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Chapter 27 - Fantasias de Dia das Bruxas

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Ao entrar em seu quarto, Julie fechou a porta e encostou suas costas nela. Um suspiro suave escapou de seus lábios.

Naquela época, quando a porta do quarto de Romano tinha se aberto, ela ficara pálida. Ele até a empurrara contra a parede, o que a assustou. Mas ela não esperava que Romano realmente a acompanharia até seu Dormitório, e agora que ele fez isso, ela se perguntou o que tinha feito ele mudar de ideia.

"Está tudo bem," Julie sussurrou para si mesma.

Ela tinha escapado da ira de Roman Moltenore e entregado a carta de Eleanor. Empurrando-se, ela caminhou até sua cama e se sentou. Pegando a carta que estava na janela, ela notou que sua carta não tinha sido retirada. Colocando-a de volta no seu lugar, ela se deitou de lado com as costas viradas para a janela.

Ela se lembrou do leve toque do dedo de Romano em seu pulso, e isso criou um choque em seu corpo. Ela rapidamente sacudiu a cabeça.

Alguns minutos se passaram, e Julie ouviu um farfalhar atrás dela, junto com o vento da noite que passava pela janela.

Ela se sentou rapidamente e percebeu que a carta tinha mudado de posição original. Ela rapidamente abriu sua janela e colocou a cabeça para fora para tentar ver o valentão, mas tudo o que viu foi a escuridão. Não havia ninguém lá fora. Por mais tentada que estivesse em pegar a pessoa, ela olhou o relógio e notou que eram onze e meia.

"Encrenqueiro," murmurou Julie em voz baixa e pegou a carta que lhe foi deixada. Ela a abriu para ler---

'Eu tenho uma proposta para você.'

O que era com todo mundo tentando fazer um acordo com ela? Julie se perguntou antes de continuar a ler.

'Se você responder às minhas perguntas, eu responderei a certas perguntas suas. Sua carta será devolvida a você quando eu receber todas as suas respostas para as minhas perguntas. PS: Mas a fantasia de múmia para o Dia das Bruxas fica.'

Julie encarava a carta com desconfiança nos olhos. A pessoa pretendia devolver a carta a ela mesmo? Pegando o livro ela começou a escrever uma resposta para a pessoa---

'Você realmente fala sério quando diz que a devolverá para mim? E se você decidir fazer cópias antes de me dar a original?' Fazendo uma pausa, Julie continuou a escrever, 'E quais perguntas você quer me fazer? Você não vai mais me intimidar?'

Considerando que ele tinha escrito que ela poderia fazer uma pergunta a ele, ela decidiu testar sua sorte e adicionou, 'Qual é o seu nome?'

No dia seguinte, quando Julie acordou, sua resposta já a esperava e, de alguma forma, ela estava ansiosa para descobrir quem era essa pessoa desconhecida que tinha sua carta. Desdobrando a carta, a primeira coisa que ela viu foi a expressão de irritação.

'-_- Boa tentativa, mas não. Você desperdiçou sua chance de fazer uma pergunta melhor, então minha vez. Vamos começar com perguntas simples. Por que você usa seus óculos?'

Lendo a última linha, os olhos de Julie se arregalaram. A maneira como ele formulou a pergunta, era óbvio que ele sabia a verdade. Após reunir seus pensamentos, ela respondeu à pergunta dele---

'Me faz sentir segura e cobre meu rosto. Como se estivesse sendo protegida por eles. Como você sabia que eu não tenho problemas de visão?'

Ela recebeu sua resposta à tarde, quando tinha ido ao dormitório durante a hora do almoço. Por mais lentas que fossem as comunicações entre ela e o ladrão de cartas, de alguma forma, isso tinha se tornado o ponto alto de seus dias na Universidade Veteris.

A nota do ladrão dizia—'Eu te vi uma vez andando sem os óculos e acabei adivinhando. Parece que a fantasia de múmia para o Dia das Bruxas é bastante apropriada para você. Poderia muito bem começar a praticar o uso já que você adora se esconder. Você sabia que quanto mais você se esconde, mais uma pessoa fica curiosa? Quando você começou a usar os óculos?'

Julie olhava para as palavras. Ele estava tão curioso sobre seus óculos, será que ele queria comprar um igual ao dela? Ela escreveu de volta para ele---

'Posso dizer o mesmo sobre você esconder sua identidade. Comecei a usar mais de um ano atrás. Você vai comprar óculos que está interessado neles?' Pelo menos assim ela saberia desconsiderar as pessoas que usavam óculos como sendo o ladrão de cartas.

Deixando a carta perto da janela, Julie trancou seu dormitório antes de voltar para a aula com Melanie. Elas ainda tinham mais duas aulas para assistir, sendo uma delas educação física para manter os alunos saudáveis e em forma. No caminho, Julie avistou Eleanor, que estava com suas amigas aglomeradas ao seu redor ao lado das escadas.

Embora Julie tivesse entregado a carta na noite anterior, ela estava aliviada que Eleanor não tinha batido em sua porta para perguntar se ela havia entregado com sucesso a carta.

Quando elas se aproximaram das escadas, Julie viu algo que nunca esperaria ver. Eleanor segurava um lenço na mão. Seu nariz estava vermelho e seus olhos inchados, como se ela tivesse chorado a noite toda.

"O que aconteceu com ela?" Melanie sussurrou para ela.

"Eu não sei," respondeu Julie.

Julie então ouviu uma das amigas de Eleanor dizer a ela, "Você não precisa sofrer por isso. Ele provavelmente estava de mau humor e não quis dizer aquilo," e ela esfregou as costas de Eleanor como se para consolá-la.

"Isso é verdade, Eleanor. Ele nunca teria te machucado, você é um anjo," disse outra garota. Ouvindo isso, Julie de repente sentiu coceira na garganta, querendo limpá-la.

Eleanor parecia estar em choque e disse, "Ontem à noite, quando eu abri a porta, fiquei feliz em vê-lo lá. Tão lindo, eu pensei que estava sonhando, e ele tinha minha carta na mão. Mas então," ela fez uma pausa para que não chorasse, "Ele rasgou minha carta em pedaços pequenos. Tão pequenos que nem posso usar fita adesiva para consertar minha primeira carta de amor. Ele parecia tão bravo comigo, e eu estava com tanto medo."

Romano tinha entrado no Dormitório com ela na noite passada, e ele tinha dito que tinha trabalho. Era esse o trabalho? Perguntou Julie, sem saber que ele iria até Eleanor e lhe daria sua resposta pessoalmente.

"Por que você não vai falar com ele agora? Ele deve estar perto da sala de aula-"

"Não!" Eleanor parecia estar assustada. "Eu não quero testá-lo. Ele me disse se eu não parar de persegui-lo, ele vai fazer eu me arrepender. Que eu não mereço ele e que minha carta era horrível."

Suas amigas se olharam constrangidas enquanto Eleanor tentava lidar com as palavras de Romano.

"Ele deve ter confundido a carta de outra pessoa com a sua. Será que aquela Mary Jane realmente deu a ele sua carta? Talvez ela tenha trocado a carta," sugeriu uma delas.

Julie revirou os olhos internamente. Ela não tinha tanto tempo livre assim para fazer algo desse tipo. Talvez, se ela tivesse trocado, Eleanor não teria sido repreendida por sua carta ruim.

"Não, era minha carta," Eleanor balançou a cabeça.

"Mas ela-"

"Eu não quero falar sobre ela!" Eleanor lançou um olhar furioso para sua amiga, que imediatamente fechou a boca.

Julie e Melanie não ficaram lá e continuaram a subir as escadas antes de desaparecerem da vista delas.

Melanie disse, "Ela parecia chateada. Romano deve ter assustado ela."

Com a forma como Eleanor parecia desolada, Julie se perguntou o que exatamente Romano disse a ela, e além disso, a garota nem mesmo queria culpá-la por isso. Ao chegar no andar onde estava sua aula, Julie virou a cabeça, seus olhos castanhos olhando para a sala de aula que não era a dela.

Julie avistou Romano parado fora de sua sala de aula com Simon na frente dele. Ele se encostava na parede, a cabeça inclinada enquanto ouvia Simon falar com uma expressão distante. Ela notou um sorriso torto em seu rosto, antes de responder ao amigo.

Quando Julie estava quase chegando à sua sala de aula, os olhos de Romano se desviaram para o corredor, e ele notou ela desaparecer em sua sala de aula. Simon seguiu o olhar de Romano, imaginando o que ou quem ele estava olhando. Ele disse,

"O que você acha que é melhor, Roma? Coringa ou um pirata?"

"Faz alguma diferença?" comentou Romano, voltando a olhar para Simon. "Se você quer que as pessoas fiquem longe de você, então Coringa. Se não, provavelmente pirata."

"Coringa então. Cravar dentes no pescoço de pessoas aterrorizadas só pode ser feito no Dia das Bruxas neste lugar," um riso escapou dos lábios de Simon. "É verdade. Max está trabalhando para convencer Olivia a ser Sally para que ele possa ser Jack daquela coisa do Tim Burton. Sabendo como ele consegue irritar alguém, então eu acho que já está decidido. Tori eu não sei. Já decidiu o que vai escolher para fantasia?"

Romano tinha uma expressão pensativa no rosto e o canto dos lábios subiu. Ele disse, "Um arqueólogo."

"Que chato," murmurou Simon.

Era a hora da noite, e o céu começava a mudar de cor. Três motocicletas se dirigiam em direção aos portões principais da Universidade Veteris. Vendo quem era, o porteiro abriu o portão para que passassem, e logo os cinco estudantes deixaram o campus.

Eles viajaram para longe de Veteris e rumaram para a área da montanha, onde podiam passar o tempo caçando e fazendo o que queriam longe dos olhos dos humanos.

"Pela centésima vez não," Olivia lançou um olhar furioso para Maximus, que estava tentando persuadi-la a formar dupla com ele para o Dia das Bruxas. "Por que você não escolhe uma das suas aventuras passageiras?"

"Mas elas não saberiam como ser uma mulher sinistra-Ouch!" Maximus soltou um grito quando ela acertou a parte de trás de sua cabeça. "O quê? O que eu fiz?"

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"Talvez seja o que você não fez," murmurou Simon, e Maximus se virou para lhe dar um olhar.

"Mas eu estou pedindo para Sally... quer dizer, Olivia ser minha parceira," disse Maximus, voltando-se para olhar para Olivia com um sorriso charmoso.

Roman tinha se sentado em um dos galhos da árvore, observando o sol se mover sutilmente em direção ao horizonte. Anos haviam se passado, mas a sensação que esse lugar transmitia ainda era a mesma. A árvore estava localizada na borda externa onde seus amigos estavam sentados nas pedras e perto do penhasco. Ele podia vê-los discutindo uns com os outros.

Ele havia tirado sua jaqueta de couro, sentado ali com uma camiseta preta e seu jeans rasgado. Dois anéis simples pendiam em sua corrente, o metal refletindo luz. Tirando a carta do bolso de seu jeans, ele desdobrou e leu com um olhar firme.

Ele sabia que ela estava se escondendo. Com óculos que ela não precisava e o suéter que ela religiosamente usava de cores diferentes, era algo que ele associava a ela mesma. Lendo a última linha, ele revirou os olhos.

"Por que eu precisaria de óculos?", ele murmurou embaixo do seu fôlego.

Para Roman, Julianne Winters era sua presa, e ele não queria que ela fosse de mais ninguém. Por mais que ele quisesse vê-la quebrando as regras, ele decidiu pausar depois do que aconteceu na noite anterior. Ele era territorialista com suas coisas e espaço, preferindo que ninguém invadisse.

Quando ele abriu a porta do seu dormitório, a veia na sua testa pulsou. Mas a cena mais confusa foi ver Julie arrumando sua cama, e seus lábios sutilmente se torceram ao lembrar disso. Quando seu polegar acariciou a mão dela por vontade própria, ele finalmente entendeu.

Havia cicatrizes em seus pulsos. Ele não podia evitar de se perguntar se elas haviam sido infligidas por ela mesma ou por outra pessoa.

Quando ele a empurrou contra a parede, ele notou a inocência misturada com a ansiedade em seus olhos. O coração dela batia alto e claro para ele ouvir. E ele falou sério quando escreveu para ela que a roupa de múmia lhe caía bem, já que ela gostava de se cobrir.

Tirando a caneta e puxando a tampa com os dentes, ele escreveu a resposta no verso da mesma carta com sua mão esquerda—

'Por que eu precisaria de óculos se posso simplesmente roubá-los de você? Afinal, nenhum de nós é míope ou tem hipermetropia. O que aconteceu um ano atrás?

Além disso, corre o boato de que você foi ao dormitório dos meninos entregar sua carta de amor. Está tão apaixonada pela pessoa que sentiu a necessidade de invadir? Nunca pensei que você fosse tão ousada.'

Um pequeno sorriso apareceu nos lábios de Roman ao terminar de escrever.

Longe dele, Olivia se virou para olhar onde Roman estava sentado. Olhando para o papel em sua mão, ela perguntou a Simon, "Você tem provas?"

Simon virou a cabeça para olhar para Roman, "Nenhuma que eu saiba. Talvez ele finalmente decidiu seguir a sugestão do Sr. Evans de escrever seus pensamentos e fazer um diário para controlar esse temperamento."

"No papel?" Olivia ergueu as sobrancelhas, e Simon assentiu com a cabeça.

"Carregar páginas é mais fácil do que carregar livros," Simon deu de ombros como se não soubesse o que mais poderia ser.

"Roman nunca escreveria um diário," comentou Victoria, que estava sentada em uma pedra. Após alguns segundos, ela perguntou, "É verdade que ele está dando aulas particulares para ela?"

"Para quem?" perguntou Simon com um olhar de quem não sabia de nada.

"A humana," respondeu Victoria, e ao mesmo tempo, Roman pulou da árvore e pousou no chão, a poeira subindo ao redor de suas botas.

"Estou bem aqui. Se você tem algo a perguntar, seria melhor perguntar diretamente a mim, Victoria," disse Roman, caminhando até onde todos estavam. Ele havia pendurado sua jaqueta sobre um dos ombros.

Simon não respondeu à pergunta de Victoria enquanto Roman estava ali, e ele tirou um maço de cigarros do bolso. Embora sangue fosse algo que os vampiros precisavam para sobreviver, algumas coisas aliviavam a sede, como fumar ou consumir álcool.

"Ok," respondeu Victoria, e ela perguntou, "É verdade que você está ensinando a garota humana? Tenho certeza que ela tem professores e amigos para isso."

"Ela não é da sua conta. E nem é quem eu ensino," as palavras de Roman foram diretas.

A garota loira de cabelos longos mordeu o lábio, suas sobrancelhas se unindo, "No segundo ano, eu te pedi ajuda e você recusou dizendo que não dava aulas particulares para ninguém."

Roman a olhou calmamente, "Você é uma aluna inteligente, Victoria. Não acho que precise de ajuda minha e consegue descobrir as coisas por conta própria," ele ergueu uma das sobrancelhas. "A menos que você esteja me dizendo que está achando difícil, mesmo tendo passado mais anos do que a humana que se juntou este ano?"

"Eu nunca disse isso," respondeu Victoria.

"Bom," e Roman caminhou até onde Simon estava, pegando um dos cigarros do maço.

Quando ele colocou o cigarro entre os lábios, ele ouviu Olivia falar, "Você sabia que alguns dias atrás Evans pegou ela e algumas das garotas na floresta? Uma delas sendo Eleanor, aquela com quem você foi falar. Desde quando você começou a rasgar cartas na frente das garotas em vez de jogá-las no lixo?"

"Era uma aberração para os olhos. Pensei que assim a mensagem seria entregue mais rapidamente às outras também," Roman acendeu o cigarro com o isqueiro enquanto usava uma de suas mãos para proteger a chama do vento.

"O que elas estavam fazendo na floresta?" perguntou Maximus, com seu interesse despertado.

Dando uma tragada, Roman soprou a fumaça no ar e disse, "Quem sabe. Eu só vi ele caminhando com ela e as garotas para o dormitório perto da borda da floresta. Foi na mesma noite em que encontraram o corpo de Stacey Hopkins."

"Às vezes eu penso que Evans é o que mata as pessoas e as traz de volta à enfermaria privada," disse casualmente Maximus, e os lábios de Olivia se contorceram.

"Você deveria dizer isso na frente dele. Tenho certeza que ele ficaria muito feliz em ouvir," comentou Olivia, levantando-se do assento e sacudindo as costas.

"Se eu não quiser sobreviver os dias restantes na Universidade Veteris, claro. Parece que finalmente é hora de caçar," disse Maximus, estalando os dedos e esticando o corpo. "Você se lembra da primeira vez que viemos caçar aqui?"

Roman virou-se para olhar a floresta que parecia escura com os grilos cantando nas árvores e nos arbustos. Ele respondeu, "Eu não acho que alguém possa esquecer isso."

"Eu não acho que seja a memória mais querida de alguém," murmurou Victoria, aproximando-se para ficar ao lado de Olivia.

Quando um dos relógios apitou, aqueles que estavam sentados levantaram e entraram na floresta, começando a caçada.

Depois de voltar para a Universidade Veteris, os cinco foram para seus dormitórios enquanto Roman seguiu para entregar a carta. Ele olhou para trás, certificando-se de que ninguém o estava seguindo, lambendo o canto dos lábios que tinha vestígios de sangue enquanto caminhava em direção ao seu antigo quarto.

Ele notou a luminária de estudo ainda acesa no canto da sala, e Julie estava sentada em sua escrivaninha, estudando. Olhando para o tempo, ele viu que passava da meia-noite.

Alguns minutos depois, Julie bocejou e decidiu que era hora de dormir. Fechando os livros e desligando a luminária de estudo, ela subiu na cama e notou a janela entreaberta.

"Como você faz isso?" sussurrou Julie, trancando a janela novamente e pegando o novo envelope. Depois de ler, ela fechou os olhos. Será que todos sabiam que ela tinha invadido o quarto do Roman?! Que vergonha. Deus só sabia por que Eleanor não tinha batido na porta dela.

Julie respondeu à carta—

'Não era a minha carta de confissão! Eu estava apenas entregando a carta de outra pessoa para ele e eu não estou apaixonada por ele! Como é que você abre minha janela toda vez? Você deve ser um ladrão para conseguir abrir com tanta facilidade minha janela trancada. Desta vez é minha vez de perguntar, eu não perguntei da última vez. Duas perguntas.'

Julie fez uma pausa por um momento, tentando fazer suas perguntas valerem a pena para que não fossem ignoradas. Havia algo que ela queria confirmar e, depois de pensar um pouco, ela escreveu—

'Você é um garoto, não é? Por que você está sempre fora do Dormitório depois do horário do toque de recolher?'

No dia seguinte, Julie recebeu suas respostas—

'Sua suposição está correta, Encrenqueira. Quanto à segunda pergunta, é porque eu posso. Impressionada com as minhas habilidades? Se eu sou um ladrão, você deve ter cuidado com suas coisas, você nunca sabe o que eu posso roubar um dia. Eu entrei e saí do dormitório que você está morando inúmeras vezes no passado. É por isso que sei exatamente como abrir a janela sem fazer barulho.'

Mas Melanie havia lhe dito que este quarto estava trancado desde que ela tinha entrado na Universidade Veteris.

Puxando seu cobertor para perto, Julie pegou seu livro e colocou a carta em seu colo. Como ele não havia feito nenhuma pergunta, ela perguntou—

'O que você quer dizer com entrar e sair deste quarto? Era este o seu esconderijo secreto, porque minha fonte disse que este dormitório está trancado há um bom tempo. A propósito, você conhece a história desses Dormitórios?'

O ladrão de cartas saberia sobre isso? Julie se perguntou. Era algo sobre o qual ela estava curiosa desde que descobriu um bilhete nas paredes deste quarto.