As montanhas ao norte erguiam-se como sentinelas imponentes, suas faces rochosas cobertas de neve e envoltas em uma névoa sinistra. Elara e Aldric avançavam lentamente, o ar ficando mais rarefeito e gelado à medida que subiam. A jornada até ali fora exaustiva, mas a determinação de Elara não vacilava.
O mapa que Baren lhes havia dado indicava uma caverna escondida em algum lugar nas montanhas. Aldric acreditava que aquela caverna poderia conter uma das Espadas do Destino, ou pelo menos pistas sobre sua localização. Contudo, ele também sabia que a caverna era guardada por antigos feitiços e, possivelmente, por criaturas sombrias.
"Estamos perto," Aldric disse, apontando para uma formação rochosa à frente. "A caverna deve estar além daquele desfiladeiro."
Elara assentiu, seus olhos atentos a qualquer movimento estranho. A névoa ao redor parecia mais densa, quase palpável, e um silêncio opressor pairava no ar. Eles se moviam com cautela, cada passo cuidadosamente calculado.
Finalmente, chegaram à entrada da caverna, uma abertura escura e ameaçadora na face da montanha. Elara sentiu um calafrio percorrer sua espinha enquanto olhava para a escuridão à frente.
"Devemos entrar com cuidado," Aldric avisou. "A caverna pode estar protegida por armadilhas mágicas e criaturas das sombras."
Elara puxou sua adaga, sentindo a familiaridade do cabo em sua mão. "Estou pronta," disse, a determinação em sua voz inconfundível.
Entraram na caverna, suas tochas lançando sombras dançantes nas paredes de pedra. O ar estava frio e úmido, e o silêncio era quebrado apenas pelo som de seus passos e pelo gotejar ocasional de água. Quanto mais avançavam, mais a escuridão parecia envolver-lhes, como se a própria caverna estivesse viva.
De repente, um ruído estranho ecoou pela caverna. Elara e Aldric pararam, os ouvidos atentos. O som parecia vir de todas as direções, um sussurro sinistro que arrepiava a pele.
"Aqui," Aldric murmurou, apontando para uma passagem estreita à esquerda. "A energia das lâminas é forte nesta direção."
Seguiram pela passagem, que se abria em uma câmara maior. No centro da câmara, havia um pedestal de pedra, e sobre ele, uma espada antiga envolta em uma aura sombria. A lâmina parecia pulsar com uma energia própria, e Elara sentiu o amuleto em seu pescoço vibrar em resposta.
"A primeira Espada do Destino," Aldric sussurrou, aproximando-se cautelosamente. "Mas não está desprotegida."
Antes que pudessem fazer qualquer movimento, sombras começaram a se agitar nas bordas da câmara. Criaturas grotescas, feitas de pura escuridão, emergiram das paredes, seus olhos brilhando com uma malevolência intensa. Elara e Aldric ficaram de costas um para o outro, preparados para lutar.
As criaturas atacaram com uma velocidade impressionante. Elara se movia com a agilidade de uma caçadora experiente, sua adaga cortando o ar com precisão mortal. Aldric, por sua vez, brandia sua espada com uma maestria que só anos de treinamento poderiam proporcionar. Juntos, enfrentavam as sombras, cada golpe dissipando uma criatura em uma nuvem de névoa.
Mas as sombras eram muitas, e parecia que a caverna inteira estava se revoltando contra eles. Aldric conjurou uma barreira mágica ao redor do pedestal, tentando ganhar tempo.
"Elara, a espada!" ele gritou. "Pegue-a antes que seja tarde demais!"
Elara correu em direção ao pedestal, desviando das criaturas que tentavam impedi-la. Sentiu a energia da lâmina chamá-la, como se reconhecesse sua presença. Com um movimento decisivo, ela agarrou a espada, sentindo uma onda de poder percorrer seu corpo.
No momento em que suas mãos tocaram a lâmina, a caverna tremeu violentamente. As criaturas das sombras soltaram um grito estridente e começaram a dissipar-se, como se a própria espada estivesse expulsando-as. A energia ao redor do pedestal diminuiu, e o silêncio voltou a reinar na caverna.
Elara olhou para a espada em suas mãos, maravilhada com seu poder. Aldric aproximou-se, um sorriso de alívio no rosto.
"Você conseguiu," ele disse, sua voz cheia de admiração. "A primeira Espada do Destino está em nossas mãos."
Elara sentiu o peso da lâmina e da responsabilidade que vinha com ela. Sabia que a jornada estava apenas começando, e que muitas provações ainda estavam por vir. Mas, naquele momento, sentiu-se mais forte e determinada do que nunca.
"Vamos," disse Aldric, colocando a mão no ombro de Elara. "Precisamos sair daqui antes que mais criaturas apareçam. E há muito mais a fazer."
Com a primeira Espada do Destino em mãos e uma nova chama de esperança acesa em seus corações, Elara e Aldric deixaram a caverna, prontos para enfrentar os desafios que o destino ainda reservava para eles.