O sol já se punha, tingindo o céu de laranja e roxo, quando Luiz e Gregore se encontraram no pátio da academia. O ar estava fresco, e a sombra das árvores balançava suavemente com a brisa.
"Que achou deste treino, Gregore?" perguntou Luiz, com um sorriso curioso, enquanto olhava para o grupo de jovens magos que se dispersava após a sessão intensa.
"É a turma mais promissora desde a nossa turma. E olha que já faz tempo," respondeu Gregore, seu olhar sério e atento analisando cada aluno que passava.
"Não esfregue na minha cara que eu sou velho," Luiz reclamou, rindo, enquanto batia levemente no braço de Gregore.
"Mas é a verdade. Aquele Olabe, ele tem muito potencial e é muito inteligente pelo que vi," comentou Gregore, um brilho de admiração em sua voz.
"Claro, ele tem muito potencial. Fui eu quem o treinei," Luiz respondeu com um ar de satisfação, lembrando-se das longas horas que passou ajudando Olabe a aprimorar suas habilidades.
"Se você acha. Bom, a conversa foi boa, mas eu preciso ir agora," disse Gregore, ajeitando a capa de seu manto e começando a se afastar.
"Tudo bem, senhor diretor," Luiz respondeu, ainda sorrindo.
Enquanto isso, em outra parte do pátio, Wesley se aproximou do grupo que se reunira perto da entrada da academia.
"Estão tão animados?" ele perguntou, percebendo a expressão tensa de alguns dos alunos.
"Eu não," respondeu Tito, cruzando os braços e balançando a cabeça.
"Estou meio nervoso. Vai ter muitas pessoas fortes neste torneio," disse Nelson, seu olhar preocupado.
"Por isso temos que nos entrosar uns com os outros," comentou Margot, tentando transmitir confiança ao grupo.
"Não quero me entrosar com você," retrucou Olabe, com um tom desdenhoso.
"Por que você tem que ser do contra?" questionou Margot, frustrada com a atitude de Olabe.
"Não enche meu saco, garota," Olabe respondeu, lançando um olhar impassível.
"Gente, nós somos uma equipe," disse Tito, tentando unir o grupo, mas sua voz soou quase como um apelo.
"Olabe que é arrogante," Margot falou, com um olhar acusatório.
"Vocês que são chatos," Olabe retrucou, sua expressão inabalável.
"Então, amanhã a gente se encontra no centro de treinamento às nove horas da manhã," decidiu Nelson, tentando restabelecer a ordem.
"Tá bom," respondeu Margot, olhando para os outros.
"Tá bom," disse Wesley, concordando.
"Beleza," Tito finalizou, acenando com a cabeça.
"Eu vou chegar atrasado," anunciou Olabe, começando a se afastar.
"Por quê?" Wesley indagou, com curiosidade genuína.
"Não lhe interessa," Olabe respondeu, sem olhar para trás.
"Grosso," Wesley murmurou, cruzando os braços em desapontamento.
...
Luiz estava em sua casa, preparando os novos brincos que reprimem a magia para Olabe. A porta se abriu abruptamente.
"Luiz, cheguei para pegar os brincos novos," anunciou Olabe, entrando rapidamente.
"Olabe, você finalmente chegou! Estava te esperando já faz uma hora," Luiz exclamou, percebendo a expressão cansada no rosto do jovem.
"Desculpe o atraso. Eu encontrei um lobo no caminho," disse Olabe, sem dar muitas explicações.
"Um lobo? Sei… Então foi pelo brinco que você veio. Não esperava que isso fosse acontecer tão cedo. Para sua sorte, já tenho um par de brincos preparados. Venha comigo," Luiz respondeu, sorrindo, enquanto se dirigia a uma mesa repleta de itens mágicos.
"Eu também queria conversar sobre os brincos. Eu percebi que eles estão perdendo cada vez mais a resistência, e eu não quero ficar saindo da academia toda hora. Então pensei que você poderia me enviar uma certa quantidade de brincos todo mês," Olabe sugeriu, com um olhar esperançoso.
"Eu tenho uma solução melhor. Vou pedir para aquela bruxa fazer uns mais resistentes para você," Luiz respondeu, pensativo, enquanto arrumava os brincos na mesa.
"Bom, então, já que esse assunto já está resolvido, vou voltar para a academia. Até logo," Olabe disse, já se virando para a porta.
"Até logo e se cuida," Luiz respondeu, balançando a mão em despedida enquanto observava Olabe sair.
Enquanto a porta se fechava, Luiz não pôde deixar de pensar no potencial de Olabe e na responsabilidade que ele tinha como mentor. O que viria pela frente ainda era incerto, mas a determinação de seu aluno deixava claro que a jornada estava apenas começando.