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Chapter 32 - Alguma Coisa Aconteceu?

Quando Lina entrou no carro, estava contemplando sua conversa com Kaden. Mais uma vez, Kaden a deixou com mais dúvidas. Ele era um homem misterioso e reservado que revelava os menores detalhes que deixavam as pessoas querendo mais.

Lina suspirou.

"Tanto fez para ficar longe dele..." Lina murmurou para si mesma.

Toda vez que Lina tentava se afastar dele, ele magicamente aparecia. Essa enorme cidade era assim tão pequena?

Ritan era conhecida no passado como a cidade portuária global, onde toda exportação e importação chegavam antes de serem despachadas para outros lugares do país.

Hoje em dia, é a sede de grandes empresas da Fortune 500, tornando-a uma das cidades mais tecnologicamente avançadas e ricas do mundo.

"Ritan sempre foi próspera," Lina murmurou para si mesma, lembrando-se de como a cidade parecia linda no passado, onde a realeza passeava pelo trono e cavalos puxavam carruagens.

O surto de crescimento de Ritan começou com o Segundo Rei, que dobrou o território do reino, triplicou os lucros e quadruplicou a população, levando-o a se tornar a nação mais avançada de sua região.

Tudo por causa de um único Comandante.

"O que foi isso, Jovem Senhorita?" o motorista perguntou, acreditando que a ouviu dizer algo.

"Ah, não é nada," Lina disse.

Lina se recostou no banco e olhou pela janela. Logo, o carro chegou a uma parada suave. Ela se lembrou de seu pai testando todos os motoristas segurando uma xícara de café transbordando. Se uma única gota derramasse, então o motorista estaria desqualificado.

"Chegamos, Jovem Senhorita," o motorista a informou educadamente.

"Obrigada," Lina agradeceu calorosamente.

Apesar de ser criada em uma sociedade da alta classe competitiva, onde os trabalhadores eram tão descartáveis quanto uma peça de roupa, ela sempre se esforçava para tratar bem as pessoas.

Era o básico da decência, mas nem muitos faziam isso. Por quê? Por orgulho?

Seu avô uma vez lhe disse que é o orgulho que leva à ruína de uma pessoa.

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"Jovem Senhorita, você voltou," o mordomo a cumprimentou imediatamente.

"Sim, o avô ainda está em casa?" Lina perguntou, pronta para devolver o cartão preto que ela não havia usado.

O sol estava rapidamente se pondo e a noite se aproximava. Lina havia se esquecido completamente de comprar mantimentos, mas também queria perguntar por que seus cartões de crédito haviam sido bloqueados. Ela sabia que devia ser porque seu avô queria que ela usasse o cartão preto...

"Infelizmente não, Jovem Senhorita. O Mestre saiu logo depois que você," o mordomo falou.

"E onde ele está agora?" Lina perguntou, aceitando a toalha quente oferecida a ela por uma empregada próxima. Ela agradeceu e a empregada rapidamente inclinou a cabeça.

"Provavelmente na Mansão Principal," Evelyn respondeu pelo mordomo, dando uma boa olhada na roupa de sua filha.

Imediatamente, Evelyn franzia a testa para o quão horrível Lina parecia. Dizem que a beleza de uma mãe é drenada por sua filha. E o velho ditado popular não era mentira.

No minuto em que Evelyn engravidou de Lina, ela podia sentir seu futuro e sua beleza fugindo. Se ela tivesse aceitado a outra proposta, em vez de aspirar pelo pai de Lina... Talvez então, ela não estaria vivendo em alguma miserável Segunda Mansão.

"A Mansão Principal?" Lina ecoou.

Lina ficou decepcionada e tinha esperança de aproveitar o jantar com seu avô. Mas conhecendo o ódio de sua mãe por ele, ela não expressou isso em voz alta.

"Onde seu tio e sua esposa estão," Evelyn cuspiu. "Você sabe, a Mansão Principal deveria ter sido nossa, se você tivesse superado sua desculpa dramática de sair do internato."

Lina estava irritada com os comentários insensíveis de sua mãe. Ela respirou pelo nariz e se lembrou de se manter calma.

A raiva sempre leva a discussões impensadas. Se Lina fosse discutir com alguém, ela preferia estar com a cabeça no lugar.

"Doença mental e trauma não são desculpas dramáticas," Lina disse calmamente.

Lina começava a contemplar a ideia de se mudar, mas seu avô nunca permitiria isso. Toda vez que ela tentava perguntar, alguém sempre tinha uma desculpa.

"Hoje em dia, vocês jovens têm tempo e luxo demais que criam doenças mentais idiotas como desculpa," Evelyn desdenhou.

Evelyn cruzou os braços e olhou para a roupa simples de sua filha. Com toda a riqueza do mundo, Lina decidiu vestir o quê? Uma camiseta, jeans e brincos simples. Mais uma vez, Lina conseguiu decepcioná-la. Até agora, era um esporte que Lina havia dominado.

"Só porque você se recusa a ir à terapia não significa que pode projetar seus problemas em mim," Lina disse com uma expressão vazia.

Depois de ser insultada por sua mãe tantas vezes, Lina havia desenvolvido uma pele espessa o suficiente para não se importar com isso. Mesmo assim, isso não impedia sua decepção.

Antes que Evelyn pudesse responder, uma voz calorosa falou.

"Ah, você chegou em casa!" Milo animou. "Bem a tempo para o jantar. Estávamos esperando por você—"

"Vá comer primeiro," Lina disse, lhe lançando um sorriso rápido enquanto começava a se aproximar da escada.

"Ué, por quê?" Milo perguntou, franzindo a testa.

"Vou tomar um banho rápido antes," Lina disse.

"Você diz seus banhos de uma hora? Como isso é rápido de alguma forma?" Milo zombou.

"Diz o que leva uma hora e trinta minutos para se arrumar," Lina zombou. "O que você faz no banheiro? Cai no vaso sanitário?"

"Sim, e é muito difícil sair," Milo retrucou.

Lina revirou os olhos. "Tenho certeza que é."

Antes que Lina pudesse reconsiderar sua decisão, ela subiu as escadas e foi direto para o seu quarto. Tirando as roupas da manhã, ela se perguntou como descartar o vestido preto revelador.

"Eu deveria doar todos eles," Lina murmurou, olhando para o fundo de seu armário onde estavam todas as roupas escandalosas.

Balançando a cabeça, Lina rapidamente usou o banheiro, tomou um banho, e logo estava saindo em seu pijama. Ela estava secando o cabelo molhado com uma toalha quando seu telefone tocou.

Imediatamente, Lina se aproximou dele e viu que era seu avô. Suas sobrancelhas se ergueram.

Por que seu avô a ligava tão tarde da noite? Aconteceu alguma coisa?

Sem hesitar, Lina atendeu a chamada. "Alô?"