Chapter 4 - Nova vida (2)

"Minha Senhora, qual é o problema? Você está bem? Precisa de algo?" A criada perguntou, correndo para o lado de Alícia com os olhos preocupados.

Alícia a ignorou enquanto olhava ao redor do quarto e rapidamente saía da cama. Sua cabeça latejava por causa do movimento súbito, e ela teve que segurar a borda da cama para se equilibrar. Que lugar era esse? Claramente não era um hospital. Não tinha o cheiro nem a aparência. Se não era um hospital, então o que seria? Purgatório? Quem era essa mulher? Ela se perguntava enquanto corria em direção à porta, ignorando a dor no corpo que sentia.

Assim que Alícia passou pela porta, ela continuou correndo até estar do lado de fora, olhando ao redor do que parecia ser uma área de montanha. Isso não era a cidade ela pensou enquanto se virava para olhar o prédio de onde tinha saído correndo. A casa também não parecia moderna. Que lugar era esse? Ela se perguntava.

A jovem que estava no quarto com ela mais cedo corria em sua direção, e dessa vez, ela não estava sozinha. Estava com uma mulher que parecia ter entre quarenta e poucos ou quase cinquenta anos. A maneira como a mulher se vestia era parecida com a da garota. Foi só agora que ela olhou para si mesma e percebeu que estava vestida do mesmo jeito. Ela usava um vestido simples e folgado com um sapato baixo de aparência estranha.

Ainda parecendo confusa, ela olhou para a sua pele. Estava mais pálida. Ela parecia mais magra e sua pele parecia mais jovem.

Ela estava tão preocupada com todos os pensamentos e confusões que passavam por sua mente que não percebeu que as duas mulheres a haviam alcançado. A próxima coisa que ela sentiu foi um tapa ardente em sua bochecha, fazendo-a tropeçar para trás. A jovem soltou um gás e rapidamente usou as mãos para cobrir a boca.

Seu rosto estava ardendo. Ela realmente sentiu! Isso era real? Ela não estava morta? Isso não era um sonho?

"Não lhe disse especificamente para não sair de casa? Você está tentando nos matar com a sua teimosia?" A mulher a repreendeu.

"Matar?" Ela perguntou hesitante, testando sua voz que soava diferente. "Por... quem?"

As duas mulheres pareciam um pouco confusas com o seu sotaque, mas esse era o menor dos problemas delas.

Algo definitivamente estava errado e se ela não obtivesse respostas em breve, temia que fosse perder a sanidade.

"Quem mais se não o seu pai?" A mulher mais velha perguntou incrédula.

Seu pai? Sobre o que essa mulher estava falando? Seu pai tinha falecido, e ela era órfã.

"Como você pôde sair de casa para a vila principal? Você tem noção do problema que quase causou? Não só recebemos uma mensagem do Rei, você quase se afogou! O que eu teria dito ao Rei? É esse o seu plano para nos matar, justo agora que podemos retornar ao palácio? Você tem noção das repercussões das suas ações?"

"O Rei? Que Rei?" Ela perguntou estupidamente, fazendo com que ambas as mulheres trocassem olhares.

"Seu pai, Minha Senhora," a jovem explicou cautelosamente.

Alícia olhou de forma vazia tanto para a mulher quanto para a jovem. Elas eram loucas? Quem eram eles e sobre o que estavam falando? Por que a mulher parecia odiá-la? Que história era essa de salvá-la de se afogar? Desde quando seu pai morto tinha se tornado um rei?

"AHHH!" Ela usou as mãos para segurar a cabeça que parecia estar caindo. Ela estava subitamente com uma dor de cabeça terrível.

"Minha Senhora!" A jovem chamou alarmada antes de correr para o seu lado para ajudá-la a se manter de pé.

"Madame Grace, a Princesa precisa descansar. Por favor." A garota implorou. Pelo seu tom, era óbvio que ela estava com medo da mulher.

"CALE-SE!" A mulher repreendeu a garota. "Se você tivesse feito o seu trabalho direito e cuidado dela, ela não teria escapado para a vila. O que ela estava procurando lá?"

"Uhm... Eu... é..."

A Princesa? Estavam se referindo a ela? Ela não era Alícia Queen? Quando foi que se tornou uma Princesa? Era algum tipo de piada cruel ou uma pegadinha?

"Quem... são vocês...?" Alícia finalmente levantou a cabeça para perguntar. Ela percebeu que as coisas seriam mais fáceis se ela parasse de tentar entender tudo e simplesmente perguntasse a eles. Talvez fosse uma vila estranha para onde ela tinha ido depois de cair da ponte. Não era como se ela tivesse viajado no tempo para os velhos tempos como em algum filme que ela tinha feito. Ela quase riu do pensamento.

"MINHA SENHORA!" A jovem soltou um gás. "Sou eu, Paulina, a sua criada. Esta é Madame Grace, a sua cuidadora. Você se lembra de nós agora?" Ela perguntou com esperança. Seus olhos já começavam a se encher de lágrimas.

Alícia balançou a cabeça. "Isso deve ser um sonho." Ela murmurou para si mesma. "Deve ser um sonho." Ela repetiu.

"Madame... Grace, eu... acho que ela bateu... a cabeça," Paulina disse, começando a chorar.

O que é isso? Reencarnação? Transmigração? Um pesadelo onde ela ainda pode sentir dor?

A mulher mais velha a olhou cautelosamente. "Você... sabe quem você é?" Ela perguntou antes de adicionar, esperançosa, "Você sabe quem é, certo?"

Alícia assentiu, fazendo as duas mulheres suspirarem aliviadas antes de continuar.

"Eu sou Alícia Queen. Eu tenho 25 anos e moro na parte sul de Brook's Hill. Se você assistir à TV, deve ter me visto em alguns filmes. Olha," ela disse às duas mulheres, ignorando o olhar delas de espanto. "Agradeço que tenham me salvo de me afogar. Mas vocês não deveriam me confundir com outra pessoa. Sou órfã e não sou Princesa. Eu posso conseguir um celular ou algo assim? Há algum jeito de eu conseguir um táxi por aqui? Vou garantir retribuir a gentileza de vocês assim que eu voltar para o meu lugar," ela prometeu, olhando de uma senhora para a outra com uma expressão séria.

"O que ela está dizendo?" Paulina perguntou a Madame Grace com uma voz trêmula, enquanto entrava em pânico.

"Alícia Queen?" Madame Grace perguntou confusa, imaginando se ela realmente tinha batido a cabeça ou se estava apenas brincando com eles.

Alícia deu um aceno, "Sim. Então eu preciso de um celular. Preciso ligar para o meu gerente. Vocês não viram o meu celular na água, viram? Não que vá funcionar agora, de qualquer forma," Ela murmurou a última parte em voz baixa, antes de olhar para Madame Grace com uma expressão esperançosa, já que parecia que ela estava no comando das coisas.

"Leve-a para dentro. Ela precisa descansar a cabeça enquanto eu chamo o médico," Madame Grace ordenou Paulina, e se afastou rapidamente antes que Alícia pudesse dizer mais alguma coisa.

Paulina agarrou o braço de Alícia, mas ela o afastou rapidamente de Paulina enquanto olhava para ela, "Diga-me a verdade, onde é este lugar? Alguém pagou você para me manter aqui?" Alícia perguntou, olhando ao redor nervosa.

As sobrancelhas de Paulina se juntaram de preocupação enquanto ela olhava para Alícia, "Você deve descansar, Minha Senhora. O médico chegará em breve e vai examinar sua cabeça. Temos que nos certificar de que você está bem antes de amanhã, senão todos nós estaremos em apuros," Paulina disse, pegando o braço de Alícia novamente.

"Amanhã? O que vai acontecer amanhã?" Alícia perguntou enquanto deixava Paulina conduzi-la de volta ao prédio de aparência antiga. Ela iria apenas seguir a corrente, e fugiria assim que tivesse a chance.

"Você está retornando ao palácio. O Rei finalmente quer você de volta ao Palácio depois de 12 anos!" Paulina anunciou excitadamente.