Chapter 33 - Orfanato Const 29

À medida que as luzes internas começaram a piscar erraticamente, lançando sombras alternadas e iluminação, a figura de Georgewill apareceu ainda mais sinistra e aterrorizante. Cada vez que a luz se intensificava, parecia se aproximar mais dos dois, seu olho sangrando e a expressão feroz reminiscente de um demônio rastejando das profundezas do inferno.

Seus quatro braços esvoaçavam selvagemente no ar, movimentos grotescos e frenéticos, como uma divindade obscura à beira da sombra e da luz, à espera para arrancar e devorar almas humanas.

Macabro ao extremo.

Altair respirou fundo e disse baixinho para Elvira, "Você vai primeiro."

Mas Elvira deu um passo à frente, batendo no ombro dele, "Isso não vai dar certo. Não te darei outra chance de me salvar desta vez."

"Está perigoso aqui." A voz de Altair era fria, mas Elvira detectou um sutil tom de preocupação. "Não seja teimosa."

"Quando você distraí-lo, eu vou furar o outro olho," disse Elvira, olhando determinada para os olhos de Georgewill. "Isso me faz miserável; eu preciso matá-lo."

Mal havia falado, e as luzes subitamente se intensificaram! Georgewill avançou como uma besta enlouquecida, desferindo chutes e socos em Altair, caindo sobre ele como uma chuva torrencial.

Altair simplesmente se posicionou para bloquear e defender, não lançando um ataque imediatamente. Ele se inclinou levemente, desviando habilmente um golpe feroz após outro.

Por trás de Altair, Elvira atirava continuamente facas voadoras, mirando diretamente nos olhos de Georgewill, forçando-o a desviar para a esquerda e para a direita.

Quando Georgewill lançou um gancho direito na mandíbula de Altair, Altair deslocou ligeiramente o corpo, evitando facilmente o ataque. Seguindo isso, Georgewill tentou um chute alto na cabeça de Altair, que Altair bloqueou com seu braço antes de empurrar fortemente para a frente, fazendo Georgewill cambalear vários passos para trás.

Aproveitando a oportunidade, Elvira saltou do ombro de Altair, usando-o como plataforma para saltar no ar. Ele pousou com segurança no ombro de Georgewill, segurando uma faca voadora firmemente na mão.

Altair fechou o punho, juntando força para um soco poderoso no abdômen de Georgewill, seguido por um chute lateral preciso em sua cintura. Finalmente, ele agarrou os pulsos de Georgewill firmemente em suas mãos.

Perched atop its head, Elvira aimed the flying knife at Georgewill's remaining eye and thrust it forward fiercely!

"Ah—"

Com o outro olho de Georgewill perfurado com sucesso por Elvira, ele soltou um grito agudo e lamentoso. A dor o levou a ajoelhar-se, colapsando fracamente no chão.

Elvira saltou da cabeça de Georgewill, pousando no chão e rapidamente fazendo um rolamento para a frente, seus movimentos rápidos e ágeis.

Finalmente, ele tinha cegado Georgewill em ambos os olhos.

Altair se aproximou de Georgewill, abaixando-se para acariciar sua testa.

Imagens fragmentadas apareceram diante de seu olho esquerdo:

"Will—Will—" um menino chamava, agarrando um pedaço de pão duro enquanto corria pelas ruas.

A noite já havia caído, e o vento frio uivava como uma lâmina. O menino corredor era magro, suas roupas muito leves, tremendo no vento.

"Will—"

Então, de um monte de lixo na esquina da rua, emergiu um menino ainda mais magro, seu rosto sujo como o de um gatinho indefeso. Ouvindo o chamado, ele lutava para se arrastar para fora.

"George! George! Estou aqui!"

George correu para o lado de Will, pegando sua mão.

"Will, como está sua doença?" George tocou a testa de Will, perguntando preocupado.

"Você ainda está com febre!" George rapidamente se sentou com Will no monte de lixo, tentando protegê-lo do vento cortante.

"Irmão, talvez eu não sobreviva." A voz de Will era fraca enquanto ele se agarrava à manga de George, respirando com dificuldade.

"Não fale bobagem!" George, assustado, abraçou seu irmão fortemente, tentando parecer forte enquanto confortava Will, "Você vai ficar bem!"

Rapidamente, George ajudou Will a sentar-se ao lado de um monte de lixo, tentando protegê-lo do vento cortante com seu próprio corpo frágil. "Olha o que eu consegui para você!"

Ele cuidadosamente tirou um pedaço de pão de seu abraço, tratando-o como uma joia preciosa.

"Aqui, irmãozinho, coma um pouco. Isso vai te fazer sentir melhor." George gentilmente quebrou o pão em pedaços pequenos, alimentando-os a Will.

"Irmão, você come também." Will lutou para mastigar o pão frio e duro, depois ofereceu um pouco a George. Para eles, esse pedaço de pão era um raro deleite no inverno.

"Não estou com fome, você come. Eu já comi algo no caminho." George esfregou os braços, que estavam cobertos de hematomas.

Essas eram marcas deixadas por ser pego e espancado pelo dono da loja quando estava tentando roubar o pão. Segurando Will, George sentiu uma dor aguda.

"Irmão, vamos acender um fósforo." Will se aninhou nos braços de George, tremendo incontrolavelmente.

No fundo de um monte de lixo, George encontrou seu único tesouro—uma caixa pela metade de fósforos. Provavelmente devido a um pacote de lixo não ser amarrado adequadamente, seus sucos vazaram, umedecendo os fósforos e tornando quase todos inutilizáveis.

George selecionou cuidadosamente, finalmente descobrindo o único fósforo que ainda podia ser riscado.

Com as mãos trêmulas, ele colocou a mão no pescoço, mal conseguindo sentir uma sensação. Ele juntou alguns papéis do lixo, pegou o fósforo e o riscou contra a caixa, acendendo-o.

Uma chama tênue, mas quente, dançava na ponta dos dedos de George. Tão brilhante, tão quente. George e Will não puderam evitar ficar hipnotizados pela pequena luz.

"Irmão, eu vejo um futuro com muita comida deliciosa para nós," disse Will, olhando para a chama, seus olhos cheios de desejo.

"Vai ter, Will, vai ter," George o tranquilizou. "Muita comida gostosa, roupas quentes e uma casa grande." George abraçou Will fortemente.

Nesse momento, os flocos de neve começaram a cair do céu, pousando suavemente, oníricos e surreais.

Esta era a primeira neve do ano, bela e pura.

Numa noite como essa de neve precoce, amantes se aconchegavam, vestidos de roupas de inverno, de mãos dadas em meio à neve caindo, fazendo juras eternas.

A luz morna das velas refletia em seus rostos, embriagados do entorpecimento e dos beijos profundos, criando a cena mais romântica da noite de inverno.

"A neve está caindo, a neve está caindo!" Os gritos animados das crianças podiam ser ouvidos à distância, enquanto as pessoas abriam suas janelas e saíam para saudar a chegada da primeira neve.

A neve ficava mais pesada, como se o mundo inteiro estivesse sendo envolto em branco. As pessoas aplaudiam alegremente, entravam em danças animadas e cantavam canções comoventes.

Flocos de neve pousavam gentilmente no monte de lixo, um por um, incontáveis, como se todos os flocos de neve tivessem se reunido ali.

George protegia a frágil chama dos flocos de neve, sua mão tremendo levemente com o vento gelado, mas ele estava determinado a proteger a chama a todo custo.

À medida que a luz enfraquecia, o desespero enchia o coração de George. Ele olhou para o céu, lágrimas brilhando em seus olhos, balançando a cabeça repetidamente.

Essa era a única luz que Will podia ver, cada segundo tão precioso.

O alegre canto de "We Wish You a Merry Christmas" vinha de longe. As pessoas brincavam e se divertiam juntas, suas risadas e conversas sem fim.

Will fechou os olhos lentamente, como se pudesse ouvir o chamado suave de sua mãe no fundo. Flocos de neve cobriam gentilmente seu rosto, levando embora o último resquício de calor.

A chama fraca lutava contra o vento e a neve, mas no final foi extinta. A única fonte de calor dos irmãos se foi.

"Will? Will?" George sentiu a respiração de Will enfraquecer e chamou suavemente o nome do irmão.

Will já não tinha forças para responder; sentia seu corpo queimar como se estivesse em chamas, talvez essa febre fosse um tipo de alívio para ele, pelo menos poderia fornecer um pouco de calor a George.

"Will... Will..." George segurou Will apertado, engasgando-se enquanto chamava seu nome. Sua voz estava cheia de tristeza e impotência sem fim.

"Irmão... me segure forte, assim... você não sentirá frio..." Com esforço, Will puxou a manga de George antes de perder a consciência.

George sentiu seu corpo esfriar, como se coberto por neve e gelo, sua consciência desvanecendo gradualmente. No entanto, ele se apegava a Will desesperadamente, firmemente.

Eles nunca seriam separados.

Em meio à sua consciência desvanecente, ele ouviu a voz de um homem, "Quem está aí?"

George já não tinha energia para responder; ele apenas sentiu fracamente uma mão quente e grande acariciando sua cabeça.

O homem os tirou do monte de lixo.

Ele e seu irmão foram salvos. George não pôde deixar de derramar lágrimas.