Inari sabia que sua mãe o adorava, ambos brincavam juntos desde criança, tanto na sua casa quanto na dele, mas tudo mudou, tudo muda igual ao vento que soprava seus cabelos no outono.
"Então, por que mudamos? Que dizer porque parou de falar comigo." Inari pensou enquanto ligou para sua mãe e entregou o telefone para ele.
Renyu, que estava preparando a janta, pegou em cima da mesa seu telefone e o colocou em seu ouvido direito, mas para sua surpresa, quem falou foi uma voz familiar.
— Senhorita Renyu?
— Sim, sou eu? Onde está a Inari Swon? Ela me disse que iria encontrar seus tios e avó, mas sumiu.
— Sobre isso, peço desculpas, chamei Inari para passear comigo hoje pelo shopping e ver um filme e perdermos a noção da hora.
— Isso não é desculpa, estou decepcionada com ela e mais com você por ser maior, fico feliz que tenha voltado a falar com minha filha, mas isso não te dá o direito de interferir em sua vida pessoal.
— Entendo perfeitamente, senhora, mas quero que aceite veementemente meu pedido de desculpas. Estarei levando a Inari agora para casa e a levarei antes do jantar de carro para aí, tudo bem?
— Não está tudo bem, a traga agora.
O marido de Renyu entrou na cozinha e viu sua esposa levemente irritada. Ele, por sua vez, perguntou o que estava acontecendo e ela multou a ligação.
— Inari, estava com o Swon esse tempo todo e agora ele quer a levar para sua casa antes de vir para cá.
— Permita isso. — Surpresa, Renyu olhou para seu marido, que continuou.
— Ele é um grande rapaz, sua família tem grande renome na cidade, por tanto que ele a traga antes do jantar, não me importo.
— Hm… Ok. — Renyu tirou a ligação do mudo e voltou a conversar com Swon.
— A traga antes do jantar e, de preferência, peça desculpas ao pai dela e aos seus familiares quando chegarem.
— Pode deixar, obrigado por entender, assim que chegar em casa, ligarei novamente para a senhora e poderá falar com minha mãe.
— Obrigada, Swon por me entender, sou apenas uma mãe que quer o melhor para a filha.
— Compreendo. — Inari parecia tensa, mas ele sorriu para ela e devolveu seu telefone.
— Feito, vamos passar em casa e pegar o carro para te levar.
Inari chorou e abraçou Swon, o cabelo dela que ficou em seu rosto tinha um cheiro fraco de amêndoa.
A senhora xizuyu suspirou vendo a cena fofa dos dois, ela se lembrou quando era apenas uma jovem.
Seu marido, por outro lado, tinha terminado o macarrão e colocou na mesa.
— Aqui está pronto, também temos garfos ou Hashi como preferir.
— Obrigado.
— Obrigada.
Os dois começaram a comer o macarrão. Inari aproveitou e comeu o resto dos pastéis, dessa vez mais aliviada, era como se um peso tivesse saído de suas costas.
Jogando algumas mechas para trás do lado esquerdo da orelha, pegou um pouco de macarrão e comeu, olhando logo em seguida para Swon que também estava comendo.
— Obrigada.
— Pelo quê?
— Você conseguiu melhorar meu dia em 100% hoje, mas infelizmente vou ficar mais gorda.
— Mais gostosa, então?
— Quero ver você dizer isso quando eu não passar pela porta.
— Exagero e mesmo se não passar, sempre podemos fazer portas maiores.
Inari sorriu genuinamente, fazia algum tempo que ela não se sentia tão bem como agora.
Ela comeu seu macarrão e seus pastéis, Swon pediu uma segunda rodada de macarrão. Inari olhou com um olhar de: sério que está fazendo isso? Mas, no fim, apenas se divertiu e comeu.
Os dois se despediram do casal de idosos, Swon os pagou e também os deu uma gorjeta considerável.
Inari caminhou ao lado dele e por um momento se viu há dois anos, quando tinha 15 anos.
Os três eram inseparáveis, mas algo aconteceu naquele outono.
Swon se isolou mais, Inari perdeu sua virgindade com o amigo de ambos. "Será que foi isso?" Inari pensou e o simples pensamento lhe incomodou.
Logo agora que estava se sentindo melhor, mas diferente das outras vezes, tinha que saber o que aconteceu, por que tudo mudou? Não pode simplesmente remoer para sempre esse sentimento e dúvida tão amarga.
Aquele inverno foi mais que frio, trouxe mudanças que sempre serão lembradas.