Chapter 31 - A-Possessão-Malfoy.

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Harry estava furioso quando encontrou Draco no salão comunal da Sonserina, com um diário amaldiçoado nas mãos e escrevendo com as costas curvadas, frente a frente à página do livro como se sua maneira estranha de esconder o que ele escrevia ali realmente o estivesse mantendo neutro, sua maneira compulsiva, como seus dois melhores amigos ao lado sussurravam com um olhar preocupado perante os dedos vermelhos do rapaz que segurava fortemente a pena.

A raiva fervia dentro do Potter ao ver Draco, aparentemente alheio ao caos que o cercava e como esse garotinho estava praticamente sendo o responsável pela destruição do mundo deles.

Sem hesitar, Harry avançou e, quando o rapaz teve sua atenção atraída, foi só para ter o diário puxado de suas mãos e jogado ao solo sem cuidado algum, com ele nem conseguindo entender o que ocorria quando tomou um soco no meio da face.

 

 

- Que merda você pensa que está fazendo, Malfoy? - Gritou Harry, com a esclera de seus olhos cintilando em querer se tornar obscura.

 

 

Draco mal registrou a presença de Harry ou a pancada que sofreu na cara. Ele parecia completamente desesperado em recuperar o diário quando se jogou ao chão, só para ter Harry o puxando pela gola do manto e o jogando contra o sofá, sob atenção geral dos alunos que viam a cena de tantos professores acumulados ali em sua sala comunal e ninguém fazendo nada para impedir o Potter de bater em outro aluno.

Draco estava desesperado, seus olhos vermelhos de raiva fixos no diário amaldiçoado que Harry mantinha em seu caminho, o impedindo de escrever mais um pouco, só mais um pouco, qual a dificuldade de seus amigos entenderem que ele precisava daquilo, principalmente agora o Potter também. Avançando com uma fúria cega, tentando de todo modo segurar aquilo mais um pouco.

 

Harry, com uma expressão séria, esquivou-se habilmente do ataque de Draco que mirou um feitiço em sua cabeça, dando uma rasteira no rapaz que ao cair no solo para longe do diário, tentou novamente, mas Harry foi mais rápido, chutando o diário para o outro lado do salão comunal da Sonserina, fazendo Draco tropeçar e cair no chão mais uma vez.

Se levantando rapidamente, seus olhos ficam ainda mais vermelhos de raiva. Ele avançou novamente com um movimento rápido, só para tomar um soco no estômago, fazendo-o dobrar de dor e ser jogado de volta ao sofá, que se virou junto de seu corpo, espalhando almofadas e pedaços de pergaminhos ao chão.

 

 

- Você não entende o que está fazendo! - Gritou Draco, tentando recuperar o fôlego.

 

 

Harry, sem perder a calma, caminhou até o diário do qual ele virá Pansy Parkinson encarando fixamente aquilo, quase como se quisesse tocar, assim assustando a garota quando tal diário foi pisoteado pelo Potter, sob o olhar horrorizado de Draco.

Os professores e estudantes ao redor observavam a cena, chocados com a intensidade de Harry não medindo esforços em usar sua raiva no livro e no rapaz que parecia completamente diferente nessa compulsão toda, os olhos carmesim feitos a de um bruxo drogado por magia das trevas, para os adultos estava claro que o livro era amaldiçoado, um sinal claro de que de algum modo ele havia tocado em algo amaldiçoado a um ponto profundo, pois para os olhos mudarem de cor nesse nível, tinha que ser um vínculo muito poderoso e logo vermelho, a cor característica dos olhos de todos os bruxos das trevas na história da magia, sim, não seriam eles que iriam interromper logo agora quando Harry obteve respostas em um período tão curto.

Que, a cada investida de Harry em surrar o menino, seus olhos se tornavam mais vidrados nessa perda da coloração carmesim e do vínculo que se desfiava perante a falta de contato que o rapaz queria tanto de forma desesperada obter.

 

 

- Que porra de diário é esse? - Murmurou Harry, seus olhos fixos em Draco e em como ao se afastar do objeto, o rapaz praticamente se jogava como se sua vida dependesse daquilo.

 

- Trevus! - Harry proclamou ao empunhar sua varinha quando deu uma bicuda em Draco, assim mirando-a diretamente no livro caído ao solo.

 

O efeito imediato que deveria ocorrer da Maldição Pirocinética Negra, em que um lampejo negro se soltou da ponta da varinha se ligando ao objeto amaldiçoado, foi imediato, mas algo que não deveria reagir, reagiu a isso, pois com um grito doloroso foi que Harry se virou para Draco e viu o garotinho segurando o tórax, rasgando seu manto com a queimadura danosa surgindo nele e não no objeto ao solo.

 

- Severus! - Harry chamou seu professor ao interromper o fluxo de sua maldição, tendo o professor correndo para seu afilhado, segurando-o ao solo e usando de uma magia avançada de cura. - Bom, foda-se. - Harry se lembrou de como fez algo contra Quirrell em um tipo de possessão no ano letivo anterior, esperando que fosse o suficiente dessa vez.

 

 

EXORCIZAMUS TE!

 

Harry proclamou com Draco arregalando os olhos carmesim, como se alguma força externa o tivesse levitando e mantendo-o suspenso no ar de maneira sobrenatural, tendo sua aparência física cintilando na de outro garoto de olhos carmesim e odiosos.

 

Omnis Immundus Spiritus,

Omnis Satanica Potestas,

 

Harry proclamou com Draco caindo de joelhos em um grunhido doloroso e de pura raiva quando olhou para Harry, nessa sua aparência física cintilando na de uma mais velha de um garoto adolescente com os mesmos olhos carmesim e furiosos.

 

Omnis Incursio Infernalis Adversaria,

Omnis Congregatio Et Secta Diabolia

 

Harry proclamou com Draco segurando sua cabeça com as duas mãos, passando a gritar como se algo estivesse tentando dilacerar seu corpo de dentro para fora.

 

Ergo, Draco Maledicte,

Ecclesiam Tuam Securi Tibi.

 

Harry proclamou com um lodo preto vazando dos olhos de Draco, então do nariz, ouvidos e boca, nessa cena grotesca que todos assistiam do primeiro exorcismo sendo feito publicamente na frente da raça mágica da Dimensão Espelho do Reino da Inglaterra.

 

Facias libertate Servire, Te Rogamos,

ADIOS, BITCH.

 

Harry proclamou, por fim, com um rugido ressoando de forma sobrenatural ao Draco abrir os braços ajoelhado, tendo todo o lodo preto e viscoso que saia dele tomando uma forma gasosa de fumaça obscura que girava ao seu redor.

Dois pontos carmesim brilhavam em fúria quando encarou Harry de dentro da forma obscura e num rugido bestial de última tentativa de possessão, investiu contra o que tinha de mais próximo e semelhante ali, sendo o próprio Harry, ou melhor dizendo, sua cicatriz obtida pela maldição da morte, que agora praticamente era alvo.

Seja lá o que for isso, tentava possuir Harry igual fez com Draco, porém que em um movimento de varinha, sob feitiço silencioso que o diário ao chão foi atraído e posto de frente a si, absorvendo tudo dessa fumaça obscura da qual pertencia com certeza ao nome intitulado ali na capa, o dono desse diário finalmente exposto à frente de Harry, intitulando: O Diário de Tom Marvolo Riddle.

 

 

No silêncio absurdo do salão comunal, um som característico ecoou interrompendo a quietude. Era um estalo suave, quase como algo leve se deslocando instantaneamente no ar ao redor deles, nessa aparição imediata de um elfo doméstico.

O elfo, de orelhas pontudas e grandes olhos arregalados, olhou ao redor, seus olhos pousando primeiro em seu jovem mestre que estava caído no chão, exausto e desorientado. A expressão do elfo mudou rapidamente de curiosidade para horror ao ver o estado do rapaz.

 

- Mestre Draco! - Gritou o elfo, sua voz tremendo de preocupação.

 

 

Então, os olhos do elfo se voltaram para Harry, que segurava firmemente o diário amaldiçoado. O rosto do elfo se transformou de horror para adoração de imediato, tendo quem ele foi encarregado de avisar para não ir até esse castelo, estando ali com o próprio objeto amaldiçoado em mãos, feito um guerreiro que acabou de tomar tudo sob suas rédeas.

 

- O Garoto-Que-Sobreviveu salvou o Mestre Draco! - Exclamou o elfo de forma maravilhada, perante um Harry ofegante.

 

 

- Ele estava sendo controlado por esse diário... era disso que se tratava nosso encontro antes das aulas? - Indagou Harry ao folhear as páginas velhas, não encontrando nada escrito nelas. - A trama que me informou, o motivo de interceptar meu correio, de bloquear a passagem do Expresso de Hogwarts... então realmente Lúcius Malfoy foi imbecil o suficiente para entregar um objeto amaldiçoado ao próprio filho? - Harry continuou com seu olhar se enfurecendo nessa negligencia que quase levou a vida da própria criança e principalmente de sua melhor amiga petrificada.

 

 

O elfo acenou vigorosamente, ainda parecendo maravilhado com a presença de Harry, porém sem declarar audivelmente o que não podia expor. Ele se aproximou de Draco, que começava a se recuperar perante as poções que Papoula entregava a Severus, ajudando-o a sentar-se.

Os olhos de Draco, agora normais, olhavam ao redor com confusão, sem entender completamente o que havia acontecido.

 

 

- Sr. Potter! - Filius disse em censura. - Não pode acusar alguém assim.

 

 

- Eu posso e eu fiz. - Harry contra respondeu de forma séria. - Essa raça patética de primatas mágicos nerfados e políticos tarados por moedinhas de ouro, eu já espanquei e esfaqueei esse desgraçado do Lúcius Malfoy por pouca coisa... mas agora com a Hermione petrificada. - Os efeitos da maldição das trevas mais uma vez retornavam com força total, tendo Severus se levantando e seguindo em sua direção, sabendo que se Harry ultrapasse um ponto, as coisas realmente ficariam feias.

 

 

- Pottah? - Perguntou Draco com a voz fraca, caindo ao chão quando tentou levantar.

 

 

Harry se ajoelhou ao lado de Draco, ainda segurando o diário.

 

- Draco... lembra quando fermentamos uma poção em nossa primeira aula com o Severus? - Harry indagou com um olhar sem emoção. - Como você me disse que o sangue era tudo e havia famílias de bruxos melhores do que outras?

 

- Olhe onde sua família te colocou. - Harry disse quando tocou ao queixo do garoto, nessa sensação apavorante que o rapaz sentia ao encarar os olhos de Harry se tornando obscuros. - Olhe o que seu pai fez acontecer com você.

 

- É esse o motivo de eu não aceitar sua amizade, como você tanto quer me incluir nessa sociedade politica de merda. - Harry dizia ao se levantar. - Uma raça de primatas patéticos, políticos ridículos que copiam a sociedade de primatas humanos mesmo vivendo a uma dimensão de distância, racistas, preconceituosos e fracos demais para se quer conseguir explorar os limites da magia ou fortalecer seus corpos frágeis que ruiriam perante uma mínima bala de pistola.

 

- É por isso que coloquei Nevílle sob minha proteção, pois diferente de você, da sua família, da sua sociedade... ele não fica rastejando dessa forma patética para conseguir a benção do papai. Se continuar seguindo o caminho de seu pai, só irá acabar igual a ele, rastejando na frente de uma Lorde das Trevas para lamber suas bolas e depois rastejando na frente do Ministro da Magia, chupando suas bolas para conseguir favores.

 

 

- Sr. Potter! - Filius novamente gritou. - Já chega.

 

 

- Olhe só para você, professor... - Harry disse de maneira sarcástica. - O segundo mais forte desse castelo e mesmo assim deixou seus alunos vulneráveis durante meses. Eu juro para você que realmente tentei não me meter, por mais que Hermione me enchesse o saco a todo momento sobre procurar pistas e me meter no assunto dos outros, eu ainda acreditava que vocês seriam capazes de fazer algo e eu não precisaria me preocupar, ou ser uma criança intrometida nos assuntos dos adultos como todos querem que eu faça ao incorporar a persona desses contos do Garoto-Que-Sobreviveu.

 

- Mas olhe só onde isso nos levou... Hermione está petrificada e a mãe dela está a um passo de destruir toda a dimensão em que sua raça de primatas mágicos vive. - Dizia o Potter, se aproximando do único professor que só ficava abaixo de Dumbledore na escala de poder.

 

- Se você tem mesmo sangue de guerreiro como os Goblins de Gringotes... ao menos faça com que o inimigo sinta algum desespero. - Harry ficou frente a frente do professor, encarando de cima com pura sensação odiosa se mesclando em sua mente, nublando seus pensamentos nessa tormenta de emoções novas que ele não deveria sentir e não sabia como reagir, mas que sempre vinha a tona quando ele tocava uma pequena fração de feitiços das trevas, o intoxicando feito uma droga.

 

- Você é muito mole com as pessoas... o que acha que irei fazer? Abaixar a cabeça quando Lúcius Malfoy surgir na minha frente ao se pavonear pelos corredores desse castelo?

 

- Ser submisso a esse primata nerfado só porque paga suborno à porra do ministério?

 

- Não pense jamais! Que irei acreditar que essa sociedade corrupta seria justa em algo... e como vocês mesmo me provaram ao ser tão submissos e ineficazes na proteção de seus estudantes... - Harry acusou a todos os professores que o seguiram durante todo seu trajeto para obter pistas de quem era o Herdeiro da Sonserina, quando anteriormente não fizeram nada. - Só resta eu reagir à altura e impedir que esse bando de crianças a nossa volta caia petrificadas ou mortas em seus corredores.

 

 

- Harry... - Victória se aproximou, tocando ao rosto de Harry, tendo ele acomodando sua face ali no que tanto confortava ele desde que a conheceu.

 

 

- Respira fundo primeiro. - Morgana se aproximou, dando um toque brincalhão em sua testa, tendo os olhos obscuros do Potter retornando ao padrão comum.

 

 

- Nós também estamos bravas pelo que ocorreu a Hermione. - Calíope se abraçou ao braço esquerdo, pegando sua varinha, estranhando como parecia estar fervendo na mão de seu namorado.

 

 

- Mas uma discussão com mais de cinco pessoas sempre foi e sempre será uma perda de tempo. - Dágon citou pôr fim ao se abraçar no braço direito de Harry, retirando sua segunda varinha que ele segurava firmemente.

 

 

- Eu... - Harry começou a responder, mas foi interrompido por um som que ressoou pelos terrenos de Hogwarts, assustando a todos.

 

 

Uma trombeta soava, cortando o ar com um toque reverberante que fez todos ao redor congelarem em alerta.

O som estrondoso ecoou durante um minuto inteiro, deixando um frio na espinha de quem o ouvia.

 

Ao fim do toque, uma voz feminina e hostil ecoou pelo castelo como se pura magia soasse para que todos a escutassem, acompanhada pelo som de escudos sendo chocados com espadas, feito um chamado de guerra antigo:

 

- Harry Potter... pelo pecado de ceifar a Princesa Legitima do Trono das Amazonas, pague com seu sangue. - Todos se viraram a Harry que se desvencilhara de suas namoradas e recuperava suas varinhas. - Venha ao encontro de seu destino, ou todos no castelo irão pagar com o próprio sangue.

 

 

A voz pouco assustou Harry, o que mais preocupava, no entanto, era a quantidade de criaturas Eldritch que começavam a se acumular ao redor deles. Elas emergiam das paredes como hordas descontroladas, passando pelos alunos, teto e pela visão do Lago Negro ali do salão comunal submerso.

Lá fora, em meio à noite tempestuosa que assolava os terrenos do castelo, criaturas da Floresta Proibida e do Lago Negro se reuniam nas fronteiras de seus lares. Era como se a natureza mágica estivesse respondendo à presença de algo que estava por vir, algo que só acontecia em eventos únicos e extraordinários, e Harry claramente era o centro disso.

 

 

- Sr. Potter. - Minerva tentou dizer, porém, logo ela se assustou quando a face de seu aluno perdeu toda emoção, com seus olhos parecendo mortos e ele logo seguiu andando quando jogou o diário amaldiçoado para Gilderoy, saindo do salão comunal sem receio algum de ir encarar essa voz que o chamara para guerra.

 

Pois se tinha uma coisa que queria saber, era com qual audácia essa voz vinha querer cobrar uma dívida de sangue quando foi sua própria filha quem tentou o assassinar antes das aulas.

E com isso dou fim a mais um capítulo da Changed Prophecy - Livro 03.

Espero que estejam gostando e não se esqueçam de comentar.

Trombeta de Guerra:

https://www.youtube.com/watch?v=SxkdTNou0co