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Chapter 21 - Mudando de Perspectiva

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** Eli **

Enquanto os suspiros tremidos de Harper preenchiam o ar ao redor deles, Eli chegou a uma constatação infeliz — ele estava duríssimo.

O que não deveria ser realmente surpreendente. Afinal, ele tinha acabado de fazer uma garota gozar em cima da bancada da cozinha. A garota ainda estava se recuperando do clímax com o rosto enterrado em seu ombro, e o dedo dele ainda estava dentro dela, sentindo todos os tremores residuais enquanto eles ondulavam. Ele era um cara saudável e hétero, afinal, então deveria ser bem compreensível que todos os seus instintos estivessem gritando e ardendo de desejo.

Mas ainda assim, aquilo estava afetando-o mais do que deveria. O toque da pele macia e do corpo sensível dela, o som daqueles gemidos e sussurros que ecoavam com tanta sedução natural... De algum modo estava mexendo com ele de uma maneira que ninguém mais havia conseguido antes.

Eli abafou um gemido próprio. Talvez ele só tenha sido pego de surpresa. Conhecendo Harper pela metade de sua vida, ele nunca realmente a considerou alguém sexy — não que ela não fosse, obviamente, mas sua mente simplesmente nunca havia decidido pensar nisso — e agora que o "acordo" deles o forçou a vê-la sob uma nova luz... Bem, ele seria um tolo se não esperasse surpresas.

Ele rodou o dedo gentilmente mais algumas vezes, deixando-a saborear as últimas ondas de prazer. Quando ele finalmente tirou o dedo dela, ela gemeu novamente e se aninhou, respirando junto à curva de seu pescoço. Ele quase chiou quando o som e o toque mandaram outra onda de calor direto para seu baixo ventre.

"Hum... Caramba, eu não esperava que fosse... tão intenso," Harper finalmente conseguiu dizer. Sua voz ainda estava leve, e seus braços deslizavam languidamente pelos ombros dele enquanto ela lentamente se recompunha.

Eli meio que desejou que ela simplesmente se reclinasse em seus braços por mais um pouquinho — já era miserável o suficiente que ele não pudesse aliviar a pressão entre suas pernas tão cedo, então não deveria ser demais pedir para buscar algum consolo e se enterrar no calor e no cheiro dela, certo? Mas então ele imediatamente pensou melhor. Isso era uma lição... Era para ela estar aprendendo. Não era para ser uma sessão de amor apaixonado que terminasse com afagos apaixonados.

Então ele sorriu e deu um último beijo em sua testa. "Vou assumir que é desse jeito que você gosta, o que significa que fiz um bom trabalho." Ele a ajudou a abotoar o shorts de novo, e então se apoiou na bancada ao lado dela.

Harper deixou escapar uma risada nervosa. "Oh, sim, com certeza. Eu... Bem, acho que é verdade que existem coisas que eu... preciso aprender mais..."

Ela virou o rosto um pouco para o lado, provavelmente para corar. Um breve silêncio caiu sobre eles.

Eli se perguntou qual seria a coisa apropriada para ele dizer naquele momento. Normalmente, se essa fosse uma garota com quem ele estava saindo, ele estaria abraçando-a apertado e continuaria beijando-a, talvez sussurrando algumas palavras sujas em seu ouvido e fazendo aquela cor avermelhada tentadora ficar ainda mais brilhante. Mas ele não tinha certeza se Harper gostaria disso... O que uma garota quer depois de gozar como parte de um aprendizado sobre sexo, afinal?

O silêncio de repente se sentiu um pouco constrangedor.

Harper foi a primeira a quebrá-lo. Ela pigarreou. "Falando nisso... Eu também nunca tinha sentado em uma bancada de cozinha antes. Isso é... meio exótico. Embora eu tenha lido algumas cenas assim em livros..."

"Ah, é uma cena bem comum mesmo," Eli concordou. "Tem um motivo para as bancadas de cozinha serem dessa altura."

A cabeça dela virou rapidamente. "S-Sério?"

"... Não. É só mais fácil para... hum, triturar várias coisas?"

Eles se olharam por alguns segundos. Depois, os dois irromperam em risadas.

Bom, ele não era geralmente bom em contar piadas. Mas se uma piada ruim ajudasse a aliviar o constrangimento silencioso, então tudo bem.

"Agora estou com medo de que minha perspectiva dessa cozinha mude para sempre," Harper disse. Ela fez um escâner figurativo pelo espaço. "Mas honestamente, não é como se eu realmente usasse muito. Sou muito preguiçosa para cozinhar mesmo."

A oportunidade de mudar de assunto era bem-vinda, e Eli a agarrou. "Você não cozinha?" ele perguntou. Isso era algo muito mais fácil de falar.

"Não do zero. É muito bagunçado... e eu sou bem ruim em acertar os sabores. Só faço coisas simples como ferver massa ou colocar uma mistura pronta de bolo no forno." Harper soltou um suspiro exagerado. "Eu sei que isso é inacreditável. Minha mãe faz comida melhor do que restaurante, e eu só sei esquentar refeições congeladas."

Eli não pôde evitar de achar o olhar desanimado dela adorável. "Por que você não vem para a minha casa no próximo fim de semana então?" ele sorriu. "Eu farei o jantar para a gente."

Os olhos dela se arregalaram. "Você... o quê?" Ela o examinou duvidosamente. "Não sei se consigo te imaginar de avental."

"Ei, não vá me rotular tão rápido. Não sou o tipo de rico babaca que só senta e espera por uma esposa ou amante ou empregada doméstica para me alimentar." Eli revirou os olhos. "Além disso, a arte culinária é uma 'arte'. Eu gosto quando tenho tempo."

Harper inclinou a cabeça para o lado, ainda parecendo desconfiada. "Ok, eu adoraria ver isso. Posso te ajudar a ferver a massa." Ela lhe deu um sorriso. "Devo levar alguma coisa?"

"Apenas você mesma. Minha cozinha é bem equipada." Ele mostrou um sorriso torto. "E tem muito espaço... incluindo uma bancada bem maior que você pode fazer bom uso."

Um rubor rosado voltou a cobrir as bochechas dela, e ele riu quando ela desviou o olhar, envergonhada.

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