Capítulo 10
Inevitável
Gabriel:
Vários pensamentos passavam em minha cabeça agora. O tesão louco provocado pelas palavras do Alex se misturava com o pavor de magoá-lo depois do que estávamos prestes a fazer. E claro que ele poderia sair magoado disso. Ele tinha um coração bom, diferente de mim. Eu poderia usufruir desse momento sem maiores problemas, mas e ele?
E os sentimentos dele?
- Alex ? - Chamo, em meio aos nossos beijos. - Eu não... Eu…
- Você não quer? - ele levanta o rosto, com uma expressão arrependida. - Me desculpe eu... - ele tenta se afastar de mim. Em seus olhos a tristeza imperando, fazendo eu me sentir a pior pessoa do mundo.
- Não é isso. - digo, o puxando de volta. - Você consegue ver como eu quero, não é? - E então nós dois olhamos para minha ereção.
- Então o que é?
- Eu não quero te fazer sofrer. Eu não quero ser o tipo de cara que usaria seus sentimentos por mim, pra poder ter um pouco de sexo. Eu não...
- Gabriel? - ele coloca um dedo sobre meus lábios me calando. - Você não é responsável por mim. Eu sei das consequências disso. E mesmo assim eu quero. Eu quero estar assim com você, Gabriel.
E ele se move languidamente sobre meu corpo. Deslizando pela minha ereção e me fazendo gemer baixinho.
- E a única coisa que me faria parar agora, seria ouvir você dizer que não quer. - ele diz enfaticamente.
O olhar dele no meu. A expressão confiante dele sobre mim. O calor do corpo dele. O calor do meu corpo.
Tudo isso somado à enorme emoção que se formava em meu peito agora, me fez ter certeza de que não importa o que acontecesse. Nós iríamos dar um jeito de continuarmos juntos.
- Eu só te peço uma coisa, Alex ... - digo olhando fixamente em seus olhos, tomando a minha decisão. - Não me deixe depois disso.
- Isso nunca será uma opção. - Ele me beija docemente. - Sexo nunca será a única coisa que quero de você Gabriel.
- Então ainda seremos amigos?
- Sempre.
Então sorrimos um para o outro. Minha confiança retorna, e eu o ataco com toda minha vontade. Ele não iria me deixar... Ele ainda seria meu amigo. Ele ainda seria a minha pessoa especial...
Ahhh... Ter essa certeza apenas me fazia explodir em sensações. O beijo dele era cada vez mais viciante pra mim. Seria impossível beijar outra pessoa e não comparar com o beijo dele a partir de agora. A entrega dele associada com a minha, tornava tudo incrivelmente mais intenso. Cada toque, cada suspiro, cada mordida em meu lábio, me fazia querer mais e mais dele.
Ele se esfrega em mim, fazendo com que meu desejo se intensifique ainda mais. Estou num abandono total agora, mente e corpo completamente entregues a ele.
Quando ele para o que estava fazendo e se levanta, gemo em protesto, com a mente nublada pelo tesão.
- Vem... - ele me estende a mão e eu a seguro firme. - Eu te quero no meu quarto.
Caralho.
Esse Alex confiante e dominante no sexo era alguém totalmente novo para mim. E olhar pra ele, assim, imponente fazia meu corpo se arrepiar. Sorrio em resposta, antecipando o que iria acontecer naquele quarto. Ansioso pra que ele fizesse comigo o que sabia fazer...
Sim. Eu estava entregue...
Alex :
Deus, se isso for um sonho, por favor não me acorde. Ter o Gabriel assim, todo entregue, confiante e sem receios era algo muito além da minha imaginação.
Sei que ele teme que se formos até o fim, nossa amizade pode acabar sendo prejudicada, e eu também temi essa hipótese por muito tempo. Mas inferno... Como parar agora? Ele segura forte a minha mão e me deixa guiá-lo até o meu quarto.
Eu estou tão ansioso que assim que passo pela porta o empurro sem jeito para dentro, tentando nos livrar de nossas roupas. Sei que não estávamos pensando com clareza agora, mas foda-se. Ter Gabriel em minha frente, tão duro quanto eu, era motivo suficiente pra mandar qualquer sinal de juízo pra puta que pariu.
- Você está nervoso? - pergunto, depois de o deitar de costas na cama e ficar por cima dele.
- Eu? Nervoso? - ele toca meu rosto com uma das mãos e eu apenas me derreto ante aquele carinho. - Demais.
Dou um sorriso, era raro o Gabriel aparentar nervosismo.
- Sou eu aqui, Gabriel. - Digo devolvendo o carinho dele, mas ao invés de usar minhas mãos, eu o beijo delicadamente, em cada lado do seu rosto. - Eu jamais o machucaria.
- Eu sei que não. Eu confio em você.
Escutar ele dizer isso faz com que meu coração exploda de alegria.
- Então por que...
- Estou nervoso porque é você, Alex . Estou nervoso porque é a única pessoa no mundo que me conhece e agora, você terá tudo de mim. E isso me deixa nervoso. Mas ao mesmo tempo, eu quero ir até o fim.
- Eu também quero muito ir até o fim com você, Gabriel. - digo, e essas palavras não se referem apenas ao sexo. Eu queria uma vida com ele. Mas não iria verbalizar isso. Não agora...
Por isso, antes que eu estrague tudo com minha boca grande eu o beijo. De início, devagar e languidamente. Depois... Bom, depois o fogo em nós dois toma uma proporção gigantesca. Nossas línguas enroscadas uma na outra, sugando, lambendo e gemendo.
Tudo era surreal. Quando ele geme meu nome, eu perco literalmente a cabeça. Largo seus lábios para saborear o restante daquele corpo que eu tanto sonhei em experimentar. Vou deixando rastros úmidos por onde minha língua passava. E céus. Ele era inteiramente delicioso.
- Alex ? - Ele me chama, com a respiração entrecortada. - Por favor...
Eu sei o que ele quer. Minha mão o toca... E eu o sinto pulsar através de meus dedos. Minha atenção está totalmente voltada para aquela parte de seu corpo. Ele era incrível...
Sempre que estava nervoso, irritado, ou simplesmente com vergonha, sua pele adquiria um tom rosado. Principalmente suas orelhas. E eu me perguntava se ele também seria assim em outras partes do seu corpo. E ele era...
E agora eu o tinha em minhas mãos. Seu pau estava tão duro. Saber que ele estava assim por minha causa, me colocava no topo do mundo. Eu não iria mais me conter. Iria dar tudo de mim, aproveitar cada pedacinho dele. E foda-se o amanhã.
Quando meus lábios o envolvem, ele mais uma vez chama o meu nome, seus olhos estão fechados agora, e sua boca apenas solta sons ininteligíveis, toda vez que eu o engulo com mais vontade. Eu o saboreio com fome, desejoso por lhe dar o melhor boquete da vida dele.
- Ahhh... Alex!
Sim, Gabriel. Sou eu aqui. Apenas eu.
Depois de algum tempo me deliciando com ele em minha boca, sinto que não aguento mais me segurar. Eu precisava estar dentro dele ou morreria. Meu pau estava pulsando e eu não tinha mais nenhum controle.
Me levanto rapidamente, pego camisinha e lubrificante. Quando retorno o olhar dele sobre mim está escuro e brilhante. Sei que ele me quer tanto quanto eu o quero.
Gabriel sempre foi um cara de personalidade forte e nunca me pareceu que na hora do sexo ele fosse tão quieto, me deixando liderar em todo momento. Talvez fosse apenas comigo... Talvez ele ainda estivesse nervoso... Eu não saberia dizer.
- Você prefere...? - pergunto olhando pra ele, talvez ele não quisesse ou...
- Continua, por favor, Alex ... - ele diz, não parecendo ter dúvidas. - Eu preciso de você agora.
Essas palavras era a deixa que eu queria para continuar sem receio. Encho meus dedos de lubrificante e levanto uma de suas pernas, e quando insiro um de meus dedos nele, seu corpo fica um pouco tenso. Me aproximo mais de seu rosto e encosto minha testa na dele.
- Você é tão quente aqui, Gabriel. - de olhos fechados, nossas respirações se misturando, eu continuo o preparando.
As mãos dele sobem por meu pescoço, seus dedos enroscam em meus cabelos e ele dá um leve puxão, levantando meu rosto, e então ele me beija. Mais faminto ainda do que quando começamos.
Dois, três dedos depois e ele estava pronto pra mim. Meu coração estava pulando tão loucamente que aposto que eu poderia ter algum tipo de ataque a qualquer momento. Minha necessidade de possuí-lo por inteiro toma conta de mim. E eu não penso em mais nada. Eu precisava estar dentro dele.
Gabriel :
Ele era enorme. E quando ele começou a se colocar em mim, confesso que me senti meio desconfortável. Apesar do meu tesão louco, não era fácil ter aquele pau duro e pulsante dentro de mim. Mas porra... Era tudo que eu queria no momento. Ele entrou devagar, e depois ficou alguns segundos parado. Respirando fortemente, me olhando. Estávamos suados, e sua pele brilhava pra mim. Minhas mãos agarradas em suas costas, depois em seus cabelos, e de volta em seus ombros. Céus, eu queria tocar cada pedacinho dele.
Eu nunca, nunca me entreguei dessa maneira no sexo antes. Nunca foi tão íntimo. Nunca foi tão...
Paro de pensar quando ele começa a se mexer. De início devagar. Apenas saindo e entrando sem muito esforço da parte dele. Um calor pulsante começa a se instalar logo abaixo da minha barriga, e eu volto a gemer sem nenhum pudor.
Quase morro quando seu pau encontra o ponto específico, que me faz ver estrelas e eu começo a implorar pra que ele continue, mais forte e mais rápido.
Todas aquelas sensações me tiraram de órbita. Eu nunca havia experimentado tamanho prazer durante o sexo. E algo mais do que desejo começou a pressionar meu peito. Eu só não sabia precisar com clareza o que era. Era apenas uma necessidade de abraçá-lo enquanto eu implorava por mais. Abraçar, beijar, sentir...
Perdi a noção do tempo. Não sei quanto tempo Alex continuou investindo dentro de mim, quente, duro. Rápido e forte. Eu só sei que estava prestes a gozar, mas ao mesmo tempo queria que aquilo não terminasse. Eu queria aquela sensação avassaladora para sempre. Eu queria mais.
Quando ele toca meu pau, gemendo meu nome, como se eu fosse a pessoa mais importante nesse momento pra ele, seu tom era tão doce que me fez gozar num jorro desesperado e incessante. Eu me derramei sobre minha própria barriga, sujando nós dois.
Os olhos do Alex ardem de excitação. E com mais algumas estocadas firmes dentro de mim ele também se desfaz. Seu corpo tenso, enquanto seu pau pulsava dentro de mim.
O corpo dele sobre o meu, sem forças e suado, seu rosto enfiado entre meu ombro e meu pescoço, sua respiração falha assim como a minha.
- Isso foi muito melhor do que qualquer uma de minhas fantasias. - ele diz, ainda sem fôlego.
E eu só consigo pensar que não importa o que façamos depois. Nós dois nunca mais seríamos os mesmos depois disso.
Começo a pensar que, no fim, nós dois aqui, era algo inevitável.
Dois andares acima, o dono do prédio estava confuso com toda a movimentação estranha de suas aves. Elas voavam alvoroçadas, como se estivessem em comemoração ou algo do tipo. Ele nunca havia visto seus pássaros voarem de forma tão organizada, mas ao mesmo tempo tão eufóricos.
Sem entender o que se passava, ele apenas deixa a ração deles ali, e se afasta. Ele nunca havia conseguido controlá-los mesmo.