Chapter 10 - O-Mestre-De-Poções.

Ali, olha.

Onde?

O alto de óculos?

Você viu a cara dele?

Você viu a cicatriz?

Os murmúrios acompanharam Harry desde a hora em que ele saiu do dormitório no dia seguinte para novamente voltar com sua rotina diária de exercícios no decorrer da semana. A garotada que fazia fila do lado de fora dos salões comunais e corredores, ficavam nas pontas dos pés para dar uma espiada, ou ia e vinha nos corredores para vê-lo duas vezes.

Harry desejou que não fizessem isso, porque estava levemente suado pelo treino matinal, onde encontrara o lugar perfeito para isso. Sendo situado nos limites dos castelos, Harry encontrara uma espécie de grandioso campo de esportes, local perfeito para ele correr, se exercitar, e manter suas habilidades em Kenjutsu afiadas.

Tudo isso ocorria a cerca de uma semana desde o início das aulas, com sua rotina diária sendo alvo de especulação por todos.

No horário em que estava até achara bom por não ter ninguém para atrapalhar, porém, com o decorrer disso foram surgindo alunos mais velhos que iam treinar quadribol, alunas que estudavam nas arquibancadas.

Onde ali Harry pode notar que era hora de voltar a seu dormitório e enfim se vestir para a primeira aula de poções que teria no ano, dando fim a primeira semana de folga em prol dos alunos se prepararem e finalizarem suas tarefas impostas do ano anterior.

Encontrando-se atualmente, de imediato o Potter apressara o passo onde fora até seu dormitório, tomara uma rápida ducha, se vestira conforme instruído, para assim sair em busca da classe em que iria ter aulas.

Lembrara-se que conseguira alimentar todas as criaturas em sua maleta engana trouxa, algumas o assustaram, porém, foram muito receptivas de forma que no mínimo não mostraram hostilidade para consigo.

[ ... ]

Havia cento e quarenta e duas escadas em Hogwarts, largas e imponentes, estreitas e precárias, umas que levavam a um lugar diferente às sextas-feiras, outras com um degrau no meio que desaparecia e a pessoa tinha que se lembrar de saltar por cima.

Além disso, havia portas que não abriam, exceto se a pessoa pedisse por favor, ou fizesse cócegas nelas no lugar certo, e portas que não eram bem portas, mas paredes sólidas que fingiam ser portas. Era também muito difícil lembrar onde ficavam as coisas, porque tudo parecia mudar frequentemente de lugar, assim realmente ferrando o mapa mental que Harry buscava criar.

As pessoas nos retratos saíam para se visitar e Harry tinha certeza de que os brasões andavam.

Os fantasmas também não ajudavam nada. Era sempre um choque horrível quando um deles atravessava de repente uma porta que a pessoa estava querendo abrir. Nick Quase Sem Cabeça ficava sempre feliz de apontar a direção certa para os alunos de Grifinória, mas Pirraça, o poltergeist, representava duas portas fechadas e uma escada falsa se a pessoa o encontrasse quando estava atrasada ou somente caminhando. Ele despejava cestas de papéis na cabeça das pessoas, puxava os tapetes de baixo de seus pés, acertava-as com pedacinhos de giz ou vinha sorrateiro por trás, invisível, e agarrava-as pelo nariz e guinchava: "PEGUEI-A PELA BICANA!"

Fora uma novidade para Harry, que pela segunda vez que tivera contato com o poltergeist, o mesmo visara encarar Harry que novamente entregava a ele algo que derrubou.

Fazendo Pirraça o encarar sem reação, para somente sumir de perto dele e ir atazanar outros alunos.

Porém, nada disso era problema a Harry, só tinha algo que demonstrava qualquer desprezo por ele, sendo tal, o zelador, Argus Filch.

Harry conseguira conquistar sua má vontade logo nos primeiros dias, quando Filch encontrou-o tentando forçar caminho por uma porta que, por azar, era a entrada para o corredor proibido no terceiro andar. Ele não quis acreditar que estava perdido, pois tinha certeza de que estavam tentando arrombá-la de propósito e ameaçava trancá-lo nas masmorras, ato que viera a se repetir mais quatro vezes em dias diferentes, somente do zelador ver a presença de Harry, quando fora salvo pelo Professor Snape, que ia passando.

Logo de cara o Potter pode notar que esse professor também não gostava de si, ou talvez não gostasse de sua aparência física, que com certeza mostrava afetar o professor, deixando-o com raiva.

Porém, em meio a isso a curiosidade era maior sob descobrir o porquê de um garoto de onze anos, ter uma aparência completa e madura de um verdadeiro adulto.

Nisso, como Snape se encontrava indo às masmorras, onde lecionaria sua primeira aula aos primeiranistas. O mesmo logo advertira Harry a segui-lo a fim de não atrasar a aula dele.

- Professor Snape... pode me tirar uma dúvida? - Harry indagou enquanto caminhava ao lado do homem, e para surpresa dele, Harry não demonstrara nenhum pingo de estar receoso como sua voz apresentava, ou com medo de conversar com ele, mas sim que parecia fingir o modo de conversa para se adequar ao ambiente e companhia.

- Mal começou as aulas e já quer estar na frente da turma, Potter. - Snape disse enquanto fazia Harry sorrir, pois sabia bem como agir perto de alguém que sempre estará ali para alfinetá-lo ou tentar deixá-lo desconfortável, assim vendo que não precisa fingir-se ser um cordeirinho frágil.

- Não é você o chefe da casa Sonserina? A casa que cria alunos gênios, no qual sempre almejam estar no topo? - Harry disse ao ajeitar sua postura, com o homem o olhando estranhamente. - Sei que sou iniciante em tudo isso de mágica e mundo bruxo, mas se quero aprender sobre tudo, não devo me conter em perguntar. - Harry terminou com Snape olhando para o outro lado após um curto resmungo.

- Diga logo, sobre o que tem dúvidas? - O professor de poções disse seriamente, com um leve tom de frieza.

- Estive lendo há poucos dias sobre poções... e tinha uma em específico, sobre "Curar Furúnculos", lá diz que é de conhecimento obrigatório para qualquer bruxo adolescente. - Harry iniciou sob olhar do mais velho. - Visei ler e reler tudo sobre isso, e na teoria eu entendi como se faz ela... Será que poderia me dizer quando e onde eu poderei testar isso, na prática? - Harry indagou sob mínima surpresa do professor que não imaginava o filho "daquele cara", querendo aprender poções.

- Está me dizendo que entendeu a teoria de uma poção em poucos dias, apenas lendo ela em um livro, sem prática nenhuma? - Snape indagou não acreditando nas palavras de Harry. - Me diga então tudo que entendeu sobre ela, e dependendo de sua resposta irei ver o que posso fazer. - Por fim, o homem de vestes negras, disse.

Vendo que ambos acabaram por entrar nas masmorras que consistia em um local feito de pedras, a um estilo bem medieval e obscuro. Harry prontamente iniciou:

Poção para Curar Furúnculos: Essa poção como o próprio nome já diz serve para curar furúnculos, mas também pode ser usada como cura contra a acne e oleosidade. A poção pode ser ingerida ou passada na parte do corpo afetada pelo furúnculo. Deve-se tomar um pequeno cuidado com essa poção, pois um dos erros mais comuns é acrescentar as cerdas de porco-espinho enquanto a poção está no fogo, caso aconteça isso a solução poderá explodir causando furúnculos na pele.

Causas: Furúnculo! É uma doença de pele causada pela inflamação dos folículos pilosos, que resultam em um acúmulo de pus e de tecido morto, um dos exemplos mais comuns são pontos pretos na pele e espinhas.

Ingredientes:

- 1 Litro de água;

- 3 Lesmas Cozidas;

- 5 Cerdas de Porco Espinho;

- 6 Folhas de Urtigas Secas;

- 2 Presas de Cobra.

Modo de Preparo: Coloque a água no caldeirão e aqueça a mesma, enquanto aquece deve-se cozer as lesmas em um recipiente à parte com água quente e quando a água do caldeirão estiver quente deve-se acrescentar as folhas das urtigas secas. Após o cozimento das lesmas deixe-as esfriar e logo em seguida, acrescente as presas de cobra e as lesmas na solução do caldeirão. Misture a solução lentamente e deixe cozinhar por mais alguns minutos até adquirir uma forma homogênea e viscosa. Retire o caldeirão do fogo e só então acrescente as cerdas de porco-espinho a fim de obter uma coloração prateada, misturando-a em vinte vezes no sentido horários e cinco vezes no sentido anti-horário, deixe a poção esfriar e, após isso poderá ser utilizada.

Harry, que ditava a tudo, surpreendia ainda mais o professor, pois em livros as teorias são básicas, e não explicações detalhadas de modo de preparo e coisas do tipo. Principalmente nenhum livro do qual ele conhecia, e com uma explicação tão detalhada, parecia mais que o próprio Potter desejava escrever seu livro de poções com receitas originais.

- E é isto que aprendi na teoria..., a meu ver, está tudo correto, porém não quero tirar decisões precipitadas antes de realizar o processo prático. Até porque o erro principal da poção está nas mexidas de sentido horário e anti-horário, podendo causar erros sérios no caso de serem realizadas irregularmente - Harry por fim disse já estando dentro da sala de poções.

O professor até então quieto enquanto caminhava até sua mesa e ajeitava sua maleta de materiais. Logo visara encarar Harry, onde via nos olhos dele um desejo grandioso em obter conhecimento. Algo muito visto em Sonserinos, porém sem o tom de arrogância e superioridade sempre presente neles.

- Muito bem, Potter! Irei admitir que sua busca por conhecimento é algo louvável... se continuar assim em minha aula, poderá receber livre acesso em minha sala de poções por no mínimo duas horas diárias, e já que é um divergente... poderá me procurar sempre no salão comunal privado da Sonserina. - Snape disse fazendo Harry sorrir. - Mas não pense que tudo será dado de mão beijada... não aceito nenhuma bagunça em minhas classes, tudo que sujar, terá de ser limpo, e quando estiver em minha presença, terá de responder a um curto questionário aleatório sob qual poção está estudando. - Por fim, o professor disse, onde fazia um gesto para o Potter se sentar.

No qual logo vira um lugar livre entre Hermione e Rony, que assim como os outros alunos, encaravam surpresos a relação amistosa de conversa entre esses dois.

Onde Snape tinha um péssimo histórico de cortar qualquer aluno na hora, o fazendo ter de buscar suas próprias respostas em livros.

- O que temos hoje? - perguntou Harry a Ron enquanto colocava seus livros sob a mesa.

- O período da manhã será somente de poções com o pessoal da Sonserina. - Ron respondeu. - Mas isso não importa, o que esse papinho todo com o Snape. - Ron continuou como se ele tivesse traído a Grifinória.

- Ora, nunca pensei que deveria deixar de tirar dúvidas com um professor, só por ser diretor de casas diferentes. - Harry disse como se fosse obvio sob silêncio do ruivo e riso de Hermione que fizera o garoto não gostar nada disso. - Além disso, se der merda é problema meu, pois eu sei muito bem o que estou fazendo.

[ ... ]

Snape que prontificou de imediato a começar a chamada na sala de aula, quando chegou no nome de Harry Potter, parara por um segundo como se ele tivesse vontade de dizer algo, porém logo continuou normalmente com Harry recebendo presença.

O mesmo demonstrava uma seriedade e superioridade sem igual perante as diversas crianças da sala que evitavam o olhar nos olhos. Somente para ter Harry o encarando minuciosamente com uma pena em mãos nas quais aguardavam para começar a anotar tópicos da aula.

- Vocês estão aqui para aprender a ciência sutil e a arte exata do preparo de poções... - Começou Snape. Falava pouco acima de um sussurro, mas eles não perderam nenhuma palavra. O homem tinha um dom especial para pregar a atenção de todos os alunos sem cochicho algum, quando ele falava. - Como aqui não fazemos gestos tolos com varinhas até estarem preparados, muitos de vocês podem pensar que isto não é mágica. Não espero que vocês entendam realmente a beleza de um caldeirão cozinhando em fogo lento, com a fumaça a tremeluzir, o delicado poder dos líquidos que fluem pelas veias humanas e enfeitiçam a mente, confundem os sentidos...

- Posso ensinar-lhes a engarrafar fama, a cozinhar glórias, até a zumbificar se não forem o bando de cabeças-ocas que geralmente me mandam ensinar. - Mais silêncio seguiu-se a esse pequeno discurso. Harry e Ron buscavam não perder nenhuma palavra. Hermione Granger estava sentada na beiradinha da carteira e parecia desesperada para começar a provar que não era uma cabeça-oca.

Para só quando o professor notou a atenção de Harry sob si, o mesmo disse em teste:

- Potter! - disse Snape de repente assustando alguns alunos.

- O que eu obteria se adicionasse raiz de asfódelo em pó a uma infusão de losna? - Snape indagou onde sabia que Harry era iniciante, e com certeza não sabia disso.

A sala irrompeu num silêncio levemente constrangedor por alguns segundos, onde Harry sentia seu braço direito formigar. Em respectivo no local em que pedira a Olivaras amarrar sua segunda varinha por meio de mágica, a varinha do destino revestida por lagrimas da própria morte.

- "Produzem uma poção para adormecer tão forte que é conhecida como Poção do Morto-Vivo." - Uma voz grossa ressoou pela mente de Harry, que ao olhar para lados e frente, notou Hermione com o braço levantado, para assim de imediato responder sem saber se era o certo.

- Hm... Produzem uma poção para adormecer tão forte que é conhecida como Poção do Morto-Vivo, se não me engano é isto. - Harry respondeu enquanto via Hermione abaixar a mão enquanto o encarava admirada por ele saber a resposta. Assim como toda a sala, e o professor que não esperava nele realmente responder.

- E se eu lhe pedisse, onde você iria buscar bezoar? - Novamente Snape fez uma pergunta, com Hermione escancarando sua mão para cima, sob ignorar de Snape.

- "O bezoar é uma pedra tirada do estômago da cabra e pode salvá-lo da maioria dos venenos." - Novamente uma voz disse, sob dúvida de Harry se não era alguém na sala.

- O bezoar é uma pedra tirada do estômago da cabra e pode salvá-lo da maioria dos venenos. - Harry respondeu seriamente ao professor que se apoiara em sua mesa de forma intimidadora e o encarara nos olhos. - Mas eu aconselharia a primeiro consultar a emergência de um médico ou correr para algum fornecedor de tal produto, dinheiro não é nada se você já está morto ao perder tampo eviscerando uma cabra.

- Qual é a diferença, Potter, entre acônito licoctono e acônito lapelo? - Snape perguntou alto com extrema suspeita por tal resposta do Potter, e ao ouvir isso Hermione levantou a mão esquerda em direção ao teto da masmorra numa tentativa de ela responder.

Harry sentia-se mal pela garota, conseguia entender o teste de seu professor ali, e de todo modo a ignorar dessa forma não era uma atitude muito madura de quem leciona uma matéria.

- "São plantas do mesmo gênero botânico." - Pôr fim a voz surgiu enquanto sumia vagamente numa sensação de que ela se distanciava mais e mais.

- São plantas do mesmo gênero botânico. E creio eu que na sociedade No-maj também existe uma planta chamada acônito, porém é uma das plantas mais venenosas da flora terrestre, e caso não esteja enganado... em ficções mitológicas, tal planta serve como um nerfador incrível para lobisomens. - Harry respondeu rapidamente sob surpresa da classe que não sabia disso e Draco se virava completamente interessado nas histórias No-mag de lobisomens. - Agora, porque você não faz perguntas a outros alunos que também querem participar da aula, do que continuar nesse testezinho psicológico... Pois saiba, que se quiser me desafiar em um teste desse, irá precisar de sua varinha para me vencer. - Harry disse tentando mostrar que não ficaria quieto a nenhuma injustiça ali, sob riso presunçoso de Snape que não acreditava nessa criaturinha saída do saco de James Potter o desafiar de pé em igualdade, porém sem arrogância alguma e ainda com razão em seus argumentos, não deixando chance do mestre de poções retirar pontos de tal aluno que respondeu a tudo corretamente e ainda incluiu fatos interessantes a se estudas.

Podia odiar a aparência do Potter que se parecia muito com alguém que ele não gostava de seu passado, porém o estilo de falar, as expressões, forma de agir... Tudo isso refletia numa personalidade gêmea a uma antiga amiga de Snape.

- Muito bem... Dez pontos para Grifinória por responder questões de uma matéria avançada a seu entender..., mas como é um divergente, dez pontos serão imbuídos para cada casa. - Snape disse a contragosto, pois realmente perdera nessa tentativa falha de ver o Potter se desesperar. - Agora me digam! Por que não estão realizando anotações? Posso claramente não ter um aluno cabeça-oca, mas duvido muito que todos aqui saibam as respostas que me foi fornecida - Por fim o mestre de poções indagou seriamente sob susto de todos que logo pegaram suas penas e iniciaram as anotações das perguntas de Snape, e cochichavam consigo mesmo sob quais partes perderam da resposta de Harry.

As coisas não melhoraram para os alunos da Grifinória na continuação da aula de Poções. Snape separou-os aos pares e mandou-os misturar uma poção simples para curar furúnculos. Ele tinha um gosto incrível de atacar psicologicamente os alunos da Grifinória, mas como sempre, Harry estava ali entrando em conflito ele e sempre respondendo a tudo sem falha alguma, ou até afiando o olhar para o professor que não deixava de encará-lo e parecia sentir-se no olhar de um predador, isso quando atacava infantilmente algum aluno, e que tudo parava quando Snape parecia se comportar.

Harry não sabia que essa poção iria cair logo na primeira aula dessa matéria, e Snape gostara do olhar surpreso do Potter, pois conseguia ver que o garoto estudou uma poção por próprio interesse, e não para puxar o saco dele.

Caminhava imponente com sua longa capa negra, observando-os pesar urtigas secas e pilar presas de cobras, criticando quase todos, exceto Draco e Harry, no qual formaram dupla e pela primeira vez conseguiram conversar normalmente em prol da poção funcionar.

Pois até pouco antes, só vira o garoto demonstrar um ego enorme, junto a uma rivalidade infantil com Ron, no qual o garoto se esforçava para não errar na poção junto a Hermione que o censurara a todo momento.

Para assim, Harry logo ditar:

- Façamos assim, Malfoy. - Harry disse após ele e o garoto prepararem todas as quantidades corretas da poção. - Eu cuido da primeira etapa, enquanto você me auxilia com os ingredientes, e na segunda etapa nós trocamos de posto e você cuida da mistura. - Harry informara sob consentimento do garoto que logo fora para o lado da bancada sob atenção de Snape logo atrás.

Harry e Malfoy que já tinham colocado a água para ferver no caldeirão a exatos dez minutos, começou a cozer as três lesmas em um recipiente a parte com água quente...

Com o passar de um curto rolar de minutos, com a água se aquecendo ainda mais, o Potter acrescentou seis folhas de urtigas secas passadas por Malfoy.

Ao mesmo tempo, em que Malfoy realizava sua assistência, o mesmo visava anotar tudo em seu pergaminho.

Harry, que já vira o cozimento das lesmas estar pronto, desligou o fogo e despejou a água quente no ralo da bancada, onde no passar dos minutos a deixara esfriar enquanto anotava sua parte da matéria.

Só para em resposta ao esfriar das lesmas, o mesmo acrescentar as 2 presas das cobras e as lesmas na solução do caldeirão principal.

Onde nesse momento chamara Malfoy para vir em seu lugar enquanto ele cuidava da assistência dessa vez.

Assim como Snape, muitos alunos visavam encarar a dupla principal da primeira aula do ano letivo. Ambos trabalhavam muito bem juntos, onde o silêncio ali era predominante. Pois ajudava no foco, e tendo o foco cada um auxiliava o outro sem precisar ficar pedindo, pois já sabiam o que foi feito e o que seguiriam.

Malfoy misturava a solução lentamente, onde a deixava cozinhar por alguns minutos até adquirir uma forma homogênea e viscosa.

Muitos alunos erravam nisso, pois mexiam a solução muito rápido ou colocavam ingrediente no momento errado, algo que causava outra reação.

Exemplos disso eram Nevílle, que conseguira derreter o caldeirão de Simas transformando-o numa bolha retorcida com a poção dos dois vazando pelo chão de pedra em que faziam furos nos sapatos dos garotos.

Algo que Harry rapidamente agira em proteção dele e de seu companheiro, onde pegara duas banquetas de ferro e colocara no chão, fazendo assim os dois se situarem acima delas sem serem afetados.

A classe toda estava trepada nos banquinhos enquanto Nevílle, que se encharcara de poção quando o caldeirão derreteu, tinha os braços e as pernas cobertos de furúnculos vermelhos que o faziam gemer de dor.

- Menino idiota! - Vociferou Snape, limpando a poção derramada com um aceno de sua varinha. - Suponho que tenham adicionado as cerdas de porco-espinho antes de tirar o caldeirão do fogo? - Nevílle choramingou quando os furúnculos começaram a pipocar em seu nariz e pés. - Levem-no para a ala hospitalar. - Snape ordenou a Simas. Em seguida, voltou-se zangado para Harry, que estava trabalhando de frente a Nevílle.

- Você, Potter! Por que não disse a ele para não adicionar as cerdas com o fogo ligado? - Snape indagou tentando novamente testar Harry. - Achou que você pareceria melhor se ele errasse, não foi? - Snape continuará onde olhara estranho para Harry que terminava de anotar algo e pouco dera atenção a ele.

Pois Malfoy também se encontrava focado em que fazia, onde pedira para o Potter retirar o caldeirão do fogo, para só então enquanto Harry levava a um local específico da sala, o garotinho de cabelos louro terminara a tudo enquanto acrescentava as 5 cerdas de porco-espinho, assim obtendo lentamente uma coloração prateada e perfeita que tanto almejavam quando Malfoy lentamente misturara a poção vinte vezes no sentido horário e cinco vezes no sentido anti-horário.

- Harry, que agora limpava um pouco do suor em sua testa, logo encarara o restante da sala e o professor que o fitavam junto ao Malfoy, no qual não entendiam nada do silêncio deles.

- Desculpe, Snape, disse alguma coisa? - Harry indagou em dúvida, pois realmente agira no automático, tendo a função de anotar tópicos e preparos, realizar funções na criação da poção, e impedir que algo afetasse ele e seu companheiro no meio do caminho.

- Não! Tudo bem... e é professor Snape para você Potter..., mas momento certo para testar a poção! - Snape disse seriamente enquanto pegava um grande frasco, e por meio de magia despejava o conteúdo do caldeirão ali dentro.

Aos olhos de muitos era só mais uma poção. Porém, Snape sendo um mestre nessa matéria, conseguia notar a solução perfeita feita ali. A temperatura foi ideal, os ingredientes na medida exata... Até mesmo a coloração e textura batiam com uma poção criada ao nível dele, mas que não admitira em voz alta.

Nisso, ainda a encarando. Snape logo disse:

- Menos um ponto para Grifinória, por realizarem um erro tão simples e obvio... - O mesmo disse sob protesto geral de injustiça no acidentado Nevílle. - Porém, mais quinze pontos para Grifinória e Sonserina, tanto pela solução perfeita que tenho em mãos, quanto pelo ótimo trabalho e sincronismo perfeito feito por alunos primeiranistas recém conhecidos e de casas opostas.

- De todo modo, apenas mais uma vez citarei que os pontos obtidos pelo Sr. Potter, são atualmente calculados nas outras casas devido a ele ser um divergente, ou seja... não estranhem os placares de casas se elevarem ou rebaixarem em momentos iguais, no fim é tudo culpa do Sr. Potter. - Snape disse ao resto da sala.

- Aqui Potter! Leve na Enfermaria que fica no Andar Inferior - Oeste do castelo. E peça para que a responsável utilize tal solução no recém-chego aluno, Longbottom. - Por fim, o professor disse, já que as recentes feridas do garoto, podiam ser tratadas por essa poção, sendo essa a oportunidade perfeita para testar a coragem do Potter em usar ou não algo feito por ele em um amigo.

- Certo! - Harry disse enquanto pegava seus livros, e entregava o pergaminho de Malfoy. No qual o loiro pode perceber que Harry corrigira alguns erros de caligrafia do mesmo e até inseriu observações importantes utilizadas na poção que o Malfoy esquecera de citar. - Até mais, vadias. - Por fim, ele disse piscando um dos olhos para Snape, pegando o frasco de Poção para Curar Furúnculos, onde de imediato sairá da sala de poções, não deixando de rir do bufo de desprezo audível que seu professor soltou.

[ ... ]

Já era quase hora do almoço e só agora Harry percebera que passara um bom tempo para o processo de fazer a poção, onde para o mesmo que estava tão focado, em mais pareciam ter se passado minutos. Assim, atualmente Harry caminhava em direção à enfermaria do castelo, passara por um corredor repleto de alunos que adentravam ao salão comunal, outros que estudavam nos bancos ali presentes.

Para só assim Harry encontrar a enfermaria antes da escadaria principal, em que ele adentrara sob atenção de alguns alunos deitados nas macas, e um Nevílle logo no fim da ala em que era colocado sob ajuda de Simas e atendimento de uma linda mulher loira de olhos azuis, que usava uma roupa padrão de enfermeira.

- Com licença. - Harry disse obtendo atenção de Simas e da enfermeira, que logo encarou o mediano frasco na mão dele.

- Severus me pediu para trazer essa poção de Curar Furúnculos. - Harry disse de frente a mulher que o olhara como se tivesse algo a dizer sob a cicatriz predominante em sua testa. Porém, de imediato ela dispensou Simas, que se despedira de Nevílle alegando que tudo ficaria bem.

- Hora certa para o professor preparar uma poção. - A mulher disse encarando a textura e coloração da poção. - Estamos com estoques atrasados pelo ocorrido em Gringotes, e já estava ficando preocupada com esse garoto. - Ela terminou enquanto colocava uma bacia abaixo dos pés de Nevílle, e utilizava de uma espécie de esponja para esparramar a solução sob as feridas.

- Na verdade... foi feita por mim! Minha primeira poção. - Harry disse sob olhar imediato da enfermeira.

- Você quem fez? É ótimo em poções, Sr. Potter - A enfermeira disse sob riso de Harry. - Assim como sua mãe.

- Foi um trabalho em dupla. Eu e Draco conseguimos criá-la juntos, então não tire o mérito do pirralho. - Harry complementou fazendo a mulher se surpreender pelo que escutou, e até achou graça pelo modo de fala do Potter.

- Então é verdade mesmo? - Ela disse sob dúvida do Potter. - É verdade que Harry Potter está matriculado no primeiro ano, tendo a aparência de um adolescente beirando a fase adulta. - Ela continuou não como dúvida, mas sim como uma resposta própria para suas indagações.

- Apenas Harry já está ótimo... Sem formalidades excessivas, já que sou eu o aluno aqui e você uma funcionária superior. - Harry disse fingindo uma reverência, como se ele tivesse que a tratar com respeito, sob riso da mesma que logo terminara o que tivera que fazer.

- E ainda é muito sarcástico como o pai! Muito prazer, Sr. Potter... Sou Madam Pomfrey. - A mulher loira dissera com um sorriso contente. - Não precisa se preocupar com seu amigo, ele ficará bem até o fim da tarde, e pela noite poderá voltar aos dormitórios. - A chefe da enfermaria terminou enquanto guardava o restante da solução, fazendo Harry se aproximar de Nevílle.

- Está quase na hora do almoço, já te trago um pouco do que tiver lá como compensação por não notar que você se machucou na minha frente. - Harry disse isso, pois notara que ele errara na solução a sua frente, porém seu foco o fizera manter-se ligado apenas ao que tinha de fazer.

- Não traga nada muito doce... Poções e alimentos açucarados não funcionam muito bem em harmonia. - Madam Pomfrey disse enquanto escutara o que Harry disse.

Nisso, o Potter enfim saíra da ala medica, enquanto via agora os corredores mais vazios, porém ainda tendo alguns poucos alunos ali.

[ ... ]

Durante o almoço, novamente a mesa passou a se encontrar repleta das mais variadas comidas.

Harry, que já pensara em Nevílle, prontamente preparou um prato saudável de almoço, com arroz, feijão, salada, batata e frango, tendo um copo médio de suco de laranja natural.

O mesmo deixara a tudo pronto em seu lado na mesa, para só assim todos escutarem guinchos de corujas que revisitavam pelas janelas abertas do castelo.

Cada uma delas circundando por entre as mesas, onde traziam cartas e pacotes que caiam por entre o colo de cada um dos bruxos, os mais hábeis pegavam seus pertences antes mesmo de chegarem as mesas.

Harry, que pensara não receber nada, logo vira sua coruja nevada nomeada como Hedwig's, na qual trouxera uma carta junto a um pequeno bilhete.

A ave, em resposta ao carinho de Harry, visara apoiar-se carinhosamente em seu ombro, enquanto beliscava sua orelha levemente, junto a comer alguns pedacinhos de bacon que ele separara, tudo isso enquanto muitas corujas saiam por entre a janela a fim de dormir no corujal com as outras corujas da escola.

Vendo o menor dos bilhetes, Harry rapidamente o desdobrara enquanto via uma caligrafia deveras garranchosa:

"Prezado Harry

Sei que tem as tardes de sexta-feira livre, então será que não gostaria de vir tomar uma xícara de chá comigo por volta das três horas? Quero saber como foi a sua primeira semana de aula.

Mande-me uma resposta pela Hedwig's... de seu amigo, Hagrid."

Vendo que não teria problema nenhum por hoje, já que por ser a primeira semana de aulas, iriam apenas ter uma por dia.

Harry pediu emprestada a pena de Hermione e escreveu:

"Sim! gostaria, vejo você mais tarde."

Vendo agora a carta caída na mesa, o mesmo pode notar o rosto avermelhado de Ron perante ao selo que via no lacre da mesma. Assim o mesmo logo a abrira e começara a ler:

"Caro Harrysson James Potter! Aqui quem lhe escreve é gerente geral das contas Potter do banco Gringotes."

Por intermédio dos recentes ocorridos que vieram a se tornar notícia na sociedade bruxa da Grã-Bretanha, venho tranquilizá-lo que nada de mal ocorreu a suas contas bancarias...

Tudo corre normalmente conforme discutido, e me desculpo por qualquer susto ou desconfiança para com nosso sistema de segurança devido ao infortúnio da invasão surpresa do que somente podemos teorizar ser algum bruxo das trevas buscando atenção.

Em todo caso, espero que tenha um bom ano letivo, e não se esqueça de me contatar sob qualquer informação ou dúvida que tiver.

Cordialmente me despeço.

Atenciosamente: Not. - Gerente dos Cofres Potter."

A carta que até então ele lia, logo o fizera entender que tal comunicado era algo envolvido não só a si, mas a todos os clientes de Gringotes que devem ter se preocupado com suas heranças após a invasão de um dos cofres do banco.

Logicamente que se preocupara com o fato de o banco ter sido vítima de invasão logo após ele ter saído do mesmo há poucos dias, porém não detinha de desconfianças para com eles, logo que foram eles a se mostrarem do seu lado quando afirmou nunca ter conhecido seu guardião.

Com isso em mente, Harry rapidamente mandara Hedwig's entregar sua resposta a Hagrid e até uma a seu gerente de contas, no qual lhe informava que não tinha desconfianças alguma para com o banco e que lhe desejavam boa sorte na captura do invasor que tanto trazia infortúnios a raça Goblin e ao banco.

- Não sabia que tinha tamanho contato com o pessoal importante do Gringotes. - Ron disse ainda estranhamente ruborizado ou completamente vermelho como um pimentão na percepção de Harry, enquanto os gêmeos ruivos encaravam Harry a curta distância.

- É apenas um comunicado de desculpas pelo recente ocorrido ao banco... nada muito especial. - Harry dessa vez disse enquanto olhava para o diretor Dumbledore que comia com os outros funcionários, onde notara a curiosidade dele para com o que ocorria entre ele e Gringotes. Notando no olhar do homem, que algo deveria estar errado, mas não parecia que a informação da carta que o preocupava, e sim com o fato de Harry ser capaz de receber tal carta. Algo estranho que o mesmo já colocava para se investigar.

- Ele diz "nada muito especial", Gred. - George disse.

- Deve ser podre de rico, e está pagando de humilde, Forge. - Fred continuou com um olhar presunçoso a Harry.

- Deve achar que somos trouxas, perai... - Fred e George responderam em coro, num trocadilho em que fazia os outros rirem.

Onde de imediato o Potter se levantou com um olhar sério, sob atenção das pessoas a sua volta:

- Hm... talvez, sim, talvez não. - Harry respondeu enigmático com um sorriso surgindo no canto dos lábios que fazia os gêmeos entenderem bem. - Enfim, até mais tarde. - Harry disse enquanto pegava a bandeja de almoço feito a Nevílle, no qual ele passou prontamente a caminhar salão afora.

[ ... ]

Já era uma da tarde, onde neste exato momento Harry via Nevílle apreciar o almoço que recebera. Por mais que fosse uma refeição simples comparada as variedades do salão comunal, o gosto continuava delicioso e ele agradecia a Harry por isso.

Madam Pomfrey havia saído da enfermaria para almoçar rapidamente antes de voltar ao serviço, fazendo Harry conversar animadamente com o garotinho Nevílle.

Harry não sabia porque, mas sentia uma ligação com o garoto tímido e rechonchudo, fazendo-o querer conhecê-lo mais, seja sobre sua família, ou conhecimento no mundo mágico. Pois via naquele garotinho, uma imagem exata de como era ele antes de obter seu desenvolvimento acelerado.

Como todos o tratavam mal e taxavam de inútil, Harry, na verdade, via que esse tal de Neville Longbottom, pode ser, na verdade, um dos grandes bruxos no futuro e um ótimo aliado.

- Então, quer dizer que você não sabe como se tornou tão grande e forte? - Nevílle perguntou enquanto se sentava a cama.

- Forte, nem tanto, me sinto uma formiga perto de todo esse vasto novo mundo bruxo..., mas sim, não sei como ocorreu. Eu sempre fui desprezado por meus tios, e obrigado a arrumar meu próprio sustento, creio que por passar necessidades algo dentro de mim se alterou, pelo que dizem ocorrem muitas magias acidentais nessa idade. - Harry dissera a tudo enquanto segurava sua katana. - Quem sabe algo estranho e acidental foi o que me ocorreu.

- Essa belezinha aqui me protegeu de muitos problemas, pois convenhamos, quem vai querer comprar briga com alguém que anda com uma espada extremamente afiada... Apesar de que eu nunca usaria o fio dela levianamente. - Harry continuou enquanto encarava a mesma.

- Mas e você Nevílle, como é sua família? - Harry indagou onde de imediato viu a feição do garoto murchar, com ele parando de comer por um curto período. - Ah... me desculpe, foi indelicadeza minha! É complicado para mim falar dos meus pais também, desde que não conheci nenhum deles. - Harry continuou numa forma de suavizar a conversa.

- Não tem problema..., é só que... É realmente difícil também para mim falar sobre eles. - Nevílle comentou com um olhar cabisbaixo, parecendo achar completamente fascinante o prato em seu colo.

- Primeiro de tudo! - Harry disse chamando a atenção de Nevílle quando puxara seu queixo para cima. - Nunca abaixe a cabeça quando for falar com alguém, isso mostrara fraqueza, é há muita gente ruim por aí que pode se aproveitar disso. - Com o rosto de Nevílle firmado para olhar Harry nos olhos, o mesmo pareceu satisfeito e assim sorriu enquanto o soltava.

- Não tem porque explicar nada a ninguém, mas saiba que se quiser conversar... poderá confiar em mim que nunca direi nada a ninguém. - Dessa vez o Potter citou sob olhar analítico de Nevílle, onde uma forte tossida de um dos pacientes da enfermaria fez com que a atenção de Harry fosse obtida.

- Ela parece mal... começou a tossir assim desde que a Madam Pomfrey saiu para almoçar. - Nevílle explicou, fazendo Harry ir para perto da garota, onde pudera notar que ela tinha longos cabelos escuros e aparentava ser do quarto ano.

Tocando calmamente com as costas da mão sob a testa da adolescente, foi notável que a temperatura dela estava elevada em uma febre eminente.

Vendo que não tinha ninguém por perto, Harry remexera em uma bacia onde a enchera de água, que para sua sorte estava bem gelada. Pegara seis toalhas pequenas sob total atenção de Nevílle que não sabia o que ele estava fazendo.

Para somente assim Harry sentir a garota segurando o braço dele com força, a fazendo se acalmar, após dizer que já iria resolver isto.

Com as toalhas em mãos, Harry as afundara contra água gelada da bacia, aonde ao voltar sua atenção contra a garota, pode notar que usava um pijama da enfermaria. Ato que de imediato Harry aproveitara para dobrar as mangas dos braços e pernas, enquanto levantava levemente a camisa expondo uma parte da barriga dela.

Nevílle não queria se meter, porem já vira fazendo isso em sua casa quando alguém tinha febre, e não sabia que Harry também usava dessa técnica para melhorar o sintoma.

Pois no mesmo momento que via tudo, Harry dobrou cada toalha levemente encharcada, porém, sem excesso, no qual foram postas sob as pernas dela, os braços, barriga, e por fim sob a testa.

Numa tentativa clara da temperatura dela baixar-se com o passar dos minutos.

E pelo visto resolveu, já que nas próximas meia horas, Harry buscara trocar três vezes as toalhas sob o corpo da garota. Mostrando agora que ela não estava tão quente, e sua respiração se normalizara com ela caindo no sono.

- Isso deve resolver por enquanto... - Harry disse para si enquanto levava a bacia de volta a um tanque daquele local após trocar as toalhas uma última vez.

- Você entende de cuidados médicos? - Nevílle indagou querendo saber mais sobre o Harry.

- Digamos que eu me machuquei muito no passado, e tive de me automedicar, acho que usar meu próprio corpo como cobaia ajudou a descobrir sobre algumas artimanhas. - Harry disse em um tom de brincadeira. - E também tive um emprego cuidando de espécies derivadas em um zoológico, aprendi bastante com eles e que muitos tratamentos funcionam tanto em animais, quanto em seres humanos.

- E eles não te machucavam? - Nevílle continuou a perguntar.

- Nenhuma única vez, todos sempre mostraram carinho comigo... é de acordo com seus atos que eles irão confiar e proteger você. - Harry respondeu enquanto escutava a porta da enfermaria ser aberta, com Madame Pomfrey passando por ela. - Enfim! Ainda tenho algumas coisas para resolver... te vejo mais tarde, Nevílle... melhoras, rapaz. - Harry terminou com um tapa amigável no obro do colega, seguido de ir para a porta de saída, com ele respondendo à Madame Pomfrey em uma reverência forçada, que fizera a medi-bruxa rir das palhaçadas do mesmo.

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Após ter ido até seu dormitório, onde optara por tirar um tempo para alimentar cada espécie raro de animal em sua maleta engana trouxa, Harry abandonara sua capa e terno que vinha usando como uniforme padrão da escola.

Atualmente o mesmo descia rapidamente as escadas com sua fênix filhote situada em um bolso de sua camisa. O mesmo trajava uma calça jeans preta e all-star branco que comprara no beco diagonal devido a roupas trouxa.

Sua camisa consistia em uma cor vermelho vinho de manga comprida que era dobrada até o ombro.

Como teria o resto da tarde livre de aulas por ser a primeira semana de aula, optou por levar tal bichinho a Hagrid, que com certeza o cativaria ainda mais, e poderia tirar qualquer dúvida dos melhores alimentos e como deveria tratá-la no ar livre.

Os corredores já se encontravam parcialmente vazios, com apenas as crianças do primeiro ano espalhadas pelos locais permitidos do castelo, uma forma delas se familiarizarem a fim de não se perderem no castelo.

Nisso, passando em frente ao salão comunal, Harry prontamente sairia do castelo a fim de visitar seu primeiro amigo no mundo bruxo, para somente nesse momento ele ser abordado por um garotinho ruivo que o impedira de continuar.

- Harry... posso ir contigo até a casa do Rúbeo? - Ron dissera sob consentimento de Harry que já saia do castelo.

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Marcavam quatorze horas em um grande relógio central de Hogwarts, neste momento Harry e Rony se encontravam de frente a uma casinha de madeira na orla da floresta proibida. Tiveram de descer um grande morro para chegar ali.

Quando Harry bateu à porta, eles ouviram uma correria frenética. Para só assim a voz tão conhecida surgir.

- Para trás, Canino para trás. - A cara barbuda de Hagrid apareceu na fresta quando a porta se abriu. - Espere aí. Para trás, Canino. - Ele os fez entrar, lutando para segurar com firmeza a coleira de um enorme cão de caçar javalis. Havia apenas um aposento na casa. Presuntos e faisões pendiam do teto, uma chaleira de cobre fervia ao fogão e a um canto havia uma cama maciça coberta com uma colcha de retalhos. - Fiquem à vontade. - Falou Hagrid, soltando Canino, que pulou imediatamente para cima de Ron e começou a lamber-lhe a orelha. Como Hagrid, parecia óbvio que Canino não era tão feroz quanto se esperava.

- Este é o Ron. - Harry disse a Hagrid, que fora despejar água fervendo num grande bule de café e arrumar biscoitos num prato.

- Mais um Weasley, hein? - Exclamou Hagrid vendo as sardas de Ron. - Passei metade da vida expulsando seus irmãos da floresta proibida.

Os biscoitos de fubá servido aos garotos quase quebraram os dentes deles, porém Harry gostara muito, pois nunca comera muitas coisas preparadas em casa, e isso até que ficava ótimo ao banhar em café.

Ambos contaram a Hagrid como tinham sido a primeira aula dessa semana. Canino descansou a cabeça no colo de Harry, que respondia a isso com um longo carinho no animal que gostara muito disso.

Harry ficara contente de ouvir Hagrid chamar Filch de guitarra velha.

- ... Quanto àquela gata, Madame Nor-r-ra, às vezes eu tenho vontade de apresentar o Canino a ela. Sabe que todas às vezes que vou até a escola ela me segue por toda parte? Não consigo me livrar da gata. E sei bem que é Filch que a manda fazer isso.

Harry contou a Hagrid a aula de Snape, e como o mesmo agiu perante o bruxo... Algo que surpreendera Hagrid, pois nunca pensara em Harry agindo assim, e olha que dera muito certo:

- Mas ele parecia que realmente me odiava. - Harry disse pensando bem.

- Bobagem! Por que o odiaria? - Rubeus disse descartando tal suposição.

- Não sei ao certo, mas parece que algo em minha aparência o incomoda. - Continuou Harry e ele não pôde deixar de pensar que Hagrid evitou encará-lo quando disse isso. Claramente o guarda-caça sabia de algo, porém, parecia ser assuntos pessoais.

- Como vai seu irmão, Charlie? - perguntou Hagrid a Ron. - Eu gostava muito dele. Tinha muito jeito com animais.

Harry se perguntou se Hagrid teria mudado de assunto de propósito. Enquanto Ron contava tudo sobre o trabalho de Charlie com dragões,

Harry apanhou um pedaço de papel que estava na mesa sob o abafador de chá. Era uma notícia recortada do Profeta Diário.

"O CASO GRINGOTES

Prosseguem as investigações sobre o arrombamento de Gringotes, ocorrido, que se acredita ter sido trabalho de bruxos e bruxas das Trevas desconhecidos.

Os duendes de Gringotes insistiam hoje que nada foi roubado.

O cofre aberto na realidade fora esvaziado mais cedo naquele dia.

Mas não vamos dizer o que havia dentro, para que ninguém se meta, se tiver juízo, disse um porta-voz esta tarde."

Harry lembrou-se que Rony lhe contara no trem que alguém tentara roubar Gringotes, junto a carta pelo próprio Not, horas atrás.

- Rubeus! - Começou Harry. - Aquele arrombamento de Gringotes aconteceu após abandonarmos o beco diagonal. Talvez estivesse acontecendo enquanto a gente estava lá.

Não havia a menor dúvida, desta vez, Hagrid decididamente evitara encarar Harry.

Resmungou alguma coisa e lhe ofereceu mais um biscoito. Harry releu a notícia:

"O cofre aberto na realidade fora esvaziado mais cedo naquele dia."

Hagrid esvaziara o cofre setecentos e treze, se é que se podia chamar esvaziar alguém, levar aquele pacotinho encalombado. Seria aquilo que os ladrões estavam procurando?

Porém, mesmo tendo tais indagações, Harry entendera que era um assunto sério do guarda-caça, e evitaria pensar nisso, tudo, pois tinha muitas obrigações a se cumprir de aprender novas materiais e temas do mundo bruxo, e não ficar se metendo na vida pessoal e profissional de quem claramente não queria insistência no assunto.

Nisso, para aliviar o climão. Harry sorrira a Hagrid o fazendo estranhar, para somente o Potter colocar a mão no bolso de sua camisa, e logo dali o mesmo retirar uma fênix filhote pequenina que cochilava manhosamente.

- Oh... Então a trouxe! - Hagrid dissera com os olhos brilhando em maravilha, e espanto de Ron.

- Pensei que poderia me dar algumas dicas de como cuidá-la, já que não há ninguém melhor do que você nesses assuntos. - Harry continuara, sob sorriso orgulhoso do guarda-caça.

- Harry! Que isso? É uma fênix de verdade? - Ron exasperou-se enquanto via a avezinha acordar, e dar um pequeno bocejo que soltara um pouco de fogo.

- Sim, incrível, não é? - Harry disse a colocando sob a mesa, que logo devido ao cheiro de comida, visara pular na direção dos biscoitos, enquanto os bicava e comia farelos.

- Incrível!? São muito raras... Se o ministério descobrir, com certeza tentaram a confiscar. - Ron dissera enquanto brincava com ela, que buscava bicar seu dedo de forma agressiva, porém a deixando bem fofa. Pouco notando o olhar afiado do Potter e como o ar a sua volta pareceu obscurecer ou ficar pesado.

- Eu sei... seus irmãos me disseram o mesmo. Por isso, peço que não diga a ninguém sobre isso. - Harry explicou. - Será um segredo nosso, certo? - Por fim, ele disse com Hagrid e Ron acenando em concordância.

Nisso, todos eles continuaram suas conversas, com Harry passando a assar alguns biscoitos um pouco mais aceitáveis, que se tornara os prediletos de Hagrid.

Ron buscara brincar com a fênix filhote, e com isso a tarde de todos pássara amistosa, com a amizade deles crescendo aos poucos, tendo o laço de confiança como fonte principal.

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Quando Harry e Ron voltaram ao castelo para jantar, vieram com duas a bandejas repletas de biscoitos na mão de cada um.

Isso tudo devido a Harry ter cozinhado muito, onde enchera os potes de Hagrid, fazendo eles visarem trazê-los os restos, que ainda eram muitos.

Novamente o salão comunal estava lotado de alunos que passavam a comer. Porém, Harry não sentia fome, onde por tal motivo visara caminhar ao dormitório, onde vira muitos alunos do quarto ano em diante ali.

- Aí figurantes, podem se servir... acho que cozinhei demais. - Harry dissera brincando enquanto deixava as bandejas numa mesa dali, fazendo vários alunos e alunas mais velhos irem até a mesa.

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Harry novamente alimentara as bestas e animais de sua maleta engana trouxa, cada animal ali requeria de no máximo três refeições diárias, e o mesmo formara uma rotina para seguir dia após dia.

Nisso, após uma ducha quente, Harry se manterá apenas com uma calça larga numa cor escura e uma camiseta branca, pegara todos os livros que comprara no beco diagonal, e com isso se voltara ao salão da Grifinória, local em que detinham de algumas alunas mais velhas que comiam de seus biscoitos preparados, e visavam o secar sem um pingo de vergonha.

Porém, sob total ignorar do Potter, que colocara todos os livros de ao lado de um sofá, onde se deitara e iniciara a leitura do primeiro livro, em referência a transfiguração.

Muitos alunos mais velhos agora situavam-se sob essa torre, devido a antes do início de ano letivo, terem a reformado, tornando a junção de todos os anos em uma grande torre com dormitórios separados.

Os fazendo ter mais contato com os mais velhos e experientes.

Harry não sabia se estava indo bem nessa iniciação no mundo mágico, porém com certeza os olhares de muitos alunos e alunas de sua casa, visavam mostrar que ele já era alguém bem popular e conhecido.

Só custava ele saber se isso seria bom, ou ruim.

E com isso damos fim ao nono capítulo da Changed Prophecy, espero que estejam gostando, e não se esqueçam de comentar.

Um aviso: Essa história tem como ideia minha de ir desde a pedra filosofal, até a Relíquias da Morte, por isso, cooperem no auxílio dos comentários, é realmente desmotivador quando você cria algo, e ninguém comenta.

Enfim, aguardo todos nos comentários logo abaixo, até mais galera XD

Madam Pomfrey: https://i.pinimg.com/564x/97/24/86/972486e8e74443e4e3a321aeeb5371c9.jpg

Biscoitos que Harry Cozinhou: https://confeitando.com.br/wp-content/uploads/2016/11/biscoitos_de_natal_como_fazer_confeitando_blog.jpg