Era um corredor estreito escuro, em seu chão névoa, em suas paredes úmidas havia respingos de sangue. O silêncio pairava por todo o local e Lucas conseguia ouvir nitidamente sua ofegante e nervosa respiração, dentro de si havia um crescente sentimento o mandando fugir, mas por algum motivo ele estava paralisado, de repente se ouve um nítido grito de um homem em uma das portas que surgiram nas paredes antes vazias.
Lucas tinha medo, pois os gritos não cessavam, pareciam gritos de dor, os passos de Lucas eram cautelosos e lentos como quem teme por sua vida, o corredor tremeu fazendo Lucas tropeçar em algo, com parte do seu rosto e vestes molhados Lucas notou que a Névoa havia sumido, o piso era de mármore e estava limpíssimo contrastando totalmente com o seu ambiente.
O silêncio voltou a pairar por sobre o sombrio lugar, até se ouvia ao fundo uma possível goteira, foi quando Lucas resolveu adentrar na sala que outrora havia ouvido o grito. A porta rangia, o piso mudara para um chão branco liso como se fosse de um consultório e ao fundo Lucas avistou uma cadeira e nela havia uma figura masculina sentada nela.
Lucas percebeu que aquele humano não estava bem pois o seu braço estava sangrando, as gotas ao fundo no corredor eram dele, eram sangue e não água, então agachando devagar Lucas colocou seus pensamentos em ordem e cautelosamente avançou passo-a-passo até que algo lhe assustou, o cadáver na cadeira era o dele mesmo, com o corpo dilacerado, dedos quebrados e pernas cheias de pregos.
O jovem estava em pânico com o que via, suas mãos foram de encontro ao rosto e foi quando algo molhado e gelado encostou no seu rosto que Lucas percebeu que segurava um pedaço da pele do rosto do cadáver em sua mão direita e a jogou longe no susto, com isso derrubando algum item barulhento naquele lugar fazendo de imediato o cadáver se debater até que começou a emitir um som horripilante, Lucas sentiu calafrios e possuía batimentos cardíacos elevados e sua respiração parecia se esvair.
- Vocêêêê – Sonorizava o agora Zumbi Lucas que tinha parte do seu rosto em carne viva
- Que merda é essa? – Exclamou Lucas
O zumbi caiu da cadeira se debatendo para ir em direção de Lucas que estava aterrorizado.
- A cuuulpa é suaaaaa! Você não devia existir! No cesto deveria ter morrido.
Lucas estava assustado e mal ouvia o que sua versão zumbi falava, mas com um terremoto no lugar do nada Lucas perdeu o equilíbrio e algo bateu em sua cabeça e tudo clareou.
- Lucas, Lucas, LUCAAAAS – dona Lourdes sacudia o jovem que aos poucos recobrava a consciência.
- Tia Lourdes? – Estranho Lucas se pondo agora sentado no chão.
- Menino o que aconteceu?
Dona Lourdes parecia preocupada, mas Lucas não havia percebido, mas já era de manhã e ao que indicava o jovem havia se atrasado.
- Eu dormi demais Lourdes, desculpa lhe causar preocupação.
- O meu pequeno zangado. Cuido de você desde criança, por que seria diferente agora?
Lucas inconscientemente soltou um leve sorriso, mas por mais sutil que fosse, Lourdes o percebeu, mas não falou nada, apenas seguiu ajudando Lucas a fazendo um café da manhã e arrumando sua mochila enquanto o jovem se banhava.
"Esse pesadelo sem dúvida entra como um dos mais estranhos, mas talvez eu possa falar isso com a psicóloga? Não, as sessões não ajudaram em nada, melhor focar nisso depois."
Agora de banho tomado e arrumado para sua faculdade, Lucas comia seu café da manhã enquanto Lourdes colocava a marmita do jovem na mochila.
- Ontem eu tive medo pequeno, você sai por ae e o mundo é tão perigoso. As vezes eu me sinto como me sentia com meu filho Tadeu. Superprotetora e com um instinto que anseia sempre estar ali do lado para te proteger. – Desabafava a idosa para com Lucas que estava a encarando com um olhar que claramente mostrava afeto mesmo que o jovem não fosse bom com essas demonstrações.
Lucas levantou e colocando os seus sapatos conversou com Lourdes sobre o sentimento que o envolveu na noite anterior.
- Você acha que pode significar algo? – Questionou a senhora sobre. – Quando eu era mais nova sempre ouvia que os sonhos são mundos paralelos ou simulações de situações que o nosso cérebro cria para nos alertar de algo, mas bem...Eu sou só uma idosa obsoleta num mundo questionável com um pensamento questionável.
- Discordo totalmente da senhora! – Respondeu o jovem demonstrando seriedade na sua opinião – A senhora é a melhor pessoa que eu conheço!
- Obrigado meu anjo! Você está um pouco atrasado, não quer pegar a sua antiga bicicleta para ir até sua faculdade mais rápido?
Lucas fez uma careta mostrando uma certa relutância em seguir a ideia, pois fazia 2 meses desde a ultima vez que ele usou a bicicleta e caiu da mesma rolando quase 10 metros no chão.
- Vou sim senhora e espero não cair dessa vez.
- Boa aula, meu querido.
Em um breve abraço Lucas desceu em largos passos até aonde deixara pela ultima vez sua bicicleta e a pegou, mesmo empoeirada, Lucas montou nela e seguiu viagem o mais rápido que podia. Levava consigo um desodorante já sabendo que iria precisar de um ao chegar lá.
O trajeto foi bem mais rápido do que seria a pés calçados, mas Lucas perdera a prática e quase atropelou duas pessoas e quase fora atropelado. Conforme se aproximava da escola, Lucas começou a ficar alerta, pois não sabia o que esperar do dia posterior as confusões de Natanael.
Entrando pela garagem viu o carro do indesejado jovem, porém se identificou prendeu a velha bicicleta e seguiu o mais rápido que podia para sala de aula, aula essa que ele havia esquecido que seria a aula de apresentação das metas da faculdade para aquele ano e com isso acabou encontrando um auditório lotado e Rafaela lá estava, ele a tentou evitar, mas a jovem acabou o vendo chegar e logo se aproximou dando um tapa no seu ombro, fazendo um "V de vitória" e sorrindo.
Lucas se manteve sério, acenou com a cabeça e se voltou para a palestrante que apresentava o novo projeto, era o Sistema de Apadrinhamento de Calouros. Consiste em um calouro escolher um veterano do terceiro ano para apresentar a faculdade, regras, projetos entre outras coisas que eram descritas no discurso.
Logo começou o furdunço, aluno indo de lá para cá e vice-versa, enquanto isso Lucas permaneceu imóvel torcendo para ninguém o escolher, só que quando olhou para lado estava Rafaela olhando tudo enquanto ria dos alunos e da confusão para escolher.
- Você tem que escolher logo, antes que você fique sem madrinha ou padrinho. – Disse Lucas se virando para sair do auditório, pois não queria e não esperava ser escolhido por ninguém.
- Vai ser você coisa chata! – Disse Rafaela segurando Lucas pela gola da camisa.
Lucas quase caiu para trás com tamanha força da jovem, fazendo uma careta ele recusou e a mesma insistiu para ele aceitar, mas o mesmo não queria até que viu a uma certa distância Natanael encarando Rafaela com um olhar malicioso e indo em direção a jovem. Mesmo relutante ele disse:
- Está bem, só não me perturba!
- Ebaaaaaaaaaaaaaaaaaa! – Comemorou a jovem. – Agora sou apadrinhada pelo cara mais inteligente da faculdade! Mais um degrau para minha ascensão como a Botânica mais top do mundo!
Lucas a encarou enquanto coçava a cabeça pensando:
"Em que burrada me meti...Antes ela comigo do que com o idiota do Natanael."
- Então Obiwan Chato, qual o ensinamento supremo do dia de hoje? – Perguntou a jovem Rafaela mostrando empolgação.
- Você fala alto, sabia? – Repetiu a frase para a menina que fez uma careta tentando imitar Lucas. – Já que eu vou ter que aturar isso o resto do ano, vamos fazer o que a faculdade espera...
Lucas levou a jovem por cada parte da faculdade e foi explicando os laboratórios, as diferentes bibliotecas e a caloura Rafaela estava atenta, anotava, ria, pulava e para Lucas tudo era tão estranho que questionou a jovem pela escolha dela por ele ser o padrinho dela.
- Simples! Você é a pessoa mais inteligente desse campus, mesmo que eu siga um curso diferente do seu, devo sempre me aliar aqueles que possuem algo a acrescentar em minha caminhada.
- Eu queria enxergar esse Lucas que você enxerga, pois eu não me vejo assim. – Respondeu Lucas passando os dedos nos livros como alguém que procurava um exemplar em questão.
- O que você está procurando? – Perguntou Rafaela que viu Lucas a olhar com uma cara que dizia:
"Estamos em um biblioteca, o que será que eu estou procurando..."
Lucas passeou por alguns corredores até que chegou no livro chamado "A Nova Geografia" jogou nos braços de Rafaela que entendeu que Lucas queria lhe indicar livros que a ajudariam durante seu curso, mas um pensamento pairou sobre Rafaela.
"Como ele sabe os livros que eu preciso se ele nem é dessa área?"
Enquanto isso em algum lugar na Prisão Camaleão, 6 indivíduos fugiam de um veículo de prisão, era uma gangue de mercenários de aluguel. Correndo pelos becos do subúrbio a gangue parecia estar familiarizada com a região, enquanto os 5 soldados corriam atrás do grupo aflorando suas sombras.
Telhados viraram um novo chão para o mercenários, pela direita uma sombra em forma de coruja, era um domador usar a sombra para rastrear ele em tempo real. Olhando para aquilo um dos mercenários aflorou sua sombra em forma de uma adaga pequena e a arremessando rapidamente fez dissipar aquela ave.
- Vamos seguir para o esconderijo, Lucio? – Perguntou o mercenário magro que estava logo atrás do aparente líder deles.
- Seu animal estão nos perseguindo, será que não percebeu? – Respondeu ele demonstrando raiva.
Com alguns sinais de mão, os seis estavam de frente para uma área de construção repleta de trabalhadores.
- Foquem em silêncio, mobilidade certeira, se vistam, despistem eles usando disfarce de operários e nos encontraremos no fim do expediente ou no horário de almoço, mas não chamem e merda da atenção para si, seu retardados. – Exclamou novamente Lucio com raiva.
- Sim! – Responderam em claro tom de obediência e assim partiram rápido para a obra.
A gangue seguiu a fio as ordens e foram eliminando seus alvos em silêncio e assumindo suas devidas posições naquela obra enquanto podiam se ouvir a movimentação dos soldados da Nova Força que passavam correndo direto na direção norte aonde pela lógica a gangue teria seguido se não tivesse se infiltrado lá.
"Inúteis cães do governo, se declaram soldados, mas são enganados pelo óbvio, um simples disfarce, como essas merdas ganham bons salários se nem o básico fazem bem?"
Pensava Lúcio enquanto empurrava um carrinho de mão em direção a uma pila de entulho que se encontrava logo a frente indicado pelo encarregado da obra.
Na faculdade...
Horas se passaram e como o dia era diferente Rafaela grudou em Lucas e o mesmo a encheu de coisas para ela fazer, seguir, conferir, aprender, se inscrever, mudar, acessar, anotar, cadastrar...
- Chegaaaaaaaa! – Exclamou a exausta Rafaela – Não sabia que tinha isso tudo, pode pelo menos me ajudar a guardar as coisas no meu armário?
- Claro! – Lucas pegou alguns livros e papéis que havia dado para a jovem e a acompanhou até o armário.
Rafaela começou a organizar os itens enquanto ouvia de Lucas o que o ajudou a tirar boas notas e a menina pensava enquanto ouvia algumas poucas palavras.
"Se ele estuda isso tudo, como tem tempo para descansar? Será que ele se alimenta direito? Ele ainda disse que faz estágio, como? Esse garoto é um ET, tenho certeza ou será que é aqueles psicopatas? Ele tem algum amigo? As pessoas parecem não gostar dele. Deve ser a cara de velho ranzinza ou a careta de chipanzé reumático que ele faz quando está irritado com algo..."
- Terra, alô? – Disse Lucas percebendo a divagação da caloura.
- Desculpe ae! É que eu comecei a entender um pouco das coisas sobre você e acabei viajando na maionese com isso mais as toneladas de informações que você me dropou. – Disse a jovem fechando o armário na mão de Lucas que colocava o último papel no armário.
Um grito curto de dor se ouviu saindo de Lucas, a menina toda desajeitada o acudiu esfregando suas mãos na dele enquanto encarava querendo pedir desculpa, mas começou a rir e depois gargalhar, pois pensou em um chipanzé com a careta características de Lucas.
De repente Lucas teve sua visão turvada e um acontecimento o chocou, suas mãos formigaram e deram câimbra e logo ele veio a desmaiar.
Alguns momentos depois na mente de Lucas...
- O mesmo lugar? – Falou Lucas de volta na sala de tortura que esteve mais cedo. – Se é para eu estar aqui tem algum motivo, basta descobrir.
Lucas percebera que a cadeira estava vazia, mas permanecera atento pois ainda havia uma porta ali que ele não conseguiu entrar da última vez, pois muitas coisas aconteceram.
Em passos firmes seguiu em direção a porta, mas ela estava fechada, então Lucas fez força contra a porta, mas sem sucesso pensou que se achasse a chave que poderia estar ali na sala iria obter resposta, mas algo estava vindo justamente da porta que se encontrava fechada, era uma respiração forte, não parecia humana, então Lucas se afastou da porta.
O chão se rompeu e uma voz se ouvia no fundo:
- Sr. Coisa Chataaaaaaaa! – Gritava Rafaela.
Lucas estava cercado de pessoas, não era a enfermaria da faculdade e nem a faculdade em si.
- Aonde estou? – Indagou Lucas zonzo enquanto levantava do chão.
Lucas olhou bem ao seu redor, estava com Rafaela que mostrava preocupação, Lourdes e a chofer do outro dia, Lore.
- Centro de Tratamento da Nova Força Oeste, garoto Lucas – Dizia Miguel surgindo sem sua farda.
Ele vestia calça jeans comum, camisa preta e estava acompanhado de uma enfermeira que estava com uma prancheta na mão.
- Você é o soldado de ontem... – Disse Lucas reconhecendo Miguel.
- De fato! – Respondeu o soldado.
Rafaela e Lourdes encaravam a cena em silêncio ainda.
- Boa noite senhor Lucas, sou Vivian. – Começou a falar a enfermeira – O senhor apresentou um quadro de sobrecarga no Cerebelo e acabou desmaiando, sua colega de estudo chamou ajuda e a faculdade o trouxe até nós.
Lucas sentia uma intensa dor na sua cabeça ainda e havia um desconforto forte em sua mão direita, como se ela tivesse queimando.
- Vírus Shade se manifesta na infância ou só em momentos de estresse. Eu tenho 24 anos, sou apenas um civil normal.
- Eu entendo sua relutância aos fatos, porém não podemos descartar o fato de que o senhor precisa tomar conhecimento que há a possibilidade de você manifestar em algum momento a sua sombra. – Dizia a enfermeira enquanto se aproximava de Lucas com sua prancheta ainda em mãos.
- Você está dizendo com isso que eu não fui vacinado quando nasci e agora eu posso morrer?
Lourdes com um pouco de exaltação devido a sua preocupação com o jovem.
- Eu tenho certeza que vocês da New Force conseguem resolver isso para ele ter uma vida normal. Meu menino é um bom garoto e ele tem tantos planos, por favor Vivian.
- Senhora Lourdes eu apenas irei vacinar ele e ele passará por alguns exames padrões e será liberado em até 48 horas. – Respondeu Vivian olhando seriamente para Lourdes que esboçava uma feição com conotação de tristeza.
- Lourdes. – Exclamou Lucas encarando sua mãe adotiva com um olhar de firmeza. – Eu vou ficar bem, foi só uma falta de...aiiii.
Lucas não percebeu, mas Vivian o espetou e vacinou ele com uma rapidez notável, mas a agulhada deixou Lucas tonto.
- Senhor Ícaro, senhor? – Exclamou a enfermeira que soltou tudo para pegar o jovem que estava caindo desacordado da cama, mas Miguel foi mais ágil e o segurou.
- Esse garoto parece até o meu chefe...tsc, provavelmente algo reprimiu esse tempo todo as células do vírus em Lucas, mas ele agora não está mais inibido, então está começando a atacar Lucas, pois o vírus pode ter o enxergado como um anticorpo a ser vencido e por isso esses dois desmaios seguidos.
Miguel o colocou na cama e se virou para as acompanhantes, e as retirou do quarto, pois precisava ceder espaço para a equipe médica trabalhar.
- Senhor, o Lucas vai ficar bem? – Perguntou Lourdes.
- Certamente! Foi como eu disse, possivelmente por algum tipo de inibidor Lucas nunca teve sua manifestação, mas algum tipo de acontecimento desencadeou tudo isso.
- Deve ter sido eu! – Disse tristonha Rafaela – Sou irritante.
- Longe disso menina! – Retrucou Miguel. – Desde de os anos 10 após a Guerra a humanidade começou a se adaptar a tudo, podemos estar de frente a uma variante mais agressiva, mas nada disso é originado de algum estresse causado por você. Garanto que isso é normal.
- Rafaela, seus pais estão perguntando sobre você, estão preocupados. Hoje era aquele baile da Sociedade Verus que você iria discursar. – Começou a falar Lore.
- Diga que estou em algo mais importante, estou cuidando de um amigo!
Novamente na Mente de Lucas...
Lucas já estava insatisfeito por estar ali de novo, mas começou a talvez entender o que poderia ser todo aquele local.
"Aqui deve ser algum tipo de palácio mental do vírus aonde eu saio daqui morto ou com uma sombra. Preferia ser só um desenvolvedor do que as duas opções anteriores, mas já que estamos aqui vamos ver no que pode dá."
Lucas avançou rápido pela sala e se pôs a procurar a chave.
"Gavetas?...Não...Armários?...Não...Aonde pode estar essa merda se só tem isso aqui?"
Nesse momento Lucas sentiu algo em seus bolsos, era um chaveiro que tinha apenas uma chave com uma etiqueta que dizia: "PORTA"
"Sério? Que merda sacana é essa?"
Lucas partiu rápido e quando encaixou a chave a porta começo a tremer, havia algo do outro lado, Lucas temia, mas algo o dizia para seguir. Lucas deu a ultima volta com a chave e a porta se acalmou então Lucas a abriu e correu para trás, mas nada saiu do escuro local que fora revelado para Lucas.
"Um grande espaço cheio de vários nadas...Que perda de tempo desgraçada, quero ver a psicóloga ter uma explicação para essas merdas."
Lucas sentiu algo em seu peito, ele ardia, ardia mais até que Lucas sentiu um impulso em seu peito e foi jogado para trás, outro impulso e Lucas foi arremessado em direção a uma parede ali no local, um clarão e Lucas estava em pé e consciente no quarto hospitalar.
Miguel o estava encarando com sua foice pronta para atacar se necessário, atrás do soldado estava Lourdes e Rafaela aparentemente ambas assustadas enquanto olhavam para Lucas que então entendia nada da situação.
- Mocinho, podemos dizer que você não é mais uma pessoa comum. – Dizia Miguel enquanto apontava para as mãos de Lucas que estavam com algum tipo de coisa negra abstrata em movimento em sua mão.
Lucas assustado sacudiu a mão como quem queria tirar algo que grudou e a sombra se dissipou.
- Então é verdade, né?
Miguel assentiu para Lucas e vendo que o menino estava lúcido, dissipou sua sombra e abaixou sua guarda. Nesse instante Lourdes correu em direção a Lucas para o abraçar, pois sendo ela uma mãe de um Ex-New Force morto em missão, ela possuía memórias terríveis e não queria que o menino tivesse o mesmo rumo em sua vida.
Lucas percebeu que uma coisa ele sabia, com o despertar de sua sombra ele precisaria seguir para alistamento na New Force obrigatoriamente e por algum motivo isso parecia uma virada de mesa muito grande e perigosa.
"Não sou um tipo de herói de histórias em quadrinhos e nem nada parecido com isso, é só seguir as coisas e deve ter alguma área de programação no meio de todas aquelas fardas."
3 semanas depois...