Em algum lugar no ilimitado cosmos, apenas desolação e uma escuridão sem fim reinava. Para alguns, viver em um lugar assim é muito pior do que a morte, já que não existe som, luz, oxigênio e principalmente, vida. O espaço desse Domínio é algo impossível de se medir, até onde a imaginação pode ir é até onde esse domínio alcançou, verdadeiramente infinito.
No centro desse domínio de trevas, é possível distinguir um majestoso trono, sua cor cinza em completa fusão com toda aquela escuridão. Sentada no trono estava uma figura vestida com um manto negro, esse manto cobria toda à figura, da ponta dos pés até a cabeça, onde um capuz caia, escondendo toda a face do ser, as mangas do manto desciam até depois das mãos e caiam horizontalmente em cima do trono.
Tinha a perna esquerda sobre a direita e o cotovelo esquerdo apoiado no trono enquanto uma das mangas apoiava o rosto todo encoberto pelo manto, representando uma pose em pensamento profundo.
"Humph, maldito bastardo, acha que aprisionar este Soberano é tão fácil assim? Durante todos esses Eons, quantos não tentaram conquistar ou até mesmo tomar o Conceito deste Soberano? Veja agora se todos já não se tornaram pó?!"
Um bufo ecoou por toda aquela extensão e se tivesse mais alguém presente, ficaria completamente horrorizado, pois apenas com esse bufo, uma pressão sem forma e ilimitada desceu sobre toda aquela região. Mesmo em todo aquele vácuo, ainda era possível distinguir o espaço tremendo, enormes rachaduras como teia de aranha começaram a aparecer no espaço e foram se alastrando conforme mais forte a pressão ficava. Até um momento em que o próprio espaço começou a se consertar por conta própria.
"Pesquisar com as cordas do Destino apenas um pouco ainda é algo aceitável. Caso aquele brutamonte venha questionar este Soberano, imagino que ele me dará uma pequena cara e deixaria essa passar. Hehehe."
Uma risada de zombaria foi ouvida ao redor daquele trono, deixando claro que os planos que estavam sendo traçados naquele breve momento poderiam fazer com que todos os mundos caíssem em completo caos. Onde os heróis deixariam de existir e os então nomeados Santos sequer teriam coragem de deixar suas tocas.
Quando aquela risada terminou, à figura se levantou do trono e deu um passo adiante.
"Bang"
Aquele simples passo fez todo o espaço tremer e mais rachaduras aparecerem ao redor.
"Deixe este Soberano ver através do tempo. Passado, presente e futuro, caiam na escuridão e ajoelhem-se."
De acordo com que à figura recitava, toda a escuridão começou a se reunir na sua frente, com centenas de metros e até milhares de metros, as ondas negras começaram a se dobrar uma sobre as outras. O espaço começou a tremer de acordo com que aquela escuridão foi se reunindo, no final, aqueles milhares de metros de ondas foram se apertando até chegar a menos de dez metros. Nesse momento, toda a escuridão já estava posta de frente ao ser.
"Hehehe. Não é ruim, vejamos se você consegue se esconder deste Soberano."
Já nesse momento, mesmo sem ver, era possível sentir que toda a feição da figura ficou completamente concentrada. Observando aquela escuridão se remexendo como se estivesse viva, o ser deu mais um passo à frente enquanto levantava a mão direita esticada para frente até a altura do peito, com todos os cinco dedos abertos.
"Agora, obedeça a este Soberano e se revele."
No momento em que a mão se fechou, toda a escuridão começou a se compilar, tomando a forma de uma bola, quase igual a uma bola de cristal, só que completamente preta.
"Kaaa Bumm"
Uma pressão gigantesca foi exercida sobre aquela escuridão até que a bola ficou completamente lisa. Quando a transformação da escuridão terminou, uma bola perfeita estava girando lentamente em frente à figura.
O ser levantou as duas mãos e pousou de forma lateral na esfera.
Nesse momento, o centro da esfera começou a brilhar e toda a escuridão ali deu lugar a um brilho azul e branco, metade da esfera continuou negra enquanto o restante se dividiu nas outras duas cores.
"Ohhh, interessante." O deleite se tornou visível pelo tom de voz da figura. Seu manto começou a tremer mesmo sem ter o mínimo movimento de vento naquela região, demonstrando que o ser começou a injetar mais força na esfera.
"Zum zum zum Zummm"
Luz azul e branca começou a se misturar até que tudo ficou quieto e uma imagem começou a se formar no centro da esfera.
Um mar de chamas. Até onde os olhos podiam ver. Montanhas em chamas, mares e até mesmo o céu estava pegando fogo. Em meio a toda essa tempestade infernal, ainda era possível distinguir algumas formas em movimento entre aquele inferno.
Nesse momento, as sobrancelhas da figura começaram a se apertar.
"Será possível..." Enquanto esse pensamento vagava, a imagem continuou a mudar, foi passando por desertos sem um pingo de movimento. O deserto chegou ao fim, e a imagem continuou a mudar, rios sem vidas, árvores secas, cidades destruídas e ossos até o onde os olhos podiam ver.
Gelo, montanhas e mais montanhas de gelo, icebergs gigantes com milhares de metros. As imagens iam mudando de uma forma assustadora. E então, escuridão novamente, no entanto, essa escuridão era diferente até certo ponto da qual à figura estava acostumada.
Chegando até esse momento, à figura percebeu que suas especulações poderiam ter se tornado realidade.
"Ahhh ahhh, até quando meu azar pode ir? Eu não quero lidar com aquele sujeito maldito. Merda."
Conforme a imagem foi avançando, ela finalmente parou. Um castelo massivo estava pairando na imagem, a paisagem ao redor não podia ser mais desolada. Concentrando a visão, era possível distinguir pequenos pontos em movimento ao redor do castelo. E se a visão for perfeita, é possível ainda ver que essas figuras andavam em grupos de três ou quatro, seus passos sincronizados. Vestindo armaduras negras, algumas dessas figuras usavam machados e outras espadas, alguns até mesmo usando algo que é difícil de nomear, armas antes nunca visto. Essas figuras fazem com que o ser no manto negro chegasse a uma conclusão:
"Sentinelas".
Conforme a imagem foi se aproximando do castelo, à figura no manto sentiu que uma barreira com um poder razoável ondulava ao redor.
"Hehehe, se acha que uma barreira desse nível pode parar este Soberano, tsk tsk." A figura deu um pequeno sorriso quando suas mãos começaram a fazer vários selos na velocidade da luz.
Nesse momento, a imagem continuou a seguir em frente até que passou por uma parede invisível que ondulou como uma superfície de um lago quando se joga uma pedra.
"Swishhhh"
A imagem na bola negra continuou em frente e começou a mostrar cenas inacreditáveis. Numa sala gigante, dezenas de correntes atadas às paredes seguravam um caldeirão enorme flutuando no ar. Ao redor do caldeirão várias formas metade humanoide e metade animais andavam de um lado para outro enquanto executavam suas tarefas.
Gritos estridentes podiam ser ouvidos em todo o castelo, centenas desses seres vagavam, alguns com armas e outros em vigilância, no entanto, nenhum deles notou que um feitiço de poder inimaginável estava sendo lançado em seu domínio.
A imagem seguia em frente até que chegou numa sala bem iluminada. Nas paredes negras dessa mesma sala, várias correntes também estavam se arrastando, no entanto, essas correntes estavam todas conectadas aos membros de um ser. Esse ser tinha a forma de um humano, suspenso no ar e de cabeça baixa, uma corrente em cada perna, braço, ao redor do pescoço e a última ligada diretamente à nuca, sem a mínima chance de apresentar qualquer forma de escapatória.
"Huuu, seria um engano? Aquele que procuro seria esse grão de poeira que não é homem e nem fantasma? Mas como pode...?"
A pessoa no manto começava a se questionar se por algum motivo completamente desconhecido seu feitiço daria errado. No entanto, o fato inquestionável é que ela correu um risco enorme de passar através do tempo para procurar o seu "escolhido", com uma enorme chance de ser notada pelo próprio Destino, e ainda assim, a única informação foi um pedaço de um ser todo acorrentado em uma sala.
O que é inegável é que à figura é um dos Soberanos e se tem algo que ela não comete... São erros. Portanto, todo o questionamento que veio em sua mente foi colocado de lado e continuou a observar a imagem.
"Recuso-me a acreditar que este Soberano cometeu um erro. Hahaha, aquele imbecil pode errar, e não é atoa que atualmente ele está preso e não eu. Hehe, veremos então."
Depois de algumas horas de observação, aquela pessoa na imagem não se moveu um centímetro sequer, como se se recusasse a cair por algum motivo ainda desconhecido.
Num dado momento, uma porta se abriu e dois daqueles seres entraram na sala, um carregava uma enorme bandeja com vários utensílios de tortura, facas, serras, pregos enormes, insetos se contorcendo em vidros, e todos os tipos de coisas inimagináveis.
O outro ser trajava roupas muito mais apresentáveis, apesar de um corpo humano, sua cabeça era de uma serpente e de tempos em tempos sua língua saia com aquele som horrível de "sissssssss" "sisssssssss".
Quando a figura cabeça de cobra chegou a um metro de distância da pessoa acorrentada, ela parou, como se por algum motivo não quisesse ou por um medo primordial, não conseguisse mais se aproximar. E esse pequeno ato acabou gerando um descontentamento enorme. Ele era aquele que castigava, fazia tantos gritar e pedir por perdão, e ainda assim, ele sentia medo por uma formiga que não conseguia nem se mover?
"Sissssssss, traga já essas coisas aqui seu maldito, do que adianta me seguir se não sabe nem perceber os meus pensamentos? Quando terminarmos essa sessão, farei questão de procurar alguém com um rank melhor e mais qualificado."
"Plop"
"Esse servo perde mil perdões ao mestre. Esse servo promete que tal erro nunca acontecerá novamente." Tremendo da cabeça aos pés, aquele servo pediu por clemência, afinal, o Domínio em que viviam não existia perdão e jamais seria aceito o menor erro, portanto, quando algum oficial se encontrava insatisfeito com o serviço do servo a qual foi designado e solicitava um novo, só sobraria um destino para o antigo... E isso é o Abismo.
Enquanto pensava no Abismo, o servo não conseguia parar de tremer, suor escorria como um rio e o medo de derrubar algum daqueles utensílios não ajudava em nada.
"Chega, traga já o item número 18." O tom de insatisfação na voz do carrasco aumentava ainda mais e ouvindo, o servo se adiantou com um item em mãos. Parecia algo simples, pois era um cabo que cabia perfeitamente na palma da mão e na sua ponta, uma pérola de cor vermelha brilhante se destacava.
"Sissssssss, sissssssss. Sabe, eu também estou cansado de toda essa guerra. Eu e você já passamos por tudo que tenho e ainda assim você se recusa a se ajoelhar. Sissssssss... Estamos no Domínio do Mestre e aqueles que se recusam a aceitar Sua Soberania não tem necessidade de existir aqui. Você já passou por tudo e ainda assim... Ahhh ahhh, isso me deixa puto pra caralho. Sissssssss."
O ser de cabeça de cobra falava enquanto andava em círculos ao redor da pessoa acorrentada.
"Tap tap tap"
O som dos passos da serpente continuava a ecoar enquanto o andar em círculos não parava.
"Sabe, chegará um momento em que seu tempo acabará e sua passagem pelo Shibaku será ignorada, sabes o que isso significa, sim?"
Nesse momento, o passo da figura parou e com um olhar de águia, foi possível distinguir um pequeno tremor nas pálpebras da pessoa acorrentada. Ele já não se lembrava de quanto tempo estava acorrentado e sofrendo a tortura todos os dias, às vezes ela vinha de hora em hora e em outros momentos passavam várias horas antes de recomeçar, como foi essa ocasião. Mas antes dessa tortura específica, ele já foi levado a um lugar onde o gelo reinava e todos os dias seus membros se congelavam para no final, um vendaval com força tremenda vim e transforma seu corpo em minúsculos fragmentos, a dor causada era inimaginável. E depois de algum tempo, ele se pegava novamente com um corpo inteiro e mais uma vez congelado.
Em outros momentos, seu corpo se transformava em cinzas através de uma chama que cobria todo o céu apenas para encontrar com o corpo inteiro novamente e novamente se transformar em cinzas.
No entanto, o fato que o levou a essa sala para receber um tratamento "especial" foi que em toda essa tribulação, ele nunca se ajoelhou ou soltou um único uivo de dor. Esse fato inquestionável o levou a receber um apelido daqueles homens feras que viviam nesse Domínio. E esse foi... O Inquebrável.
"Meu tempo e o seu estão chegando ao fim. Eu tenho outros na fila de espera para dar um tratamento vip como o seu, e até lá, se você não se ajoelhar e demonstrar sua lealdade ao Mestre, então...".
"Honestamente, eu não queria dar a ordem de te jogar no Abismo, afinal, aqueles que lá caem deixam de existir a um nível em que nenhum Conceito é capaz de explicar ou recuperar. Seu passado deixa de existir, seu corpo físico, se ainda existir algum resquício dele, se transformará em algo entre inexistência e o nada, todos aqueles que cultivaram alguma memória sua te esquecerão, suas cordas do destino serão arrancadas e isso é algo que necessita de dois Conceitos de nível Soberano para ser feito, tem ideia do que você se tornará? Essa sua alma então? Hehe, dizer que ela se transformará em poeira ainda não chegaria perto, Hehe Hehe. E tudo isso apenas para ser chamado de Inquebrável, tsk, que risível."
A serpente levantou a mão e daquela pérola, um chicote enorme apareceu em um flash. De cor vermelha e com pequenas escamas pontiagudas, apenas imaginar uma pancada de tal item causa arrepios no coração de alguém.
"Essa ferramenta foi feita com o couro de uma criatura que vive em nosso domínio, se não me engano ela se chama Python de Fogo. Sua escama tem um veneno que aumenta a taxa de dor em dezenas de vezes, então, quando alguma outra criatura luta contra ela ou tenta a devorar e entra em contato com sua escama, a dor causada é tanta que a outra criatura acaba desistindo. É um item novo e ainda não tem nome, então vou te dar essa honra de ser o primeiro a experimentar."
O homem serpente levanta a mão e com um movimento brusco para baixo, o chicote caiu.
"Slashhh. Bang"
O som de metal e algo mais macio se encontrando se espalhou pela sala, no entanto, o máximo que essa dor causou a pessoa acorrentada foi um levantar de sobrancelhas e nada mais. Vendo que essa foi a única expressão que conseguiu com o golpe, a criatura ficou furiosa.
"Humph".
"Slashhhhhh Bang Bang Bannnnnng"
"Seu filho da puta maldito, ajoelhe-se, ajoelhe-seeeeeeeeee."
"Bannnnnng"
Enquanto assistia a toda à cena e percebendo que apesar de toda a dor que faria qualquer alma normal a desmaiar consecutivas vezes não fez sequer a pessoa acorrentada abrir os olhos, a figura de manto finalmente revelou um sorriso.
"Haha, hahahahaha, hahahahaha. Quando esse Soberano já errou? Ham, ham??? Nunca, esse Soberano nunca errou e isso é algo que nem mesmo a morte pode fazer acontecer"
"Hehehe, que senso de humor macabro, tsk, realmente o tempo está me afetando."
"Este Soberano disse que lhe encontraria, sim? Então agora é hora da Fase 2."
";..;"
Enquanto sorria com uma felicidade impossível de esconder, à figura de manto negro abanou a mão e aquela esfera que mostrava a imagem da pessoa sendo chicoteada desapareceu.
À figura levantou a mão e fez um corte vertical e então uma rachadura apareceu no espaço, de tamanho suficiente para duas pessoas adultas entrarem.
"Este Soberano realmente não queria se intrometer no Domínio de outro. Já que é inevitável, então não tenho muito que fazer. Dialogar com aquele bastardo é sempre uma dor de cabeça. Ahh ahh, que vida difícil."
Enquanto à figura de manto continuava a reclamar consigo mesma, ela entrou na rachadura espacial.
"woshhhh"
A fenda se fechou. À figura de manto negro não era mais visível em lugar algum. Um silêncio mortal se abateu mais uma vez sobre aquele espaço desolado de escuridão. Somente um trono majestoso de cor cinza ainda aguardava ali o retorno do seu único dono, provando que tudo que ali aconteceu não passava da mais pura realidade.
10° Círculo do Submundo.
Esse é o Domínio de outro dos Soberanos, aquele que domina o Conceito de Punição e que concede o devido tormento para as almas, aqueles que aqui chegam desde o Primeiro Círculo recebem suas devidas "recompensas". Cada um dos nove Círculos representa suas características únicas e invioláveis, aqueles que ali caem sofrem de uma dor inquestionável e impossível de evitar. Até o momento em que estejam prontos para seguir o caminho ou então serem jogados no Abismo.
Esse Décimo Círculo é uma imensidão de nada. Uma planície gigantesca se estende até onde os olhos podiam ver, e no centro dessa massa de terra a única arquitetura visível é um enorme castelo. O Décimo Círculo é o jardim de uma única existência, e tirando suas Sentinelas que ficam ao seu lado 24 horas por dia, 7 dias por semana, nada mais existe.
O castelo é completamente construído de um jade negro resplandecente, apesar de não existir sol e nem uma fonte de grande luz nesse Domínio, ainda é possível ver que todo o castelo brilhava como uma estrela.
Por um momento, todo o silêncio foi perturbado, uma grande rajada de vento soprou em frente ao castelo, causando todas as Sentinelas que estavam eretas feito um lápis levantarem as armas, apontando para o mesmo ponto. Ali uma pressão enorme fez o couro cabeludo daquelas Sentinelas ficarem dormente, percebendo que algo terrível estava para chegar.
Com alguns passos em frente, as Sentinelas se aproximaram mais daquele ponto onde já se tornava visível que o espaço estava se contorcendo. E pensar que existe alguém ousado o suficiente para invadir o Círculo pessoal do seu Mestre, essa pessoa comeu as tripas de uma das 'Primevas'?
Esse pensamento se tornou o mais comum nas mentes da maioria daquelas Sentinelas, no entanto, em centenas de milhares de anos esse foi seu único trabalho e agora que a oportunidade de se mostrar havia chegado, como poderiam regredir?
"Clang clang"
Sons de armas levantando e escudos se chocando criou uma bela sinfonia. E depois de quase um minuto...
"Woshhhh"
Uma rachadura quebrou o espaço e se estendeu verticalmente até quase dois metros e meio de altura.
"Crak crak"
Ainda assim, mesmo depois de a rachadura aparecer, o barulho de algo estilhaçado ainda podia ser ouvido. Nesse momento, rios de suor já escorriam dos capacetes daquelas sentinelas. O que for que saísse daquele buraco, simplesmente não era algo com que nenhum deles podia lidar.
"Você, volte e relate ao oficial de comando no momento a chamar reforços."
"Rápido porra!"
Uma sentinela com um rank mais alto entre eles instruiu outro que parecia congelado no lugar com sua arma tremendo enquanto olhava para a rachadura.
"Imediatamente Senhor". Com um aceno de concordância, essa sentinela ouviu a ordem do seu superior com muita dificuldade e saiu correndo em direção a porta do castelo numa velocidade que deixava qualquer um com inveja.
No entanto, já era tarde demais. A rachadura se alargou e uma figura vestindo um manto preto saiu da passagem. Com um passo à frente, a rachadura foi diminuindo até sumir em frente aos olhos dos pasmos sentinelas.
"Kaaa Bumm"
Uma pressão sem limites desceu sobre aquela região, algumas das sentinelas não conseguiram suportar e caíram de joelhos. Apenas alguns mais classificados conseguiram com muita força de vontade ainda se manterem.
"Tap"
A sentinela que anteriormente deu a ordem de pedir reforços deu um passo à frente enquanto colocava a mão direita em punho no peito e dobrava a cintura até a metade.
"Sênior, posso saber o motivo de sua visita?" Deve-se admitir a coragem dessa sentinela, entre todos aqueles que estavam presentes,