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Chapter 8 - Case-se com ele.

A mãe do Benício a encara por alguns segundos, até que abre um sorriso.

— Ah, então você conhece minha nora, talvez possa ajudá-la a se convencer de que é namorada do meu filho. — Vanusa fala animada, sem perceber a arrogância da mulher na sua frente.

— Não acredito, amiga? Você perdeu a memória? — Dafne olha-a com soberba e abre um sorriso diabólico. Alexia, sem notar a maldade nos olhos da bela mulher, abaixa a cabeça triste. — Oh, minha querida, vamos te ajudar a lembrar, não se preocupe. Sou sua amiga de infância, sempre contamos tudo uma para a outra.– Ali, Dafne viu a chance de se livrar do Benício sem ter que matá-lo.

Dafne Duran é namorada de Benício, ela mora com ele em Barcelona, praticamente têm uma vida de casados. Benício conseguiu recentemente o sonhado negócio que mudaria a vida deles e de suas famílias, então veio para a cidade onde nasceu para dar a notícia do seu noivado. Mesmo morando juntos, ela ficava enrolando ele com essas formalidades. E ele, iludido pelo amor que sente por ela, acreditava em tudo que ela falava.

Quando Benício veio para cá, Dafne e Pedro, melhor amigo de Benício, armaram um plano para matá-lo. Os dois têm uma sociedade muito lucrativa em Barcelona, onde todo o patrimônio é dividido, mas Dafne queria mais. Ela quer ser dona de tudo, sua ambição subiu para a cabeça. E como o jovem está em coma e não quis vender sua parte, eles resolveram dar um fim em sua vida. Mas, tendo Benício em coma, seria melhor, um pretexto para livrar-se dele sem sujar as mãos. Mesmo sendo interrompida de concluir o que queria, ela sabe que esse coma seria perfeito, pois ela poderia cuidar de toda a empresa, já que a única coisa que lhe daria total poder sobre as ações seria a morte ou caso de doença.

— Sim, minha querida, você vai lembrar. — Vanusa percebe que Alexia está triste e a abraça. — Eu prometo que vou cuidar de você. — Ela dá um sorriso sincero e recebe o olhar de admiração de Alexia.

— Quando Benício veio para cá, foi para apresentar você, Alexia, para a mãe, e falar do casamento de vocês, que seria daqui a poucos dias. — Dafne olha-a fingindo ternura. — Por isso, eu aconselho-te, case-se com ele, mesmo se ele não acordar. Você o amava muito. O seu vestido já está escolhido, as alianças. Não deixe para depois o que se pode fazer hoje. — Ela dá um abraço em Alexia, que por uns segundos evita o contato, mas logo retribui. — O que me diz? Vamos aos preparativos para o casamento? — Animada, ela segura nas mãos de Alexia, encarando seus olhos sem desviar um segundo. Dafne vê a oportunidade de manipulá-la, já que ela está sem memória. Alexia solta suas mãos e segurando na proteção da cama de Benício, ela o olha e fala sem medo.

— Não! — Ela fala determinada. Alexia, mesmo acreditando que realmente é namorada dele, não fará o que não quer. — Quando acordei, não sabia nem o meu nome. Logo descobri que tenho um namorado, e que infelizmente está em coma. Fiz uma cirurgia que não faço a mínima ideia do por quê, e ela está acabando comigo. Vi rostos que nunca imaginei conhecer e, em hipótese alguma, irei me casar com alguém que não lembro se amava. Não se preocupe, irei cuidar dele, pois eu sou a culpada dele estar assim. E também, não tenho para onde ir. Pelo que vi nesses dois dias, nem família eu tenho, já que os únicos que me visitaram foram a família do Benício e os gêmeos. Mas eles deixaram claro que não me conheciam.

Os olhos das duas mulheres se arregalam. Ali, falando tão firmemente, está a nossa senhora arrogante. Mesmo não lembrando de nada, há um lado seu que não será tão fácil de enganar.

— Minha querida, não me entenda mal. Será como quiser. — Dafne tenta esconder sua irritação dando-lhe um sorriso forçado.

— Sim, minha filha, não precisa ter pressa. O que decidir, será tudo do seu jeito, e você não tem culpa. Acidentes acontecem, nós nunca a culpamos.

— Obrigada, senhora. Vindo de você, é muito importante para mim! Posso ficar sozinha com ele? — Alexia pergunta olhando para Vanusa com um olhar terno. Em seguida, senta na cadeira ao lado da cama.

— Claro, filha. Essa moça deve estar de saída. — Vanusa fala, quase expulsando Dafne do quarto.

— Ah, sim! Já estou de saída. Até logo, Alexia. Pense no que eu disse sobre o casamento. — Alexia finge não ter ouvido as últimas palavras. Sem ter o que fazer, Dafne sai. Logo em seguida, Vanusa se retira, deixando Alexia sozinha.

— Oii... dizem que eu sou a culpada por você estar assim, sabe, quero me desculpar, pois não me lembro se realmente tenho culpa. Mas, independentemente disso, quero encontrar uma forma de resgatar você na minha memória. Talvez eu tenha te amado, já que a sua amiga disse que iríamos nos casar... é estranho, mas algo em mim não gostou dela. — Alexia sorri de si mesma por estar tentando falar com ele. Ela sabe que pode parecer loucura, mas não consegue evitar.— Olha, eu estou aqui, falando sozinha. Nem sei se pode me ouvir, mas quero que saiba que vou cuidar de você, até você acordar. —Ela fica mais alguns minutos lá, conversando com ele, e admirando a sua beleza. Observa cada traço do seu lindo rosto, é inegável que ela sentiu-se atraída por ele. Antes de sair do quarto, ela toma coragem e beija a sua testa.— Você se parece com sua irmã, ela é muito linda... amanhã eu volto, prometo.

Alexia sai vagarosamente para seu quarto, com o coração cheio de esperança e incertezas. Sabendo que o caminho para a recuperação dele não será fácil, mas disposta a enfrentar todos os obstáculos que surgirem.