"Você viu aquilo?" Pergunto ao Kellan, minha voz mal acima de um sussurro.
Ele olha para mim, com as sobrancelhas franzidas e o corpo em alerta. "Vi o quê?"
Balanço a cabeça, não muito certo de como explicar o estranho fenômeno. "Nada. Esquece."
Ao sair do carro, não consigo deixar de olhar para trás, observando os seis guardas que seguem nosso rastro. A presença deles deveria ser reconfortante, um sinal do compromisso de Lucas com a minha segurança, mas em vez disso, só serve para aumentar minha inquietação.
Há algo no ar, uma energia zumbindo que me deixa arrepiada e faz minha pele parecer muito apertada. É como se o mundo estivesse prendendo a respiração, à espera de algo acontecer.
Entramos no prédio, nossos passos ecoando pelos corredores vazios. Kellan vai na frente, ombros largos tensos sob o paletó do terno. Sigo logo atrás, com o coração martelando no peito enquanto descemos as escadas para o porão, percebendo que de lá não vem luz alguma.