A rua não estava movimentada por estar sendo preparado o festival da colheita na cidade vizinha, um festival milenar que, mesmo atualmente, não perdia relevância.
Swon então a convida para sair dali e ela aceita balançando sua cabeça.
Ele não perguntou muitos detalhes do que aconteceu, dois anos atrás ambos eram inseparáveis, mas as coisas mudam e ela escolheu seu caminho e ele o dele.
O silêncio era constrangedor, mas como toda relação de amizade ou de relacionamento alguém tinha que ceder e quebrar o gelo e aqui não era diferente.
Inari seguiu ele com passos lentos, ela se sentiu envergonhada, não sabia muito o que pensar.
A tarde estava acabando e a noite chegaria, sua mãe estava aborrecida por suas ações irresponsáveis de não chegar para encontrar seus tios e avó.
Ela não almoçou como de costume e teve uma péssima experiência sexual, talvez o silêncio constrangedor fosse necessário para puni-la.
Sua barriga roncou e ela parou de segui-lo.
— Vêm Inari, vou comprar algo para nós.
Surpresa e ainda envergonhada com o convite, Inari pensa em rejeitar, mas tem sua mão puxada por ele.
Os dois caminharam até uma pequena barraca tradicional de macarrão típica da cidade. O atendente era um senhorzinho e sua esposa também idosa, ambos sorriam para os jovens, achando que eles eram um casal.
Swon já esteve lá algumas vezes e então o casal o conhecia de vista, mas nunca o tinham visto. Acompanhando, o que era estranho, pois ele sempre estava com as premaindens em casa.
O casal de idosos se lembrou deles mesmo caminhando e passeando pela cidade que a muito tempo atrás era cheia de vida com pessoas vindo e indo para algum lugar, mas hoje estava largada as traças.
Todos queriam ir para a capital, desde jovens a adultos, os salários e oportunidades eram mais vantajosos e abundantes.
A crise de natalidade no país era mediana, mas algumas pessoas diziam que iria morrer mais pessoas daqui a 100 anos do que nascer.
Essa ideia incomodou o casal de idosos, mas ver o que para eles era um jovem casal os deixou cheios de esperança para um futuro talvez promissor para a região?
Inari ainda envergonhada se sentou no banquinho a barraca de macarrão era humilde, mas parecia ter um gosto ótimo.
O lugar se mantinha graças a pessoas de diversos lugares e de cidades vizinhas que vinham geralmente à noite para jantar macarrão frito tradicional com lula temperada.
Graças ao governador atual, uma área no interior estava sendo revitalizada com uma empresa automotiva sendo criada, além de colocar trens por todo o continente com a ajuda do rei e do imperador.
Inari não se sentiu confortável, mas Swon pediu para ambos um prato de macarrão tradicional frito com legumes e lula, além é claro de uma bebida fermentada sem álcool de laranja.
A barriga da jovem roncou novamente, se sentindo envergonhada quis se esconder, mas a senhorinha vendo isso lhe entregou um pastel típico cozido a vapor com carne suína.
— Por conta da casa.
— Eu… Não posso aceitar.
— Deve aceitar, agora toma o macarrão vai demorar algum tempo para ser preparado, estamos esperando o gás ser reabastecido.
— Pega. — Swon olhou para ela enquanto sorriu.
— Só se cortar essa franja, amo ver seus olhos. — Para sua surpresa ele concordou.
— Ok.
Inari pegou o pastel que foi servido em uma tigela de porcelana vermelha com preto.
Os dois estavam sentados de frente para o balcão onde o casal atendia seus clientes, tinha algumas mesas de plástico montadas ao redor, mas poucas pessoas usavam.
Inari também recebeu sua bebida de laranja sem álcool e sem muita demora devorou seu pastel, vendo a cena Swon comprou mais dois para ela.
Dessa vez Inari decidiu não reclamar e aceitou com bom grado, mas algo a incomodava e estava visível em seus olhos.
Pegando o telefone viu a ligação da sua mãe, mas se sentiu coagida a não atender com medo de represálias e o colocou no balcão.
Vendo sua expressão triste, Swon a perguntou. — Tem algo te incomodando?
— Hm… — Inari olhou para um dos seus pastéis e olhou para Swon.
— Minha mãe… Ela está furiosa por mim, não estar em casa com a visita de familiares acontecendo.
— Posso te ajudar de alguma forma, se eu falasse com ela?
Inari olhou para Swon e seus olhos azuis brilharam como um mar cristalino.
— Você faria isso por mim?
— Com certeza.