Kowalsk havia vencido a luta contra aquela besta, mas seu corpo estava exausto, e enquanto estava prestes a cair no chão, Thilláila o segurou, apoiando-o em seus ombros.
E o inevitável aconteceu: ela bateu sua cabeça na de Kowalsk, e subitamente as informações de seus cérebros se fundiram, fazendo com que ambos caíssem em um estado letárgico no chão, sob o olhar atônito de todos.
Então ela começou a ver as informações fluindo na mente de Kowalsk como se estivesse assistindo a um filme 3D, seguindo tudo de perto.
O mundo estava em pedaços.
Cidades que antes fervilhavam de vida agora eram pilhas de destroços e cinzas, lembranças da destruição causada pelos dragões.
Essas criaturas poderosas, lideradas por um tirano chamado Lorde Dracko, espalhavam medo e controlavam a humanidade com crueldade.
Desde o princípio, seu objetivo era claro: dominar o mundo e escravizar a raça humana.
No meio dos escombros, poucos lugares de resistência ainda permaneciam. Fortalezas improvisadas, construídas com os restos de antigos edifícios, abrigavam os últimos sobreviventes que se recusavam a se render aos dragões.
Esses grupos, apesar dos recursos escassos e da constante ameaça de ataques, representavam a última esperança da humanidade contra a escuridão.
Nas imagens que fluíam na mente de Thilláila, Kowalsk observava as ruas desertas da cidade que um dia foi seu lar.
Thilláila viu que essas memórias de destruição eram tão fortes quanto a dor que ele sentia.
Ele havia lutado em muitas batalhas, visto amigos e camaradas caírem diante das chamas dos dragões.
E para ele, cada rua silenciosa, cada edifício em ruínas, era um lembrete de quão longe a humanidade havia caído.
Em sua mente, ele lembrava dos rostos dos que se foram: soldados, civis, crianças.
Todas vítimas da sede de poder daquele que se autodenominava Lorde Dracko, o senhor dos dragões.
Aqueles que ainda viviam agora lutavam não apenas por suas próprias vidas, mas pela esperança de um dia ver o sol brilhar sobre uma terra livre novamente.
Kowalsk caminhava pelas ruas vazias, sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros.
Ele sabia que a resistência humana estava à beira da extinção.
Cada dia trazia o som distante das asas dos dragões e o rugido do fogo consumindo o que restava da humanidade.
No entanto, ele não havia desistido. Ele não podia se dar ao luxo de desistir.
Thilláila observava tudo sem poder interferir.
Ao se aproximar das muralhas improvisadas que cercavam o núcleo da resistência, ele viu o fraco brilho das tochas e ouviu murmúrios abafados.
Os sobreviventes se reuniam ao redor das fogueiras, compartilhando histórias de bravura e perda.
Alguns olhares se voltaram para Kowalsk enquanto ele passava, misturando reconhecimento e gratidão com medo e incerteza.
Kowalsk não era um líder por escolha, mas por necessidade.
Sua experiência e habilidades eram as melhores armas da resistência contra os dragões.
Ele sabia disso, assim como sabia que precisava de aliados, vozes que pudessem se elevar acima do desespero e dar força aos corações desanimados.
À luz das estrelas, ele olhou para o horizonte distante, onde as sombras dos dragões pairavam como espectros ameaçadores.
Thilláila concentrou-se em tudo e ouviu a conversa que prometia um novo amanhecer tão distante quanto o brilho das estrelas no céu noturno.
Mas Kowalsk não estava pronto para desistir. Não enquanto houvesse uma única centelha de esperança dentro dele, não enquanto houvesse ainda uma chance de lutar.
Ele respirou fundo, sentindo o peso do destino sobre seus ombros. Era hora de reunir os outros, formar um plano, fortalecer os laços que os mantinham unidos.
Porque se havia uma coisa que ele sabia com certeza, era que a resistência humana não seria facilmente quebrada.
Não enquanto ele pudesse usar suas habilidades, não enquanto ainda houvesse um inimigo para enfrentar.
Com passos firmes, Kowalsk dirigiu-se ao coração da fortaleza, determinado a preparar seus camaradas para a batalha iminente.
E no silêncio da noite, os últimos resistentes da humanidade se reuniram ao seu redor, prontos para enfrentar os horrores que a alvorada traria.
Então a visão terminou, e Kowalsk, petrificado e voltando a realidade que parecia pior, gritou tentando ajudar.
"Thilláila cuidado!, Afaste-se de mim agora!"
Manifestação dos Poderes de Thilláila
O campeão dreikis já havia se recuperado no momento em que Kowalsk estava mentalmente travado com Thillaila, e agora ele estava a poucos centímetros de seu pescoço.
Seu único movimento foi puxá-la para si, abraçando-a rapidamente e rolando no chão o mais longe possível daquela boca cruel.
Se por um lado ele salvou seu amigo da morte certa, por outro lado, ele estava agora à mercê daquela matilha degenerada e faminta.
Enquanto isso, algo inesperado estava acontecendo com Thillaila, pois ela nunca havia experimentado a sensação de seus poderes se manifestando de forma tão intensa antes.
Em meio ao caos, cercada por dreikes famintos e com Kowalsk tentando sobreviver naquela batalha, ela finalmente entendeu a extensão de sua telepatia e capacidade de infligir ataques psíquicos.
Seus olhos brilhavam levemente com uma luz azulada, mudando para um tom avermelhado enquanto ela concentrava sua mente nos dreikes avançando ferozmente para devorar Kowalsk.
Kowalsk, sempre destemido e experiente em combate, não pôde evitar um arrepio na espinha ao testemunhar pela segunda vez a verdadeira extensão dos poderes de Thillaila.
Os dreikis, criaturas formidáveis que se alimentavam e coletavam os cadáveres deixados pelos dragões, eram agora dominados pela telepatia avassaladora de Thillaila.
Os dreikis, antes vorazes e incontroláveis, agora pararam. Suas mentes, que antes estavam focadas apenas na busca de carne humana, foram agora inundadas com comandos telepáticos, forçando-os a se renderem à vontade de Thillaila.
Era como se uma força invisível os controlasse, fazendo-os obedecer a cada pensamento e desejo do jovem telepata.
Kowalsk, ainda processando a magnitude do que estava testemunhando, encontrou-se numa posição estratégica única.
Com Thillaila controlando os dreikis, os dragões, que dependiam dessas criaturas para se alimentar, seriam, a longo prazo, incapazes de prosseguir com sua ameaça.
Seria um ponto de viragem crucial na batalha, e Kowalsk sabia que tinha de aproveitar ao máximo esta vantagem recém-descoberta.
Enquanto os dreikis agora se moviam em sincronia como marionetes sob o comando de Thillaila, Kowalsk lançou um ataque preciso contra o campeão dos dreikis.
Vendo que a pressão sobre eles havia diminuído, Gareno não perdeu tempo e nocauteou o maior número possível de dreikis com seus golpes poderosos.
Ele formou uma linha de feras derrubadas e completamente derrotadas, enquanto o pseudo-dragão Troy não poupou dreikis com ataques furiosos, mas coordenados, criando uma segunda linha de feras caídas.
Enquanto isso, o confronto principal foi intenso, com a fera muito mais resistente do que Kowalsk havia previsto, dando-lhe um pouco mais de problemas, mas com os dreikis desorientados e enfraquecidos pela influência psíquica de Thillaila, o campeão foi finalmente subjugado.
Combinando a sua capacidade física com a nova vantagem estratégica, Kowalsk saiu vitorioso.
Enquanto isso, o Dr. Kaminski observava a cena com fascínio e determinação. Em meio a todo o caos, ele descobriu algo que já suspeitava, que era possuir uma habilidade especial.
Esta capacidade de suprimir ações adversárias, percebeu ele, poderia ser crucial para reforçar o controle sobre os dreikes. Concentrando-se profundamente, ele iniciou um processo de supressão que neutralizou qualquer resistência remanescente dos dreikis.
Com Thillaila consolidando seu domínio sobre os dreikes e Kaminski suprimindo qualquer tentativa de revolta, a batalha virou a favor dos heróis.
O equilíbrio de poder naquela região mudou completamente, e os dragões, privados de sua fonte de alimento, seriam forçados a recuar para um ninho anterior, distante.
O campo de batalha, antes caótico e dominado pelo medo, estava agora sob o controle dos heróis.
À medida que a poeira baixava e os últimos vestígios da batalha se dissipavam, Thillaila olhou para Kowalsk com uma mistura de gratidão e surpresa.
Seus poderes se manifestaram num momento crucial, salvando não apenas suas vidas, mas também evitando as atrocidades que os dreikis poderiam ter cometido.
Ela agora entendia o peso de sua responsabilidade e o impacto que seus poderes poderiam ter sobre as pessoas ao seu redor.
Kowalsk, por sua vez, sentiu um respeito renovado pelo jovem telepata ao seu lado. Não apenas por sua habilidade recém-descoberta, mas pela coragem e determinação que demonstrou sob pressão.
Juntos, Kowalsk, Gareno, Thillaila, Dr. Kaminski e Troy formavam uma equipe formidável, talvez não estivessem prontos para enfrentar desafios futuro, mas ao menos eles não iriam fugir deles.