Na manhã seguinte, Luiz caminhava apressado pelos corredores da Academia. Sua mente estava carregada com os acontecimentos do dia anterior, já que ele sabia que estavam atrás do poder de Olabe, e ele sabia exatamente com quem precisava conversar. Ao chegar à sala de Gregore, bateu à porta, esperando uma resposta.
"Entre", respondeu o mago de forma calma, mas firme.
Luiz entrou e fechou a porta atrás de si. Gregore estava sentado em sua cadeira, revisando alguns papéis, mas levantou os olhos assim que percebeu a seriedade no rosto de Luiz.
"Gregore, eu sabia que a Dark Dawn estava no Brasil, mas eu jamais imaginei que eles chegariam tão rápido aqui em Johan", começou Luiz, cruzando os braços enquanto encarava o professor.
Gregore inclinou-se na cadeira, os dedos entrelaçados. "Confesso que isso também me pegou de surpresa, Luiz. Mas agora que sabemos disso, é essencial reforçarmos a segurança da Academia. Não podemos permitir que eles causem mais estragos."
Luiz balançou a cabeça, pensativo. "Essa parte eu deixo com você. Mas estou aqui por outro motivo."
Gregore arqueou uma sobrancelha. "Diga o que precisa."
"Cuide do Wesley e do Olabe", pediu Luiz, com o olhar firme.
Gregore estreitou os olhos, intrigado. "Por quê?"
"Porque eu tomei uma decisão", Luiz declarou, respirando fundo antes de continuar. "Eu vou me infiltrar na Dark Dawn."
Por um momento, o silêncio preencheu a sala. Gregore, geralmente imperturbável, parecia genuinamente surpreso. "Eu já ouvi muitas ideias imprudentes na minha vida, Luiz, mas essa... Essa ultrapassa todas. Você quer se infiltrar na Dark Dawn?"
"É a única maneira, Gregore", afirmou Luiz, sua voz carregada de convicção. "Eles estão sempre um passo à frente. Se eu não entrar, nunca vamos conseguir informações suficientes para derrubá-los."
Gregore levantou-se da cadeira, sua postura agora tensa. "Você tem ideia do que está pedindo? A Dark Dawn não é uma organização comum. Eles não hesitariam em acabar com você ao menor sinal de desconfiança."
"Eu sei dos riscos", retrucou Luiz. "Passei anos estudando suas operações. Conheço seus métodos, seus contatos. Ninguém suspeitaria de mim."
"Conhecer os métodos não é o mesmo que sobreviver a eles", Gregore respondeu, sua voz carregada de preocupação. "Eles são letais, Luiz. Se você for pego..."
"É um risco que eu estou disposto a correr", Luiz cortou, sua voz cheia de determinação. "Eles destruíram vidas, famílias inteiras... incluindo a minha."
Gregore suspirou, seus ombros caindo um pouco. Ele entendia a dor de Luiz mais do que queria admitir. "Eu entendo sua dor, Luiz. Mais do que você imagina. Mas não posso permitir que você se jogue no fogo sem considerar todas as consequências."
"E o que você sugere? Que continuemos esperando enquanto eles ganham mais poder? Cada segundo que passa, mais inocentes sofrem. Eu não posso ficar parado", Luiz respondeu, quase implorando.
Gregore permaneceu em silêncio por um momento, analisando as palavras de Luiz. Por fim, ele se aproximou, colocando uma mão firme no ombro do velho amigo. "Se realmente vamos seguir com isso, você precisará de proteção. E aliados. Não pode fazer isso sozinho."
"Eu não planejava fazer sozinho. Só preciso que você me dê a sua bênção... e talvez um pouco da sua magia", Luiz admitiu, relaxando levemente.
Gregore soltou uma risada curta. "Ah, Luiz, você sempre sabe como me convencer. Mas escute bem: se em algum momento isso sair do controle, eu vou tirar você de lá. Custe o que custar."
"Fechado", respondeu Luiz, com um pequeno sorriso. "Mas eu espero que não precise."
Gregore voltou à sua mesa e abriu uma gaveta. Retirou dela um pequeno amuleto brilhante e entregou a Luiz. "Aqui. Isso deve ajudar a mascarar sua aura mágica. Eles não podem saber quem você realmente é."
Luiz pegou o amuleto, seus dedos segurando-o com cuidado. "Obrigado, Gregore. Eu não vou decepcionar você."
Gregore olhou para ele com um olhar firme, mas cheio de preocupação. "Só não decepcione a si mesmo, Luiz. Lembre-se: não importa o quão fundo você vá, nunca esqueça de quem você é."
Luiz assentiu, guardando o amuleto no bolso. Com isso, ele deixou a sala, determinado a enfrentar o perigo que viria, mas ciente do peso de sua decisão.