A paz nas bases militares estava com o tempo contado, pois Hideki enfim chegara em uma das partes laterais das bases, e não pela entrada, onde Tahiko e Williams estavam conversando. As laterais das bases possuíam ferros encobrindo as grades de proteção por algum motivo desconhecido.
Com a face apática e um comportamento discreto, Hideki aproximou-se silenciosamente, sentindo a presença de Tahiko, mas sem conseguir localizá-lo precisamente.
— Só um portador… — murmurou ele.
A confiança do portador foi interrompida por sons desesperadores. Tahiko ouviu gritos de desespero e correu imediatamente para ver o que estava acontecendo.
Entre as pessoas correndo para um lado e para outro, Tahiko gritava: "Riley! Riley! Riley!" enquanto avançava na direção dos gritos.
Ao chegar, Riley logo correu e abraçou Tahiko. Ele então se deparou com Hideki, que parecia indiferente ao caos ao seu redor. Os civis correram para se protegerem atrás de Tahiko, enquanto Williams ficava ao seu lado e Riley se juntava aos civis.
— Quem é você? — perguntou Tahiko com firmeza na voz e olhos atentos.
— Não é necessário nenhum tipo de apresentação. Só quero que saiba, que não tente fazer resistência — respondeu Hideki, sua voz fria e seca, como a de alguém sem vida.
— Então mete o pé daqui. Não matei nenhum Gyaku ainda, estou novinho em folha para uma luta — retrucou Tahiko, assumindo uma postura ofensiva.
— Estou apenas respeitando uma ordem dada. E olha, eu tenho que matar todos, incluindo você.
Tahiko soltou um sorriso largo e exagerado, e falou apontando para Hideki.
— Deixa que eu vou te expulsar na porrada.
Ele olhou para trás, especificamente para Williams, Riley e os dezenas de civis, para deixar clara sua convicção.
— Saiam daqui. Eu cuido dele... capitão e Riley, nos vemos depois — Um sorriso otimista abrilhantava seu rosto.
Depressa, as pessoas obedeceram a ordem dele e correram para longe, na direção da fronteira com a cidade de Maka, com exceção de Williams, que deu alguns tapas no peito de Tahiko como forma de motivação enquanto falava.
— Confiamos em você.
Os olhares de aflição das pessoas se voltaram para a fuga. Agora, Tahiko estava frente a frente com seu adversário, que também era um portador, por uma distância de 10 metros.
— Agora é só entre nós, oh palhacinho! — gritou Tahiko, cerrando os punhos e exalando uma empolgação extravagante.
— Antes, preciso fazer algo — respondeu Hideki. Tahiko não entendeu, e logo Hideki disse.
"Hariyaga: Inversão"
A técnica de poder "Inversão" permitia ao usuário a habilidade de inverter tudo e todos. Essa habilidade era tão versátil que o usuário podia trocar localizações de pessoas, objetos e animais, essencialmente alterando a posição e o estado de qualquer coisa existente. Essa técnica proporcionava inúmeras aplicações, capazes de surpreender até mesmo os mais experientes.
— Eu os deixarei ir longe, mas não chegarão a Maka.
Tahiko franziu a testa, seus olhos carregados de determinação, mas ele realmente não estava entendendo a situação.
— Inversão? Essa é a sua técnica de merda, é?
Hideki, sem hesitar, usou uma das vertentes de sua habilidade.
"Inversão de Pressão: Hidrostática"
— Ahm? — reagiu Tahiko — O que tá fazendo?
— Nos encubra — ordenou Hideki, sua voz firme e impassível.
Em alguns segundos, algo gigante surgiu.
A habilidade de Inversão de Pressão Hidrostática com a ordem de Encobrir foi usada para criar uma prisão aquática de pressão inversa, encapsulando os alvos em um raio de 800 metros dentro de uma estrutura oval de colunas de água distorcidas.
Utilizando a ordem de "Encobrir," o usuário formou uma estrutura oval gigantesca composta por colunas de água distorcidas e mantidas por pressão hidrostática inversa. Essa estrutura cercou Tahiko, Williams, Riley e os demais militares e civis dentro do raio de 800 metros.
As colunas de água, sustentadas pela pressão hidrostática inversa, criaram uma barreira impenetrável ao redor do alvo. A distorção das colunas de água tornou a barreira difícil de atravessar e visualmente confusa, causando desorientação e dificuldade para respiração devido a intoxicação efetuada pela distorção.
— Que merda. Isso é sinistro! — Tahiko olhou para o céu e se deparou com a enorme estrutura oval de água que os encobria.
— A intoxicação liberada das colunas de água matará seus civis em poucos minutos — disse Hideki, sua face inclemente e apática. Ele falava pouco, sentia pouco, e seu olhar vazio incomodava quem tinha coração.
Algo precisava ser feito, e Tahiko não pensou duas vezes. Voltou a cerrar os punhos e avançou com uma velocidade impressionante, desferindo uma série de golpes rápidos e precisos.
Investidas em socos diretos, esquerdos, inferiores e laterais que pareciam quebrar o ar ao redor, mas Hideki desviava com facilidade, quase como se estivesse brincando.
— Ele desviou? Isso vai ser um belo desafio para experimentar — pensou Tahiko, sorrindo de alegria com a chance de desfrutar de um bom confronto.
A movimentação de Tahiko era insana; para onde Hideki ia, logo após desviar, Tahiko já o acompanhava como um parasita extasiado por sangue.
— Minha capacidade é assustadora. Me fala, não é? — limpando a cara enquanto se levantava, disse Tahiko.
— Para um humano, sim, e nada mais. Pois eu ainda não fui atingido.
Por outro lado, Hideki não esboçava dificuldade alguma, se esquivando tranquilamente. Sua expressão não mudava, era nada mais nada menos que a mesma, quase uma analogia de um adulto experiente lidando com uma criança teimosa e ansiosa.
O suor escorria pelo rosto de Tahiko, mas ele não desacelerou. Em vez disso, ele sorriu, um sorriso determinado e desafiador.
— Confesso que é impressionante. Você ainda desvia? Mas isso só me empolga mais. E eu ainda não usei minha técnica…