A saída da caverna não trouxe apenas alívio, mas também a certeza de que estavam sendo observados. A montanha parecia viva, com cada sombra e cada brisa sussurrando segredos e promessas de perigo. Elara apertava a espada recém-adquirida, sentindo seu poder pulsar levemente sob sua pele.
"Onde devemos ir agora?" Elara perguntou, tentando não demonstrar o cansaço que começava a sentir.
"A próxima parada é um santuário antigo, escondido nas profundezas da Floresta Negra," respondeu Aldric, olhando o mapa fornecido por Baren. "Lá, podemos encontrar mais informações sobre as outras lâminas e, possivelmente, um lugar seguro para descansar."
A jornada até a Floresta Negra levou vários dias, através de terrenos acidentados e sob um clima cada vez mais inclemente. Durante esse tempo, Aldric ensinou a Elara a importância de manter a mente clara e o coração puro, para resistir às tentações e armadilhas que poderiam encontrar pelo caminho.
"Você deve sempre lembrar que as lâminas têm um propósito maior," ele disse certa noite, enquanto descansavam à beira de um pequeno riacho. "Elas não são apenas armas, mas também chaves para manter o equilíbrio do nosso mundo."
Ao chegarem à Floresta Negra, a atmosfera mudou drasticamente. Árvores imensas e antigas estendiam seus galhos como garras, e a luz do sol mal penetrava o denso dossel. A névoa era constante e espessa, e o silêncio era perturbador.
"Esta floresta é conhecida por confundir aqueles que se aventuram em suas profundezas," Aldric avisou. "Devemos nos manter vigilantes."
Seguindo o mapa e os instintos aguçados de Aldric, encontraram uma trilha antiga que os levou a um vale oculto, onde o Santuário dos Guardiões estava escondido. As ruínas do santuário emergiam da vegetação, cobertas de musgo e hera, mas ainda exalavam uma aura de poder e mistério.
No centro das ruínas, uma grande pedra com inscrições antigas captou a atenção de Elara. "O que está escrito aqui?" ela perguntou, passando os dedos pelas marcas desgastadas.
Aldric examinou a pedra com cuidado. "É uma mensagem dos antigos Guardiões," disse ele, traduzindo as palavras lentamente. "Fala de um segredo oculto sob o santuário, um lugar onde conhecimentos antigos estão guardados."
Com algum esforço, eles descobriram uma entrada secreta sob uma laje de pedra. Desceram por uma escada estreita e sinuosa que os levou a uma câmara subterrânea. No centro da câmara, havia um pedestal iluminado por uma luz suave e sobrenatural, sobre o qual repousava um livro antigo e um cristal brilhante.
"Aqui está," Aldric disse, reverentemente pegando o livro. "O Grimório dos Guardiões. Este livro contém os conhecimentos e segredos que precisamos para encontrar e proteger as lâminas restantes."
Elara olhou para o cristal, sentindo uma energia familiar emanando dele. "E este cristal?"
"É um Fragmento da Visão," Aldric explicou. "Permite-nos ver através das ilusões e desvendar os mistérios ocultos. Será crucial em nossa jornada."
Enquanto Aldric estudava o Grimório, Elara segurou o cristal, sentindo uma conexão imediata. De repente, sua visão se turvou e ela foi transportada para um lugar diferente – uma visão do futuro, talvez. Viu um campo de batalha, cercado por criaturas sombrias e guerreiros desesperados. No centro, uma figura encapuzada brandia uma das Espadas do Destino, sua aura poderosa e ameaçadora.
"Elara!" A voz de Aldric a trouxe de volta à realidade. Ele olhava para ela com preocupação. "Você está bem?"
"Eu vi algo," Elara disse, recuperando o fôlego. "Um campo de batalha... e uma figura com uma das lâminas. Acho que era uma visão do que está por vir."
Aldric assentiu gravemente. "O cristal revelou uma possível ameaça. Precisamos estar preparados para enfrentar esse futuro."
Com o Grimório dos Guardiões e o Fragmento da Visão em mãos, Elara e Aldric sabiam que sua missão se tornava cada vez mais crucial. Saíram do santuário com um renovado senso de propósito, prontos para continuar sua busca pelas Espadas do Destino e proteger Elysium das trevas iminentes.