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Chapter 11 - O Café da Manhã com Sua Família

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(Perspectiva de Blue)

Eu pensei que fosse desmaiar de nervosismo. Com a expectativa de conhecer a família dele, estava difícil respirar. E se eles não gostassem de mim? E se quisessem me descartar? Ele não faria isso, faria?

— Demetrius?

— Sim?

— E se eles não gostarem de mim? Eles vão me expulsar? Você vai me expulsar? — perguntei.

— Claro que não, Blue. Eles vão gostar de você. E eu nunca vou te expulsar. Ninguém tem o direito de fazer isso — ele respondeu gentilmente.

Ele segurou minha mão enquanto me guiava pelos degraus, e senti como se a mão dele fosse a única coisa me mantendo de pé.

Ele me levou à sala de jantar, que por si só era do tamanho da sala de conferências da nossa escola. Notei que havia uma mesa no meio com uma varanda na frente enquanto entrávamos na sala. A sala não precisava de velas para iluminação; a luz do sol preenchia essa necessidade adequadamente.

Uma mulher de cabelos vermelhos vibrantes sorriu para mim. Seus olhos eram semelhantes aos de Demetrius. Soube imediatamente que ela era a mãe dele.

Ao lado dela, havia uma mulher, talvez da mesma idade que Demetrius, que tinha cabelos vermelhos brilhantes como os da mãe dele e olhos azuis. Ela estava sorrindo discretamente para mim, um olhar amigável transparecendo de seu rosto.

Havia outro homem no outro lado da mesa nos observando sem expressão. Não gostei do jeito como ele olhava para mim. Era claro que ele não gostava de mim.

Ao lado do homem, havia uma mulher de cabelos loiros que fingia um sorriso. Era muito óbvio, mas ela parecia não perceber. Eu tinha certeza de que esses dois, quem quer que fossem, não gostavam nada de mim.

— Tio Dem, posso falar com a Tia Blue?

A voz de uma garotinha desviou minha atenção deles e olhei para baixo. Notei uma menina de cabelos castanhos cutucando a perna de Demetrius com o dedinho, lançando-me olhares nervosos, porém curiosos. Seus olhos eram de um azul bebê, tão belos que senti vontade de beijá-la imediatamente.

— Vá em frente. Fale com ela — ele incentivou suavemente, sorrindo para ela.

Com passos pequenos e hesitantes, a garotinha se aproximou de mim. Ajoelhei-me para facilitar nossa conversa.

— Oi — disse ao notar a hesitação dela.

— Oi, Tia Blue — ela disse, de repente sorrindo quando percebeu que eu também sorria. — Eu sou a Ava.

— É um prazer conhecer você, Ava.

— Sério? — ela exclamou, sorrindo largamente.

— Sim. Eu estava ansiosa para te conhecer desde ontem à noite. Seu tio me informou que você queria me conhecer. Desde então, eu estava esperando — murmurei enquanto pegava a mãozinha dela na minha.

— Eu fui te encontrar, mas o Tio Dem não me deixou. Ele disse que você precisava descansar. Eu queria brincar com você. Você vai brincar comigo hoje?

— Ela acabou de chegar, Ava.

Era a mulher que eu achava ter aproximadamente a mesma idade de Demetrius. Talvez fosse a irmã dele.

— Não se incomode com ela, Blue. Ela só está muito empolgada — ela disse, sorrindo para mim. — Eu sou a Evelyn, por sinal, a irmã de Demetrius. Todos nós estávamos ansiosos para te conhecer.

— É realmente incrível conhecer você — eu disse. — E eu não me importaria de brincar com a Ava. Eu adoraria, na verdade.

— Sério, tia Blue? — a garota perguntou, excitada.

— Sim. Podemos brincar do que quiser.

— Então tá. Vamos para o jardim brincar na minha casa da árvore — ela disse.

— Então venha tomar seu café da manhã primeiro — Evelyn disse e sua filha correu até ela.

— Vamos, querida. Sente-se — a mulher que eu suspeitava ser a mãe de Demetrius disse gentilmente.

Demetrius me acenou com a cabeça e me ajudou a sentar em uma cadeira. — Eu sou a mãe de Demetrius. Você também pode me chamar de Mãe.

Meu coração quase afundou ao ouvir isso. Ela era melhor do que minha própria mãe. Minha mãe nunca me amou e lá estava ela, eu tinha acabado de conhecer ela e já estava me dizendo para chamá-la de Mãe.

Assenti, lágrimas brotando em meus olhos, mas imediatamente me contive. — Aquele é o tio dele e a esposa dele.

Eu sorri para eles, e a mulher respondeu com um sorriso forçado, enquanto o homem permaneceu inexpressivo. Agora estava claro que ele realmente não queria que eu estivesse aqui.

O café da manhã prosseguiu com suas conversinhas enquanto eu escutava na maioria das vezes. Eles foram amigáveis comigo e eu estava começando a me sentir confortável falando com eles também.

— E sua família, Blue? — o tio dele perguntou de repente.

Ele não tinha falado comigo fazia tempo, e sua pergunta abrupta me fez sentir como se ele estivesse tentando me humilhar. Mas ele não poderia saber sobre minha família, poderia? Demetrius lhe contou?

— Tem meu pai, minha mãe e dois irmãos. Eu sou a filha mais nova — respondi, tentando manter meu tom de voz neutro.

— Eles não sabiam muito sobre o nosso Demetrius, não é? Então por que deixaram você vir com ele? — ele perguntou novamente.

— Eu...

— Eles sabem o suficiente para confiarem sua filha a mim — Demetrius disse, antes que eu pudesse dizer algo.

— Ainda assim, ela é a filha deles, certo? Eles não podem te conhecer em apenas um dia — o tio dele disse.

— Tio Victor, isso é algo com que a Blue e eu devemos nos preocupar, não mais ninguém. E eu ficaria grato se as pessoas cuidassem de suas próprias vidas — Demetrius disse friamente.

O tio dele pareceu ficar irritado com isso, mas não disse mais nada. Para mim, parecia que ele tinha um pouco de medo de Demetrius. Demetrius ficava muito bravo? Ele puniria as pessoas se não o ouvissem? Esse pensamento me vinha à mente com frequência toda vez que pensava em dizer ou perguntar algo a ele. Mas a cada minuto que passava, com seu comportamento gentil, não conseguia imaginar ele ficando bravo.

— O que é isso? — eu perguntei, olhando para a coisa viscosa de aparência estranha no meu prato.

— É feito de carne bovina — ele respondeu.

— Parece estranho — comentei.

— Mas é gostoso. Coma — ele disse.

Decidi experimentar, mesmo tendo a sensação de que não seria bom. Assim que coloquei na boca, descobri que ele estava certo. Era mesmo saboroso.

— Gostou? — ele perguntou e eu assenti imediatamente, fazendo-o rir. Ouvi sua mãe rir divertidamente também, mas eu não sabia por quê. Foi porque comi? Ou porque o filho dela sorriu? De qualquer forma, estava tudo bem. Pelo menos, ela não parecia me odiar.

O café da manhã não foi tão horrível quanto eu temia. Eles pareciam se dar bem comigo, o que era um ponto positivo. O tio e a tia dele definitivamente não gostavam de mim, mas isso não era algo com que eu precisasse me preocupar. Demetrius parecia me defender, então estava tudo bem.

Depois do café da manhã, prometi à Ava que brincaria com ela. Demetrius disse que queria falar comigo um pouco antes, então pedi para Ava esperar enquanto eu ia para o meu quarto com ele.

— Escute, Blue, há muitas pessoas aqui. Todos são lobisomens e, como você é humana, haverá guardas com você onde quer que vá. Nem todos são bons, então você tem que ter cuidado o tempo todo. Entendeu?

— Sim.

— E se alguém perguntar sobre sua família ou algo assim, diga apenas o que você se sentir confortável em falar. Isso inclui comigo. Você não precisa falar sobre algo que não quer falar — ele disse, fazendo meu coração disparar novamente. Ele não tinha ideia do quanto suas palavras significavam para mim.

— Ok — murmurei. Percebi que ele se aproximava de mim e fiquei tensa. Ele abaixou o rosto para que seus lábios roçassem minha orelha esquerda e beijou minha hélice. Estremeci e ele me segurou pelos ombros com suas mãos fortes.

— Vou te encontrar no jantar, minha noiva. Eu adoraria me juntar para o almoço também, mas tenho alguns afazeres — ele disse e eu não pude fazer nada além de assentir.

— Deixe-me apresentar a você o seu guarda — ele disse. Ele nem precisou chamar, dois homens entraram pela porta como se já soubessem que Demetrius os queria ali.

— Esta, minha noiva, é o Barrett — ele disse olhando para o homem de cinquenta anos. A maior parte de seu cabelo estava grisalha e ele tinha uma expressão de absoluta lealdade no rosto.

— E esse é o Ezequiel.

Ezequiel era jovem, talvez de vinte e dois ou vinte e três anos. Ele tinha cabelos loiros e olhos cinzentos que lhe davam uma aparência feroz. Mas seu olhar feroz não era nada comparado à expressão descansada de Demetrius.

— Barrett e Ezequiel, conheçam sua futura Rainha e Luna. Protejam-a com suas vidas, se necessário. —

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