Após a morte da mãe, Matheo descobre que viveu uma mentira o tempo todo. O pai que ele tanto sonhava conhecer era, na verdade, o velho Salomão Laurent, avô de Alexia. Sua mãe foi enganada por promessas de um casamento que só existia na cabeça jovem de Dirah. Ela engravidou e manteve em segredo quem era o pai do bebê. Os meses passaram, e Salomão queria saber quem era o pai, destruindo os sonhos de uma mulher que tinha apenas 25 anos e o amava loucamente. Dirah tentou inúmeras vezes sair da mansão, mas Mael era muito apegado a ela, e por ele, ela aguentou todas as humilhações que passou.
Mael, naquele tempo, já era um adolescente de 15 anos, e ouviu uma conversa entre seu pai e sua babá. Com a morte de Salomão Laurent, Mael decidiu cuidar de Dirah e do sobrinho. Dirah só aceitou continuar por perto com uma única condição: que ninguém ficasse sabendo de sua história. Ela sempre se envergonhou por ter ficado com um homem casado, e também, Márcia, mãe de Mael, não merecia ser tratada como uma mulher traída. Na alta sociedade em que ela vivia, uma pequena notícia se espalhava muito rapidamente.
Matheo, ao descobrir, ficou desnorteado. Ele acabara de enterrar a mãe e sua melhor amiga, Alexia, descobriu ser sua sobrinha e ainda estava desaparecida. Tudo havia se tornado um caos em sua vida. E com a paternidade esclarecida, ele conseguiu entender por que nunca foi tratado como filho do empregado. Matheo estudou nos melhores colégios e se formou nas melhores universidades. Mael o ensinou tudo que ele sabia. O pai de Alexia sempre quis revelar a verdade, mas Dirah ameaçou ir embora com Matheo se isso acontecesse.
Com eles crescendo juntos, Matheo se tornou seu melhor amigo. No colégio, Alexia dizia que ele era seu irmão. A diferença de idade era visível, mas Matheo fazia questão de proteger Alexia de tudo e todos. Hoje, depois de 4 anos, Matheo ainda busca encontrar a sobrinha. Ele sabe que ela não está morta e tem esperança de encontrá-la. Ele foi em todos os hospitais e necrotérios em várias cidades, mas nada encontrou.
Ana e Matheo estavam caminhando de mãos dadas no parque, desfrutando do sol quente do verão. O vento leve balançava as árvores, e o cheiro das flores em plena floração enchia o ar. Ana olhou para Matheo e sorriu, sentindo-se extremamente grata por tê-lo ao seu lado.
Eles encontraram um banco vazio e se sentaram, desfrutando da tranquilidade que o parque oferecia. Ana olhou para seu ventre e acariciou suavemente, sentindo a presença da pequena vida que crescia dentro dela.
— Ela está tão ansiosa para conhecer esse mundo.—disse Ana com um brilho nos olhos ao sentir a filha saltitar em seu ventre. —E eu mal posso esperar para ver você segurando-a pela primeira vez.
Matheo sorriu e beijou a testa de Ana carinhosamente.
— Eu mal posso esperar para ouvir nossa menina me chamar de pai. Desde que soubemos da chegada da nossa filha, tenho sentido uma alegria imensa todos os dias. Quando chego em casa e te vejo, consigo esquecer todo o dia exaustivo que tenho. Obrigada, amor, por sempre estar comigo.
— Te amamos, papai.— disse Ana com voz de criança. —Eu amo você, Matheo.
— Também amo vocês.— ele falou dando um beijo nos lábios de Ana e acariciando a barriga dela.
Eles continuaram conversando sobre o futuro, imaginando como seria a vida com sua pequena família. Matheo prometeu a Ana que estaria ao lado dela em cada passo do caminho, cuidando dela e da pequena Marcela, com todo o amor do mundo.
A noite caiu lentamente, pintando o céu de tons púrpura e laranja. Ana e Matheo se levantaram do banco e começaram a caminhar de volta para casa, desfrutando do romance da noite.
Quando chegaram em casa, Matheo preparou um jantar especial para celebrar a chegada da bebê. Eles compartilharam risadas, carinho e promessas de amor eterno, sentindo-se verdadeiramente abençoados por todo o amor que os cercava.
Enquanto se aconchegavam no sofá depois do jantar, Ana repousou a cabeça no ombro de Matheo e fechou os olhos, sentindo-se feliz e satisfeita. Ela sabia que a maternidade seria desafiadora, mas com o amor de Matheo ao seu lado, ela não sentia medo. Eles estavam prontos para enfrentar tudo juntos, com amor, força e alegria.
Já era tarde quando Ana e Matheo adormeceram abraçados, sentindo a presença da pequena Marcela, que só trazia mais alegria ao seu amor.
Quando amanheceu, Ana estava animada. Matheo fez um café reforçado para sua amada, e eles comeram juntos entre muitos risos. Marcaram de se encontrar mais tarde no centro. Após Matheo sair para ir ao escritório, Ana vestiu algo confortável, calçou sua sapatilha e foi para uma de suas lojas, onde estava conversando animadamente com suas funcionárias sobre as novas tendências de moda que estavam chegando.
Ana estava com um sorriso no rosto, feliz por estar cercada por pessoas que amavam o que faziam. Mas algo chamou sua atenção no canto do olho, e quando se virou para ver o que era, seu coração gelou.
— Não pode ser... Alexia?— ela sussurra.
— Senhora, o que aconteceu?— sua gerente pergunta, preocupada ao perceber a presença de uma mulher com cabelos longos escuros e elegantemente vestida.
— É ela... Eu sei que é. — Uma das meninas corre para pegar um copo de água para acalmar Ana, que tremia sem parar, sentindo tudo rodar.
Lá estava Alexia, a mulher que vinha tirando o seu sono há anos, acompanhada por Benício e Fred. Eles estavam andando apressadamente, claramente com pressa para pegar a estrada e ir embora. Ana sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao vê-la novamente e, sem pensar duas vezes, pegou seu celular e ligou para Matheo, mas ele não atendia, pois estava em reunião. Sem demora, ela mandou uma mensagem.
— "Amor, a Alexia está de volta, eu a vi, amor. Eu vi!"
Sem perder tempo, ela correu tentando alcançar o elevador em que eles estavam, para tentar chamar a atenção de Alexia antes que fosse tarde demais.
— Alexia... Não!— Ana grita, encarando os olhos de Alexia no pequeno vão antes de as portas se fecharem. Com punhos fechados, bateu na porta e viu, desesperada, as portas se fechando diante de seu rosto. — Droga! Se ela está viva, onde esteve esse tempo todo?— ela sussurra. Sem hesitar, correu em direção às escadas, determinada a não deixar Alexia sumir da sua vista.