Alexia levanta elegantemente, caminhando em passos lentos, com o olhar distante.
— Que bom que terminaram! Agora posso fazer isso.— se aproximando de Lucas, ela desfere um forte tapa na cara dele, apesar de mãos pequenas, sua força era bem maior que se podia imaginar.— E você, Dominique? Parece que você não é tão inocente quanto aparenta. — O olhar de Alexia está carregado de indignação e desapontamento. Dominique engole em seco, com medo das consequências de suas ações.
— Alexia, por favor, me escuta, foi um erro, eu não queria te magoar. Eu amo você, só você! — Lucas tenta se explicar desesperadamente, mas suas palavras não conseguem acalmar a dor e a raiva que Alexia está sentindo. Se jogando de joelhos no chão ele implora por perdão.
Ela os encara por um momento, sem dizer uma palavra. A mágoa e a tristeza estão evidentes em seu rosto, mas ela se mantém forte. Alexia sabe que precisa agir com determinação e firmeza, preservando sua dignidade.
— Que cena lamentável. Levante-se e assuma a responsabilidade pelas suas ações. Você tem duas horas para desocupar o meu apartamento e conceder uma entrevista para explicar o que aconteceu. — Alexia fala de maneira fria e impessoal, ainda que a traição esteja a devastando por dentro, ela esconde seus sentimentos com habilidade. — E você! — Ela vira-se para Dominique, que permanece imóvel, perdida e sem saber o que fazer. — Eu esperava isso de qualquer pessoa, menos de você! Como pude me enganar tanto? Sabe.... concordo plenamente com o que você disse, parece que só sirvo para sustentar o luxo de vocês! Mas não se preocupe, eu irei resolver esse problema. — Alexia desliza seus olhos nas vestes de Dominique.— Ah! Essa camisa foi comprada com o meu dinheiro, portanto você não tem o direito de usá-la. — Com um movimento brusco, Alexia arranca a camisa, rasgando o tecido delicado ao puxá-lo, deixando sua prima de consideração apenas de calcinha. — Agora, saia do meu apartamento. — Segurando-a pelos cabelos, ela abre a porta e joga sua prima completamente despida para fora. Dominique tenta falar, mas Alexia está repleta de raiva, fecha a porta e a deixa no corredor, sentindo-se humilhada, gritando para que a deixe entrar e, pelo menos, vestir suas roupas.
— Lucas, por favor, abra essa porta! As pessoas estão me olhando.— ela implora.— prima, por favor, não faça isso comigo. — Dominique grita incessantemente. Com toda a comoção que se forma no corredor, uma vizinha do apartamento ao lado sai irritada, olha para ela naquela situação lastimável e avisa que irá chamar a polícia. Sem ter outra opção, Dominique entra no elevador, cobrindo seus seios volumosos com as mãos, jogando seus cabelos no rosto na tentativa de se esconder. Ela sai constrangida e extremamente envergonhada, com inúmeros olhares voltados para ela. Flashs de câmeras são disparados, jornalistas a seguem até o estacionamento onde seu carro está. Alexia é uma pessoa conhecida pela cidade, então todos ao seu redor são alvos de fofocas. — Eu juro que te mato, sua arrogante de merda!
No apartamento. Lucas tenta convencer Alexia de que foi só coisa momentânea.
— Amor, você conhece a vagabunda da sua prima. Ela deu em cima de mim e acabei não me controlando. Vamos esquecer esse incidente, por favor. — Lucas fala, demonstrando todo seu nervosismo e fingindo um falso arrependimento. Alexia estreita os olhos, sem acreditar no tamanho cinismo.
— Em no máximo duas horas meus advogados irão entrar em contato, tirando seu direito de gerenciar minha empresa. A partir de hoje, será encerrada nossa sociedade. Essa era a única exigência que foi imposta a você. Se me traísse, te deixaria mais falido do que quando eu te conheci. — Ela pega a bolsa e empurra ele para longe. Em todo instante, Lucas tenta segurá-la para poder resolver o problema que ele mesmo criou. — Sua traição irá te custar muito caro, Lucas. Não tem ideia com quem você mexeu. — Antes dela sair, ele consegue segurar o braço dela, fazendo seus olhos queimarem de raiva. Notando o quanto segurá-la não foi uma boa ideia, ele a solta.
— Você não pode fazer isso. Você está esperando um filho meu, está louca? Foi só um deslize... e também, foi culpa sua ter te traído. Se você fosse mais quente na cama, eu não teria feito isso.— Ela olha para ele, rindo das barbaridades que está sendo obrigada a ouvir.— Se você me largar, vou espalhar na imprensa o quanto você é uma pessoa ruim, uma pessoa vazia. O que dizem a seu respeito não será nada comparado com o que vou inventar sobre você.
— Faça o que achar melhor!— Alexia estreita os olhos, sem conseguir acreditar que estava dormindo com o inimigo.— Quando me conheceu, eu já era assim, não era? Dei mais importância a você do que você merecia, e tudo que recebi em troca foi um par de chifres e meu nome na boca do povo. É irônico, né? Você sempre foi amado por todos, o senhor carinhoso e simpático, mas nunca fez nada para receber tal título. E eu só recebo críticas. Por que será? Tantas notas nas revistas sobre meu temperamento, momentos distorcidos, fotos que eu não sabia de onde eles conseguiam, coisas que jamais saíram da minha boca. Nunca entendi o porquê, mas agora sei. Como fui burra, ignorei o fato de você dar informações sigilosas para a concorrência, por essa ideia idiota de que meu filho cresça numa família unida.— Lucas a olha surpreso, por ela saber que ele era o informante da empresa rival.— Sim, querido, eu ignorei sua falta de caráter. Pois enquanto você achava que estava me prejudicando, na verdade, estava mesmo me ajudando.
Ela tira da bolsa os documentos falsos que ela assinou, sociedades fantasmas que ele criou tirando dinheiro dela. Ele acreditou que a enganou, mas a verdade é que ela tem uma equipe que não dorme em serviço, descobrindo tudo no mesmo instante. Dinheiro nunca foi problema para ela. Enquanto ele estava entretido achando que ganhou alguns trocados, ela estava fechando negócios rentáveis e bilionários pelo mundo.
Alexia tentou de tudo para que o seu noivado continuasse, não por ela, mas sim pelo filho. Seu sonho era que seu filho crescesse com o pai e a mãe presentes. Ela sabia o quanto era difícil crescer sem ter amor dos dois, mas essa traição foi a gota d'água.
— Você não fez isso? Sua filha...
— Seu filho da puta, desgraçado. — ela não deixa ele terminar de falar e esbofeteia o rosto dele novamente. — Bom! Não vale a pena ficar gastando saliva com um merda como você.
Mesmo não derramando uma lágrima, ela se sente destruída. Alexia nunca deixa ninguém vê-la chorar desde que tinha 16 anos, quando seu pai foi assassinado. Foi a última vez que ela chorou na frente de alguém.
— Duvido encontrar um homem como eu! Quem vai querer uma mulher fria como você? Quem vai querer cuidar de um bastardo criado pela Senhora Arrogante? Provavelmente será um monstrinho igual à mãe. Você, sem mim, é só mais uma mulher que se acha dona do mundo. Além de não saber fazer nada na cama, tem um beijo horrível.
Ela ouve essas palavras e sente um aperto no peito, odiando ainda mais o homem à sua frente, odiando o jeito que ele falou do seu filho. Alexia, apesar de demonstrar segurança em si mesma, é insegura. Ouvindo isso, ela se sente ainda pior.