— Swon… — Inari o chamou e ele olhou para ela com curiosidade.
Mesmo com receio, sua boca se mexeu para perguntar o que tanto lhe afligia. — O que aconteceu?
— Aconteceu?
— No inverno, dois anos atrás.
— Hm…
— Éramos melhores amigos e você sumiu. — O que ela temia aconteceu, ele pareceu ficar calado enquanto pensava friamente no que responder.
— Se não quiser, não precisa responder… Só esquece.
— No inverno, há dois anos, eu espanquei o Rahul por ter transado com você. — Sua voz parecia áspera e seria demais.
— Ele contou vantagens idiotas, tipo: fui o primeiro homem dela ou me veja, eu fodi a garota de que você gosta. — Inari ficou calada, ela não sabia como deveria reagir a essa confissão.
— Eu quebrei os seus dois braços, quando brigamos. Na época ele me provocou e discutimos sobre ele largar você após conseguir o que queria, que era sua virgindade. Como não concordei com essa babaquice, discutimos e logo após brigamos, foi quando quebrei seus dois braços.
Inari soube dessa notícia na escola, seus amigos comentaram com ela, mas não acreditou até ver Rahul o amigo de ambos na época com os dois braços enfaixados. Tentou falar com ele, mas o mesmo a ignorou e, pelo que ela ouviu sobre, ele iria para a capital e nunca mais os dois se viram ou se falaram.
Como a briga não foi no colégio, Swon não foi punido, ele ainda foi para a escola, mas parou de ir um tempo depois.
Isso sempre perseguiu Inari, que nunca se perdoou acreditando que fosse culpada e depois dessa confissão ela confirmou realmente o que mais temia.
Não sabendo mais o que falar ou dizer, ficou encolhida. Na época ela tentou falar com ambos, mas nunca encontrou Swon e Rahul.
— Inari…
— Hm?
— Não foi sua culpa o que aconteceu, e não me arrependo de ter quebrado os braços dele. Posso ser tudo, mas não sou uma pessoa legal.
Inari parou de andar, ela olhou para ele com uma expressão enigmática, mas para a surpresa dele, ela sorriu.
— Você não é uma pessoa ruim, quando mais novos tomamos decisões duvidosas e eu continuo tomando. Obrigada por me proteger e por gostar tanto de mim. Na época eu fiquei magoada com os dois, principalmente com ele por não querer mais falar comigo. Agora, vendo que ele foi um babaca, acho que foi merecido. Isso me faz ruim também? Sempre contando vantagens, tipo: Que bateria em você facilmente ou que te controlava e você fazia tudo que ele mandava, mas no fim foi o contrário, ele tomou uma surra.
Swon e Inari se encararam, ele tentou continuar a falar, mas ela colocou seu dedo indicador em sua boca e continuou a falar.
— Hoje eu não sei o que deu em mim, talvez excitação pelo perigo ou luxúria, vai saber. Hoje eu topei foder com 4 rapazes e foi uma experiência horrível, 3 pequenos e um mediano, mas o maior problema não foi esse e sim que não sabem tratar uma mulher. O rapaz que você jogou a pedra era meu ficante há algum tempo e se chama Wei, seu nome tem significado de força, mas pelo visto é só contra mulheres. Não quero imaginar o que fariam comigo se não fosse você, que sinceramente não tinha obrigação de nada. — Inari abaixou a cabeça e se curvou enquanto chorava.
— Sou o que chamam de puta, talvez eu tenha algum problema, ou seja, só uma mulher que gosta de transar e de descobrir coisas novas. No fim, eu amo pessoas e amo sentir prazer. — Inari mordeu seus dentes e apertou com força a bainha da sua saia.
— Quero voltar a ser sua amiga e perdão por não ser a garota pura ou ingênua que se apaixonou. Se não quiser falar mais comigo, eu… — Swon a abraça forte e ela escuta seu coração, o vento forte sopra os cabelos de ambos.
— Você não é uma puta, Inari, e não foi a ideia de você ser pura ou ingênua que me fez gostar de você e sim, você ser você mesma.
— Me perdoe por parar de falar com você, eu não sabia que tinha sido tão difícil para você na época. Precisava pensar um pouco, aconteceram muitas coisas na minha vida pessoal naquele ano. Quero ser seu amigo novamente e estar presente.
Inari ficou surpresa, o vento levantou um pouco a saia de seu vestido, mas isso não a incomodou.
"O cheiro dele não tinha mudado nada." Pensou enquanto estava abraçada com ele.