposa, eu mereço isso.

— Você fez isso? — ela está tão furiosa que não tenho coragem de responder — Eu te fiz uma pergunta Aleksander! — Isabella grita mais uma vez.

Minha esposa antes de engravidar era assustadora, agora então! Nem se fala, eu não sinto medo de ninguém, mas dela, Poxa! Eu sinto pavor. Eu não consigo falar verbalmente, só abano a cabeça concordando.

— Seu desgraçado — Isabella chuta as minhas bolas e corre até Mikhail — Pau mandado — ela chuta as bolas dele também.

O velho Cassano sorri satisfeito, a irmã da minha esposa também ri de mim. Porra! Quando é que eu me transformei nisso?

— Isabella Petrov, muito prazer — ela e velho Cassano, dão as mãos e porra! Isso é péssimo para mim, eu estou fodido.